| | | | | VÍDEO DA PARASHAT VAIERÁ |  | | | ASSUNTOS DA PARASHAT VAIERÁ - D'us visita Avraham após o Brit-Milá, aos 99 anos.
- Os 3 Beduínos visitantes.
- Promessa de um filho para Sara.
- Anjos vão para Sdom.
- Destruição de Sdom.
- Nascimento de Amon e Moav.
- Sequestro de Sara porAvimelech.
- Nascimento de Itzchak.
- 9º teste de Avraham: Expulsão de Hagar e Ishmael.
- O Tratado de Beer Sheva.
- 10º teste de Avraham: Akeidat Ytzchak.
- Nascimento de Rivka.
| | | | INFLUENCIAR OU SER INFLUENCIADO? - PARASHAT VAIERÁ 5781 (06 de novembro de 2020)
"Uma fábrica de cerveja muito antiga e tradicional decidiu lançar uma nova linha de latas, para permitir que seus produtos pudessem ser comercializados com mais facilidade nos supermercados. Isto representou uma grande mudança para a pequena empresa. Os funcionários da empresa, atuais e aposentados, foram convidados para o lançamento, que foi seguido por um buffet e bebidas. Após a nova linha ter sido lançada com sucesso e as formalidades concluídas, os convidados se espalharam, formando pequenas rodas de conversa. Em um canto estavam três homens, que discutiam animadamente sobre caminhões de transporte e distribuição. Um era o atual gerente de distribuição da cervejaria, enquanto os outros dois haviam sido os titulares do mesmo cargo no passado, tendo se aposentado havia muitos anos. Os três homens representavam três gerações de gerenciamento de distribuição da empresa por mais de sessenta anos.
O gerente de distribuição atual confessou que seu trabalho estava cada vez mais estressante, pois a política da empresa requeria que as entregas longas fossem feitas na segunda e terça, as entregas curtas às sextas e, nos outros dias da semana, as entregas de média distância. Com aquela logística, estava difícil programar as entregas de forma eficiente. Agora, com as novas latas e as exigências dos supermercados, seria ainda mais difícil. Os outros dois homens concordaram.
- Nos meus dias ocorria o mesmo - disse o antecessor - Sempre me pareceu estranho que os caminhões não pudessem ser usados para pequenas distâncias na segunda e na terça, apenas nas sextas. Isto dificultava tudo.
O terceiro homem balançou a cabeça, pensativo, lutando para lembrar as raízes daquela política. Lembrava-se que ela havia sido implementada quando ele ainda era um simples estagiário no departamento de expedição. Após algum tempo, ele sorriu e arriscou uma sugestão:
- Acho que me lembrei - disse ele - foi por causa dos cavalos. Durante a Segunda Guerra Mundial, começou um racionamento de combustível. Os caminhões precisaram ser encostados e voltamos a usar cavalos para fazer as entregas. Às segundas, os cavalos estavam bem descansados e, por isso, faziam as entregas mais distantes. Já na sexta, quando os cavalos já estavam muito cansados, eles eram usados para percorrer as pequenas distâncias. Mas esta logística continuou mesmo depois da volta dos caminhões.
O atual gerente de entregas escutou aquilo e ficou espantado. Aquele era o motivo de uma logística completamente ilógica, baseada em elementos que nem existiam mais e, mesmo assim, continuava sendo mantida há mais de sessenta anos? Naquela mesma semana a empresa mudou sua política de fornecimento, adotando um sistema muito mais ágil e eficiente."
Um grande perigo que corremos na vida é sermos influenciados pelas ideias dos outros, chegando ao ponto de deixarmos de pensar de forma racional. Se na entrega de cervejas isto pode ser prejudicial, em nossas vidas isto pode ser ainda mais catastrófico. | | | Nesta semana lemos a Parashat Vaierá (literalmente "E viu"), que começa contando sobre os incríveis atos de bondade de Avraham Avinu. Logo depois, a Torá descreve a destruição da cidade de Sdom, o lugar onde Lót, o sobrinho de Avraham, tinha escolhido para viver. Entretanto, desde a criação do mundo, a Torá nos descreve os enormes desvios da humanidade e, mesmo assim, são raros os casos em que D'us decidiu destruir uma cidade inteira. O que os habitantes de Sdom fizeram de tão grave a ponto de merecerem a sua destruição?
A resposta é trazida pelo profeta: "Eis que esta foi a transgressão de sua irmã Sdom: orgulho, fartura de pão e ela e suas filhas tranquilas e despreocupadas. Mas elas não fortaleceram a mão do pobre e do necessitado" (Yechezkel 16:49). Isto significa que a principal transgressão de Sdom foi não ter feito atos de bondade com os necessitados, apesar de viverem em uma situação de fartura e tranquilidade.
Entretanto, isto não responde o nosso questionamento, pois não faltam no mundo pessoas mesquinhas, que não fazem atos de caridade, preferindo gastar tudo o que têm com seus luxos e vanidades. Apesar disso, não vemos D'us destruindo cidades abastadas nas quais seus habitantes não se preocupam com os necessitados. Então por que justamente Sdom foi escolhida para ser destruída como uma punição exemplar para os mesquinhos?
Normalmente, quando uma pessoa mesquinha ignora os necessitados, ela não o faz por uma filosofia de vida, e sim por egoísmo, pelo descaso com o sofrimento dos outros. Porém, em Sdom, não era apenas o egoísmo. Eles decidiram que ajudar os necessitados era algo ruim. Eles aprovaram leis que proibiam atos de bondade, transformando o egoísmo, um desvio de caráter, em uma virtude e uma filosofia de vida. Em um mundo onde Avraham havia sido o escolhido para trazer ao mundo a consciência dos caminhos de D'us, de bondade e misericórdia, não havia mais lugar para Sdom. A cidade, portanto, precisava ser destruída.
Porém, havia alguém em Sdom que precisava ser salvo: Lót. D'us então mandou dois anjos para resgatá-lo de lá, antes do início da destruição. A Torá nos descreve que Lót estava sentado no portão da cidade e, quando viu os anjos disfarçados de simples beduínos, correu para recebê-los. Da mesma forma que havia aprendido com Avraham, ele curvou-se perante seus convidados e ofereceu a eles comida, bebida e um local para passarem a noite. A grande pergunta é: o que Lót fazia sentado no portão da cidade?
Antigamente, o costume era convocar os juízes para os julgamentos justamente no portão da cidade. Naquele dia Lót havia acabado de ser apontado como juiz em Sdom. Já haviam passado 25 anos desde que Lót havia se separado de Avraham. Apesar de ser um forasteiro, ele havia ganhado o respeito dos habitantes de Sdom, a ponto de ser apontado como juiz. Mas se Lót era um juiz, por que ele recebeu convidados em sua casa, quebrando de forma aberta e descarada as leis que ele deveria proteger? E se Lót fazia isto constantemente, como foi possível ele ter alcançado aquela posição, mesmo ignorando abertamente as leis da cidade?
Quando Lót foi para Sdom, ele tinha boas intenções. Após anos de aprendizado com Avraham, ele também queria mudar o mundo. Ele sonhava em um dia ensinar aos habitantes de Sdom o que havia aprendido com Avraham, acreditando que conseguiria mudar a má conduta dos seus habitantes. Porém, ele achava que seria difícil influenciar as pessoas sendo um forasteiro. Por isso, ele decidiu se infiltrar o máximo que podia dentro da sociedade. Ele viveu a vida de um magnata, ganhando o respeito e a admiração das pessoas. Ele casou suas filhas com moradores de Sdom e foi apontado como juiz da cidade. Após aguardar tantos anos, ele percebeu que aquele era o momento de começar a sua missão. Ele queria mostrar às pessoas de Sdom as virtudes de fazer bondade. Os dois beduínos foram, portanto, os primeiros convidados de Lót durante todos aqueles anos.
Então, se a intenção era boa, qual foi o erro de Lót? Ele não aprendeu uma das mais importantes lições de Avraham. Para transmitir mensagens ao mundo, para fazer com que as pessoas mudem, você não pode viver como elas, você precisa ser um "forasteiro". Avraham é chamado de "Ivri" (hebreu), pois "Ever" significa "lado". O mundo inteiro estava de um lado, seguindo as idolatrias, enquanto Avraham estava sozinho do outro lado, seguindo os caminhos de D'us. Lót pensava que, para ser aceito e influenciar os outros, era necessário ser como eles e viver como eles. Qual é a prova de que Avaham estava certo e Lót estava errado? Avraham, mesmo sendo um "forasteiro" aos olhos do mundo, conseguiu influenciar tanto a humanidade que, atualmente, estranho é aquele que acredita em idolatrias. Já Lót não conseguiu nem mesmo o respeito verdadeiro e duradouro das pessoas da sua cidade, pois logo após fazer bondade com os beduínos, sua casa foi cercada por todos os habitantes de Sdom e sua dignidade foi manchada publicamente. As pessoas de Sdom demonstraram que aqueles que quebram seus princípios morais para ganhar aceitação social não merecem respeito.
Quando os anjos salvaram Lót de Sdom, disseram para ele: "Fuja para salvar sua vida. Não olhe para trás e não fique parado na planície. Fuja para a montanha, para não morrer" (Bereshit 19:17). Por que Lót não podia olhar para trás? Pois ele não merecia testemunhar a destruição das pessoas com quem ele estava tão envolvido. Afinal de contas, ele não estava sendo salvo pelos seus méritos, e sim pelos méritos de Avraham. Os anjos então estenderam a Lót uma última corda de salvação. Quando disseram "Fuja para as montanhas", estavam se referindo a Avraham, que vivia nas montanhas. Voltar a viver com Avraham seria a chance dele se reconstruir. Mas Lót já estava estragado demais pelos pensamentos de Sdom. Ele imaginou que havia sido salvo da destruição pois, comparado aos habitantes perversos de Sdom, ele parecia uma boa pessoa. Porém, se voltasse a viver perto de Avraham, isto ressaltaria seu lado perverso. Por causa desta lógica deturpada, Lót preferiu ficar na cidade de Zoar, desperdiçando sua última chance de voltar aos caminhos corretos.
Lót, ao se tornar "alguém de dentro" na cidade de Sdom, não apenas falhou em influenciar positivamente as pessoas da cidade, mas acabou ele mesmo sendo influenciado negativamente. Este é o ensinamento que fica para nós: quando queremos influenciar positivamente as pessoas, não precisamos entrar no mundo delas e nos comportarmos como elas. Devemos trazê-las ao nosso mundo, para podermos ajudar os outros a crescerem sem precisar nos expor a nenhum tipo de má influência. Lót é a triste imagem de um homem que queria ser alguém, mas que, no final das contas, não conseguiu o respeito de ninguém.
SHABAT SHALOM
R' Efraim Birbojm | | Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Eliahu ben Esther, Moshe ben Feigue, Laila bat Sara, Eliezer ben Shoshana, Mache bat Beile Guice, Feiga Bassi Bat Ania, Mara bat Chana Mirel, Dina bat Celde, Celde bat Lea, Rivka Lea bat Nechuma, Mordechai Ben Sara, Simcha bat Shengle. --------------------------------------------
 Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno. -------------------------------------------
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