sexta-feira, 3 de agosto de 2018

CHUVA DE BRACHÁ - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT EKEV 5778

BS"D
Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, favor entrar em contato através do e-mail efraimbirbojm@gmail.com.
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Parashat Ekev 5778 - R' Efraim Birbojm - Shaarei Biná Brasil
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CHUVA DE BRACHÁ - PARASHAT EKEV 5778 (03 de agosto de 2018)

Há cerca de 2.000 anos, durante um dos Chaguim, o povo judeu estava cumprindo a Mitzvá de fazer a peregrinação ao Beit Hamikdash (Templo Sagrado). Conforme D'us havia comandado, o povo judeu inteiro estava subido em direção a Jerusalém. Porém, como era um ano de terrível estiagem, no qual não havia caído uma única gota de chuva, não havia água disponível para o povo beber. Preocupado com esta situação, um homem muito generoso e misericordioso, chamado Nakdimon ben Gurion, que também era extremamente rico, se aproximou de um senhor romano e lhe pediu emprestado seus doze poços de água, para poder dar de beber ao povo judeu. Nakdimon garantiu que devolveria o mesmo volume de água dentro de um certo período e, caso não o fizesse, pagaria pela água com doze talentos de prata, um valor absurdamente alto. O romano aceitou, certo de que aquela "bondade" se transformaria em um excelente negócio, já que acreditava que Nakdimon não conseguiria devolver a água dentro do prazo combinado.

E assim realmente aconteceu. Quando chegou a data combinada, nenhuma gota de chuva havia caído. O romano enviou uma mensagem para Nakdimon logo de manhã: "O seu prazo terminou. Devolva a minha água ou pague o que você me deve". Nakdimon não se abalou e mandou uma resposta: "Não se apresse, meu senhor. Ainda tenho o dia todo para devolver a sua água". Por volta do meio-dia, o romano enviou novamente a Nakdimon uma mensagem: "O seu prazo terminou. Devolva a minha água ou pague o que você me deve". Nakdimon novamente não se abalou e respondeu: "Eu ainda tenho tempo, o dia ainda não terminou". No fim da tarde, o romano foi pessoalmente cobrar a devolução da água ou o pagamento em dinheiro. Quando Nakdimon novamente respondeu que ainda tinha tempo, o romano riu com sarcasmo e disse:

- Não seja tolo. Se não choveu durante o ano todo, por que choveria agora?

O romano então se dirigiu para uma casa de banho, em completa felicidade, para aguardar tranquilamente o fim do dia, quando ele ficaria rico. Enquanto isso, Nakdimon entrou no Templo. Ele estava apreensivo, faltava pouco tempo para o prazo terminar. Ele então se cobriu com seu Talit, levantou os olhos para o céu e disse:
 
- Mestre do Universo! É revelado e sabido diante de Você que eu não fiz isso pela minha honra nem pela honra da casa de meu pai. Foi por Sua honra que eu fiz isso, para que a água estivesse disponível para o Seu povo".
 
Imediatamente um milagre aconteceu. O céu ficou coberto com nuvens e a chuva caiu com tanta intensidade que rapidamente os doze poços do romano ficaram cheios de água, e até mesmo sobrou. Quando o romano estava saindo da casa de banho, Nakdimon ben Gurion estava saindo do Beit Hamikdash. Os dois se encontraram e Nakdimon foi cobrar pela água extra que o romano havia recebido. Ele respondeu:
 
- Eu sei que o D'us mudou a ordem do mundo apenas por sua causa. Porém, minha reclamação contra você continua, porque a chuva caiu apenas após o sol já ter se posto e, portanto, você me deve o dinheiro!
 
Nakdimon novamente entrou no Templo, cobriu-se com seu Talit, levantou os olhos para o céu e disse:
 
- Mestre do Universo, faça as pessoas saberem que Você tem amados no mundo.
 
Imediatamente as nuvens se dissiparam e o sol surgiu. O romano teve que aceitar sua derrota diante de mais um enorme milagre, que demonstrava o amor de D'us pelo povo judeu (Talmud, Taanit 19b).

 

Nesta semana lemos a Parashat Ekev (literalmente "Se"), que traz, entre outros assuntos, o segundo parágrafo do Shemá Israel. Apesar de repetirmos o Shemá Israel algumas vezes todos os dias, muitas vezes não prestamos atenção a pequenos detalhes importantes contidos nele. Por exemplo, está escrito: "E tomem cuidado para que seus corações não sejam seduzidos, e vocês se desviem, e sirvam outros deuses e se curvem diante deles. E a fúria de D'us queimará, e Ele fechará o céu e não haverá chuva, e a terra não dará sua produção" (Devarim 11:16,17). A Torá está nos advertindo para não nos desviarmos da Torá e das Mitzvót, pois o desvio causará consequências trágicas. Mas por que o castigo seria justamente com a falta de chuvas?
 
Há ainda outro detalhe que desperta um profundo questionamento. A Torá traz diversos nomes de D'us, pois cada nome representa uma forma diferente Dele se relacionar conosco. Por exemplo, o nome de 4 letras (Iud - Hei - Vav - Hei) representa a misericórdia de D'us, enquanto o nome "Elokim" representa a Sua Justiça estrita. Quando a Torá descreve a "fúria" de D'us, esperaríamos que o nome de D'us utilizado fosse "Elokim". Porém, para a nossa surpresa, a Torá utiliza o nome de 4 letras de D'us. Por que o castigo da falta de chuvas está relacionado com a misericórdia de D'us, e não com a Sua justiça estrita?

Explica o Rav Moshe Chaim Luzzato zt"l (Itália, 1707 - Israel, 1746), mais conhecido como Ramchal, em seu livro "Messilat Yesharim" (Caminho dos Justos), que o mundo todo foi criado com o único propósito de servir o ser humano. Isto significa que todas as criaturas, árvores e pedras que existem no mundo seriam completamente desnecessários se não fosse pela existência do ser humano, que dá sentido para toda a criação. Segundo o Ramchal, o ser humano é o objetivo da criação de todo o universo.
 
De acordo com o Rav Elyahu Lopian zt"l (Polônia, 1876 - Israel, 1970), apesar desta afirmação do Ramchal parecer algo apenas teórico e filosófico, se abrirmos os olhos e refletirmos sobre o que ocorre à nossa volta, perceberemos que se trata de algo muito real e palpável. Por exemplo, a terra esconde muitos tesouros, como o ouro, a prata, o ferro e o petróleo. Para quem estariam destinadas estas riquezas se não fosse a existência do homem? Se o ser humano nunca tivesse existido, estes tesouros teriam permanecido para sempre escondidos embaixo da terra e toda a sua existência não faria sentido.
 
Outro ponto que chama a atenção é a incrível proporção dos elementos disponíveis no mundo. Podemos perceber que a frequência de incidência de cada elemento no mundo é diretamente proporcional a quanto este elemento é necessário ao ser humano. O elemento mais necessário é o ar que respiramos a cada instante e, por isso, este é o elemento mais abundante. Depois disso o elemento mais necessário ao ser humano é a água, que nos hidrata diariamente, e este é o segundo elemento mais encontrado. E assim por diante, quanto mais essencial é o elemento, mais ele é encontrado em abundância no mundo. Por outro lado, quanto menos essencial é certo elemento, menos ele é encontrado na natureza. Tudo isto indica que o mundo foi criado com uma incrível sabedoria e uma bondade ilimitada de D'us, para atender as necessidades do ser humano, que é o objetivo de toda a criação.
 
Porém, há um pequeno detalhe que foge desta regra encontrada em toda a natureza. Há algo que, sem nenhuma sombra de dúvidas, é de extrema necessidade para o ser humano e, mesmo assim, não está incluído dentro de um sistema fixo e constante de abastecimento: as chuvas, que trazem vida para o mundo. O mundo não poderia existir sem as chuvas e, mesmo assim, elas parecem não seguir nenhum padrão fixo e determinado. Qual é a diferença entre as chuvas, um elemento sujeito a muitas mudanças, e os outros elementos da natureza, que seguem padrões fixos? Por que há anos chuvosos seguidos de anos de estiagem? Por que às vezes as chuvas caem antes do período esperado, enquanto outras vezes elas atrasam? Por que às vezes cai apenas uma chuva leve, que mal consegue irrigar os campos, enquanto outras vezes caem temporais que alagam cidades inteiras?
 
De acordo com o Rav Lopian, justamente pelo fato de toda a existência do mundo depender das chuvas, D'us deixou este elemento sem uma ordem fixa, para que todos saibam que tudo está em Suas mãos. O ser humano vive com a arrogância de achar que pode controlar tudo. Mandamos o homem para a lua, conquistamos os picos mais altos do planeta e alcançamos as fossas mais profundas dos oceanos. Isto nos causa a ilusão de que podemos tudo, de que somos ilimitados. Então a chuva surge como um lembrete constante da nossa limitação. Mesmo se juntássemos todos os cientistas do mundo, eles não conseguiriam fazer cair nem mesmo uma única gota de chuva. Isto traz a humanidade novamente para a humildade, para o entendimento de que tudo o que temos é um presente de D'us, e não o fruto dos nossos esforços.
 
Porém, apesar de os cientistas não conseguirem fazer a chuva cair através de seus experimentos científicos, podemos fazer a chuva vir ao mundo através dos nossos bons atos. O "Shemá Israel" nos ensina que as chuvas são fixadas de acordo com o nosso comportamento. Quando cumprimos a vontade de D'us, então Ele traz ao mundo a chuva, como está escrito: "Se vocês andarem nos Meus estatutos, guardarem as Minhas Mitzvót e as cumprirem, então Eu mandarei as suas chuvas nos momentos corretos" (Vayikrá 26:3,4). Porém, quando nos desviamos dos caminhos corretos, então as chuvas não irrigam mais o mundo, como está escrito na nossa Parashá: "Ele fechará o céu e não haverá chuva".

Quando nos comportamos com humildade e retidão, D'us nos sustenta com Brachót (Bênçãos). Porém, quando nos desviamos, D'us nos manda lembretes de que precisamos voltar ao caminho correto. Os castigos de D'us não são um ato de vingança pelos nossos maus atos. D'us quer que possamos consertar os nossos erros, Ele quer que possamos fazer o bem. Da mesma forma que um pai castiga seu filho para educá-lo, para garantir que se tornará um adulto correto, assim também D'us nos castiga por amor, para nos despertar. É por isso que junto com o aviso do castigo está o Nome de misericórdia de D'us, para nos ensinar que, como um pai, Ele quer o melhor para os Seus filhos, mesmo que para isso seja necessário, de vez em quando, dar "tapas" de amor.

Shabat Shalom

R' Efraim Birbojm

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HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT - PARASHAT EKEV 5778:

São Paulo: 17h25  Rio de Janeiro: 17h14  Belo Horizonte: 17h20  Jerusalém: 18h59
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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