quinta-feira, 19 de abril de 2018

PAZ INTERNA - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHIÓT TAZRIA E METSORÁ 5778

BS"D
O E-mail desta semana foi carinhosamente oferecido pela Família Lerner em Leilui Nishmat de: 

Miriam Iocheved bat Mordechai Tzvi z"l

Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, favor entrar em contato através do e-mail 
efraimbirbojm@gmail.com.
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PAZ INTERNA - PARASHIÓT TAZRIA E METSORÁ 5778 (20 de abril de 2018)

Yossi era um judeu sobrevivente dos Campos de Concentração. No final da guerra, ele decidiu ir aos Estados Unidos para reconstruir sua vida. Ele não gostava muito de relembrar os horrores da guerra e nunca falava sobre o seu passado. Certa vez alguém soube que ele era sobrevivente do Holocausto e quis saber um pouco da sua história, de como ele havia conseguido sobreviver ao inferno nazista. Ele então contou algo emocionante:
 
- Você sabe por que eu estou vivo hoje? Na época da guerra, eu era apenas um adolescente. Fui separado dos meus pais e colocado em um vagão de carga, como se eu fosse um animal, e levado para Auschwitz. Era inverno e, quando chegou a noite, um frio congelante tomou conta daquele vagão. Os alemães deixavam os vagões parados durante dias, sem comida e, obviamente, sem cobertores para manter os judeus aquecidos. Ao meu lado estava sentado um judeu mais velho, que era da minha cidade natal. Eu o reconheci, mas nunca o havia visto com aquela aparência. Ele tremia muito e estava terrivelmente pálido. Então envolvi meus braços ao redor dele e comecei a esfregá-lo para aquecê-lo. Esfreguei os braços, as pernas, o rosto, o pescoço. Eu implorei que ele continuasse vivo.
 
- Durante toda a noite eu mantive aquele homem aquecido desta maneira - continuou Yossi - Eu estava exausto, com frio, meus dedos estavam entorpecidos, mas eu sabia que não podia parar de esfregar e trazer calor ao corpo daquele homem. Horas e horas passaram e, finalmente, aquela noite interminável chegou ao fim. Veio a manhã e o sol começou a brilhar. Comecei a sentir algum calor no vagão e a luz começou a entrar. Então olhei ao redor e, para o meu horror, tudo o que pude ver foram corpos congelados. Havia naquele vagão um silêncio mortal. Ninguém mais naquele vagão havia sobrevivido àquela noite, todos morreram congelados. Apenas duas pessoas sobreviveram: aquele senhor e eu. O velhinho sobreviveu porque alguém o manteve aquecido. Eu sobrevivi porque estava aquecendo alguém. (História real)

Nesta semana lemos duas Parashiót juntas, Tazria (literalmente "Concebe") e Metsorá (literalmente "Pessoa contaminada com a doença Tzaráat"). O ponto em comum entre as duas Parashiót é que elas falam sobre uma terrível doença espiritual, a Tzaráat, que atingia a alma da pessoa contaminada e também causava manchas na sua pele. A principal causa da Tzaráat era o Lashon Hará, a maledicência, usar o dom da fala para denegrir outras pessoas e causar sofrimentos e danos físicos ou psicológicos.
 
O processo de cura da Tzaráat era longo e complexo. A pessoa contaminada deveria se isolar fora do acampamento, como está escrito: "Ele está impuro. Ele habitará em isolamento, a sua morada será fora do acampamento" (Vayikrá 13:46). Por pelo menos sete dias a pessoa contaminada com Tzaráat ficava sozinha, completamente isolada do resto do povo. Por que este isolamento era necessário? De acordo com o Talmud (Arachin 16b), através de seu comportamento antissocial e seu Lashon Hará, a pessoa causou discórdia e afastamento entre as pessoas. A punição então era "Midá Keneged Midá" (medida por medida), pois D'us fazia com que o transgressor tivesse que se isolar e se afastar das outras pessoas.
 
Muitos livros traduzem equivocadamente a doença da Tzaráat como sendo "lepra", pelo fato de a Tzaráat também causar manchas na pele, semelhantes ao que ocorria com alguém que havia contraído lepra. Porém, enquanto a lepra era uma doença física, a Tzaráat era uma doença espiritual. A prova disso é que quem verificava as manchas que surgiam na pessoa suspeita de estar com Tzaráat era um Cohen (sacerdote), não um médico. Caso se confirmasse que as manchas tinham as características de Tzaráat, então o Cohen proclamava a pessoa como sendo "Metsorá" e ela precisava começar os processos de cura e purificação, como está escrito "E no dia em que aparecer carne viva, ele estará contaminado" (Vayikrá 13:14).
 
Porém, o Midrash (Torá Oral) nos ensina que da linguagem "no dia" aprendemos que havia dias em que a pessoa com manchas era verificada para ser proclamada Metsorá, mas havia dias em que a pessoa não era verificada. Isto significa que há exceções, sendo uma dela a pessoa recém-casada, que ainda estava no período de "Sheva Brachót" (sete dias de festividades após o casamento). Mesmo que ela apresentasse manchas de Tzaráat neste período, o Cohen não o examinava até o fim do Sheva Brachót.
 
Porém, este ensinamento do Talmud é difícil de ser entendido. A Tzaráat era uma consequência de uma grave atitude antissocial, daquele que não se importou com a honra do próximo e falou Lashon Hará. Por que a Torá permitia que um recém-casado começasse um relacionamento com sua esposa antes de se curar deste comportamento negativo, que certamente atrapalharia o novo relacionamento?

A resposta está em outro interessante ensinamento da Torá. D'us ordenou aos Cohanim que eles abençoassem o povo judeu, como está escrito: "E disse D'us para Moshé: Diga para Aharon e seus filhos: Assim vocês devem abençoar os Filhos de Israel: 'Que D'us te abençoe e cuide de você. Que D'us ilumine Sua face sobre você e te agracie. Que D'us levante Sua face para você e lhe conceda a paz'" (Bamidbar 6:22-26). Mas por que estas Brachót, que os Cohanim sempre pronunciam diante de muitas pessoas, são ditas no singular? Pois D'us quer que cada judeu sinta que a Brachá foi dada individualmente para ele, mostrando que, para D'us, cada pessoa é única e especial.
 
Esta explicação é bonita, mas aparentemente não se aplica para a última Brachá. A Brachá de "Shalom" (paz) deveria ser dita no plural, pois sempre que não há paz, há pelo menos duas pessoas, dois grupos ou dois países envolvidos. Se ninguém tem sozinho falta de paz, então por que a Brachá de Shalom também é dita no singular e não no plural?
 
Explica o Rav Yohanan Zweig que o comportamento antissocial normalmente é exibido por alguém que está descontente consigo mesmo. Quando a infelicidade de uma pessoa decorre do sentimento de que ela não é valorizada pela sociedade, ela fica deprimida e isso pode levar a um comportamento antissocial. Isto significa que, quando uma pessoa não está bem com os outros, isto é um sinal de que ela não está bem consigo mesma. A paz verdadeira começa com o indivíduo e, por isso, a Brachá de Shalom também é dada de forma individual, não coletiva.
 
Desta maneira entendemos a exceção da Torá feita à pessoa recém-casada. Durante o período do "Sheva Brachót", o noivo recebe o status elevado de um rei. A alegria que ele experimenta com essa atenção especial serve para suprimir qualquer comportamento antissocial que ele possa, em circunstâncias normais, ter exibido. Existe até a chance de a alegria que ele sente nestes dias alterar seu comportamento e transformar sua personalidade. Portanto, a Torá instrui o Cohen a não verificar as manchas de Tzaráat de um noivo durante os sete dias de celebração, pois nestes dias sua predisposição para o comportamento antissocial não representa uma ameaça para o relacionamento com sua nova esposa. Pelo contrário, ele pode até ser curado, por causa da injeção de ânimo e autoestima daquela semana especial.
 
Pessoas com comportamentos antissociais nos incomodam. São pessoas que parecem gostar de criar confusão e de se queixar de tudo e de todos. Como reagimos a este tipo de pessoa? Normalmente revidamos com grosserias e nos afastamos dela. Porém, a Torá está nos transmitindo algo importante, que pode nos ajudar a resolver este tipo de problema. A maioria das pessoas com comportamentos antissociais está passando por algum tipo de dificuldade, em especial com sua autoestima, e acabam descontando nos outros sua amargura e seu descontentamento. Isto normalmente é consequência de a pessoa não ter recebido a devida atenção ou não saber seu verdadeiro valor.
 
Às vezes não sabemos como ajudar pessoas que estão passando por problemas. Não nos sentimos aptos por não termos feito nenhum curso na área de relacionamentos humanos, como fazem os psicólogos. Porém, a Torá está nos ensinando que é muito mais fácil do que imaginamos ajudar os outros. A cura de muitas pessoas com comportamento antissocial pode estar em pequenas atitudes, como um elogio ou mostrar para a pessoa o quanto ela é importante, pois isto dá vida para ela. A Torá está nos garantindo que, quando damos honra a alguém, quando mostramos o quanto ele é especial, então ele pode mudar seu comportamento, pode se tornar uma pessoa mais positiva, pode ver a vida com outros olhos. Na Brachá de Shalom, D'us fala no singular, pois dar honra e respeito para uma pessoa, mostrar que ela é única e especial, pode trazer a paz de verdade.
 
Se pararmos para refletir, perceberemos algo incrível: quando damos a alguém vida, recebemos também vida de volta. Quando ajudamos a resolver o problema dos outros, automaticamente estamos resolvendo os nossos próprios problemas. Se uma pessoa não está em paz com ela mesma, também não estará em paz conosco. Mas se conseguirmos trazer paz interna para as outras pessoas, de volta receberemos muita paz e tranquilidade na vida. Este é o segredo do judaísmo: quando você aquece os corações de outras pessoas, você também se aquece. Quando você apoia, incentiva e inspira outros, então você recebe apoio, incentivo e inspiração em sua própria vida também. Se queremos receber vida, então devemos, antes de tudo, dar vida aos outros.

Shabat Shalom

R' Efraim Birbojm

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HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT - PARASHIÓT TAZRIA E METSORÁ 5778:

                   São Paulo: 17h28  Rio de Janeiro: 17h16                    Belo Horizonte: 17h20  Jerusalém: 18h36
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Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Eliahu ben Esther, Moshe ben Feigue, Laila bat Sara.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l, Eliezer ben Arieh z"l; Arieh ben Abraham Itzac z"l, Shmuel ben Moshe z"l, Chaia Mushka bat HaRav Avraham Meir z"l, Dvora Bacha bat Schmil Joseph Rycer z"l, Alberto ben Esther z"l, Malka Betito bat Allegra z"l.
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(Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai).
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