sexta-feira, 1 de setembro de 2023

RECONHECIMENTO E AGRADECIMENTO - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ KI TAVÔ 5783

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PARASHÁ KI TAVÔ



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MENSAGEM DA PARASHÁ KI TAVÔ

ASSUNTOS DA PARASHÁ KI TAVÔ
  • Primeiros Frutos (Bikurim).
  • Declaração pela separação dos Dízimos.
  • Relacionamento de D'us e o povo judeu.
  • O novo pacto: as pedras escritas.
  • Tornando-se uma Nação.
  • A Brachá e a Klalá.
  • A Brachá pela obediência.
  • A Klalá pela desobediência.
  • O Pacto.
  • O discurso final de Moshé.
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RECONHECIMENTO E AGRADECIMENTO - PARASHÁ KI TAVÔ 5783 (01/set/23)

"O Rav Shalom Eisen zt"l (Israel, 1916 - 1987) foi um importante Dayan (juiz) em Jerusalém por muitos anos. Uma de suas características mais marcantes era o "Hakarat HaTov", saber reconhecer as bondades recebidas. Por exemplo, durante a época em que ele estava muito doente, alguns jovens estudantes da Yeshivá que se revezavam para ajudá-lo em casa. Sempre que ocorria alguma Simchá destes jovens estudantes, o Rav Shalom se esforçava para participar delas, apesar das dificuldades, da dor e das restrições causadas por sua doença. E quando o Rav Shalom dava suas aulas, ele se levantava, apesar da dificuldade e das dores. Ele dizia que se sentia obrigado a dar as aulas e a se levantar, em uma demonstração de gratidão aos jovens alunos que cuidavam dele.

Porém, uma das suas maiores demonstrações de Hakarat HaTov ocorreu quase no final de sua vida. Com o tempo a doença do Rav Shalom foi piorando, suas pernas foram ficando mais fracas e seus olhos escureceram. Um médico de Israel orientou que ele fizesse um tratamento novo nos Estados Unidos. Ele foi, passou lá algum tempo e, quando voltou, continuou a lutar contra aquela doença que o consumia pouco a pouco. Então, chegou Adar, o mês da alegria, mas uma notícia muito triste chegou ao povo judeu: o falecimento do Rav Moshe Feinstein zt"l (Lituânia, 1895 - EUA, 1986), um dos maiores rabinos dos Estados Unidos. Seu enterro foi realizado em Jerusalém no dia seguinte da Festa de Purim. O Rav Shalom, doente e debilitado, queria muito participar, principalmente por se tratar de um dos maiores rabinos da geração. Porém, seu filho não permitiu, argumentando que ele não tinha forças para isso e, portanto, estava isento da obrigação. O Rav Shalom aceitou o argumento do filho e decidiu não ir ao enterro. Porém, poucos dias depois, ele chamou seu filho e disse:

- Preciso da sua ajuda. Parece que, de acordo com a lei, você precisa juntar um Minian para ir ao túmulo do Rav Moshe Feinstein e pedir perdão em meu nome por eu não ter participado do seu funeral.
 
- Pai, você não fez nada de errado! Você não tinha forças para participar - disse seu filho, chocado - Como você poderia ter ido?

- Você tem razão - respondeu o Rav Shalom - de acordo com a lei, eu estava isento de participar do enterro. Apesar do Rav Moshe Feinstein ser um grande líder do povo judeu, uma situação que obriga todos a participarem de seu enterro, mesmo assim eu estava isento, pois eu não tinha forças. Porém, lembrei de algo importante. Quando eu estive nos Estados Unidos, deitado em uma cama, fraco e fragilizado, eu vi quando o Rav Moshe Feinstein veio me visitar. Como ele fez este esforço por mim, eu sinto muita gratidão por ele. Pode ser que eu estava isento de participar do enterro dele pelo lado da Halachá, mas não sei se eu estava isento pelo lado do Hakarat HaTov. Por isso, preciso ir ao seu túmulo pedir desculpas.
 
O Rav Shalom não se tranquilizou enquanto seu filho não prometeu que iria até o túmulo do Rav Moshe Feinstein, acompanhado de um Minian, para pedir perdão."
 
O Hakarat HaTov é uma das características mais importantes que precisamos desenvolver. Devemos reconhecer e sentir gratidão mesmo pelas pequenas coisas que recebemos dos outros.

Nesta semana lemos a Parashá "Ki Tetsê" (literalmente "Quando você sair"), que traz uma quantidade enorme de Mitzvót, muitas delas "Bein Adam Lehaveiró", nos ensinando a importância de sermos misericordiosos e bondosos com as outras pessoas, e preocupados com os bens dos outros da mesma forma que nos preocupamos com os nossos próprios bens.
Nesta semana lemos a Parashá Ki Tavô (literalmente "Quando você vier"), que traz algumas Mitzvót que somente poderiam ser cumpridas depois que o povo judeu entrasse, conquistasse e se assentasse na Terra de Israel. Uma delas é a Mitzvá de Bikurim, na qual eram oferecidas as primeiras frutas de cada colheita, como está escrito: "E você tomará das primícias de todos os frutos da terra" (Devarim 26:2).

O Midrash traz um ensinamento muito interessante em relação à Mitzvá de Bikurim. A Torá começa com as palavras "No princípio D'us criou". A palavra "Princípio", "Bereshit", refere-se às primeiras frutas que nasciam, também chamadas de "Reshit". Isto significa que em mérito das primícias o mundo foi criado. Porém, o que este Midrash está nos ensinando? Qual é a singularidade da Mitzvá de Bikurim, a ponto de ser considerado que o mundo foi criado por causa dela?

Além disso, o Talmud (Bikurim 3:3) nos ensina que todos os trabalhadores de Jerusalém ficavam de pé diante daqueles que traziam os Bikurim e lhes perguntam sobre seu bem-estar. Porém, isto é contraditório com outro ensinamento, de que os trabalhadores estavam isentos de ficarem de pé e saudarem até mesmo os estudiosos de Torá enquanto estavam trabalhando, para que não ficassem ociosos e cometessem a transgressão de roubo! A resposta é que Torá está nos ensinando o quanto a Mitzvá de Bikurim é amada. Mas o que torna esta Mitzvá tão especial e querida aos olhos do povo?

Explica o Rav Yaacov Naiman zt"l (Bielorússia, 1909 - EUA, 2009) que a Mitzvá de Bikurim tem o efeito de plantar no nosso coração a Emuná. Porém, que tipo de Emuná precisa ser plantada? Se for a Emuná de que foi D'us que criou os céus e a terra, não é necessária uma Mitzvá para isso. Uma pequena reflexão leva cada indivíduo a reconhecer que há um Criador do mundo. Assim como uma estrutura, mesmo a mais simples, não pode ser construída sem um construtor, o mundo, em sua incrível perfeição e harmonia, não pode ter se criado sozinho, de forma completamente aleatória, através de uma explosão descontrolada.

Porém, há uma área na qual os Bikurim nos ajudam a colocar Emuná no coração. É fácil perceber a "Mão" de D'us na criação do universo, mas é difícil perceber a "Mão Divina" também nas coisas feitas pelo homem. Nossa tendência natural é pensar que nossa própria força e habilidade foram as responsáveis pelo nosso sucesso, ao invés de acreditar plenamente naquilo que dizemos: "E Você que dá vida a todos". A cada respiração deveríamos agradecer a D'us e louvá-Lo, pois é Ele que nos concede vida e força a cada instante. Sem Sua influência, seríamos apenas corpos mortos. Portanto, tudo o que temos vem apenas Dele.

O ser humano precisa entender que toda ação que parece estar sendo realizada por ele mesmo, através da sua própria força, na verdade é realizada pela força de D'us, pois não temos força própria. Este conceito é encontrado no início da Parashá "Ki Tetzê", onde está escrito: "Quando você sair à guerra contra seus inimigos que Hashem, teu D'us, entrega nas suas mãos" (Devarim 21:10). Ir à guerra envolve um grande esforço, além de investimentos em armas e equipamentos de guerra. Porém, mesmo assim, o ser humano deve saber que "Hashem, teu D'us, entrega nas suas mãos", pois é Ele que faz tudo acontecer.
 
Essa Emuná pode ser enraizada em nosso coração através da Mitzvá de Bikurim, pois quando o ser humano cultiva, planta, colhe e traz o fruto para sua casa, ele sente que o sucesso é graças ao seu esforço e sabedoria. Mas a Torá exige que ele vá ao Cohen e diga: "Declaro hoje a Hashem, teu Deus, que cheguei à terra que D'us jurou aos nossos antepassados ​​que nos daria" (Devarim 26:3). Ao fazer isso, ele anula a noção de que é seu próprio poder e força que resultaram em seu sucesso, e ao dizer: "D'us jurou que nos daria" ele expressa o reconhecimento de que tudo vem de D'us. Como o objetivo da criação dos céus e da terra é que o ser humano reconheça que toda a criação, e tudo que ela contém, pertence D'us, os Bikurim nos levam a esse entendimento. Por isso, foi em mérito dessa Mitzvá que o mundo foi criado.

Há, no entanto, mais um enorme benefício quando entendermos que mesmo os atos humanos são direcionados por D'us: o reconhecimento da bondade que recebemos, um dos fundamentos do Serviço a D'us. D'us criou e mantém o ser humano com bondade ilimitada. A vida, a alimentação, e o próprio ar que respiramos, entre outras coisas, são expressões da bondade de D'us, e devemos reconhecer esta bondade. Uma pessoa com sensibilidade espiritual constantemente refletirá e perceberá que D'us é o provedor de todo o bem que ele recebe, e agradecerá a Ele por isso. Por outro lado, aquele que é insensível, que não reconhece as bondades, não terá o hábito de agradecer a D'us pelas bondades que recebe.

O Rav Naiman, em nome do Ramban, explica que o versículo "um povo estúpido e não sábio" (Devarim 32:6) se refere aos Apikorsim (hereges). Mas por que o Apikores é chamado de "estúpido"? Pois ele não reconhece a bondade Divina. É como um homem que é convidado para a casa de seu amigo e desfruta de sua hospitalidade, comendo e bebendo, mas que se recusa a reconhecer a gentileza de seu anfitrião. Um homem assim é chamado de estúpido, e está a um pequeno passo da heresia, pois aquele que não reconhece a bondade do próximo também não reconhecerá a bondade de D'us.

Na primeira praga no Egito, Aharon foi designado para golpear o rio Nilo, e não Moshé, pois Moshé tinha a obrigação de reconhecer a bondade que o Nilo havia feito por ele quando era um bebê. Se em relação a um objeto inanimado é necessário reconhecer a bondade recebida, muito mais em relação a um ser humano. Portanto, a Torá enfatiza a importância da Mitzvá dos Bikurim. Ao trazer as primícias, o ser humano reconhece a bondade de D'us, percebendo a bênção que foi derramada sobre sua terra. É por isso que o Midrash ressalta que o mundo todo foi criado em mérito dos Bikurim, pois, se conseguirmos reconhecer e agradecer por tudo o que D'us nos faz de bondade, já terá valido a pena o mundo ter sido criado. 

SHABAT SHALOM - QUE SEJAMOS INSCRITOS E SELADOS NO LIVRO DA VIDA

              R' Efraim Birbojm

 

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O POÇO DOS DESEJOS - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ KI TETSÊ 5783

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MENSAGEM DA PARASHÁ KI TETSÊ

ASSUNTOS DA PARASHÁ KI TETSÊ
  • Mulheres cativas de guerra
  • A porção do Primogênito.
  • O Filho Rebelde.
  • Enforcamento e enterro do corpo.
  • Devolução de objetos perdidos.
  • O Animal caído.
  • Proibição de homens usarem roupas de mulher e vice versa.
  • Espantando a mãe pássaro.
  • Parapeito.
  • Agricultura Mista e Combinações proibidas.
  • Tsitsit.
  • A mulher casada difamada.
  • Se a acusação é verdadeira e o castigo por adultério.
  • A jovem comprometida.
  • Violação.
  • Casamentos proibidos: A esposa do pai, genitais mutilados, Bastardo, Amonitas e Moabitas, Edomitas e Egípcios.
  • Santidade do acampamento do exército.
  • Abrigando escravos fugitivos.
  • Proibição de prostituição.
  • Cobrança de Juros.
  • Mantendo as promessas.
  • O trabalhador em uma videira e no campo.
  • Divórcio e novo casamento.
  • Isenção da guerra no Shaná Rishoná.
  • Proibição de pegar a pedra do moinho como objeto de garantia.
  • Sequestro.
  • Lembrança do erro de Miriam e a Tzaraat.
  • Garantia para empréstimos e a honra do devedor.
  • Pagamento de salários na data certa.
  • Responsabilidades individuais.
  • Consideração pelas viúvas e órfãos.
  • Presentes da colheita aos pobres (Leket, Shichechá e Peá).
  • Chicotadas.
  • Levirato (Ibum e Halitzá).
  • Pessoa que ataca seu companheiro.
  • Pesos e Medidas corretos.
  • Lembrando Amalek.
     
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O POÇO DOS DESEJOS - PARASHÁ KI TETSÊ 5783 (25/ago/23)

"O imperador estava saindo do palácio para sua caminhada matinal quando encontrou um mendigo. Com dó daquele homem de roupas esfarrapadas, carregando apenas uma pequena tigela nas mãos, o imperador perguntou se ele precisava de algo. O mendigo riu e disse:

- Você está me perguntando como se pudesse satisfazer meus desejos! Com certeza você não conseguiria.

- Claro que posso satisfazer seus desejos - disse o imperador, ofendido - Apenas me diga o que você deseja e eu providenciarei. Sou uma pessoa muito poderosa! O que você pode desejar que eu não poderia lhe dar?

O que o imperador não sabia era que aquele mendigo era, na verdade, um anjo que havia sido enviado para despertá-lo, já que ele havia mergulhado na busca de prazeres e estava espiritualmente adormecido.
 
- Meu desejo é simples - disse o mendigo - Você vê esta tigela? Você consegue enchê-la com alguma coisa?
 
O imperador deu uma gargalhada. Era óbvio que ele podia encher aquela pequena tigela. Chamou um de seus empregados e ordenou que ele enchesse a tigela do mendigo com moedas de ouro. O empregado trouxe um grande saco de moedas e começou a despejar na tigela. Porém, as moedas que caíam dentro da tigela simplesmente desapareciam! Em certo momento o saco de dinheiro esvaziou, mas a tigela continuava vazia.

Aos poucos, o rumor se espalhou por todo o reino, e uma multidão enorme se reuniu na porta do palácio. O prestígio do imperador estava em jogo. Ele disse aos seus empregados:
 
- Estou disposto a perder toda a minha fortuna, mas não posso ser derrotado por esse mendigo!

Diamantes, pérolas e esmeraldas foram atiradas dentro da tigela, e os tesouros foram se esvaziando, mas a tigela do mendigo parecia inesgotável. Tudo o que era colocado nela desaparecia. Finalmente, já de noite, as pessoas estavam em completo silêncio. O imperador finalmente admitiu sua derrota.
 
- Você é vitorioso - disse o imperador, humilhado - porém, antes de partir, apenas satisfaça minha curiosidade. Do que é feita a sua tigela?

- Não há segredo - disse o mendigo, rindo - Ela é feita de desejo humano. Não há limites. Quanto mais for colocado, mais espaço haverá para colocar mais."

Assim funcionam nossos desejos. Primeiro vem uma grande empolgação, a sensação de que estamos prestes a alcançar algo novo e grandioso. E, então, conseguimos o celular novo ou o carro dos sonhos. Porém, de repente, tudo fica sem sentido novamente, um grande vazio. O carro continua na garagem, mas não há mais empolgação, pois a empolgação estava apenas em obtê-lo. Ficamos tão embriagados com o desejo que nos esquecemos que nosso interior está vazio. Então precisamos criar outro desejo, para escapar desse abismo profundo. Assim passamos a vida, pulando de um desejo para outro.

Nesta semana lemos a Parashá "Ki Tetsê" (literalmente "Quando você sair"), que traz uma quantidade enorme de Mitzvót, muitas delas "Bein Adam Lehaveiró", nos ensinando a importância de sermos misericordiosos e bondosos com as outras pessoas, e preocupados com os bens dos outros da mesma forma que nos preocupamos com os nossos próprios bens.

A Parashá começa falando sobre uma lei que se aplicava aos soldados do povo judeu que saíam para as guerras contra os inimigos. Logo depois a Parashá traz um assunto pesado: o "Ben Sorer uMorê", um filho rebelde que não escuta seus pais e cujas repreensões são ignoradas. Infelizmente esta criança, caso cumpras todos os requisitos definidos pela Torá, não tem esperança de melhoria e, portanto, deve ser morta.

Em geral, estudamos a Torá para colocar seus conhecimentos na prática. Até mesmo as histórias nos ensinam como devemos cumprir as Mitzvót e, desta maneira, fazer o que D'us espera de nós. Porém, a Mitzvá do Ben Sorer UMorê é uma exceção. Nos ensina o Talmud (Sanhedrin 71a) que nunca existiu e nunca existirá uma criança que preencha todos os requisitos necessários para ser qualificado como "Ben Sorer uMorê", isto é, que chegue ao nível de ser necessário aplicar a pena de morte. Então por que a Torá nos ensinou esta lei? Responde o Talmud que é para que possamos estudar e receber a recompensa pelo estudo. Mas falta conteúdos na Torá que podemos estudar para receber recompensa pelo estudo? Por que a recompensa vem de um assunto assim tão pesado?

Além disso, há outra pergunta famosa em relação à lei do "Ben Sorer uMorê". Rashi (França, 1040 - 1105) explica que o "Ben Sorer uMorê" vai se tornar um glutão e um beberrão, e iniciará a cometer pequenos furtos dentro de casa. No final ele acabará fazendo grandes roubos e chegará a cometer assassinatos. Portanto, é melhor que ele morra agora, inocente, do que seja condenado à morte por assassinato. Porém, a Torá nos conta sobre outro personagem importante, Ishmael, filho de Avraham Avinu com sua escrava Hagar. Ishmael cometia os piores tipos de transgressões, a ponto de Sara exigir que ele fosse expulso de casa, e foi apoiada por D'us. Ishmael e sua mãe se perderam no deserto e ele estava perto de morrer, mas D'us teve misericórdia e salvou sua vida. Mas por que Ishmael foi salvo, enquanto o "Ben Sorer uMorê" tinha que ser morto?

A resposta começa com as primeiras palavras da Parashá: "Quando você sair para a guerra contra o seu inimigo" (Devarim 21:10). Nossos sábios explicam que, além do entendimento mais simples do versículo, também podemos aprender lições importantes sobre a guerra contra o nosso maior inimigo: o Yetser Hará. Quando o povo judeu guerreava, havia dois tipos de guerra: as "Milchemet Mitzvá", guerras de conquista da Terra de Israel, cujas batalhas eram um comando de D'us e obrigatórias, e as "Milchemet Reshut", as guerras permitidas, mas que não eram obrigatórias. Explica o Midrash que este versículo inicial se refere às "Milchemet Reshut", pois o primeiro assunto é sobre mulheres cativas na guerra e nas "Milchemet Mitzvá" não havia cativos, já que o comando era destruir todos os habitantes idólatras e imorais.
 
Porém, deste Midrash podemos aprender algo mais profundo. Travamos uma guerra contra o Yetser Hará quando deixamos de comer alimentos que são proibidos. Porém, é uma guerra mais simples, já que o inimigo é conhecido. A guerra mais difícil que travamos é contra as coisas que são "Reshut", isto é, permitidas, mas que devemos exercer o nosso autocontrole, como ensina o Talmud (Ievamot 20a): "Se santifique com o que é permitido". Assim também ensinam os nossos sábios: "A inveja, o desejo e a honra tiram o homem do mundo" (Pirkei Avot 4:21). "Desejos" não se refere apenas às coisas proibidas, mas inclui também as coisas permitidas. Qualquer coisa que consumimos sem controle torna-se um vício, e todo vício faz mal, tanto materialmente quanto espiritualmente. Quando nos afundamos no materialismo das coisas permitidas, nos aproximamos um pouco mais das coisas proibidas. Os desejos desenfreados, portanto, nos afastam do nosso caminho espiritual, como nos ensina Shlomo Hamelech, o mais sábio de todos os homens: "Escute, meu filho, e torne-se sábio... Não fique entre os bebedores de vinho, entre os comilões que comem carne, pois o bebedor e o comilão empobrecerão" (Mishlei 23:19-21).
 
Esta é a diferença entre Ishmael e o Ben Sorer uMorê. "Sorer" significa alguém que se desvia dos caminhos corretos. Ishmael também era Sorer. Porém, "Morê" significa alguém que "Morê Heiter Leatzmô", isto é, alguém que procura desculpas para manter seus desejos e vícios, como fez Essav. Aquele que justifica seus maus atos já não tem mais chances de voltar. Rashi explica que Ishmael, apesar de ser um "homem selvagem", no final da vida fez Teshuvá e voltou aos caminhos corretos. Já Essav, quando escutou que seus pais estavam descontentes com suas duas esposas, que eram imorais e idólatras, a ponto de sua mãe Rivka dizer: "Se for para ver o meu filho Yaacov também casar como moças assim, eu prefiro não viver", o que ele fez? Casou-se com Basmat, filha de Ishmael, que não era idólatra. Porém, Essav não largou suas outras duas esposas. Ele estava preso ao vício. Ele encontrava sempre formas de se autoenganar, de criar permissões para continuar vivendo uma vida desviada, sem espiritualidade. É isto que o Ben Sorer uMorê representa, e é esta a recompensa do estudo: entender que o desejo desenfreado, mesmo de coisas permitidas, nos leva à ruína física e espiritual.
 
Na continuação, a Parashá traz outra Mitzvá: "Você não verá o burro de seu irmão ou seu boi caído sob sua carga na estrada e os ignorará. Em vez disso, você deve levantá-lo com ele" (Devarim 22:4). As palavras finais do versículo, "com ele", nos ensinam que temos a obrigação de ajudar somente se o dono do burro também fizer a sua parte. Da mesma forma, às vezes D'us nos vê caídos sob nossa carga, isto é, nosso materialismo, e quer nos ajudar a levantar. Porém, antes temos que fazer nossa parte, demonstrar a nossa vontade de levantar.
 
Estamos nas últimas semanas do ano. Em breve chegaremos a Rosh Hashaná, o Dia do Julgamento. Mais do que o passado, D'us quer saber das nossas propostas para o futuro. Que possamos mostrar a Ele que queremos nos livrar dos vícios e de tudo o que nos prende ao mundo material, como ensinam nossos sábios: "Quem é o valente? Aquele que conquista sua má inclinação" (Pirkei Avót 4:1)

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R' Efraim Birbojm

 
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