quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

SÍNDROME DO BURACO DA FECHADURA - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ VAERÁ 5783

BS"D
O e-mail desta semana é dedicado à Refua Shleima (pronta recuperação) de 

Sr. Gabriel David ben Rachel
Haim David ben Esther
Chaim Michael ben Matania

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O e-mail desta semana é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de 
Haviva Bina bat Moshe  

Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, entrar em contato através do e-mail 
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PARASHÁ VAERÁ



         São Paulo: 18h37                  Rio de Janeiro: 18h23 

Belo Horizonte: 18h19                  Jerusalém: 16h26
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MENSAGEM DA PARASHÁ VAERÁ

 
ASSUNTOS DA PARASHÁ VAERÁ
  • Hashem garante novamente a Moshé que o povo será salvo.
  • As 4 expressões de libertação.
  • Genealogia de Moshé e Aharon.
  • O cajado vira uma serpente.
  • Sangue: A 1ª Praga.
  • Rãs: A 2ª Praga.
  • Piolho: A 3ª Praga.
  • Hordas de animais selvagens: A 4ª Praga.
  • Epidemia: A 5ª Praga.
  • Sarna: A 6ª Praga.
  • Granizo: A 7ª Praga.
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SÍNDROME DO BURACO DA FECHADURA - PARASHÁ VAERÁ 5783 (20/jan/23)

Certa vez, o Rav Yossef Shlomo Kahaneman zt"l (Lituânia, 1886 - Israel, 1969), mais conhecido como Ponovezher Rav, saiu em viagem pelo mundo para levantar fundos para a Yeshivá. Ele chegou em Roma em uma noite fria e chuvosa, e seu companheiro de viagem, o Dr. Moshe Rothschild, ansiava por um quarto de hotel confortável e um pouco de chá quente. Porém, o Rav Kahaneman tinha outra coisa em mente. Ele pediu ao motorista do taxi para ser levado ao Arco de Tito imediatamente. O motorista perguntou se ele não preferia fazer isso na manhã seguinte, mas o Rav disse que precisava fazer algo urgente e não podia esperar pela manhã.
 
O Arco de Tito é um monumento que foi construído para comemorar a queda de Jerusalém e o exílio do povo judeu, sob o comando do general Tito. Ao chegar ao Arco, o Rav Kahaneman saiu do carro e ficou parado na chuva gelada. Ele olhou para o Arco por algum tempo, depois ajeitou seu casaco, seu chapéu e gritou:
 
- Tito! Tito Harashá! Dê uma boa olhada no que aconteceu. Você arrastou meu infeliz povo para fora de nossa terra há dois milênios, e os conduziu a um exílio do qual nunca mais retornariam. Você voltou para sua casa em Roma, na época a mais poderosa nação na terra, em glória e triunfo. Porém, Tito, onde está você? O que aconteceu com a glória de Roma? O que aconteceu com o império infalível que deveria durar para sempre? O povo judeu, no entanto, ainda está aqui e continua a florescer. Tito, ainda estamos aqui! Onde você está?
 
O Rav Kahaneman contava aos seus alunos que, depois desta experiência, sentiu uma sensação incrível ao pousar no aeroporto Ben Gurion, em Israel.

Nesta semana lemos a Parashá Vaerá (literalmente "E Eu apareci"). Na realidade, o início desta Parashá é uma bronca que D'us estava dando em Moshé. No final da Parashá da semana passada, Shemot, Moshé e Aharon finalmente foram falar com o Faraó e, em nome de D'us, pediram para que o povo judeu fosse libertado para que pudesse ir ao deserto servi-Lo. A reação do Faraó foi bem diferente do que eles esperavam. Não apenas ele não concordou em enviar os judeus, mas tornou suas vidas ainda mais miseráveis. Até aquele momento o Faraó fornecia palha aos escravos judeus para que eles fizessem os tijolos, mas daquele momento em diante eles precisariam manter a mesma cota de tijolos tendo que providenciar sua própria palha. Portanto, a primeira visita de Moshé e Aharon ao palácio do Faraó pareceu ser contraproducente para o povo judeu.

Os judeus criticaram Moshé, acusando-o de ter "entregado a espada na mão do Faraó para matá-los". Moshé ficou triste com o ocorrido e questionou D'us sobre a sua missão: "Por que Você fez mal ao Seu povo? Por que Você me enviou?" (Shemot 5:22). D'us então respondeu para Moshé: "Agora você verá o que Eu farei ao Faraó, pois através de uma Mão forte ele os enviará" (Shemot 6:1). O entendimento mais simples é que D'us estava tranquilizando Moshé, dizendo que tudo fazia parte de um plano maior. Porém, Rashi explica o versículo de outra maneira. D'us ficou bravo com Moshé, em especial por ter utilizado a expressão "Você fez mal ao Seu povo". D'us estava dizendo a Moshé que, por sua falta de Emuná, ele veria o que aconteceria com o Faraó, mas não veria o que aconteceria com os reis dos sete povos, após a entrada do povo judeu em Israel.

A reação do povo judeu e de Moshé é natural e compreensível. Seres humanos estão limitados ao tempo e ao espaço. Nossa perspectiva sobre a vida é extremamente estreita, vemos apenas o "aqui e agora". É o que os nossos sábios chamam de "Síndrome do buraco da fechadura", isto é, vemos o mundo apenas pelo pequeno buraco de uma fechadura, nunca enxergando o contexto completo do que está acontecendo. O equivalente seria uma pessoa se aproximar de um quadro bonito. Se a pessoa chegar perto demais, terá apenas uma visão limitada da imagem. A única maneira de apreciar a imagem do quadro é se afastar para vê-lo por completo.

Talvez este seja o significado de um ensinamento do Talmud (Brachot 10a), que analisa o versículo "Não há ninguém tão sagrado quanto D'us, pois não há outro além de Você, e não há Rocha como o nosso D'us" (Shmuel I 2:2). As palavras "Ein Tzur K'Elokeinu" (não há Rocha como o nosso D'us) é interpretada pelo Talmud como "Ein Tzaiar K'Elokeinu" (Não há Artista como o nosso D'us). O que o Talmud está nos ensinando? A história do Universo é como se fosse um mural e D'us está no meio do trabalho de pintar este mural. Mas não é apenas um mural que vai de parede a parede, e sim um mural que vai desde o início do universo até o fim dos tempos. Nossa existência limitada é como alguém que se aproxima de um pequeno pedaço deste gigantesco "mural" e tenta entender o que o "Artista" pretende transmitir. Certamente nunca conseguiremos entender o mural completo olhando apenas um pequeno pedaço.
 
Foi o que aconteceu com os judeus no Egito, após o primeiro encontro de Moshé com o Faraó. A esperança havia voltado e o espírito do povo judeu havia se reerguido, após séculos de dificuldades e sofrimentos, para serem novamente quebrados pouco tempo depois. A situação deles não apenas não melhorou, mas ficou ainda pior. Porém, eles estavam observando um pequeno momento, apenas o pequeno buraco da fechadura, sem conseguir ver a imagem maior. Na realidade, o povo judeu estava fazendo a talvez mais antiga das perguntas: "Por que os perversos prosperam e os justos sofrem?". Parte da resposta é justamente saber que estamos apenas olhando um pequeno momento na linha do tempo e, por isso, ainda não conseguimos ver a imagem completa.

Nos ensina o Midrash, em nome do Rav Yehoshua ben Levi, que a característica de D'us, que é Todo Poderoso, não é como a de alguém de carne e osso. Um cirurgião faz um corte com um bisturi, mas fecha o ferimento com pontos, ataduras e remédios. O cirurgião não consegue curar com o mesmo instrumento que ele utilizou para fazer o corte. O Todo Poderoso, no entanto, traz a cura com o próprio instrumento que Ele usou para trazer o sofrimento. Isso pode ser observado na história de Yossef, que foi vendido como escravo por causa dos seus sonhos, e foi elevado à realeza por causa dos sonhos. Se parássemos no meio da história de Yossef, acharíamos que os sonhos foram o motivo de sua queda. Mas, como o Midrash ressalta, por causa dos sonhos ele chegou a governar todo o Egito. A causa aparente do problema foi a maior fonte de cura.

Outro exemplo marcante é tentar imaginar como foi viver a Inquisição espanhola. O que era ser judeu em Tishá Be Av de 1492? Naquela época, os judeus espanhóis tiveram que fazer uma difícil escolha: converter-se ao cristianismo ou abandonar imediatamente o país sem levar nada. Milhares e milhares de judeus passaram no teste e abandonaram a Espanha, deixando para trás tudo o que tinham, ao invés de se converterem ao cristianismo. Depois de tudo o que os judeus haviam contribuído para a sociedade espanhola, o que a Espanha fez aos judeus era uma horrível injustiça. Por exemplo, o Ministro das Finanças, que era judeu, havia dado uma grande parte do seu próprio dinheiro para financiar o governo dos reis Fernando e Isabel. O que os judeus daquela época estavam pensando? Provavelmente o mesmo que nós estaríamos pensando: "A Espanha vai receber o que merece! D'us retribuirá a maldade que ele fizeram, e veremos isso com os nossos próprios olhos!". Porém, ao invés disso, naquele mesmo dia, em Tishá Be Av de 1492, Cristóvão Colombo partiu e encontrou a maior riqueza que qualquer país havia descoberto nos últimos 500 anos. A descoberta da América, o "Novo mundo", com todas as suas valiosas matérias-primas, tornaram a Espanha um país muito rico e poderoso, a "superpotência" daquela época. Onde estava a Justiça Divina? Quase 100 anos depois, além do tempo de vida de qualquer um dos exilados judeus, o exército espanhol foi derrotado. Porém os exilados nunca viram isso. Eles foram às suas sepulturas pensando: "Esta é a Torá e esta é a sua recompensa? Esta é a Justiça do Todo-Poderoso, a Espanha conseguir esta grande vitória no mesmo dia em que nos expulsou?".

No entanto, a ironia é que "com aquilo com que Ele nos feriu, Ele nos curou". A Espanha acabou trazendo para o povo judeu uma salvação gigantesca. Eles descobriram a América e, após 400 anos, os judeus puderam vir para a América, quando não havia outro lugar para ir, antes e depois do Holocausto. A América também foi o refúgio para milhares de judeus que deixaram a Rússia na virada do século, fugindo dos pogroms da Rússia czarista. A América salvou uma grande parcela do povo judeu. Quem é o responsável por toda esta salvação? O governo espanhol, atuando como instrumento do Criador do mundo. Mas isso levou quase 400 anos, desde 1492 até o final dos anos 1800, e ninguém vive 400 anos. As pessoas foram ao túmulo levando sua indignação.

Explica o Rav Issachar Frand que esta é uma grande lição sobre a Supervisão Divina. "Não há Rocha como nosso D'us. Não existe Artista como o nosso D'us". Nossa vida ainda é um trabalho em andamento nas Mãos de D'us. A história ainda está sendo escrita. O povo judeu reclamou com Moshé: "Você piorou a situação! Agora, iremos sofrer ainda mais!". Eles não conseguiram perceber que o aumento do sofrimento salvou-os de 190 anos de escravidão. Ao invés de ficarem no Egito por 400 anos, conforme havia sido profetizado para Avraham, eles tiveram que permanecer lá apenas por 210 anos. O que parecia ser algo ruim se demonstrou ser uma enorme bondade. Mas muitos judeus foram às suas sepulturas sem nunca perceberem isso, porque olhavam a foto de perto e não podiam ver o quadro completo na extensão da história.

É assim que D'us funciona, acima do tempo e do espaço, muito além do "aqui e agora". Nosso papel é manter a nossa Emuná, fugir da "Síndrome do buraco da fechadura", esperar e confiar na salvação de D'us. É muito difícil, especialmente quando estamos em um momento difícil, no meio de um sofrimento. Mas podemos ter a tranquilidade de saber que um dia tudo fará sentido. Por enquanto, ria das confusões, sorria por trás das lágrimas e continue lembrando que tudo acontece por um motivo maior.

SHABAT SHALOM 

R' Efraim Birbojm

 
Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l.
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Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com
 
(Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai).
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