sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

ARRANCANDO AS MÁS INCLINAÇÕES - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT VAISHLACH 5780






Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, favor entrar em contato através do e-mail efraimbirbojm@gmail.com.

   
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PARASHAT VAISHLACH 5780:

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ARRANCANDO AS MÁS INCLINAÇÕES - PARASHAT VAISHLACH 5780 (13 de dezembro de 2019)

"Quando Rafael era graduando na faculdade de psicologia, aprendeu uma lição que nunca mais esqueceu. No último dia de aula, uma professora subiu ao palco para ensinar uma lição final, que ela chamou de "lição sobre o poder da perspectiva". Como ela mostrou um copo de vidro, todos esperavam que ela mencionaria a típica metáfora do "copo meio vazio ou meio cheio". Porém, ao invés disso, com um sorriso, a professora perguntou:

- Quanto vocês acham que pesa este copo de vidro que eu estou segurando?

Os alunos começaram a gritar diferentes respostas, que iam desde alguns poucos gramas a até quase um quilo. Depois de deixar que todos dessem sua resposta, ela balançou a cabeça negativamente e disse:

- Acho que todos vocês erraram. Segundo meu ponto de vista, o peso absoluto deste copo é, na verdade, irrelevante. Tudo depende de quanto tempo eu vou segurá-lo. Se eu segurar por um minuto, ele é bem leve. Se eu segurá-lo por uma hora, seu peso pode fazer meu braço doer. Se eu segurá-lo por um dia inteiro, em algum momento meu braço vai se sentir entorpecido e paralisado, forçando-me a soltar o vidro no chão. Em cada caso, o peso absoluto do vidro não muda, mas quanto mais tempo eu segurá-lo, mais pesado ele será sentido.

A maioria dos estudantes não entendeu qual era a mensagem que ela queria transmitir. Então ela continuou:

- Esta é uma das lições mais importantes para suas vidas. Suas preocupações, frustrações, decepções e pensamentos estressantes são muito parecidos com este copo de vidro. Pense neles apenas por um instante e nada ruim vai acontecer. Pense neles um pouco mais e você começará a sentir uma dor perceptível. Pense neles o dia todo e você vai se sentir entorpecido e paralisado, incapaz de fazer qualquer outra coisa até soltá-los."

O mesmo se aplica aos nossos traços de caráter negativos. Quando repetimos más condutas, mesmo que seja com as melhores intenções, elas vão se tornando mais pesadas em nossas vidas. Afaste-se dos maus atos.

Nesta semana lemos a Parashat Vaishlach (literalmente "E enviou"), que descreve o reencontro dos irmãos, Yaacov e Essav. Yaacov havia fugido para esperar que a fúria de Essav se esfriasse, após ele ter recebido, com astúcia, a Brachá de primogenitura no lugar do seu irmão. Mesmo que já haviam se passado 36 anos, Yaacov preferiu enviar mensageiros para saber o que esperar do reencontro. As notícias não eram boas. Essav vinha acompanhado de 400 homens armados. Não era uma comitiva de boas vindas, e sim uma declaração de guerra.

A Torá descreve a reação de Yaacov diante das informações trazidas: "E Yaakov sentiu medo e ficou angustiado" (Bereshit 32:7). Mas por que a Torá utiliza duas expressões, medo e angústia? Rashi (França, 1040 - 1105) explica que Yaakov sentiu medo de que ele ou alguém de sua família fossem mortos na guerra, mas sentiu angústia por ser forçado a possivelmente matar outros durante a batalha.

Porém, esta explicação de Rashi levanta um questionamento. Yaacov era um homem de paz. Ele não estava começando uma guerra, ele estava apenas defendendo sua família da agressão de 400 Reshaim (perversos). Esta não era uma oportunidade para livrar o mundo do mal? Então por que ele sentiu-se angustiado?

Explica o Rav Moshe Feinstein zt"l (Lituânia, 1895 - EUA, 1986) que a resposta deste questionamento está em um interessante ensinamento do Talmud (Brachót 10a). Na época do Rabi Meir, um dos maiores sábios do Talmud, havia um grupo de Reshaim que o importunavam constantemente. O Rabi Meir passou então a rezar para que eles morressem. Porém, Bruria, sua esposa, discordou dele e disse: "Não é melhor rezar para que os malfeitores se arrependam do que rezar para que eles morram?". Foi neste sentido que Yaakov ficou angustiado. Obviamente ele queria acabar com o mal do mundo. O tempo inteiro ele se envolvia em esforços para transformar o mundo em um lugar melhor. Porém, a angústia era saber que, naquele momento, a forma de acabar com o mal seria através da morte de pessoas, e não do arrependimento delas. Isto lhe doeu muito.

Existe uma famosa pergunta filosófica: será que os fins justificam os meios? Em outras palavras, será que podemos tomar atitudes que não são completamente corretas se o propósito for alcançar um objetivo maior? Por exemplo, uma pessoa que rouba para ajudar os necessitados está fazendo algo correto? O Talmud (Nazir 10b) ensina que uma transgressão "Leshem Shamaim", isto é, com intenções puras e com o objetivo de fazer algo bom, tem o mesmo nível de uma Mitzvá feita com segundas intenções (isto obviamente não se aplica nos nossos dias, já que não temos mais nível espiritual para fazermos uma "transgressão Leshem Shamaim"). Porém, se esta afirmação é verdadeira, então por que nossos sábios do Talmud aconselhavam a pessoa a se envolver com Mitzvót, mesmo com segundas intenções, e não a fazer transgressões com intenções nobres?

Responde o Gaon MiVilna (Lituânia, 1720 - 1797) que, embora o resultado em ambos os casos possa ser o mesmo, quando a pessoa faz Mitzvót sem a intenção adequada, ao menos isto condiciona a pessoa a cumprir Mitzvót e, eventualmente, ela chegará a cumprir as Mitzvót com intenções corretas. Por outro lado, ao fazer um ato que normalmente é uma transgressão, mesmo que seja com boas intenções, a pessoa acaba se condicionando a fazer transgressões. Provavelmente, das próximas vezes o mau ato virá sem a intenção adequada. É isto que nos ensina a angústia de Yaacov. Mesmo quando há justificativas para cometer um "mau ato", ainda assim há um perigo inerente no uso de métodos normalmente associados a valores negativos.

É por isto que, imediatamente após D'us nos ordenar a destruirmos uma cidade na qual a maioria dos habitantes inclinou-se à idolatria, Ele garante que nos dará o atributo da misericórdia, como está escrito: "Para que D'us possa voltar atrás de Sua fúria e possa lhe conceder misericórdia" (Devarim 13:18). Segundo o Chafetz Chaim (Bielorrússia, 1838 - Polônia, 1933), uma vez que cumprir a Mitzvá de matar pessoas, mesmo sendo graves transgressores, pode induzir uma pessoa a ser cruel e impiedosa, então logo em seguida D'us nos promete uma Brachá especial de misericórdia, para neutralizar os efeitos negativos do "mau ato".

Nossos sábios vão além e afirmam que uma pessoa é punida caso tenha causado dor e incômodo a outra pessoa no momento em que cumpre uma Mitzvá, caso houvesse a possibilidade de ter feito a Mitzvá de forma que trouxesse menos incômodo. O ato de Yaakov, de receber as Brachót no lugar do irmão com astúcia, causou muito sofrimento a Essav, fazendo com que ele chorasse e gritasse de forma amarga. Este grito encontrou sua "vingança" centenas de anos depois, quando um descendente de Essav, Haman, fez com que Mordechai, um descendente de Yaacov, desse um grito amargo, quando o povo judeu estava sob o risco de extermínio.

Explica o Rav Zev Leff que foi por este motivo que Yaakov repreendeu Shimon e Levi quando eles resgataram Diná das mãos do príncipe de Shechem. Eles usaram métodos típicos de Essav, o assassinato e a enganação. Parte do conserto para as manchas negativas deixadas por este ato foi que os descendentes de Levi se tornaram professores de crianças. Levi cometeu o erro de pensar que os fins justificam os meios. Na educação das crianças, exatamente o oposto é verdadeiro. Quando ensinamos uma criança a cumprir Mitzvót, não estamos preocupados com o fim, a Mitzvá, pois os atos da criança ainda não são contados. Estamos preocupados com os meios, o desempenho das ações. Estas ações de Mitzvá, que um pai está obrigado a educar seu filho, condicionam a criança a agir de forma semelhante quando ela crescer. A Mitzvá de "Chinuch Banim" (educar as crianças) é, portanto, a antítese da ideologia equivocada de que os fins justificam os meios.

Além disso, se alguém utilizar meios impróprios para fazer um bom ato, corre o grande risco de ser punido caso suas intenções não sejam completamente puras. Uma vez que a ação por si só é uma transgressão, e é apenas a intenção que pode transformá-la em uma Mitzvá, caso falte a intenção boa, a ação se torna uma transgressão total. Quando Pinchás matou Zimri e Kozbi, por profanarem publicamente o nome de D'us, foi necessário D'us testemunhar pessoalmente que as intenções de Pinchás eram completamente puras, respondendo à queixa das tribos de que ele era um assassino. Se seu ato tivesse sido motivado por qualquer outra intenção, então ele teria sido de fato um assassino. O Rav Ovadia Sforno zt"l (Itália, 1475-1550) ressalta que, mesmo quando um criminoso era executado pelo Tribunal Rabínico, a pena deveria ser infligida com a única intenção do cumprimento do comando de D'us, e não por qualquer desejo pessoal de vingança.

A Amidá originalmente era composta por 18 Brachót, mas posteriormente mais uma Brachá foi acrescentada. Nesta Brachá, chamada "Velamalshinim" (delatores), pedimos que D'us destrua os hereges e delatores. Esta Brachá foi adicionada devido à perseguição física e espiritual que os judeus estavam sofrendo nas mãos de perversos. O sábio escolhido para compor esta Brachá foi Shmuel HaKatan, o mesmo sábio que ensinava: "Quando seu inimigo cair, não se alegre" (Pirkei Avót 4:19). Apenas uma pessoa com sentimentos puros em relação a seus inimigos poderia compor uma Brachá pedindo a destruição dos perversos.

Antes de usarmos a violência para destruir o mal do mundo, devemos nos certificar de que estamos agindo "Leshem Shamaim". Na dúvida, é melhor tentarmos através do amor e da simpatia para, desta maneira, trazer de volta nossos irmãos que estão distantes da Torá e da Mitzvót.
      
SHABAT SHALOM
               
R' Efraim Birbojm

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