sexta-feira, 18 de junho de 2010

SHABAT SHALOM MAIL - PARASHÁ CHUKAT 5770

BS"D
 
QUESTIONAMENTOS NA VIDA - PARASHÁ CHUKAT 5770 (18 de junho de 2010)
 
"Havia um rei que tinha um ajudante que, além de ser muito sábio, tinha uma característica especial: sempre que ele se encontrava em uma situação adversa, dizia: "Tudo é para o bem". Certa vez o rei e seu ajudante saíram juntos para caçar. De repente, passou um grande animal perto deles e o rei rapidamente apontou seu rifle e disparou. Mas algo deu errado no mecanismo da arma e o rifle explodiu na mão do rei, arrancando um de seus dedos. O rei caiu no chão e começou a se contorcer de tanta dor. O ajudante correu para ajudá-lo e, enquanto cuidava do ferimento, disse: "Não fique triste, rei. Tudo é para o bem". O rei perdeu a cabeça com a falta de sensibilidade daquele ajudante. Ele estava ali, se contorcendo de dor após ter perdido um dedo, e o sujeito vinha lhe dizer que tudo é para o bem! Quando voltaram ao palácio o rei chamou seus guardas e mandou jogar aquele ajudante insolente na prisão.
 
Alguns dias se passaram e o rei, sentindo que já estava recuperado, decidiu sair novamente para caçar. Mas desta vez ele foi sozinho, pois seu ajudante estava na prisão e ainda não havia sido perdoado. No meio da selva, o rei escutou alguns ruídos estranhos e, com muito medo, começou a voltar. Mas foi capturado por índios que estavam em busca de um sacrifício humano para os seus deuses. Já amarrado no altar, o rei esperava pela morte certa. Quando a lâmina já se aproximava do seu pescoço, um dos índios percebeu que o rei tinha um dedo faltando. Como eles poderiam oferecer aos deuses uma pessoa com um defeito? Imediatamente o rei foi libertado e pôde voltar para casa são e salvo.
 
No caminho de volta, o rei começou a refletir e lembrou-se das palavras de seu ajudante: "Tudo é para o bem". Ele estava certo, pois se não tivesse perdido o dedo no acidente com a arma, agora estaria morto. Com um profundo sentimento de gratidão, o rei imediatamente libertou seu fiel e sábio ajudante. Mas uma pergunta ainda lhe incomodava:
 
- Meu amigo, entendo que eu ter perdido o dedo tenha sido algo bom, pois isto salvou minha vida. Mas se tudo é para o bem, por que foi bom você ter ficado preso?
 
- Meu querido rei - respondeu o ajudante - Se eu não tivesse sido preso, estaria com você no momento em que foi capturado pelos índios. Quando eles percebessem que o rei não tinha um dedo e por isso não poderia ser sacrificado, certamente o escolhido para o sacrifício teria sido eu. Ter ficado na prisão salvou minha vida. Como eu sempre digo, tudo é para o bem"
 
Mesmo quando não conseguimos enxergar, temos que saber que existe uma Supervisão particular para tudo o que ocorre em nossas vidas. Tudo o que D'us faz, para o nosso bem Ele faz.
 
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A Parashá desta semana, Chukat, nos ensina sobre uma das mais enigmáticas Mitzvót da Torá: a purificação espiritual através das cinzas da vaca vermelha. Quando uma pessoa tinha contato com um morto, ela se tornava espiritualmente impura e precisa passar por um processo de purificação. Em uma das etapas do processo, as cinzas de uma vaca completamente vermelha (um animal muito raro, em toda a história do povo judeu apenas 9 destas existiram), misturadas com água e outros ingredientes, eram aspergidas sobre a pessoa impura.
 
Existem dois tipos de Mitzvót, os "Mishpatim" e os "Chukim". Os "Mishpatim" são as Mitzvót que conseguimos entender seus motivos de forma lógica e racional. Por exemplo, honrar os pais, não matar e não roubar. Já os "Chukim" são as Mitzvót que não conseguimos, segundo a nossa lógica, entender seus motivos. A Mitzvá da purificação espiritual através das cinzas da vaca vermelha é um exemplo clássico de um dos "Chukim" da Torá.
 
O que há de tão enigmático nesta Mitzvá? Quando as cinzas eram atiradas sobre uma pessoa impura, esta se purificava. Porém, a pessoa que havia atirado as cinzas se tornava espiritualmente impura. Como pode ser que a mesma substância purificava uma pessoa e impurificava outra no mesmo ato? Esta Mitzvá contraria tanto a nossa lógica que nem mesmo Shlomo Hamelech (Rei Salomão), o mais sábio e todos os homens, conseguiu entendê-la.
 
Porém, há um Midrash (parte da Torá Oral) que nos ensina que sim existe uma explicação lógica para esta Mitzvá, mas ela não nos foi revelada intencionalmente. O Midrash conta que quando D'us ensinou esta Mitzvá para Moshé, Ele falou: "Para você Eu revelarei o motivo desta Mitzvá, mas para os outros será um Chok". Há outro Midrash que diz que D'us nos revelará o motivo desta Mitzvá depois da vinda do Mashiach. Destes dois Midrashim surge uma grande pergunta: se existe um motivo, e futuramente ele será revelado para todos nós, por que por enquanto D'us o está ocultando?
 
Explica o Rav Yossef Salant que, com a Mitzvá das cinzas da vaca vermelha, D'us quis acostumar o ser humano a cumprir as Mitzvót mesmo quando elas pareçam ilógicas e sem sentido aos nossos olhos. E através do cumprimento destas Mitzvót ilógicas, o ser humano pode aprender a não questionar D'us quando confrontado com acontecimentos que são estranhos e ilógicos aos nossos olhos. Pois quando as pessoas começam a questionar a bondade de D'us, este é o primeiro passo para o afastamento espiritual. Portanto, o ocultamento do motivo desta Mitzvá teve como principal propósito enraizar em nossos corações a idéia de que, da mesma forma que logicamente não conseguimos entender todas as Mitzvót, assim também não temos capacidade de entender logicamente os caminhos e o comportamento de D'us no mundo. Quando o Mashiach chegar, começará uma época em que não teremos mais notícias "ruins" no mundo e, portanto, não mais haverá questionamentos sobre a bondade de D'us. Então o motivo desta Mitzvá poderá ser finalmente revelado a todos.
 
Todas as vezes que questionamos sobre os caminhos de D'us, estamos cometendo um grave erro. Nossa falta de entendimento vem do fato de tentarmos aplicar a lógica humana a D'us. Se algum acontecimento não está correto segundo a nossa lógica, então chegamos à conclusão que D'us errou ou que D'us não é bom. Isto é, antes de tudo, falta de humildade do ser humano, ao querer igualar-se a D'us. A sabedoria de D'us é infinita, enquanto nós somos seres limitados. A ciência nos ensina que mesmo Einstein, uma das cabeças mais brilhantes em toda a história da humanidade, não utilizou mais do que 10% de sua capacidade cerebral. Como então queremos entender a lógica Divina?
 
É por isso que uma das bases do judaísmo é a Tefilá (reza). Quando um judeu reza, ele se coloca em seu devido lugar. Na Tefilá pedimos todas as nossas necessidades para D'us, enraizando em nossos corações a certeza de que tudo vem Dele. Ensinam os nossos sábios que precisamos nos concentrar durante a Tefilá com 3 Kavanót (intenções) especiais: lembrar que estamos diante de D'us, o Rei dos Reis; lembrar que D'us é infinito e pode tudo; e lembrar que nós somos pequenos e limitados. Isso nos ajuda a ser humildes e a reconhecer a grandeza do nosso Criador.  
 
Mas se questionar os caminhos de D'us é algo negativo, então é difícil entender a passagem da Torá na qual Moshé falou para D'us "Me mostre Teus caminhos..." (Shemot 33:13), pois segundo o Talmud (Torá Oral) ele estava pedindo a D'us para entender porque há Tzadikim (Justos) que sofrem e Reshaim (malvados) que vivem tranqüilamente. E o mais interessante é que em nenhum momento a Torá relata que Moshé foi criticado ou castigado por D'us pelo questionamento. Qual é a diferença?
 
A resposta é que existem dois tipos de questionamento. O primeiro é um questionamento com desconfiança, com falta de humildade, querendo se colocar no mesmo nível de D'us. É querer questionar D'us sem nunca ter se esforçado para encontrar respostas. O outro tipo é um questionamento com humildade, querendo encontrar respostas para poder entender e aprender com os atos de D'us. Essa foi a intenção de Moshé, e este tipo de questionamento é muito incentivado pelo judaísmo.
 
Fazemos parte da geração "fast-food". Quando desejamos algo, queremos tudo pronto imediatamente. Não temos paciência para esperar nem vontade de investir para aumentar nossos conhecimentos. Queremos entender tudo sem muito esforço. Cada vez mais pessoas frequentam "Centros de Kabalá" buscando conhecimentos "profundos" sobre D'us sem nunca terem aberto nem mesmo um livro de Torá, sem nem mesmo conhecerem as Mitzvót mais básicas. Será que é possível entender os planos de D'us sem esforço? Será que é justo questionar e criticar D'us sem conhecer Suas regras? Quem somos nós para colocar em dúvida a bondade de D'us, que criou um universo inteiro com a única intenção de nos fazer o bem, apenas porque não entendemos alguns de Seus atos?
 
Para entender sobre construções, abrimos livros de engenharia. Para entender sobre o corpo humano, abrimos livros de medicina. Mas se queremos de verdade entender D'us, precisamos abrir e estudar a Torá, o nosso "Manual de Instruções" espiritual.
 
SHABAT SHALOM
 
Rav Efraim Birbojm
 
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