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VÍDEO DA PARASHAT VAERÁ |
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A FORÇA DA KEDUSHÁ - PARASHAT VAERÁ 5779 (04 de janeiro de 2019)
Yaacov, um jovem judeu, estava no exército. A rotina era pesada, com muitos treinamentos e uma rígida disciplina militar. Certa manhã, Yaacov pediu ao seu superior para ser dispensado por um dia. Ele estava cansado, estressado e precisava recobrar as energias. O superior, que era um homem muito compreensivo, aceitou liberar Yaacov. Ele pensou que, da mesma forma que os outros soldados eram liberados em situações de estresse, então também Yaacov, que era um rapaz esforçado, também merecia ser dispensado por um dia. Assim que chegou em casa, Yaacov quis aproveitar o dia livre. No exército ele não tinha tempo de fazer o que mais gostava na vida: estudar Torá. Ele sentou-se na varanda de casa, abriu sua Guemará e ficou, por horas, completamente imerso nos seus estudos. Isto lhe trazia muita paz interior. Durante a tarde, o oficial que havia dispensado Yaacov estava passando pela rua e, para seu espanto, viu Yaacov debruçado sobre um enorme livro. Ficou por alguns minutos apenas observando. Na mesa não havia comidas nem bebidas, ele não estava escutando nenhuma música animada e não estava acompanhado de amigos. Em outras palavras, Yaacov não parecia estar relaxando. Sem entender, chamou Yaacov e perguntou: - Yaacov, eu não entendi. Você me pediu dispensa para diminuir seu estresse. Achei que te encontraria em um bar, bebendo e festejando, como fazem seus amigos do exército nos dias em que eles pedem dispensa. Mas eu te encontro aqui, debruçado sobre um livro velho. Como você pretende recarregar assim suas energias? - Sei que parece difícil de entender, mas eu vou explicar - disse Yaacov, com um sorriso - Quando meus colegas vão beber e festejar, eles estão procurando prazer e um pouco de alívio das dificuldades do dia-a-dia. Exatamente a mesma coisa eu encontro dentro da Torá. O estudo da Torá me traz tranquilidade e paz de espírito. Eu não preciso de bebidas para me alegrar quando eu tenho diante de mim o "Manual de instruções" da vida, que me ensina a ser uma pessoa melhor e mais completa. Um dia imerso na Torá é suficiente para que eu fique com as energias renovadas e possa voltar, recarregado, para minhas tarefas cotidianas. O oficial ficou deslumbrado com a explicação. Estava acostumado a pensar que os prazeres físicos, como a comida, a bebida e os passeios, eram as únicas coisas que nos davam energia para superar as dificuldades da vida. Naquele dia ele aprendeu que havia algo maior, que preenche muito mais o ser humano: a espiritualidade.
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Nesta semana lemos a Parashat Vaerá (literalmente "E apareceu"), que continua descrevendo o processo de libertação do povo judeu, que envolveu 10 pragas milagrosas que atingiram de forma muito dura os egípcios. Por diversas vezes Moshé tentou convencer o Faraó a deixar o povo judeu sair, mas o Faraó continuava obstinado, apesar de ver o sofrimento que estava causando ao seu povo e a si mesmo. Porém, se prestarmos atenção, há algo no pedido de Moshé que desperta um enorme questionamento. Assim Moshé pediu, em nome de D'us, ao Faraó: "Vamos para uma jornada de três dias no deserto, oferecer sacrifícios a Hashem, nosso D'us, conforme Ele nos dirá" (Shemot 9:23). A mesma linguagem foi utilizada também por Moshé e Aharon quando eles foram pela primeira vez pedir a libertação do povo judeu, na Parashat Shemot: "O D'us dos hebreus nos convocou. Agora vamos a uma jornada de três dias no deserto, oferecer sacrifícios para Hashem, nosso D'us, para que Ele não nos ataque com uma praga ou com a espada" (Shemot 5:3). Aparentemente, D'us não estava pedindo a libertação completa do povo judeu, e sim apenas uma libertação por um período de 3 dias, nos quais eles iriam ao deserto oferecer sacrifícios. Nas palavras de Moshé estava subentendido que os judeus voltariam para a escravidão depois destes três dias. Entretanto, D'us estava sendo honesto com o Faraó? Era realmente este o plano, sair apenas por três dias e depois voltar para a escravidão? Sabemos que D'us queria salvar para sempre o povo judeu, para que eles pudessem receber a Torá no Monte Sinai e ir para a Terra de Israel, onde poderiam cumprir as Mitzvót de maneira completa. Então por que D'us comandou Moshé a pedir para que o Faraó libertasse o povo judeu apenas para uma jornada de 3 dias? Isto não era uma enganação? Alguns comentaristas explicam que daqui aprendemos que D'us não pede de nós mais do que podemos fazer. Ele sabe os nossos limites e, portanto, somente faz exigências dentro das nossas possibilidades. D'us sabia que o Faraó era uma pessoa muito materialista e, por isto, não teria forças para passar aquele teste de abrir mão para sempre de seus escravos. Portanto, D'us pediu apenas 3 dias, pois queria que o teste do Faraó estivesse em um nível que ele pudesse passar. Como mesmo assim o Faraó, utilizando seu livre arbítrio, se recusou a libertar o povo judeu, então ele foi castigado com as pragas. Porém, esta resposta ainda desperta uma dificuldade. O Talmud (Shabat 55a) afirma que "o selo de D'us é a verdade". Então por que Ele aparentemente mentiu ao Faraó? Fazer com que o teste fosse compatível com o livre arbítrio do Faraó é motivo para D'us contrariar Sua essência? D'us poderia ter tirado o povo judeu do Egito mesmo contra a vontade do Faraó, então por que seria justificável D'us falar uma mentira apenas para dar ao Faraó a chance de libertar o povo judeu por vontade? Pela força deste questionamento, nossos sábios trazem outra resposta. D'us realmente estava pedindo para que o Faraó libertasse os judeus apenas por 3 dias, para que eles oferecessem sacrifícios no deserto e depois voltassem para a escravidão no Egito. No momento em que o Faraó se recusou a atender ao pedido de D'us, então Ele mudou Seus planos e tirou o povo judeu para sempre do Egito. Porém, como entender esta resposta, já que sabemos que a verdadeira vontade de D'us, desde o início, era libertar para sempre o povo judeu? Quando D'us fez com Avraham o "Pacto entre as partes", Ele profetizou que seus descendentes seriam escravos em uma terra estranha por 400 anos. Porém, durante o Seder de Pessach, nós agradecemos a D'us por Ele ter "calculado o fim (da escravidão)". A palavra "fim", em hebraico é "Ketz", cujo valor numérico é 190. Nossos sábios explicam que a escravidão, que deveria originalmente durar 400 anos, foi encurtada em 190 anos, durando apenas 210 anos. Isto ocorreu porque D'us percebeu que o povo judeu não aguentaria todo aquele tempo de escravidão que havia sido originalmente planejado. Quando dizemos que "o povo não aguentaria", o problema não era apenas as dificuldades da escravidão física. Realmente os egípcios trataram os judeus com extrema brutalidade, causando com que a vida deles se transformasse em um inferno. Porém, o grande problema do povo judeu eram as dificuldades espirituais da escravidão. A convivência com os egípcios, idólatras e imorais, fez com que o povo judeu entrasse em uma "queda livre" espiritual. Isto é representado por um dos símbolos mais importantes da Festa de Pessach, a Matzá, que é um pão não fermentado, representando o pão que o povo judeu levou na saída do Egito e não houve tempo de fermentar. Apesar da fermentação do pão levar apenas alguns poucos minutos, o povo judeu havia chegado ao nível 49 de impureza espiritual, em uma escala que vai até o nível 50. Se o povo judeu chegasse ao nível 50, nunca mais eles poderiam receber a Torá e estariam presos no mundo material para sempre. A queda espiritual do povo judeu estava tão acentuada que D'us precisou "recalcular" o tempo de escravidão para que eles saíssem antes que fosse tarde demais. A situação era tão urgente que não havia tempo nem mesmo para deixar o pão fermentar. Neste contexto podemos entender o pedido de D'us ao Faraó. A queda espiritual do povo judeu era resultado deles estarem imersos em um ambiente espiritual extremamente negativo. Se o povo judeu tivesse saído do Egito e, por apenas 3 dias, ficasse imerso em Kedushá (santidade), servindo a D'us no deserto e voltando a se conectar com a sua espiritualidade, eles poderiam ter voltado ao Egito para completar os 190 anos que faltavam da escravidão prevista por D'us. Se o Faraó tivesse libertado o povo judeu, eles teriam ido ao deserto e teriam voltado, conforme D'us anunciou. Não havia absolutamente nenhuma mentira nas palavras de D'us. Este ensinamento é algo extremamente atual e importante. Estamos vivendo tempos difíceis espiritualmente. O roubo, a enganação e a traição viraram valores aceitos socialmente. Jornais publicam, sem nenhum tipo de vergonha, matérias defendendo a imoralidade e a busca de prazeres acima de qualquer ética. Não percebemos, mas isto também é uma escravidão silenciosa, que nos prende e nos contamina, nos fazendo cair espiritualmente. A única solução para esta escravidão é nos reconectarmos com a espiritualidade. Apenas 3 dias de Kedushá seriam suficientes para reerguer o povo judeu no Egito. Isto significa que precisamos dedicar parte do nosso dia ao estudo da Torá e ao cumprimento das Mitzvót, para não afundarmos na falta de espiritualidade predominante no mundo. Quando uma pessoa chega ao seu Julgamento Celestial, são feitas algumas perguntas a ela. Uma das perguntas é: "Você fixou tempos para o estudo da Torá?". D'us não vai nos cobrar por não termos estudado Torá o dia inteiro, mas Ele vai nos cobrar pela Torá não ter sido algo fixo e constante em nossas vidas, uma bóia que nos salva do afogamento em um mundo com tanta impureza espiritual. Estamos na época das férias, quando aproveitamos a oportunidade para sair como nossas famílias em passeios e atividades gostosas, após um ano de muito esforço, na tentativa de recuperar a energia necessária para mais um ano de batalhas. Mas não podemos nos esquecer que é a nossa espiritualidade que realmente nos energiza. Passear e comer bem podem ser atividades gostosas, mas é apenas a Torá que nos preenche de verdade. SHABAT SHALOM R' Efraim Birbojm
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Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Eliahu ben Esther, Moshe ben Feigue, Laila bat Sara, Chana Mirel bat Feigue, Eliezer ben Shoshana, Mache bat Beile Guice, Feiga Bassi Bat Ania.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l, Eliezer ben Arieh z"l; Arieh ben Abraham Itzac z"l, Shmuel ben Moshe z"l, Chaia Mushka bat HaRav Avraham Meir z"l, Dvora Bacha bat Schmil Joseph Rycer z"l, Alberto ben Esther z"l, Malka Betito bat Allegra z"l, Shlomo ben Salha z"l, Yechiel Mendel ben David z"l, Faiga bat Mordechai HaLewy z"l.
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