sexta-feira, 24 de novembro de 2017

TUDO É PARA O BEM - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ VAIETSE 5778

BS"D
O E-mail desta semana foi carinhosamente oferecido pela Família Lerner em Leilui Nishmat de: 
Miriam Iocheved bat Mordechai Tzvi z"l


Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, favor entrar em contato através do e-mail efraimbirbojm@gmail.com.
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TUDO É PARA O BEM - PARASHÁ VAIETSE 5778 (24 de novembro de 2017)

"Shlomo HaMelech (Rei Salomão) foi o mais sábio de todos os homens. Entre outras incríveis sabedorias, ele conhecia até mesmo a linguagem dos pássaros. Certa vez uma pessoa pediu ao rei que lhe ensinasse esta sabedoria. Em um primeiro momento Shlomo Hamelech recusou, argumentando que aquele tipo de conhecimento poderia ser muito perigoso caso fosse utilizado sem o devido cuidado, mas o homem insistiu e incomodou tanto o rei que ele acabou cedendo e lhe ensinou a linguagem dos pássaros.
 
O homem saiu do palácio feliz com sua recém-adquirida sabedoria. Quando estava caminhando no campo, ouviu dois pássaros conversando. Um pássaro então disse ao outro: "Você vê este homem? Todo o rebanho dele vai morrer daqui a duas semanas". O homem, assustado, foi para casa e rapidamente vendeu todo o seu rebanho. E eis que, duas semanas depois, todo o rebanho morreu, exatamente como o pássaro havia falado. O homem ficou muito feliz, pois com sua sabedoria havia evitado um enorme prejuízo. Algum tempo depois, o homem voltou a andar no campo e ouviu um pássaro dizendo ao outro: "A casa deste homem e tudo o que está nela serão consumidos por um grande incêndio daqui a duas semanas". O homem, alarmado com a notícia, vendeu a casa com todos os seus pertences e guardou o dinheiro. Passadas duas semanas, a casa e tudo o que havia dentro dela se queimou completamente. Novamente o homem se alegrou em seu coração, pois havia evitado uma catástrofe e, com sua incrível sabedoria, havia salvado todo o seu dinheiro. Da terceira vez em que ele saiu ao campo, escutou um pássaro dizendo ao outro: "Este homem morrerá daqui a uma semana". Desta vez o homem se desesperou. Como ele evitaria a morte? Ele então correu para pedir conselhos a Shlomo HaMelech. Ao escutar a história, com todos os detalhes, Solomo HaMelech se entristeceu e disse ao homem:
 
- Eu avisei que não queria ensinar a você a linguagem dos pássaros, pois era muito perigoso. Pelo que você me descreveu, você deve ter feito algo terrivelmente errado e D'us queria castigá-lo para que você pudesse, através dos sofrimentos, expiar seu erro. D'us foi misericordioso e, ao invés de causar um sofrimento diretamente em você, Ele decidiu puni-lo através da morte do seu rebanho. No entanto, você quis fazer melhor do que D'us e descobriu, através dos pássaros, como evitar este castigo. A perda teria sido para o seu benefício, pois teria te abalado e te despertado para o arrependimento. Desta maneira você poderia ter consertado seus atos. Então D'us quis que você se arrependesse queimando sua casa e suas posses, mas novamente você evitou a tragédia e, portanto, perdeu de novo a oportunidade de se arrepender. Suas transgressões, entretanto, permaneceram e a única opção que você deixou a D'us foi trazer sua morte como expiação por seus pecados. Infelizmente agora não há mais o que fazer."


Somos precipitados em nosso julgamento de D'us. Muitas vezes o que parece ser bom tem consequências trágicas, enquanto dificuldades e sofrimentos são, na verdade, atos de misericórdia de D'us. Por isso, é importante sempre refletir e lembrar que somente D'us sabe se algo é bom ou ruim, pois somente Ele conhece o futuro. 

Nesta semana lemos a Parashá Vaietse (literalmente "E saiu"), que conta o início da jornada de Yaacov para a cidade de Haran, a terra de seu tio Lavan, para onde ele foi esperar esfriar a fúria de seu irmão Essav, que queria matá-lo por causa da Brachá (benção) de primogenitura. Yaacov também queria aproveitar a oportunidade para procurar uma esposa, já que seus pais não queriam que ele se casasse com uma mulher de Knaan, que eram pessoas amaldiçoadas. Em Haran, Yaacov conheceu sua prima Rachel, com quem decidiu se casar. Porém, como Yaacov não tinha dinheiro para o dote, seu tio Lavan propôs que ele trabalhasse sete anos por sua filha. Yaacov aceitou e trabalhou duro, cuidando dos rebanhos de Lavan dia e noite, com muita dedicação. Quando os sete anos de trabalho terminaram, Lavan foi trapaceiro e, no dia do casamento, trocou suas filhas. Quando Yaacov percebeu, havia se casado com Leá, a irmã mais velha de Rachel. Yaacov teve então que trabalhar mais sete anos por Rachel, como diz o versículo: "E (Yaacov) trabalhou com ele (Lavan) outros sete anos" (Bereshit 29:28).
 
Porém, a linguagem do versículo desperta um questionamento. Por que a Torá quis enfatizar que Yaacov trabalhou "outros" sete anos por Rachel? Não é óbvio que não são os mesmos sete anos iniciais? Rashi (França, 1040 - 1105) responde que a Torá escreveu "outros" para conectar os últimos sete anos trabalhados por Yaacov com os primeiros sete anos, para nos ensinar que, da mesma maneira que os primeiros sete anos foram trabalhados com total honestidade e empenho, assim também foram os últimos sete anos. Mas se Yaacov havia trabalhado honestamente nos primeiros sete anos, por que a Torá precisou enfatizar sua honestidade também nos últimos sete anos? A diferença é que nos primeiros sete anos Yaacov havia concordado em trabalhar por Rachel e, desta maneira, certamente ele seria honesto no seu trabalho. Porém, os últimos sete anos de trabalho somente aconteceram por causa da trapaça de Lavan. Foram sete anos de trabalho injustos e, portanto, Yaacov tinha todos os motivos do mundo para querer "dar o troco" em Lavan, sendo desonesto nos negócios ou até mesmo negligente no seu trabalho. Por isso a Torá fez questão de ressaltar que, apesar do desgosto de Yaacov, os últimos sete anos de trabalho foram tão íntegros quanto os primeiros sete anos.

O Rav Yossef Tzvi Salanter zt"l (Lituânia, 1786 - Israel, 1866) ressalta que desta explicação de Rashi aprendemos o quão grande era a retidão do nosso patriarca Yaacov. Apesar de ter sido abertamente enganado e ter trabalhado "de graça" por mais sete anos, ele não se rebelou contra Lavan e fez seu trabalho de maneira honesta. Além da perda financeira de Yaacov e a perda psicológica com a sensação de ter sido enganado, a trapaça de Lavan causou em Yaacov outro terrível sofrimento. Yaacov era muito cuidadoso com todas as Mitzvót da Torá e se sentiu muito incomodado por ter sido forçado a se casar com duas irmãs, algo proibido pela Torá. Na época de Yaacov, a Torá ainda não havia sido entregue ao povo judeu e, portanto, o ato dele não foi considerado uma transgressão. Apesar disso, Yaacov entendia a implicação espiritual de todas as Mitzvót e, por isso, se sentiu tão incomodado por ter casado com duas irmãs. A prova de que isto atormentou Yaacov é trazida pelo Talmud (Pessachim 119b), que nos ensina que futuramente D'us oferecerá uma refeição festiva aos Tzadikim. No final da refeição será dado a Yaacov o copo de vinho para que ele faça a Brachá, mas ele dirá: "Não posso fazer a Brachá, pois eu me casei com duas irmãs". Porém, apesar das perdas materiais, espirituais e psicológicas que Yaacov sofreu, em nenhum momento ele entrou em conflito com Lavan ou tentou "dar o troco". Yaacov passou por suas dificuldades com aceitação completa da vontade Divina, sem questionamentos. De onde ele tirou forças para passar este difícil teste? De sua Emuná (fé) completa de que tudo o que ocorre é para o bem e está sob a Supervisão de D'us, conforme ensinam os nossos sábios (Brachót 60b): "Tudo o que o Misericordioso faz, Ele faz para o bem".
 
Entretanto, apesar de Yaacov ter recebido seus sofrimentos com amor e aceitação, ainda fica um grande questionamento. Se D'us é bondoso e misericordioso, então por que os Tzadikim passam por dificuldades e sofrimentos? Se Yaacov era um grande Tzadik, uma pessoa reta que andava nos caminhos de D'us, por que ele precisou passar por este sofrimento tão terrível, de ter sua esposa trocada no dia do seu casamento, após ter trabalhado duro sete anos para se casar com ela? E por que D'us permitiu que Lavan, o trapaceiro, tivesse sucesso em seus atos de enganação?
 
Responde o Rav Yossef Tzvi Salanter que deste acontecimento da Parashá aprendemos que mesmo quando um Rashá (malvado) faz maus atos contra um Tzadik inocente, precisamos saber que isto foi direcionado e controlado por D'us e, em última instância, tudo foi feito para o bem do Tzadik e do mundo como um todo. Mas qual foi o benefício desta enganação de Lavan? Pode soar estranho, mas dos atos de trapaça de Lavan, que foram feitos com crueldade e causaram muitos sofrimentos para Yaacov, brotou a futura salvação do povo judeu.
 
O Midrash (parte da Torá Oral) nos ensina que o Primeiro Beit Hamikdash (Templo Sagrado) foi destruído, entre outros motivos, por causa da idolatria feita pelo povo judeu. No momento da destruição do Templo, quando os judeus estavam sendo levados acorrentados para o exílio, os nossos patriarcas e Moshé Rabeinu se apresentaram diante de D'us para implorar em favor do povo. Cada um deles argumentou que, pelo mérito de seus bons atos na vida, o povo judeu merecia futuramente ser trazido de volta para a Terra de Israel, porém o argumento de nenhum deles foi aceito por D'us. Até que se levantou nossa matriarca Rachel e, entre lágrimas, disse: "D'us, eu esperei por tantos anos para me casar com o homem da minha vida, mas no dia do meu casamento eu percebi que meu pai me trocaria pela minha irmã. Eu tive misericórdia dela e, para que ela não fosse humilhada em público, eu entreguei a ela os sinais que eu tinha combinado com Yaacov e permiti que ela se casasse no meu lugar. Se eu, que sou apenas uma pessoa de carne e osso, que sou apenas pó e cinzas, consegui vencer meus ciúmes e permiti que uma "concorrente" vivesse na minha casa, Você, que é o Rei vivo, que é infinitamente misericordioso, não pode passar por cima dos Seus "ciúmes" e perdoar o povo por ter colocado um "concorrente" (idolatria) na Sua casa?". A resposta de D'us não demorou. Imediatamente Sua misericórdia foi despertada e Ele disse: "Rachel, suas lágrimas não foram em vão. Pelo seu mérito Eu trarei o povo judeu de volta ao seu lugar".
 
Este Midrash nos ensina que apenas por Rachel ter passado em seu difícil teste é que o povo judeu teve o mérito de ser salvo do exílio. Sozinho, o ato de Rachel teve mais força para a salvação do povo judeu do que todos os atos dos nossos patriarcas e de Moshé juntos. E se pararmos para refletir, perceberemos algo incrível: se Yaacov tivesse se casado com Rachel conforme o que havia sido combinado inicialmente, então Rachel não teria passado por aquele difícil teste e faltaria para o povo judeu o mérito para a salvação do exílio. Se Yaacov não tivesse passado por aquele sofrimento, o povo judeu não teria sido perdoado pela idolatria que eles cometeram.

A conclusão é que tudo o que ocorre em nossas vidas é para o bem. Muitas vezes não enxergamos as incríveis bondades de D'us simplesmente porque não refletimos. Somente D'us conhece o passado, o presente e o futuro de forma completa. Por isso, devemos sempre ser honestos, pois mesmo quando Reshaim tentam nos prejudicar, precisamos manter o foco correto de que tudo, em última instância, depende da vontade de D'us. Mesmo que muitas vezes a bondade não pode ser vista imediatamente, ainda assim precisamos ter a certeza de que a bondade brotará, mais cedo ou mais tarde, e brilhará não apenas para nós, mas para o mundo inteiro
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Shabat Shalom

R' Efraim Birbojm

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HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT - PARASHÁ VAIETSE 5778:

                   São Paulo: 19h15  Rio de Janeiro: 19h00                    Belo Horizonte: 18h57  Jerusalém: 16h01
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Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Eliahu ben Esther, Moshe ben Feigue, Laila bat Sara.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l, Eliezer ben Arieh z"l; Arieh ben Abraham Itzac z"l, Shmuel ben Moshe z"l, Chaia Mushka bat HaRav Avraham Meir z"l, Dvora Bacha bat Schmil Joseph Rycer z"l, Alberto ben Esther z"l, Malka Betito bat Allegra z"l.
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Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com
 
(Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai).
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