sexta-feira, 2 de setembro de 2022

CONFESSANDO NOSSOS ERROS - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ SHOFTIM 5782

BS"D
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PARASHÁ SHOFTIM



         São Paulo: 17h37                  Rio de Janeiro: 17h24 

Belo Horizonte: 17h27                  Jerusalém: 18h26
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MENSAGEM DA PARASHÁ SHOFTIM

ASSUNTOS DA PARASHÁ SHOFTIM
  • Estabelecimento de Tribunais de Justiça.
  • Proibição de colocar árvores e pilares perto do Mizbeach.
  • Sacrifícios com defeito.
  • Castigos por idolatria.
  • Juiz rebelde.
  • Escutando os sábios de cada geração.
  • O rei de Israel.
  • A porção dos Cohanim.
  • Adivinhação e Astrologia.
  • Profecia.
  • Cidades de Refúgio.
  • Assassino intencional.
  • Preservando os limites das terras.
  • Testemunhas.
  • Preparando para a guerra.
  • Cohen de guerra.
  • Pessoas dispensadas da guerra: Construiu uma casa e não inaugurou; Plantou um vinhedo e não redimiu; Noivou e não casou; Está com medo.
  • Abertura para a paz.
  • Bal Tashchit (Destruição de árvores frutíferas).
  • O Assassinato não-solucionado.
BS"D

CONFESSANDO NOSSOS ERROS - PARASHÁ SHOFTIM 5782 (02/set/22)

Dez anos após o falecimento do Gaon MiVilna, muitos dos seus alunos decidiram sair da Europa e viver em Israel. A longa viagem pelo Mar Mediterrâneo era muito perigosa. Em 1809, uma destas viagens foi liderada pelo Rav Israel MiShiklov zt"l, um dos maiores alunos do Gaon MiVilna, junto com 150 alunos. Eles percorreram vales e montanhas até chegarem ao porto, onde embarcaram em um frágil navio rumo à Israel.

No meio da viagem, chuvas castigavam o frágil navio e ondas formadas pelos fortes ventos jogavam os passageiros de um lado para o outro. Parecia óbvio que havia um grande risco do navio afundar. Os passageiros foram ordenados a jogar suas malas ao mar, para diminuir o peso do navio, mantendo apenas os objetos mais importantes. O capitão então mandou chamar o Rav Israel. O rabino, por ser o líder do grupo, precisava ser avisado que estavam em grande perigo. Era a pior tempestade que já havia visto em 30 anos no mar. Ele revelou que acreditava que o fim estava próximo. O Rav Israel ficou angustiado. A viagem pela qual seus alunos haviam feito tanta preparação espiritual terminaria em tragédia? O que dizer a eles? Poderia lhes dar alguma esperança ou apenas prepará-los para o pior? Então ele pediu para que todos se reunissem no convés.
 
- É importante que vocês saibam que estamos prestes a afundar - disse o Rav Israel, segurando as lágrimas - Brevemente estaremos no Mundo Superior. É costume que, antes de morrer, devemos fazer o Vidui, a confissão dos nossos erros. O Talmud ensina que não é correto que uma pessoa revele seus pecados em público, pois outros podem seguir seu exemplo. Entretanto, já que todos nós iremos juntos para o Mundo Superior, se confessarmos abertamente nossos pecados, a vergonha que sentiremos será uma expiação para nós.

Apesar do medo, todos os alunos decidiram seguir o conselho do Rav Israel. Fariam um Vidui público, iniciando com o mais jovem do grupo, um homem que havia vivido em Vilna. Ele começou a chorar e disse:
 
- Por dois anos eu descumpri a Mitzvá de honrar os pais. Eu menti e enganei minha mãe, dia após dia. Mas gostaria de explicar as circunstâncias. Eu tinha 13 anos e meu pai decidiu se dedicar apenas ao estuda da Torá. Minha mãe prontamente apoiou, mas o sustento dos nove filhos ficou difícil. Tiveram que vender a loja, a única fonte de sustento da família. Minha mãe começou a fazer faxina na casa de outras pessoas. Um dia ela nos reuniu e disse: "Queridos filhos, não posso mais alimentá-los duas vezes ao dia. Vamos ter que nos manter apenas com o almoço". A situação ficou insuportável, pois o pouco que ela trazia tinha que ser dividido em 11 partes. Eu percebi que, se eu não comesse a minha parte, sobraria um pouco mais para ser dividido entre meus irmãos. Então, bolei um plano. Disse para minha mãe que na escola estavam servindo almoço para as crianças. Por dois anos menti a cada vez que ela me perguntava se eu havia comido bem na escola. Tudo o que eu comia eram os restos das outras crianças. Portanto, peço perdão a D'us por ter mentido tantas vezes para minha mãe.

O homem terminou de contar sua história e os outros permaneceram parados, impressionados. O Rav Israel ficou visivelmente emocionado. Ele ergueu seus olhos para o céu, levantou seus braços e gritou: "D'us, no primeiro dia de Selichót nós dizemos: "Veja nossos sofrimentos, e não nossos pecados". Desta forma, suplicamos para que nosso sofrimento sirva como expiação e que nossos pecados sejam deixados de lado. Porém, agora eu Lhe suplico, D'us, que Você olhe os nossos pecados! Veja o que este homem considera ser sua pior transgressão! Esses são os pecados dos Seus filhos, D'us! Pelo mérito dele, tenha piedade de nós!"

E, então, a chuva cessou e, momentos depois, dentre as carregadas nuvens pretas, surgiu um raio de sol. Os ventos afastaram as nuvens e o grupo começou a relaxar após vários dias de tensão. O Rav Israel recitou juntamente com os alunos o Tehilim "Mizmor LeTodá" (Cântico de agradecimento), pelo grande milagre que havia ocorrido. O capitão e os marinheiros reverenciaram o Rav Israel e seus alunos, um grande Kidush Hashem. O resto da viagem foi tranquila e o grupo chegou, são e salvo, à Israel. Graças a um incrível Vidui...

 

Nesta semana lemos a Parashá Shoftim (literalmente "juízes"), que começa com um assunto muito importante que Moshé ensinou para o povo judeu: a obrigação de estabelecer Tribunais de justiça, para manter a ordem e fazer com que as leis da Torá sejam cumpridas.
 
A Parashá termina com um assunto que precisa de um entendimento mais profundo: a cerimônia da "Eglá Arufá", literalmente "A bezerra desnucada". Esta cerimônia era realizada quando um corpo era encontrado no meio do caminho, entre diversas cidades, mas não sabiam quem era o assassino, como está escrito: "Quando for encontrado um corpo na terra que D'us te dá, caído no campo, e não se sabe quem o matou" (Devarim 21:1).
 
Quais eram os procedimentos desta cerimônia? Era medida a distância entre o corpo e todas as cidades em volta. Eram convocados os anciãos da cidade mais próxima, pessoas distintas e espiritualmente elevadas, e eles sacrificavam uma bezerra, rompendo-lhe a nuca, e depois lavavam suas mãos sobre o corpo da bezerra e pronunciavam: "Nossas mãos não derramaram este sangue inocente". Isto trazia expiação ao povo judeu.

Porém, esta Mitzvá desperta um grande questionamento. A linguagem "e não se sabe quem o matou" nos ensina que a cerimônia somente era realizada quando não sabiam quem era o assassino. Mas a cerimônia não deveria ser feita também quando sabemos que o assassino é alguém do povo judeu? Pois quando fazemos um erro, isso causa uma mancha em nossa alma, que precisa de expiação. Quando alguém comete um crime e é julgado e condenado, a pena que ele recebe é parte da expiação pelo erro cometido. Isso inclui um caso de assassinato, cujo castigo é a pena de morte. A morte do assassino é uma expiação pelo seu crime hediondo. Porém, para que o Beit Din possa aplicar a pena de morte, é necessário uma "Atraá" (advertência) antes de a pessoa cometer a transgressão, além do testemunho de ao menos duas pessoas. No caso do corpo encontrado, mesmo que descobríssemos quem é o assassino, não poderíamos aplicar nenhum castigo, pois não há testemunhas. Portanto, por que não era feita a cerimônia de "Eglá Arufá" para trazer expiação?

Há um importante ensinamento trazido pelo profeta que nos ajuda a responder este questionamento: "Eis que Eu julgo vocês por terem dito 'Não transgredi'" (Yirmiahu 2:35). Pelas palavras do versículo, se não fosse o argumento "Não transgredi", a pessoa não seria julgada. Mas como pode ser que o principal do julgamento é o que a pessoa falou para se isentar, e não o erro que cometeu?

A resposta é um dos trabalhos mais importantes para a época na qual estamos agora, o mês de Elul, o último mês antes do nosso julgamento em Rosh Hashaná. Quando a pessoa diz "Eu transgredi", assumindo seu erro, imediatamente ocorre a expiação da transgressão e D'us retira o julgamento que estava sobre a pessoa, pois a parte principal da expiação de um erro cometido é justamente reconhecer e assumir o erro. No reconhecimento do erro estão incluídos os três princípios da Teshuvá: o arrependimento, o compromisso com o futuro de não voltar a cometer o mesmo erro, e o Vidui, a confissão do erro. Quando a pessoa que transgrediu diz "Não transgredi", faz com que a "Fúria Divina" fique ainda mais forte, e ele é julgado por isso.

De acordo com o Rav Yehuda Leib Chassman zt"l (Lituânia,1869 - Israel, 1935), desta maneira podemos responder o questionamento sobre a cerimônia da "Eglá Arufá". Existe uma regra espiritual de que "todo judeu é fiador de outro judeu", isto é, temos uma responsabilidade coletiva. Se houve um assassinato, é necessário fazer a expiação da transgressão. Porém, quando não é sabido quem é o assassino, as pessoas se consolam pensando: "quem sabe não houve assassinato, talvez a pessoa morreu de causas naturais", ou "mesmo que foi assassinato, talvez o assassino não era judeu". Existem dezenas de desculpas que as pessoas poderiam utilizar para se sentirem isentas de qualquer responsabilidade. Justamente por isso a Torá ordenou a cerimônia da "Eglá Arufá", pois a parte mais grave da transgressão é não assumir, não reconhecer o erro e a responsabilidade. A Mitzvá da "Eglá Arufá" era algo chocante, que estremecia a alma das pessoas e enraizava no coração de cada judeu a noção de que houve uma transgressão e que havia a necessidade de perdão e expiação. Já no caso de ser sabido quem é o assassino, a cerimônia da "Eglá Arufá" já não era mais necessária, pois naturalmente já era despertado no coração das pessoas o sofrimento de saber que há um judeu assassino entre eles.

Este ensinamento da nossa Parashá demonstra os enormes benefícios de reconhecer os nossos erros. Quando fazemos uma transgressão, a cobrança de D'us já vai embora a partir do momento em que a pessoa desperta o reconhecimento de que houve uma transgressão, como ensinam os nossos sábios: "Aquele que confessa e abandona a transgressão é perdoado" (Mishlei 28:13). Desta maneira, entendemos a tolice que é a pessoa se alongar em extensas sessões de Vidui, golpeando o peito com o punho cerrado, mas somente da boca para fora, sem o coração. Não apenas que este Vidui sem intenção não é aceito por D'us, mas também acaba acrescentando mais uma transgressão ao erro que já havia sido cometido, pois demonstra não estarmos reconhecendo o erro que cometemos. É justamente sobre isso que falamos no Vidui de Yom Kipur: "Pelos erros que cometemos diante de Você 'BeVidui Pê' (com a confissão da boca)", isto é, estamos pedindo perdão a D'us por termos feito o Vidui apenas com a boca, sem o coração. E quão vergonhoso é saber que nem mesmo esta confissão nós fazemos com o coração...
 
Precisamos sempre reconhecer nossos erros. É uma das principais partes da Teshuvá, pois é o que nos leva ao conserto de todas as nossas transgressões e nos ajuda, a longo prazo, a alcançarmos a perfeição. 

SHABAT SHALOM

R' Efraim Birbojm

 
Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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