quinta-feira, 16 de maio de 2019

ENSINANDO COM O EXEMPLO - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT EMOR 5779






BS"D

Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, favor entrar em contato através do e-mail efraimbirbojm@gmail.com.

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ENSINANDO COM O EXEMPLO - PARASHAT EMOR 5779 (17 de maio de 2019)

"George, um pai de família, chegou em casa após um longo dia de trabalho e encontrou a mesa do jantar já posta à sua espera. Quando todos tomaram seus lugares para compartilhar daquele momento familiar, que deveria ser de tranquilidade, George começou a contar sobre um incêndio criminoso que havia ocorrido na cidade naquela tarde. Ele mencionou a esperteza do bandido que havia provocado o incêndio. Explicou, nos mínimos detalhes, todos os passos do criminoso para atingir seu objetivo. George estava tão envolvido em sua descrição que gesticulava sem parar, como se estivesse fazendo a reconstituição da cena, e enumerou todos os materiais que o rapaz havia utilizado para iniciar o incêndio.

Depois que acabou o jantar, George e sua esposa decidiram fazer uma rápida visita a alguns amigos que haviam acabado de se mudar para uma casa na vizinhança. Não havia passado nem mesmo meia hora quando George foi chamado às pressas para que voltasse ao lar. De longe, viu que sua casa estava em chamas. As labaredas consumiam a casa inteira e, apesar da luta dos bombeiros, não havia muito o que salvar.

George ficou revoltado. Enquanto corria em direção à sua casa, começou a imaginar quem seria o responsável por aquela tamanha desgraça. Pensava consigo mesmo que aquilo só poderia ter sido obra de um louco. Em poucos instantes vários pensamentos passaram por sua mente, em busca de algo que justificasse aquele ataque misterioso. Não tinha inimigos declarados e não se lembrava de ter dívidas com ninguém. Quem teria feito este tipo de maldade contra ele? Por fim, admitiu que o incêndio só poderia ter sido fruto de um acidente.

Preocupado com os filhos, buscou-os imediatamente em meio à fumaça e os encontrou, protegidos, embaixo de uma das árvores do quintal. Notou, entretanto, que Gabriel, seu filho de sete anos, se escondia atrás dos outros, como se estivesse com muito medo de algo. George aproximou-se dele e perguntou se estava tudo bem. Logo ficou sabendo que havia sido Gabriel o responsável por atear fogo na casa. Mas de onde uma criança de sete anos havia tirado uma ideia destas? E como ele havia conseguido juntar os materiais necessários para provocar um incêndio tão grande? George então lembrou-se que, algumas horas antes, havia dado uma "aula" completa ao seu filho de como provocar um incêndio. O filho havia copiando, com todos os detalhes, a descrição feita pelo pai sobre o incêndio criminoso."

Muitas vezes paramos para pensar em como melhorar a educação dos nossos filhos. Refletimos sobre qual é a melhor escola para eles e que tipo de ambiente eles devem frequentar. Porém, nos esquecemos que os ensinamentos mais importantes muitas vezes acabam sendo transmitidos de forma automática, pois normalmente os filhos aprendem, e copiam, o que eles observam no comportamento dos próprios pais.

No início da Parashat desta semana, Emor (literalmente "Diga"), D'us ordenou a Moshé que instruísse os Cohanim em relação às suas responsabilidades particulares. Por serem os representantes espirituais do povo judeus e os responsáveis pelos serviços sagrados realizados no Mishkan (Templo Móvel), eles tinham a obrigação de manter padrões mais elevados de comportamento, com muito mais santidade e pureza, do que o resto do povo. Por exemplo, um Cohen tem limitações de que tipo de mulher ele pode se casar e deve ser extremamente cuidadoso para não se expor às impurezas espirituais, como está escrito: "Diga aos Cohanim, os filhos de Aharon, e diga a eles: 'Vocês não devem se contaminar com uma pessoa (morta) entre o seu povo'" (Vayikrá 21:1).

Porém, ao prestarmos atenção à linguagem utilizada pela Torá neste versículo, parece haver uma redundância na instrução de D'us, pois é dito duas vezes a Moshé a linguagem "diga" ("diga aos Cohanim" e "diga a eles") em duas conjugações diferentes, "Emor" e "Veamarta". Por que esta repetição?

De acordo com o Ramban (Nachmanides) (Espanha, 1194 - Israel, 1270), esta expressão duplicada não é algo que ocorre apenas neste versículo da Torá, e sim um recurso utilizado muitas vezes, como na recorrente expressão "Daber el Bnei Yisroel Veamarta" (Fale com o povo de Israel e diga). De acordo com o Ramban, a Torá utiliza esta expressão duplicada sempre que quer enfatizar a importância da Mitzvá que está sendo ensinada no versículo ou nos casos em que o comando Divino envolve alguma atividade que vai contra as regras normalmente aceitas pelas pessoas. Portanto, de acordo com o Ramban, a expressão duplicada que aparece no nosso versículo não traz nenhum ensinamento único, apenas fazendo parte de uma regra maior da Torá.

Mas Rashi (França, 1040 - 1105) discorda e explica que a linguagem duplicada trazida neste versículo é diferente das outras vezes em que isto aparece na Torá e, portanto, vem nos ensinar algo especial. Ele traz como prova para sua opinião uma passagem do Talmud (Yevamot 114a), que explica que esta redundância na linguagem do versículo, "Diga aos Cohanim" e "diga a eles", serve para "advertir os adultos em relação às crianças". Isto significa que a linguagem é duplicada para se referir aos Cohanim e incluir também seus filhos.

Entretanto, de acordo com esta explicação trazida por Rashi, por que o Talmud aprende algo da repetição das palavras "Emor" e "Veamarta", ensinando que referem-se especificamente a uma instrução que se aplica aos adultos e às crianças, enquanto esta mesma conclusão não é tirada da redundância das linguagens "Daber" e "Veamarta", que aparece em muitos outros versículos da Torá?

Explica o Rav Yohanan Zweig que em Lashon Hakodesh, a língua através da qual D'us criou o mundo, mesmo que existam muitas palavras que são sinônimas, cada uma delas tem um significado único e especial. Apesar de serem sinônimos do verbo "falar", "Amira" e "Dibur" têm uma diferença fundamental entre si. A linguagem "Amira" é normalmente utilizada quando ocorre a transmissão de uma informação sem qualquer tipo de imposição da pessoa que a transmite. Já a linguagem "Dibur" é normalmente utilizada quando está sendo imposta a vontade de quem está falando sobre a pessoa para quem a ideia está sendo transmitida.

Através desta diferença entre as linguagens "Amirá" e "Dibur", D'us está nos transmitindo uma mensagem incrível e atual. Muitas vezes os pais observam seus filhos andando com más companhias e percebem que eles estão começando a apresentar comportamentos indesejáveis. Porém, quando o pai pressiona seu filho para que ele se comporte de maneira diferente dos seus colegas, normalmente ele falha em sua missão de afastá-lo dos comportamentos indesejáveis. Por que? Pois ao ser diferente dos amigos, ao ter mais restrições do que eles, a criança sente que está perdendo. Portanto, uma das únicas formas de termos sucesso em transmitir este tipo de comando restritivo aos nossos filhos é mostrando a eles que tal comportamento diferenciado é para o próprio benefício deles. Mas como podemos transmitir esta mensagem com tanta segurança, a ponto de convencermos nossos filhos de que aquilo que estamos ensinando realmente é para o próprio benefício deles?

Apesar de que grande parte das tentativas de transmissão de valores aos nossos filhos se dá através das nossas palavras, a melhor maneira de transmitir valores é através do nosso exemplo pessoal. Isto significa que, se queremos transmitir aos nossos filhos que eles cumpram alguma Mitzvá com vontade e alegria, antes de tudo nós precisamos cumprir as Mitzvót com vontade e alegria. Muitos pais tentam, em vão, educar seus filhos utilizando a máxima "Faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço". Por que este tipo de transmissão não funciona? Pois se a criança percebe que o pai está relutante em realizar o que ele mesmo exigiu do filho, então intuitivamente ela entende que tal comportamento não traz benefícios verdadeiros ao pai e, portanto, também não será benéfico a ela também.

É isto o que o Talmud está nos transmitindo ao explicar a redundância da linguagem como sendo uma forma de "advertir os adultos em relação às crianças". Isto não significa que os pais devem advertir seus filhos, e sim que os próprios pais estão sendo advertidos. Qual é a advertência? Para educar seus filhos, os próprios pais têm a obrigação de cumprir as Mitzvót sem qualquer senso de imposição. Ao fazê-lo, as crianças perceberão que seguir o exemplo de seus pais é algo bom, do seu interesse. É por isso que isto aprendemos especificamente da expressão "Emor e Veamarta", e não de "Daber e Veamarta", pois "Daber" implica em uma imposição, enquanto "Emor" implica em fazer as coisas por vontade. Quando se exige dos Cohanim que eles se comportem de maneira mais rigorosa, com mais restrições do que o resto do povo judeu, é essencial que a mensagem que eles transmitem aos seus filhos seja "Isso é do nosso melhor interesse, isto é bom para nós, e não uma imposição". Desta maneira certamente será muito mais fácil transmitir aos filhos a vontade e o gosto de servir a D'us em um nível mais alto.

Esta importante lição não se aplica apenas aos Cohanim, mas a cada um de nós. Trata-se de uma das fundações mais importantes na educação dos nossos filhos. Palavras podem transmitir mensagens, mas atos fazem isto de uma maneira muito mais eficiente. O exemplo pessoal é a melhor maneira de ensinar lições aos nossos filhos. Quando há qualquer contradição entre uma mensagem falada e um ato, o que prevalece é o ato. Portanto, quando um pai ensina ao filho que é importante ir à sinagoga ou estudar Torá, mas ele mesmo não o faz, a mensagem que fica ao filho é que estas coisas não são importantes. Crianças que não recebem em casa, através das atitudes dos pais, mensagens de amor pela Torá, de honestidade e de temor a D'us, dificilmente conseguirão absorver estes conceitos apenas com os ensinamentos transmitidos na escola. Por isso, antes mesmo de ensinar os nossos filhos a serem boas pessoas, nós devemos ser boas pessoas. Pois, como nos ensina o famoso ditado, um ato vale mais do que mil palavras.

SHABAT SHALOM

R' Efraim Birbojm
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.

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