quinta-feira, 29 de junho de 2017

PREOCUPAÇÕES SOCIAIS - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ CHUKAT 5777

BS"D
O email desta semana foi carinhosamente oferecido pela Família Lerner, em elevação da alma de:
Miriam Iocheved bat Mordechai Tzvi z"l 
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PREOCUPAÇÕES SOCIAIS - PARASHÁ CHUKAT 5777 (30 de junho de 2017)

"A competição entre os fabricantes de cerveja estava chegando ao limite. As empresas utilizavam propagandas enganosas, se atacavam publicamente e faziam de tudo para derrubar seus concorrentes. Investiam mais em prejudicar os outros do que na qualidade das suas próprias cervejas, causando danos aos consumidores. Pensavam apenas nos ganhos de curto prazo, sem se importar com as futuras consequências de seus atos. A situação estava tão insustentável que os maiores fabricantes de cervejas decidiram se reunir para tentar encontrar uma solução. Estavam presentes os presidentes da Brahma, Skol, Kaiser, Antártica e Schin. Discutiram formas de serem menos egoístas e de tentarem pensar mais uns nos outros, levando em consideração as necessidades do público consumidor e as melhorias necessárias em longo prazo. Ao término da reunião, na qual havia ficado decidido que não se comportariam mais de maneira tão mesquinha e passariam a se ajudar mutuamente, todos os presidentes se reuniram em um restaurante para comemorar o sucesso da reunião. Então o presidente da Skol pediu em alto e bom som:
 
- Garçom, me vê aquela cerveja que desce redonda, por favor! Isso sim é que é bebida!
 
Todos se olharam espantados. Haviam acabado de decidir terminar com as provocações! Mas guerra é guerra. Não querendo ficar por baixo, o presidente da Brahma gritou ao garçom:
 
- Amigo, por favor, para mim traga a verdadeira número 1.
 
Novamente todos se olharam espantados. Todos os esforços estavam rapidamente naufragando. E assim continuaram os presidentes, cada um pedindo da sua maneira, ofendendo os outros fabricantes e ignorando o que havia sido decidido na reunião. Até que chegou a vez do presidente da Schin pedir sua bebida:
 
- Garçom, me traga uma coca-cola, por favor.
 
Todos se olharam envergonhados. Haviam sido tão egoístas e mesquinhos, enquanto o presidente da Schin havia sido um cavalheiro, pensando grande e querendo acabar com a guerra. O garçom, curioso, perguntou:
 
- O senhor tem certeza de que não vai tomar cerveja?
 
- Claro que tenho certeza - respondeu o presidente da Schin, com um enorme sorriso - Se ninguém pediu cerveja até agora, eu também não vou pedir..."


A piada é engraçada, mas pensar apenas em si mesmo não é bonito. O egoísmo nos afasta de pensarmos grande, de levarmos em consideração as consequências de longo prazo e de pensarmos também nas necessidades dos outros.

A Parashá desta semana, Chukat (literalmente "Lei, decreto"), traz uma série de eventos que ocorreram no deserto e tiveram um grande impacto sobre o futuro do povo judeu. Um dos assuntos trazidos é a morte de Miriam, a irmã de Moshé, uma profetiza com enormes méritos espirituais. Imediatamente depois da morte de Miriam, a Torá nos descreve que o povo reclamou com Moshé por causa da falta de água. Qual é a conexão entre os dois assuntos?
 
Explica o Talmud (Taanit 9a) que depois da morte de Miriam, o poço de água que milagrosamente acompanhava os judeus no deserto, a única fonte de água para todo o povo, desapareceu. Foi por isso que eles reclamaram da falta de água, pois se viram no meio do deserto inóspito sem água para beber. D'us então comandou Moshé a tirar água de uma pedra para dar de beber ao povo. Porém, infelizmente Moshé e Aharon cometeram algum tipo de erro ao executar este comando de D'us, como está escrito: "E disse D'us a Moshé e a Aharon: 'Pelo fato de vocês não terem acreditado em Mim para Me santificar aos olhos dos Filhos de Israel, por isso vocês não levarão esta congregação para a Terra que eu dei a eles" (Bamidbar 20:12). Este versículo significa que, como consequência do erro cometido por Moshé e Aharon, eles não tiveram mais o mérito de entrar na Terra de Israel junto com o resto do povo.
 
Porém, na Torá não está escrito exatamente qual foi o erro de Moshé. Existem muitas opiniões entre os comentaristas sobre o que aconteceu. Por exemplo, Rashi (França, 1040 - 1105) explica que o erro de Moshé foi ter golpeado a pedra com o seu cajado para tirar a água dela, indo contra o que D'us havia ordenado, de apenas falar com a pedra para que ela desse água. Isto teria causado uma enorme santificação do nome de D'us diante de todo o povo, o que infelizmente não ocorreu quando a pedra foi golpeada. Porém, alguns comentaristas questionam a explicação de Rashi por causa de um pequeno detalhe. No comando de D'us para que Moshé desse água ao povo, Ele explicitamente pediu para que Moshé levasse seu cajado, como está escrito: "Pegue o cajado e reúna a assembleia, você e seu irmão Aharon, e fale com a pedra na presença deles, para que ela dê das suas águas" (Bamidbar 20:8). Se não era para golpear a pedra, então por que D'us comandou Moshé a levar seu cajado?

Além disso, há uma aparente contradição entre dois ensinamentos do Talmud. Enquanto em uma fonte (Taanit 9a) o Talmud afirma que era de Miriam o mérito do poço de água que acompanhava o povo judeu no deserto, outra fonte do Talmud (Baba Metzia 86b) afirma que, pelo fato de Avraham Avinu ter oferecido água aos anjos que estavam disfarçados de simples beduínos, seus descendentes tiveram o mérito de receber água no deserto. Portanto, o mérito do poço de água era de Miriam ou de Avraham?
 
A resposta está em um interessante ensinamento do Talmud (Taanit 9a), de que os méritos de um indivíduo servem como ajuda para necessidades individuais, mas uma mudança no ambiente, que pode beneficiar muitas pessoas, somente pode ser alcançada através dos méritos de toda a comunidade. De acordo com o Rav Yohanan Zweig, os seres humanos normalmente estão preocupados e interessados apenas em suas próprias necessidades de curto prazo. No máximo, os indivíduos se preocupam também com as pessoas mais próximas, mas nunca com a comunidade como um todo. A responsabilidade de se preocupar com as necessidades de longo prazo deve ser, portanto, suportada pela própria comunidade.
 
Uma comunidade, por sua natureza, é uma entidade que está em um processo constante de evolução e continuidade e tem, portanto, a responsabilidade de garantir que não apenas as necessidades de curto prazo de cada indivíduo estejam sendo atendidas no momento, mas que, na medida do possível, também todas as necessidades de longo prazo, dos futuros membros, serão atendidas. Portanto, todos os assuntos que tem implicações sociais de longo prazo, como questões ecológicas e ambientais, devem ser abordados em um nível público e somente depois passadas aos indivíduos. Isto se aplicava também à necessidade de água no deserto. O povo judeu tinha uma necessidade imediata de água, mas deveria se preocupar também com a necessidade que ocorreria em longo prazo. Para que um milagre ocorresse, algo que criaria uma mudança ambiental de longo prazo, o povo judeu precisava pedir água, mas não como indivíduos pensando em seus próprios problemas imediatos, e sim como uma comunidade, pensando no bem de todo o povo e nas futuras necessidades de seus descendentes.
 
Quando Miriam morreu e o poço que acompanhava o povo judeu já não estava mais disponível para que eles bebessem água, os indivíduos imediatamente se preocuparam com sua necessidade imediata. D'us queria que Moshé transmitisse ao povo judeu a mensagem de que eles não deveriam pedir água apenas para saciar suas necessidades individuais. Ao invés disso, a preocupação deveria ser em um nível comunitário, pois isto garantiria a disponibilidade de um reservatório também para o futuro, uma fonte de água permanente. Foi justamente para transmitir esta mensagem que D'us ordenou a Moshé levar seu cajado, pois o cajado representa a liderança, como nós encontramos na Brachá (Benção) que Yaacov Avinu deu ao seu filho Yehudá, de quem futuramente sairiam os reis de Israel: "O cajado não vai se afastar de Yehuda" (Bereshit 49:10).
 
Assim podemos entender a opinião de Rashi. Moshé não foi instruído a levar o cajado para golpear a pedra, e sim como uma representação da sua liderança, pois como líder ele deveria transmitir a necessidade da comunidade se unir e transformar seus pedidos, de indivíduos preocupados apenas com suas próprias necessidades, em uma comunidade que se preocupa em saciar as necessidades de toda a geração e também das futuras gerações. Assim deveria ter sido o pedido do povo judeu para D'us.
 
Esta é a diferença entre os méritos de Avraham e os méritos de Miriam. Pelo mérito de Avraham, as necessidades individuais do povo judeu foram atendidas. Já os méritos de Miriam poderiam ter ajudado o povo judeu a conseguir uma fonte de água permanente, que atenderia suas necessidades de curto prazo, mas que também serviria para as futuras gerações. É por isso que o Talmud (Taanit 9a) se refere a Miriam como "Parness", que significa "sustentadora", isto é, alguém que garante que as necessidades de toda a comunidade estão sendo devidamente atendidas.
 
Deste ensinamento da Parashá aprendemos algo muito importante para nossas vidas. Enquanto nos comportarmos de maneira egoísta e estivermos preocupados apenas com os nossos próprios problemas e dificuldades, não estaremos dando absolutamente nenhuma contribuição para garantir que as necessidades de toda a nossa comunidade estejam sendo atendidas. Precisamos sair um pouco do nosso "mundinho pequeno", não pensar apenas em nossos problemas imediatos, mas levar em consideração também as futuras gerações e as necessidades da comunidade como um todo. Este é um trabalho de anulação do nosso egoísmo, algo que só conseguiremos através de muita reflexão e do cumprimento das Mitzvót, pois a Torá constantemente ressalta as obrigações sociais de um judeu. Os 10 Mandamentos começam com a palavra "Anochi", que significa "Eu", e terminam com a palavra "Lereecha", que significa "seu companheiro", nos ensinando que a Torá deve nos transformar, de pessoas egoístas que só pensam em seus próprios problemas, em pessoas altruístas e generosas, preocupadas com o bem estar do povo como um todo.
 
Shabat Shalom

R' Efraim Birbojm

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Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Eliahu ben Esther, Moshe ben Feigue.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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