| | VÍDEO DA PARASHAT KORACH | | | SENTINDO A DOR DO PRÓXIMO - PARASHAT KORACH 5779 (05 de julho de 2019) "A Sra. Leslie estava fazendo compras no supermercado. A situação da família estava muito difícil, pois o seu marido estava desempregado, vivendo apenas de pequenos bicos. A Sra. Leslie pegou apenas os produtos essenciais. Quando o caixa do supermercado passou todos os produtos, mostrou para a Sra. Leslie o total. Ela começou a tirar o dinheiro da bolsa e contou as notas. Para sua enorme vergonha, a conta tinha dado 55 dólares, 10 dólares a mais do que ela tinha na carteira. Ela se sentiu muito humilhada naquele momento. Pediu desculpas para o caixa do supermercado e assumiu que não tinha dinheiro suficiente e, por isso, precisaria tirar alguns produtos que já estavam na sacola. O que a Sra. Leslie mais desejava naquele momento era sumir de vergonha. De repente, o cliente que estava logo atrás na fila do caixa se aproximou. Ele estendeu uma nota de 10 dólares para o homem do caixa e informou que era para completar o que faltava das compras daquela senhora. Apesar do gesto nobre daquele homem, a Sra. Leslie não quis aceitar. Em um tom firme, ela disse: - Por favor, não precisa se incomodar. Muito obrigado, mas eu não posso aceitar este dinheiro. Porém, o homem abriu um grande sorriso e disse: - Por favor, deixe-me contar uma história. Minha mãe está há muito tempo internada no hospital. Eu a visito todos os dias e levo para ela flores, para alegrar seu dia. Porém, ontem ela me deu uma grande bronca. Ela falou que era um grande desperdício todos os dias gastar dinheiro com flores. Ela então me disse que, se eu quisesse realmente deixá-la feliz, eu deveria fazer todos os dias alguma bondade com o dinheiro das flores. - Então, por favor, aceite - concluiu o homem, emocionado - Estas são as flores de hoje da minha mãe..." Nem sempre é fácil se preocupar com o problema dos outros, principalmente quando nós também estamos passando por dificuldades. Mas é isto que torna o ser humano uma criatura tão especial: a capacidade de se lembrar dos outros e, ao mesmo tempo, se esquecer dos seus próprios problemas. | | Nesta semana lemos a Parashat Korach, que traz um incrível e profundo ensinamento sobre a força da inveja e da honra sobre o ser humano, atingindo até mesmo pessoas espiritualmente mais elevadas. Korach, o primo de Moshé, tinha um potencial espiritual gigantesco. Porém, por inveja e honra, ele organizou uma "Machloket" (disputa) contra Moshé e Aharon, colocando dúvidas na cabeça do povo sobre a escolha Divina dos dois maiores líderes do povo judeu. Alegando querer o bem e a união do povo, Korach começou, através de zombaria, a questionar o papel central de Moshé e Aharon, alegando que todos do povo eram espiritualmente elevados e tinham o direito de serem líderes. A consequência foi trágica, com a morte milagrosa de todos os participantes da Machloket. Korach e os outros líderes, junto com suas famílias, foram engolidos por uma boca que se abriu na terra, enquanto seus 250 seguidores foram queimados vivos por um fogo celestial. Moshé tentou de tudo para restabelecer a paz. Passou por cima de sua própria honra e tentou conversar com os líderes da rebelião, apesar de estar sendo humilhado publicamente. Com humildade, tentou convencê-los de que aquela rebelião não era apenas contra ele e Aharon, e sim contra D'us, quem os havia escolhido. Quando Moshé viu que não havia mais nada a se fazer, e diante de um possível "Chilul Hashem" (quando o Nome de D'us é manchado), ele fez um pedido para D'us: "Se estes homens morrerem como todos os homens morrem, e o destino de todos os homens ocorrer a eles, então será um sinal de que não foi D'us que me enviou." (Bamidbar 16:29). De acordo com o Talmud (Nedarim 39b), Moshé estava afirmando para D'us que, se Korach e seus seguidores morressem de uma maneira natural, de forma que fossem visitados enquanto estivessem doentes, deitados em seus leitos de morte, Korach seria inocentado aos olhos do povo e as pessoas acreditariam que ele estava certo. Por isso, Moshé pediu a D'us que eles tivessem uma morte milagrosa e repentina. Porém, como entender este ensinamento do Talmud? Qual é a conexão entre a forma da morte dos rebeldes e a transgressão que eles estavam cometendo? Uma morte natural, logo após a Machloket com Moshé, já não seria suficiente para que ficasse claro para todo o povo judeu que Moshé estava certo e Korach estava errado? Além disso, a conexão entre visitar os doentes e a história da rebelião de Korach não é clara. Moshé afirmou a D'us que, caso Korach morresse de uma forma natural, isso seria uma justificativa para sua afirmação de que Moshé estava abusando de sua posição. No entanto, não havia nenhuma necessidade de mencionar as visitas a um doente que morre de forma natural. Por que então o Talmud acrescentou este detalhes quando descreveu uma possível morte natural de Korach e seus seguidores? Outro questionamento surge quando o Talmud (Nedarim 39b) afirma que, baseado no pedido de Moshé, de que D'us não permitisse que Korach e seus seguidores tivessem uma morte natural para que não recebessem visitas, aprendemos a Mitzvá de "Bikur Cholim", visitar os doentes. Mas este evento trágico é a melhor fonte para a Mitzvá de visitar os doentes? Finalmente, há outras duas passagens no Talmud que citam outras fontes da Torá para a Mitzvá de Bikur Cholim. Em relação ao versículo "e você (Moshé) lhes fará saber o caminho que eles devem seguir" (Shemot 18:20), o Talmud (Baba Metzia 30b) declara que esta é a fonte da Torá para a Mitzvá de Bikur Cholim. Já o Talmud (Sotá 14a) afirma que, três dias após Avraham ter feito seu Brit-Milá, o dia mais dolorido, D'us veio visitá-lo com o intuito de fazer Bikur Cholim. O Talmud ensina que, pelo fato de D'us visitar os doentes, somos obrigados a fazer o mesmo, pelo princípio da Torá de "E você deverá seguir o Seu caminho" (Devarim 28:9). Mas por que são necessárias tantas fontes diferentes para a Mitzvá de Bikur Cholim? De acordo com o Rav Shmuel Eliezer Halevi Eidels zt"l (Polônia, 1555 - 1632), mais conhecido como Maharshó, as duas últimas fontes citadas se referem ao mesmo conceito. "Andar nos caminhos de D'us" significa "imitá-lo". Um aspecto da obrigação de Bikur Cholim é derivado da nossa obrigação de nos assemelharmos a D'us. Portanto, da mesma forma que D'us visitou Avraham quando ele estava doente, assim também temos a obrigação de visitar os doentes, cumprindo o conceito de "andar nos Seus caminhos". Portanto, a essência da Mitzvá de Bikur Cholim é colocar em prática o nosso lado de bondade e misericórdia com o próximo. E para isto devemos nos espelhar em D'us, que criou o mundo com o único propósito de fazer bondade. A Torá inteira está repleta de bondades que D'us fez, tanto a indivíduos quanto a povos inteiros, e por isso temos em quem nos espelhar para buscarmos sempre a bondade. Explica o Rav Yohanan Zweig que a Parashat Korach nos apresenta um novo aspecto da Mitzvá de Bikur Cholim: a obrigação de sentirmos empatia, isto é, sentirmos a dor dos outros. Um pré-requisito para a empatia é a capacidade de uma pessoa se concentrar no sentimento de parentesco e conexão que todos nós, seres humanos, compartilhamos. Ao sermos capazes de identificarmos as outras pessoas como sendo parte de uma "grande família", podemos chegar ao nível de compartilhar a dor e confortar uns aos outros. Korach é descrito por nossos sábios como um "Baal Machloket", uma pessoa que causa desunião. Alguém que apresenta esta característica foca apenas nos aspectos das pessoas que geram conflito, e isto é o contrário da empatia. Uma pessoa que conduz a vida de tal maneira não sente empatia pelos outros e, como resultado, também não recebe de volta a empatia de ninguém. Korach afirmava que era Moshé quem estava criando divisões dentro do povo judeu, enquanto ele se proclamava o "lutador pela igualdade e pela união do povo". Foi por isso que Moshé fez um pedido tão fora do comum para D'us. Ele queria publicamente desmentir as afirmações de Korach. Moshé pediu a D'us para que Korach não morresse de uma maneira natural, pois se ele ficasse acamado, receberia visitas. Porém, um "Baal Machloket", que não demonstra empatia com os outros, Midá Kenegued Midá (medida por medida) não merece receber a empatia de ninguém. Com este entendimento fica claro por que o Talmud cita a história de Korach como fonte para a Mitzvá de Bikur Cholim. A Torá está se concentrando no segundo aspecto da Mitzvá, que é a obrigação de sentirmos empatia. A história de Korach é o cenário ideal para transmitir essa mensagem, pois seu comportamento é um contraste, é o exemplo de alguém que se tornou insensível com as dores e necessidades dos outros. O principal motivo de cumprirmos as Mitzvót é porque D'us, o nosso Criador, nos comandou. Porém, D'us também nos deu sentimentos. Não devemos viver como robôs, fazendo atos sem nenhum tipo de emoção. Em especial, quando se refere às Mitzvót "Bein Adam Lehaveiró" (entre a pessoa e o seu companheiro), é importante sentir a dor e a necessidade dos outros. Por exemplo, em Purim temos a Mitzvá de "Matanót Laevionim" (doar dinheiro aos necessitados, para que possam cumprir a Mitzvá de fazer uma refeição festiva em honra de Purim). Pessoas que vêm se aconselhar sobre como cumprir corretamente esta Mitzvá normalmente perguntam: "Quanto preciso doar para sair da obrigação". A pergunta é, de certa maneira, equivocada. Não devemos pensar somente em "sair da obrigação". Devemos pensar que há um necessitado que não tem dinheiro suficiente nem mesmo para fazer uma refeição festiva em Purim. A pergunta correta é: "Quanto é o mínimo que eu preciso doar para ajudar um necessitado a ter uma refeição decente em Purim". Quando vemos duas pessoas ajudando um necessitado, o ato é o mesmo, mas a intenção pode ser completamente diferente. A pessoa pode pensar apenas em si mesma, ou pode sentir a dor do seu companheiro. Pouco a pouco, nos importando com cada ser humano, vamos desenvolvendo a empatia pelos outros e nos afastando do egoísmo. O egoísmo que, infelizmente, encurtou a vida de Korach e de todos os seus seguidores. SHABAT SHALOM R' Efraim Birbojm | | | *********************************************** HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT - PARASHAT KORACH 5779: São Paulo: 17h14 Rio de Janeiro: 17h02 Belo Horizonte: 17h10 Jerusalém: 19h13 ***************************************** | | Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Eliahu ben Esther, Moshe ben Feigue, Laila bat Sara, Chana Mirel bat Feigue, Eliezer ben Shoshana, Mache bat Beile Guice, Feiga Bassi Bat Ania. -------------------------------------------- Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno. ------------------------------------------- Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l, Eliezer ben Arieh z"l; Arieh ben Abraham Itzac z"l, Shmuel ben Moshe z"l, Chaia Mushka bat HaRav Avraham Meir z"l, Dvora Bacha bat Schmil Joseph Rycer z"l, Alberto ben Esther z"l, Malka Betito bat Allegra z"l, Shlomo ben Salha z"l, Yechiel Mendel ben David z"l, Faiga bat Mordechai HaLewy z"l. -------------------------------------------- Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com (Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai). | | | | | |