sexta-feira, 26 de abril de 2013

SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ EMOR 5773


BS"D

IMAGEM E SEMELHANÇA DE D'US - PARASHÁ EMOR 5773 (26 de abril de 2013)

"Tzvi (nome fictício) era um Avrech (pessoa casada que se dedica ao estudo da Torá) muito pontual na Tefilá (reza) e no estudo. Mas em certa época ele começou a chegar todos os dias atrasado à Tefilá de Shacharit (reza da manhã). O Rosh Colel (líder espiritual do centro de estudos) certa vez chamou-o para conversar em sua sala e perguntou se estava tudo bem, ressaltando a preocupação com os constantes atrasos na Tefilá, uma das principais partes do nosso serviço Divino diário. O jovem tranquilizou o rabino e explicou:

- Rabino, não se preocupe, está tudo bem. Não estou atrasando por causa de nenhum problema pessoal ou por não estar dando a devida importância à pontualidade na Tefilá. O que ocorre é que todos os dias de manhã, quando estou saindo para a Tefilá, eu vejo que há uma mulher que cuida sozinha de todos os filhos. Ela precisa preparar o café da manhã, vestir as crianças mais novas, ajudar a preparar os mais velhos, além de já começar a cuidar das outras necessidades da casa. E como são muitas crianças, eu vejo como é difícil para ela cuidar de todas sozinha. Eu fico tão comovido com as dificuldades desta mulher que acabo me oferecendo para ajudá-la. Por isso tenho me atrasado.

- Muito bonito o seu ato - respondeu o Rosh Colel - Fico mais tranquilo de saber que seus atrasos na Tefilá têm uma boa justificativa. Mas quem é esta mulher que você ajuda todos os dias, alguma vizinha que ficou viúva?

Tzvi abriu um sorriso e respondeu:

- É a minha esposa. E as crianças que eu ajudo são os meus próprios filhos..." (História Real)

Todas as Mitzvót que fazemos são muito importantes e nos conectam a D'us. Mas não podemos focar tanto nas Mitzvót a ponto de esquecer-nos de ajudar as pessoas que estão à nossa volta.

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Na Parashá desta semana, Emor, a Torá descreve a história de um judeu que entrou em uma discussão com outro judeu e acabou amaldiçoando D'us. É interessante perceber que a Torá não conta esta história de maneira contínua. Após a Torá descrever que aquele homem merecia a pena de morte por ter amaldiçoado D'us, a narrativa é interrompida e são ensinadas algumas leis sobre danos que uma pessoa causa a outra. Depois disso, a Torá retoma o assunto do homem que amaldiçoou D'us e descreve a aplicação da pena de morte. Mas por que a Torá interrompeu no meio a narração da história? E qual a conexão entre duas pessoas estarem discutindo entre si e uma delas amaldiçoar D'us?

Explica o Gaon Mi Vilna que muitas pessoas pensam que é possível separar a Torá em duas partes completamente independentes: "entre o homem e D'us" e "entre o homem e seu semelhante". Isto pode causar o grande erro de imaginar que é possível ser completo cumprindo apenas uma das partes, sem se importar com a outra. Por exemplo, muitos aceitam as "leis sociais" da Torá, como não roubar, não matar e não ofender outro ser humano, e são muito rigorosos em sua conduta social, mas ao mesmo tempo negam completamente a existência de D'us e de Suas Mitzvót.

O outro lado também ocorre, isto é, aqueles que pensam que devem focar apenas no seu relacionamento com D'us, fazendo todas as rigorosidades previstas na Halachá (Código de leis judaico), mas esquecendo do comportamento com seus semelhantes. Além de todas as transgressões que esta pessoa certamente comete ao desrespeitar e machucar outro ser humano, uma das consequências mais graves é o "Chilul Hashem" (denegrir o Nome de D'us), pois aqueles que observam a pessoa "religiosa" se comportando de maneira inadequada começam a questionar a própria validade dos ensinamentos Torá.

Ensina o Gaon Mi Vilna que separar a Torá em duas partes é um grande equívoco de entendimento do que D'us espera de nós. As duas partes da Torá estão tão conectadas que, mesmo aquele que pensa ser possível cumprir apenas uma delas, certamente nem mesmo esta parte conseguirá cumprir da maneira correta. Por exemplo, nossos sábios ensinam que aquele que não consegue reconhecer as bondades que recebe de seu companheiro, no final não conseguirá nem mesmo reconhecer as bondades que recebe de D'us. A característica de reconhecer as bondades do companheiro não é apenas um assunto "entre o homem e seu semelhante", e sim uma característica da alma da pessoa. Quando esta característica de não reconhecer as bondades dos outros se enraíza no seu coração, o ser humano não consegue reconhecer as bondades de D'us e, portanto, não consegue se conectar a Ele de maneira verdadeira.

O contrário também é válido. Aquele que não tem Emuná (fé) em D'us, isto é, não reconhece as bondades que Ele faz com todas as Suas criaturas, é como se estivesse se desconectando do mundo de D'us, onde estão unidas todas as criaturas, e decidindo viver isolado no seu próprio mundo, pequeno e pobre, criado dentro de sua cabeça. Este é um dos grandes ensinamentos desta Parashá: não é possível que uma pessoa possa amaldiçoar D'us e ter um relacionamento verdadeiro e produtivo com as outras pessoas, isto é, estar completamente consciente de suas responsabilidades e obrigações com o próximo. Ao contrário, sem a Emuná, a pessoa pode se deteriorar lentamente até chegar a um verdadeiro abismo. A pessoa sem as fundações da Emuná pode ruir totalmente com o primeiro teste pelo qual passar e, daquela pessoa educada e polida, que se importava com sua conduta social, pode sair um verdadeiro animal, pronto para destruir todo aquele que atravessar seu caminho, se tornando um risco para toda a humanidade.

Pode parecer um exagero. Porém, ainda sentimos na pele, literalmente, o quanto este conceito espiritual é verdadeiro. Muitos judeus ainda carregam em seus braços números tatuados, marcas do Holocausto, uma das maiores selvagerias já cometidas contra a humanidade e, em especial, contra o povo judeu. E quem foram os responsáveis por este crime contra a humanidade? Não foram os vikings, conhecidos por sua selvageria, nem os cossacos, famosos por sua brutalidade. Foram os alemães, um dos povos mais educados e cultos do século passado. A mesma Alemanha, que produziu grandes compositores da música clássica como Beethoven e Bach, também produziu pessoas que faziam tiro ao alvo com bebês judeus. As mesmas mãos que tocavam obras completas de Mozart e Schubert torturaram e assassinaram, a sangue frio, 6 milhões de inocentes.

É por isso que a Torá, quando estava falando sobre o homem que amaldiçoou D'us, um assunto "entre o homem e D'us", interrompeu a narração para falar sobre leis de danos, um assunto "entre o homem e seu semelhante", e depois voltou ao assunto de amaldiçoar D'us, para nos ensinar que todo aquele que quer chegar a níveis verdadeiros de conexão com D'us deve começar a trabalhar para desenvolver um sentimento verdadeiro de conexão com o próximo. E o contrário também é válido, isto é, qualquer alienação do trabalho de se conectar com os outros e reconhecer suas bondades possivelmente levará a um consequente afastamento de D'us.

Portanto, fica claro qual a regra espiritual que rege o mundo: as duas áreas de trabalho, "entre o homem e seu semelhante" e "entre o homem e D'us", são, na realidade, uma área só, sem a possibilidade de separação. Somente aquele que entender e internalizar que todos os seres humanos foram criados à imagem e semelhança de D'us, e conseguir ver em seu companheiro a sua "fagulha Divina", conseguirá realmente chegar à perfeição no seu trabalho espiritual, tanto entre ele e seu semelhante quanto entre ele e D'us.

SHABAT SHALOM

Rav Efraim Birbojm

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