sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

CONFIANDO NA SALVAÇÃO - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT BÔ 5781

Este E-mail é dedicado ao Leilui Nishmat dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion ben Yehoshua Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L. Que possam ter um merecido descanso eterno.



Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, entrar em contato através do e-mail 

efraimbirbojm@gmail.com.
  
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  • Gafanhotos: A 8ª Praga.
  • Escuridão: A 9ª Praga.
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  • Rosh Chodesh.
  • Preparação do Cordeiro.
  • A Festa de Pessach.
  • Korban Pessach.
  • Morte dos Primogênitos: A Praga Final.
  • O Êxodo.
  • As Leis do Korban Pessach.
  • Deixando o Egito.
  • Relembrando o Êxodo.
  • A Consagração do Primogênito.
BS"D

CONFIANDO NA SALVAÇÃO - PARASHAT BÔ 5781 (22 de janeiro de 2021)

 
"Maurício, um homem muito rico e bondoso, certa vez encontrou seu amigo Rafael caminhando na rua e percebeu que ele estava muito triste. Começou a puxar papo com ele e descobriu que seu amigo estava desempregado e muito preocupado em como pagaria as contas no final do mês.
 
- Ouça - disse Maurício, tentando animá-lo - Talvez eu posso te ajudar. Tenho uma funcionária que está de licença por três meses e justamente estava procurando alguém para substituí-la. Venha trabalhar comigo durante estes três meses e eu lhe pagarei um excelente salário.

Para a surpresa de Maurício, Rafael recusou a proposta e explicou:
 
- Eu agradeço muito a sua bondade e generosidade, mas não posso aceitar. Eu tinha um bom cargo na empresa onde eu trabalhava. Eu trabalhei lá por muitos anos, meu chefe já confia em mim e eu conheço bem a empresa. Por causa de algumas dificuldades que a empresa está passando no momento, meu chefe precisou me dispensar temporariamente, mas certamente vai voltar a precisar dos meus serviços em poucas semanas. Caso eu aceite sua oferta, sabe o que pode acontecer? Se ele precisar de mim durante o período em que eu estiver trabalhando com você, ele vai achar que já estou empregado, contratará outra pessoa e eu acabarei perdendo meu emprego definitivamente. Portanto, prefiro passar por dificuldades durante alguns meses do que correr o risco de perder um bom emprego permanente".

Explica o Rav Israel Meir HaCohen (Polônia, 1839 - 1933), mais conhecido como Chafets Chaim, que D'us, nosso Criador, supre todas as nossas necessidades todos os dias das nossas vidas. Ocasionalmente pode ocorrer de Ele nos colocar em uma situação de dificuldades. Nestes momentos, podemos ser tentados a nos envolver em algum negócio ilícito e acabar nos desviando do caminho correto. Porém, da mesma maneira que o trabalhador desempregado da história teve o discernimento de perceber que, se pegasse um emprego temporário, perderia o emprego permanente, assim também devemos nos comportar na vida. Quando estamos passando por uma situação difícil, nos afastarmos de D'us e dos Seus caminhos é certamente a pior escolha. É melhor suportar os desafios de um período difícil e manter a integridade do que fazer escolhas questionáveis. Se mantivermos uma confiança inabalável em D'us, que é misericordioso e bondoso, Ele voltará a ter compaixão de nós e nos tirará daquela situação difícil, voltando a prover nossas necessidades com tranquilidade, como diz o versículo: "Feliz é a pessoa que põe sua confiança em D'us" (Tehilim 40:5).

Nesta semana lemos a Parashat Bô (literalmente "Venha"), na qual são descritas as últimas três pragas enviadas por D'us, que finalmente destruíram o orgulho do Faraó e dos egípcios. O povo judeu saiu do Egito no dia 15 do mês de Nissan, de cabeça erguida, no meio do dia, e não na calada da noite como se estivessem fugindo. Os egípcios já não podiam fazer mais nada para nos impedir.
 
Porém, antes mesmo da saída do Egito, D'us já havia entregado ao povo judeu a primeira Mitzvá, conforme está escrito: "Este mês será para você a "cabeça" dos meses; ele será para vocês o primeiro dos meses do ano" (Shemot 12:2). Os meses judaicos são regidos pelo ciclo da lua. No início do mês de Nissan, D'us mostrou para Moshé a lua reaparecendo no céu, após passar pela fase de lua nova, e ensinou que todas as vezes em que a lua começasse a reaparecer no céu, como naquele dia, aquele seria o Rosh Chodesh, o início do novo mês. Antigamente testemunhas iam ao Tribunal Rabínico para contar que tinham visto a lua reaparecendo no céu, e esta cerimônia era conhecida como "Kidush HaChodesh" (Santificação do mês).    
 
Porém, percebemos algo interessante neste versículo. Os meses, de acordo com a Torá, não tinham nomes. Nissan é chamado de "o primeiro dos meses". O nome Nissan é de origem babilônica, e passou a ser utilizado apenas após o exílio da Babilônia. O mês de Nissan anuncia o início da primavera, e há uma conexão mais forte entre o mês de Nissan e a estação da primavera. Em hebraico, primavera é "Aviv", uma palavra que pode ser separada em "Av", que significa pai, e as letras "Yud" e "Beit", que têm valor numérico 12, significando que Nissan, que marca o início da primavera, é o "pai" de todos os 12 meses do ano.
 
Explica o Ramban (Nachmânides) (Espanha, 1194 - Israel, 1270) que Nissan é o primeiro mês, e os meses subsequentes devem ser nomeados a partir dele. Por isso os meses são chamados de "segundo mês", "terceiro mês", e assim por diante. Isto ocorre para que o ano inteiro possa se tornar uma lembrança constante de nossa libertação do Egito, que ocorreu em Nissan, o primeiro mês. Assim, sempre que mencionarmos os meses, automaticamente podemos nos lembrar dos milagres da saída do Egito.
 
O Ramban, citando o Talmud Yerushalmi (Rosh Hashana 6a), explica que os nomes de todos os meses como os chamamos atualmente, como Nissan, Tishrei e Elul, vieram conosco quando saímos de Bavel. Porém, se o nome dos meses sugerido pela Torá tem um significado tão importante, por que abandonamos este sistema e passamos a usar os nomes dos meses dados ​no exílio? Segundo o Ramban, continuamos a chamar os meses por esses nomes desde que deixamos Bavel para nos lembrar que estávamos no exílio e partimos. Porém, a pergunta ainda continua. Por que lembrar da redenção do exílio da Babilônia, ao invés de lembrar da redenção do exílio do Egito, conforme era a intenção da Torá?
 
Para construir a resposta desta pergunta, o Rav Yaacov Kamenetzky zt"l (Lituânia, 1891 - EUA, 1986) menciona um interessante ensinamento do Talmud (Yoma 21b), de que faltavam no Segundo Beit Hamikdash cinco coisas que haviam no Primeiro Beit Hamikdash. O primeiro item da lista era o Aron Hakodesh, a Arca Sagrada, que foi escondida durante o período do Rei Yoshiyahu. Poderíamos pensar, portanto, que a razão pela qual não havia Aron Hakodesh no Segundo Beit Hamikdash era porque ninguém sabia onde ele estava.
 
Este, entretanto, não parece ser o caso, pois o Talmud (Shekalim 6:2) relata a história de um Cohen que viu que o chão do Beit Hamikdash era irregular em um certo local. Quando ele estava prestes a contar a um amigo sobre isso, ele faleceu, pois sem perceber ele estava prestes a revelar o local onde o Aron Hakodesh estava escondido. Portanto, desta Mishná aprendemos que os líderes daquela geração sabiam onde estava guardado o Aron Hakodesh. Então por que eles não o colocaram de volta depois da reconstrução do Beit Hamikdash?
 
Explica o Rav Yaakov Kamenetzky que provavelmente aqueles que voltaram de Bavel sabiam que o Segundo Beit Hamikdash não duraria para sempre e que o retorno deles à Terra de Israel naquele momento não era a redenção final. Eles entenderam que a reconstrução do Beit Hamikdash naquele período havia sido projetada apenas para preparar o povo judeu para um longo período de exílio. Os judeus deveriam ter ficado em Bavel por mais tempo, mas D'us viu que a maioria do povo estava se assimilando muito rapidamente e acabaria se perdendo caso tivesse permanecido por mais tempo. O povo judeu teria perdido completamente a sua identidade e não haveria mais ninguém para ser redimido. D'us teve misericórdia do povo judeu e, por isso, os trouxe de volta à Terra de Israel por um curto período de tempo e construiu para eles o Segundo Beit Hamikdash apenas para dar mais um "fôlego" ao povo. A volta do povo judeu e a reconstrução do Beit Hamikdash foi a forma encontrada por D'us para que eles fizessem Teshuvá (voltassem aos caminhos corretos) e se fortalecessem em sua Emuná. Desta maneira, eles se preparariam espiritualmente para o longo e amargo exílio que viria.
 
A fim de enfatizar e fazer com que as pessoas percebessem que não haviam sido totalmente redimidas, os sábios daquela geração não trouxeram ao Segundo Beit Hamikdash o Aron HaKodesh, que era a principal fonte de santidade no Primeiro Beit Hamikdash, mesmo sabendo onde ele estava escondido. Por causa do reconhecimento de que a redenção final ainda não havia chegado, os que haviam retornado de Bavel mantiveram muitos dos costumes que haviam adquirido no exílio. Isso foi feito para mostrar que o exílio de Bavel ainda continuava e que o Segundo Beit Hamikdash era apenas temporário, e no futuro seria destruído.
 
Este é o motivo pelo qual eles continuaram a nomear os meses como haviam feito em Bavel, para lembrar que eles estiveram lá, que D'us os havia tirado de lá, mas que isto não representava a redenção completa. Isto também explica porque eles não mudaram a língua do exílio, do aramaico para o hebraico, quando voltaram para casa. E também esta parece ser a razão pela qual o Talmud Yerushalmi, apesar de ter sido compilado em Israel, também foi escrito em aramaico. No período do Segundo Beit Hamikdash também nenhum rei da Casa de David foi nomeado, pois esta seria uma indicação equivocada de que a redenção final havia chegado.
 
Estamos ainda no nosso último exílio, e mesmo depois de tanto tempo, as nossas esperanças de sermos redimidos não diminuíram. Apesar de tantas perseguições e dificuldades pelas quais o povo judeu passou nos últimos séculos, não abandonamos os caminhos de D'us, pois sabemos que este momento difícil vai passar, e queremos estar prontos para quando D'us nos chamar definitivamente de volta para casa.
 

SHABAT SHALOM
 

R' Efraim Birbojm

 

Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Eliahu ben Esther, Moshe ben Feigue, Laila bat Sara, Eliezer ben Shoshana, Mache bat Beile Guice, Feiga Bassi Bat Ania, Mara bat Chana Mirel, Dina bat Celde, Celde bat Lea, Rivka Lea bat Nechuma, Mordechai Ben Sara, Simcha bat Shengle.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l, Eliezer ben Arieh z"l; Arieh ben Abraham Itzac z"l, Shmuel ben Moshe z"l, Chaia Mushka bat HaRav Avraham Meir z"l, Dvora Bacha bat Schmil Joseph Rycer z"l, Alberto ben Esther z"l, Malka Betito bat Allegra z"l, Shlomo ben Salha z"l, Yechiel Mendel ben David z"l, Faiga bat Mordechai HaLewy z"l, Reuven ben Alexander z"l, Mechel ben Haim z"l, Yaacov ben Israel z"l.
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