quinta-feira, 5 de julho de 2018

ESQUECENDO-SE DA HUMILDADE - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT PINCHÁS 5778

BS"D
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ESQUECENDO-SE DA HUMILDADE - PARASHAT PINCHÁS 5778 (06 de julho de 2018)

"Era uma tarde tranquila na floresta. O leão, rei dos animais, estava descansando à sombra de uma árvore quando, de repente, foi acordado por um rato que passou correndo sobre o seu rosto. O leão acordou assustado e, furioso, deu um salto ágil e capturou o rato. O pequeno animal ficou preso pelo rabo, entre as suas afiadas garras. O leão estava pronto para matar aquele insignificante animal quando o rato suplicou:

- Perdão, Sr. leão. Por favor, poupe minha vida. Tenho certeza que um dia poderei retribuir sua bondade.

O leão deu uma gargalhada. Aquele ser desprezível e insignificante achava que algum dia poderia fazer algo por ele, o rei dos animais? Mas como estava bem alimentado, deixou o rato ir. Alguns dias depois, o leão estava passeando na floresta quando, por descuido, caiu em uma armadilha preparada por caçadores e acabou pendurado em uma árvore, preso em uma rede. Por mais que urrasse e se debatesse, não conseguia se livrar das cordas. Naquele momento, perto dali, passava o rato. Reconhecendo o rugido do leão, se aproximou, subiu na árvore, roeu a corda da armadilha e libertou-o. Quando os dois já estavam a salvo dos caçadores, o rato humildemente falou:

- Sr. leão, rei dos animais, você achou ridícula a ideia de que eu poderia retribuir seu ato de misericórdia. Mas agora você sabe que é possível mesmo um pequeno rato conceder um favor a um poderoso leão.

O leão, envergonhado, recebeu no coração as palavras do pequeno rato. A partir daquele dia ele deixou de ser tão arrogante e passou a dar mais valor aos outros animais."
 
Nunca seja prepotente. Pratique a humildade, um dos traços de caráter mais desejáveis em um ser humano.

Nesta semana lemos a Parashat Pinchás, que começa descrevendo as consequências positivas do ato heroico de Pinchás, o neto de Aharon HaCohen, que arriscou sua vida para matar o príncipe da tribo de Shimon, Zimri, que estava cometendo publicamente um ato de imoralidade com uma princesa de Midian, chamada Kosbi. O ato de Pinchás fez com que uma terrível praga, que já havia dizimado 24 mil pessoas, terminasse. Depois disso a Parashat traz uma nova contagem do povo judeu.

Na sequência, a Parashat também traz outro acontecimento importante. As 5 filhas de Tzlofechad, um homem que havia morrido no deserto, foram exigir de Moshé um pedaço de terra em Israel. Mas por que justamente naquele momento elas se levantaram para reclamar? Pois a entrada na Terra de Israel estava iminente e Moshé havia feito uma nova contagem do povo judeu. As filhas de Tzlofechad entenderam que o propósito daquela contagem era preparar a divisão da Terra de Israel de acordo com o número de pessoas em cada tribo e em cada família. Porém, como elas perceberam que apenas os homens haviam sido contados, imaginaram que elas não teriam direito a receber nenhuma terra, já que Tzlofechad havia falecido no deserto e não havia deixado nenhum filho homem. Estas 5 mulheres foram então questionar Moshé se elas também não teriam direito a uma terra em Israel. Moshé escutou atentamente as palavras delas e levou a questão até D'us, que ensinou que a reclamação delas era justa e que elas tinham direito de herdar a porção da Terra de Israel que pertenceria ao seu finado pai. Logo depois, a Parashat ensina as leis de herança.

Porém, há algo que nos chama a atenção na atitude de Moshé. Se toda a Torá já havia sido entregue no Monte Sinai, certamente as leis de herança também já haviam sido ensinadas. Então por que Moshé teve que recorrer a D'us para responder a questão das filhas de Tzlofechad? A pergunta não era simples para alguém que sabia toda a Torá?

Rashi, citando o Talmud (Sanhedrin 8a), explica que aquele ensinamento sobre as leis de herança, que já havia sido transmitido por D'us no Monte Sinai, "se apagou" da cabeça de Moshé. Foi por isso Moshé não soube responder a pergunta das filhas de Tzlofechad, que era aparentemente uma questão simples, e D'us precisou ensinar novamente as leis de herança. Mas qual foi o motivo deste esquecimento de Moshé? Segundo o Talmud, isto ocorreu por Moshé ter pego para si a "coroa da Torá", quando ele disse: "E os assuntos que forem difíceis para vocês, tragam para mim" (Devarim 1:17).

De acordo com a explicação do Talmud, Moshé cometeu uma pequena falha na área de humildade. Ele foi castigado por sua frase, que demonstrou um sentimento de orgulho e superioridade. Quando o Talmud disse que ele "pegou para si a coroa da Torá", isto significa que ele utilizou a Torá para elevar a sua própria honra. De todas as boas características de Moshé, a Torá ressalta principalmente a sua humildade exemplar. E, apesar disso, vemos que até Moshé acabou tropeçando na transgressão de orgulho, mesmo que, em seu caso, certamente se tratou apenas de uma pequena "fagulha de transgressão". Portanto, de acordo com o Talmud, o erro de Moshé foi uma falha de Midót (traços de caráter), e foi isto que causou o esquecimento da Torá que ele tinha aprendido.

Porém, é difícil entender esta explicação do Talmud, pois qual é a conexão entre as duas coisas? Por que uma falha nos traços de caráter, em especial um sentimento de orgulho, fez Moshé esquecer os conhecimentos da Torá, que ele havia adquirido com tanta dedicação e esforço?

Explica o Rav Meir Rubman zt"l (Israel, século 20) que, diferente de qualquer outro tipo de conhecimento, lembrar e manter na cabeça os ensinamentos de Torá exige uma "Siata Dishmaia" (ajuda Celestial) constante. Portanto, quando alguém faz um ato que o faz perder a "Siata Dishmaia", a consequência pode ser a perda da Torá que a pessoa estudou. Este conceito está explícito em uma famosa afirmação dos sábios do Talmud (Meguilá 6b): "Se uma pessoa disser: "Me esforcei, mas não encontrei (o entendimento da Torá)", não acredite. Se ela disser "Não me esforcei e encontrei", também não acredite. Mas se ela disser "Me esforcei e encontrei", então acredite. Isto se aplica em relação às palavras de Torá... E mesmo em relação às palavras de Torá, isto não se aplica a não ser em relação à pessoa ficar "afiada" no estudo, mas para manter o que foi estudado, isto depende apenas de 'Siata Dishmaia'". De acordo com o Talmud, em termos de se lembrar do estudo, pode existir a possibilidade de uma pessoa se esforçar e não encontrar. A capacidade de lembrarmos o que estudamos de Torá não está conectada com o esforço que fizemos para adquirir o estudo, e sim da "Siata Dishmaia" que recebemos.

Outra passagem do Talmud (Ketubót 60b) traz uma história que também reforça o mesmo conceito. Certa vez o funcionário de um grande sábio chamado Abai foi questionar se ele poderia se casar com uma certa mulher (que estava em uma situação bem específica, na qual havia várias opiniões sobre o momento em que poderia se casar). Abai escutou a pergunta, ponderou e permitiu ao seu funcionário se casar. Porém, mais tarde, Abai fez a mesma pergunta ao seu rabino, o Rav Yossef, que lhe respondeu que certamente era proibido se casar naquele momento, seria necessário esperar mais alguns meses. Rav Yossef questionou o erro de seu aluno, já que era uma Halachá (lei judaica) muito conhecida e difundida. Abai fez uma profunda reflexão de seus atos para entender por que havia se esquecido de uma Halachá tão clara. Ele chegou à conclusão de que havia passado por cima de seu rabino ao tomar uma decisão sem consultá-lo, o que foi considerado uma conduta orgulhosa. Por isto lhe faltou a "Siata Dishmaia" necessária e ele acabou errando em sua resposta, mesmo se tratando de uma Halachá que ele já conhecia.

Portanto, qualquer falha em nossas Midót, e em especial na Midá de orgulho, que é algo abominável aos olhos de D'us, pode causar danos ao nosso estudo de Torá, pois as falhas de Midót causam a perda do mérito de termos "Siata Dishmaia" e pode causar até o esquecimento de coisas básicas que já sabíamos. Isto pode levar a danos ainda maiores quando ensinamos Halachót aos outros, pois sem "Siata Dishmaia" podemos ensinar de maneira equivocada e levar outras pessoas a tropeçarem na Halachá. Uma pequena fagulha de orgulho causou com que Moshé, que sabia toda a Torá, com todos os seus detalhes e segredos, esquecesse uma simples Halachá. Isto significa que, se prezamos pela nossa Torá, que adquirimos com tanto esforço, também precisamos cuidar das nossas Midót, em especial a Midá de humildade.

Talvez o castigo do orgulhoso seja "Midá Kenegued Midá" (Medida por medida), pois o orgulhoso se considera melhor que seus companheiros. O orgulhoso considera que sabe mais que os outros e, por isso, está acima das outras pessoas. Então D'us castiga esta pessoa fazendo com que ela esqueça o seu estudo. Assim, a pessoa é obrigada a assumir para si mesma que não é melhor do que ninguém.

Este ensinamento da Parashá é fundamental para nossas vidas. Tão importante quanto o esforço no estudo da Torá e no cumprimento das Mitzvót é o nosso trabalho de aprimoramento espiritual, através do refinamento das nossas Midót. Se comportar com humildade é um sinal de grandeza, enquanto o orgulho nos transforma em pessoas pequenas. Através do esforço podemos estudar e conhecer a Torá, mas é somente através das boas Midót que estes conhecimentos adquiridos ficarão conosco para sempre.

Shabat Shalom

R' Efraim Birbojm

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