quinta-feira, 11 de junho de 2009

SHABAT SHALOM MAIL - PARASHÁ BEHALOTECHÁ 5769

BS"D

SEGUINDO AS ORIENTAÇÕES MÉDICAS - PARASHÁ BEHALOTECHÁ 5769 (10 de junho de 2009)

"Quando a gripe suína começou a se espalhar, Rafael, Paulo e Rogério, que eram amigos de infância, ficaram preocupados. Esta gripe, se não fosse devidamente tratada, poderia causar a morte da pessoa contaminada. Certo dia Rafael começou a se sentir mal. Ligou para os amigos e descobriu que eles também não estavam muito bem. Seria a tal gripe suína? Desconfiado, Rafael correu ao hospital, onde foi constatado que ele havia realmente contraído a doença. Após o diagnóstico, o médico receitou uma série de remédios, instruindo exatamente os horários e as quantidades de cada um. Rafael seguiu ao pé da letra tudo o que o médico orientou e em pouco tempo estava completamente curado.

Paulo, com sintomas muito parecidos com os de Rafael, foi ao mesmo médico indicado por ele. A mesma doença foi diagnosticada e o médico o instruiu a tomar os mesmos medicamentos. Mas Paulo, que se interessava muito pela medicina, achava que conhecia muito e não gostou da orientação do médico. Tomou alguns dos remédios, outros ele achou desnecessário e não tomou. Também as quantidades ele não seguiu à risca, os que ele achava mais fortes ele tomou em maior quantidade, outros ele decidiu diminuir a quantidade prescrita. Após um tempo a doença piorou, ele precisou ser internado e quase morreu. Passou por um longo e doloroso tratamento no hospital até se curar, mas ficou com sequelas para o resto da vida.

Já Rogério achava que os médicos não sabiam de nada. Decidiu que nem iria ao hospital, pois baseado nos sintomas, já sabia qual era a doença. Procurou remédios alternativos, sem nenhum aconselhamento médico, e apesar da doença piorar cada vez mais, ele estava tranqüilo, pois achava que sabia o que estava fazendo. Infelizmente depois de pouco tempo seu quadro de saúde piorou muito, e ele descobriu que estava com outra doença. Quando foi finalmente internado no hospital, já não havia mais nada para fazer..."

O mesmo ocorre espiritualmente. Muitas vezes achamos que sabemos tudo sobre a nossa alma, e ao invés de nos aconselhar, tomamos nossas decisões espirituais sozinhos. Com isso, podemos estar colocando nossa vida espiritual, que envolve a eternidade, em risco.
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A Parashá Behalotechá, que lemos nesta semana, começa nos ensinando sobre as leis do acendimento da Menorá, trabalho que era feito por Aharon, o Cohen Gadol (Sumo sacerdote). E após a explicação de como deveria ser o acendimento, o versículo diz: "E assim fez Aharon" (Bamidbar 8:3). Rashi, comentarista da Torá, nos explica que este foi um grande elogio para Aharon por ele não ter mudado nada do que lhe foi ordenado por D'us. Mas isso é um elogio? Sabemos do imenso nível espiritual de Aharon, o primeiro Cohen Gadol do povo judeu, escolhido diretamente por D'us. Fazer exatamente o que D'us pediu não seria algo óbvio até mesmo para uma pessoa simples?

O ser humano muitas vezes vive de maneira perigosa, acreditando que sabe tudo e que pode se apoiar em seu intelecto para tomar sozinho decisões em todas as áreas da vida. Uma das áreas onde mais ocorrem tragédias é na medicina, e muitas pessoas morrem por não tratar de doenças que tinham uma cura simples. Muitos doentes escutam que outra pessoa teve os mesmos sintomas e tomou um determinado remédio, e resolvem se automedicar. Outros vão além, pedem orientações médicas mas não seguem, por preguiça ou por pensar que sabem mais do que o médico, sem imaginar que, neste ato tolo, podem estar colocando suas vidas em risco.

A nossa vida no mundo material se assemelha muito a um doente que vai ao hospital para curar uma doença. Todos nós temos algum "conserto" espiritual para fazer, algo que precisamos preencher na nossa alma, e este é o motivo da nossa vinda para este mundo. Da mesma forma que o médico diagnostica a doença e prescreve um medicamento, assim também D'us sabe das nossas limitações e por isso nos deu as Mitzvót, o "tratamento" espiritual para nossa alma. Elas são dosadas de forma precisa, suprindo todas as nossas necessidades espirituais. E da mesma forma que muitos doentes não seguem a prescrição médica, colocando suas vidas em risco, muitos seres humanos também preferem viver sem seguir as orientações do Criador do mundo, colocando em risco todo o objetivo de suas vindas para este mundo. Mas se é algo tão óbvio seguir o que D'us nos "prescreveu", por que tantos não seguem?

O conhecimento tecnológico avança cada vez mais rápido. Temos prédios cada vez mais altos, carros cada vez mais rápidos e equipamentos cada vez mais precisos. Dominamos a terra, o mar e os céus com as nossas máquinas maravilhosas. Mas muitas vezes o sucesso sobe à cabeça do ser humano e ele acha que também pode dominar áreas onde não tem absolutamente nenhum conhecimento. É justamente o que ocorre na área espiritual. Fazemos cálculos e mudamos Mitzvót, querendo "aperfeiçoar" o que D'us nos entregou. Descartamos Mitzvót "inúteis", modificamos outras Mitzvót para que se adequem ao nosso estilo de vida, e pensamos que assim estamos cumprindo o nosso objetivo. Mas o grande erro que cometemos é não saber que as Mitzvót foram entregues para nossa alma, não para o nosso corpo. Se não conhecemos nada sobre como funciona o mundo espiritual, como podemos aplicar idéias do mundo material para o mundo espiritual? Ao querer "melhorar" o que D'us nos deu, certamente estamos estragando.

Muitas pessoas grandes na história também cometeram o mesmo erro, entre eles Adam Harishon (Adão), que apesar de ter escutado explicitamente de D'us que não podia comer do fruto proibido, ele comeu, pensando que poderia fazer ainda melhor do que D'us havia pedido. Com isso, ele caiu espiritualmente e deixou de completar seu trabalho espiritual. É por isso que a Torá elogia Aharon, pois justamente por ser uma pessoa espiritualmente muito grande ele poderia ter pensado em mudar a Mitzvá do acendimento da Menorá, poderia ter imaginado que era possível fazer ainda melhor do que D'us havia pedido. Mas ele passou no teste, e fez exatamente o que havia sido instruído.

Alguns movimentos dentro do judaísmo, como o Reformismo, caíram neste erro de tentar "modernizar" as Mitzvót que D'us nos entregou no Monte Sinai, com o pretexto de que precisavam acompanhar a evolução da tecnologia. Mas será que D'us, que conhece o presente, passado e futuro, não sabia que o mundo ia se modernizar? Será que Ele nos entregou uma Torá com validade limitada, apenas para a época do deserto, nos deixando sem saber o que fazer nas futuras gerações? Será que a idéia de "modernizar" o judaísmo não foi motivada por uma vontade subconsciente de se livrar das obrigações que temos na vida? Pois, por mais que o mundo material tenha se modernizado, a nossa alma não mudou nos últimos três mil anos.

A Torá não é apenas um livro, é o nosso manual de instruções de vida, a única fonte que nos ensina como funciona a interação entre o corpo e a alma. Ela não foi entregue só para a geração do deserto, foi entregue para cada um de nós. A Torá, escrita diretamente pelo Criador do mundo, não necessita de nenhum retoque nem reforma. Somos nós que, com certeza, precisamos melhorar muito em nossas vidas, começando pela humildade de saber que não temos mais conhecimento do que D'us.

SHABAT SHALOM

Rav Efraim Birbojm

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