sexta-feira, 1 de março de 2019

SENSIBILIDADE COM OS OUTROS - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT VAYAKEL 5779

BS"D
Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, favor entrar em contato através do e-mail efraimbirbojm@gmail.com.
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SENSIBILIDADE COM OS OUTROS - PARASHAT VAYAKEL 5779 (01 de março de 2019)


O Rav Yoel Teitelbaum zt"l (Império Austro-Húngaro, 1887 - EUA, 1979), mais conhecido como Rebe de Satmer, era famoso pela sua incrível preocupação com o próximo e pela bondade que ele fazia com todos os que batiam em sua porta em busca de ajuda.


Certo dia, um homem o procurou com o rosto muito preocupado. Sua filha havia ficado noiva de um bom rapaz e, no calor do momento, o homem havia se comprometido a pagar a festa de casamento. Porém, logo depois ele caiu na real que não tinha aquele dinheiro e estava com medo que a família do noivo desmancharia o noivado. Com um sorriso acolhedor e um coração cheio de amor, o Rav Yoel perguntou ao homem quanto ele precisava. O homem, visivelmente envergonhado, finalmente tomou coragem e disse que a quantia necessária era de 10 mil dólares. O Rav Yoel então pediu para que ele aguardasse alguns instantes do lado de fora da sua sala. Ele chamou o seu ajudante e pediu para que ele fosse até uma gaveta da casa onde havia dinheiro e pegasse a quantia de 9 mil dólares para dar àquele homem. O ajudante do Rav Yoel fez exatamente conforme ele havia pedido e o homem foi embora, muito agradecido pela preciosa ajuda. Porém, assim que o homem saiu, o ajudante do Rav Yoel não aguentou a curiosidade e perguntou:


- Rav, eu vi que havia mais dinheiro guardado na gaveta. Desculpe perguntar, mas se este homem pediu 10 mil, por que você deu a ele apenas 9 mil?


O Rav Yoel abriu um enorme sorriso e ensinou ao seu ajudante uma incrível lição de vida:


- Eu sei que uma festa de casamento não custa apenas 10 mil dólares. Provavelmente este homem não teve coragem de falar o valor total e, por isso, falou apenas a quantia de 10 mil dólares. Se eu tivesse dado a ele os 10 mil dólares que ele havia pedido, ele teria se sentido muito mal, pois teria saído daqui com a sensação de que foi tolo, pois poderia ter pedido e recebido mais. Quando eu dei apenas os 9 mil dólares, ele entendeu que era tudo o que eu tinha para ajudar e que, mesmo se tivesse pedido mais, eu não teria como ajudá-lo. Desta maneira, sei que ele saiu daqui feliz com a doação que recebeu, e não triste e arrependido".

 

Assim devemos nos comportar na vida, com extrema sensibilidade em relação ao sentimento dos outros, tentando nunca deixar outra pessoa triste, magoada ou envergonhada por nossos atos ou palavras.

Nesta semana lemos a Parashat Vayakel (literalmente "E reuniu"). A Parashat novamente descreve os detalhes da construção do Mishkan, o Templo Móvel, que podia trazer ao mundo a Presença de D'us. Porém, diferente da Parashat Terumá, na qual a construção foi descrita apenas como uma ordem de D'us a Moshé, ainda um potencial a ser preenchido, nesta Parashat são descritas as ações construtivas que levaram à realização daquele potencial espiritual. Um dos motivos desta "repetição" do mesmo assunto em duas Parashiót é para ressaltar que sem esforço não há realização. Não importa o quão gigantesco possa ser o potencial de uma pessoa, sem trabalhar duro ela nunca chegará ao seu objetivo.


Quando D'us ordenou a construção do Mishkan, os judeus perceberam a incrível oportunidade que estava diante deles e ficaram muito animados em poder participar pessoalmente da sua construção, através da doação dos materiais e da doação do seu trabalho. Apesar de serem materiais nobres e caros, como ouro, prata e cobre, e a doação ser totalmente voluntária, o povo judeu não poupou esforços e rapidamente toda a quantidade necessária para a construção do Mishkan já havia sido doada, conforme nos ensina o versículo: "O trabalho feito era suficiente, e sobrou" (Shemot 36:7). Moshé teve que pedir para que as pessoas parassem de doar, tamanha era a alegria do povo em poder trazer ao mundo a Presença de D'us através da construção do Mishkan.


Porém, se prestarmos atenção neste versículo, perceberemos que há algo aparentemente contraditório. Primeiro a Torá nos diz que o material doado para os trabalhos do Mishkan foi suficiente, nos indicando que o povo doou exatamente o que era necessário. Porém, logo depois a Torá diz que sobrou material, isto é, que foi doado mais do que o necessário. Afinal, a doação foi suficiente ou sobrou material?


De acordo com o Rav Yohanan Zweig, há uma possível resposta que aprendemos com a letra de uma música que cantamos na mesa de Shabat, chamada "Tsur Mishelo". Assim diz um trecho desta música: "Savanu Vehosarnu", que literalmente significa "comemos até nos saciar e deixamos uma sobra". Este trecho da música está se referindo à Mitzvá de sentirmos prazer e alegria no Shabat, o que muitas vezes é conseguido através de nos sentarmos diante de uma mesa farta, cheia de comidas saborosas, e comermos com gosto, pois os prazeres gastronômicos alegram o coração do ser humano. Porém, há uma aparente redundância aos dizermos que comemos até nos saciar e que sobrou comida. As músicas que cantamos na mesa de Shabat foram compostas por grandes sábios de gerações passadas e contêm muitos conhecimentos profundos. Se o autor de "Tsur Mishelo" queria ressaltar o aspecto do prazer de comer bem no Shabat e a alegria que isto traz, deveria apenas ter dito "comemos até nos saciar". Qual era a necessidade de acrescentar as palavras "deixamos uma sobra"?


A resposta é que quando alguém come e não há nenhuma sobra, não existe a certeza de que a pessoa realmente comeu até se saciar, pois existe a possibilidade dela ter comido toda a comida que havia disponível e ainda não estar completamente satisfeita. O fato de sobrar comida demonstra que a pessoa realmente comeu até não poder mais e não parou de comer por não haver mais comida disponível, e sim porque estava completamente saciada.


Este mesmo princípio podemos aplicar em relação à construção do Mishkan. Mesmo que as dimensões da estrutura e de cada um dos utensílios estavam previamente definidas de maneira muito precisa, havia ainda algumas dimensões que D'us deixou a critério do povo judeu, isto é, Ele nos permitiu decidir alguns detalhes da maneira que achássemos mais apropriado. Por exemplo, a Torá relata apenas o comprimento e a largura da "Kapóret", a tampa que cobria o Aron HaKodesh (Arca Sagrada). Porém, em nenhum momento a Torá descreve qual deveria ser a sua espessura. Ficou a critério de Betzalel, o "arquiteto chefe" do Mishkan, tomar a decisão sobre a espessura ideal da Kapóret, baseado principalmente nos aspectos estéticos, para que o Mishkan e seus utensílios tivessem uma enorme beleza e representassem o esplendor de D'us.


É por isto que a Torá faz questão de nos ensinar que houve um excedente de materiais construtivos, pois caso não houvesse sobrado nada, poderíamos pensar que talvez Betzalel precisou economizar material, já que não havia suficiente, prejudicando a possibilidade de construir de acordo com a melhor decisão estética. Talvez Betzalel conseguiu construir o Mishkan de acordo com as medidas que D'us ordenou, mas economizando nos materiais e prejudicando a estética perfeita. Ao escrever que houve um excedente, a Torá está nos ensinando que havia material suficiente para construir o Mishkan e seus utensílios da melhor maneira possível, sem a necessidade de economizar nos materiais. Portanto, o Mishkan foi construído da forma mais bonita possível em honra a D'us, e Betzalel esteve livre para decidir quais seriam realmente as opções mais bonitas.


Já o Rav Chaim ben Atar zt"l (Marrocos, 1696 - Israel, 1743), mais conhecido como Or HaChaim HaKadosh, traz outra explicação surpreendente para responder a aparente contradição observada no versículo. Na realidade, realmente o povo doou com tanta vontade e com tanta alegria que, quando Moshé pediu para que as doações parassem, o total já havia superado o necessário para a construção do Mishkan e seus utensílios. O correto seria Moshé devolver aos respectivos doadores os materiais que haviam sobrado. Porém, seria uma grande vergonha e tristeza para aqueles que haviam doado, e que esperavam ter contribuído para a construção do Mishkan, receberem de volta o que não havia sido utilizado, pois sentiriam que sua doação havia sido rejeitada por D'us. Ocorreu então um grande milagre e todo o material excedente foi "absorvido" pelo Mishkan e seus utensílios, sem alterar suas dimensões ordenadas por D'us. Isto explica por que no versículo está escrito que foi suficiente e sobrou, pois as sobras, no final, foram incorporadas à construção, como se tivesse sido doado apenas o que era necessário.


Sabemos que D'us não faz milagres desnecessários. Então por que Ele fez este milagre da absorção dos materiais excedentes? Para nos ensinar a importante lição do quanto devemos ser extremamente cuidadosos com a honra dos outros. Devemos nos esforçar ativamente para nunca causar nenhum tipo de vergonha ou constrangimento. Em especial, devemos ser cuidadosos quando fazemos bondades aos outros, para que a bondade não venha junto com um sentimento de vergonha. O Mishkan era a construção que podia trazer a Presença de D'us ao mundo. Durante a construção do Mishkan, D'us quis aproveitar a oportunidade para nos ensinar que uma das maneiras de trazer a Sua Presença ao mundo é através do cuidado no relacionamento com o próximo. Pois quando há união, amor e preocupação mútua, então D'us está entre nós.


SHABAT SHALOM

R' Efraim Birbojm

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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
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