sexta-feira, 1 de junho de 2018

VER A VIDA COM OUTROS ÓCULOS - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT BEHAALOTECHÁ 5778

BS"D
O E-mail desta semana foi carinhosamente oferecido pela Família Lerner em Leilui Nishmat de: 

Miriam Iocheved bat Mordechai Tzvi z"l

Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, favor entrar em contato através do e-mail 
efraimbirbojm@gmail.com.
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VER A VIDA COM OUTROS ÓCULOS - PARASHAT BEHAALOTECHÁ 5778 (01 de junho de 2018)

"Um ancião descansava junto com seu neto, ambos sentados em um banco à sombra de uma árvore, na entrada da cidade onde moravam. O ancião foi abordado pelo motorista de um automóvel, que disse que queria se mudar para aquela cidade, mas antes gostaria de saber como era o povo de lá. O ancião, antes de responder, perguntou ao visitante como era a cidade de onde ele vinha.
 
- Ah! É ótima, maravilhosa! - disse o visitante - Gente boa, fraterna. Fiz lá muitos amigos. Só estou deixando minha cidade por necessidades da minha profissão.
 
- Então não se preocupe - disse o ancião - Esta cidade é exatamente igual. Você vai gostar daqui.
 
Com um enorme sorriso, o homem agradeceu e partiu. Minutos depois, outro motorista também se dirigiu ao ancião. Disse que estava chegando para morar naquela cidade e pediu informações sobre o lugar. O ancião, antes de responder, novamente quis saber sobre a cidade de onde o visitante vinha.
 
- É horrível! - disse o visitante - Povo orgulhoso, cheio de preconceitos, arrogante! Não fiz um único amigo naquele lugar horroroso! Estou indo embora pois não aguento mais nem ver as pessoas de lá.
 
- Sinto muito, meu filho - disse o ancião - mas aqui você encontrará o mesmo ambiente.
 
O segundo visitante fechou a cara e foi embora, sem nem mesmo agradecer. O neto, que até então escutava tudo em silêncio, questionou:
 
- Vô, não estou entendendo. Os dois homens fizeram exatamente a mesma pergunta sobre a cidade onde moramos. Porém, para um deles você disse que era uma excelente cidade, com pessoas incríveis, mas para o outro você falou que era uma cidade horrível, com gente egoísta. Como pode ser?
 
- Meu querido, vou te explicar - respondeu o ancião, de forma carinhosa - Nós vemos, no mundo e nas pessoas, um reflexo do que nós somos, do que pensamos e da nossa maneira de ser. Por exemplo, pessoas nervosas, agressivas ou pessimistas veem tudo pela ótica de suas tendências, pois imaginam estar convivendo com pessoas como elas. Se nossas lentes estão escurecidas pelo pessimismo, tudo à nossa volta parecerá escuro. Se nossas lentes estão turvadas pelo desânimo, o mundo ao redor parecerá desanimador. Mas, ao contrário, se nossas lentes estão clareadas pelo otimismo, sentiremos que em todas as situações há aspectos positivos. Se o entusiasmo é o que limpa nossas lentes, perceberemos a vida com muito mais luzes e cores. A forma de vermos o mundo, portanto, depende da nossa ótica. O exterior estará sempre refletindo o que levamos no interior. O homem que veio otimista certamente fará amigos nesta cidade e será feliz. Já o homem pessimista certamente encontrará motivos para reclamar das pessoas, guardando rancor e criando inimizades. Esta é a lei da vida."

Nesta semana lemos a Parashat Behaalotechá (literalmente "Quando você acender"), que começa a descrever muitos erros graves que o povo judeu cometeu durante os 40 anos em que permaneceu no deserto. Diversas vezes o povo judeu fez reclamações contra D'us, o que O deixou muito irritado.
 
A primeira reclamação aparece na Parashat de forma genérica, sem nenhum motivo explícito, como está escrito: "E o povo procurou reclamações. E isto foi mal aos olhos de D'us" (Bamidbar 11:1). Rashi (França, 1040 - 1105) explica que, apesar de D'us ter feito uma enorme bondade e ter permitido que, de forma milagrosa, eles completassem três dias de jornada em um único dia, para acelerar a chegada à Terra de Israel, o povo judeu começou a reclamar da árdua jornada que teve que empreender. A punição veio através de um fogo Celestial, que queimou aqueles que estavam reclamando. Depois disso, a Torá descreve a insatisfação com o Man, a comida Divina que caía do Céu diariamente para alimentar o povo judeu. O Man, além de fornecer todas as necessidades nutricionais, também podia adquirir o gosto que eles quisessem. Mesmo assim eles tiveram o descaramento de expressar sua preferência pela alimentação que tinham no Egito, enquanto ainda eram escravos, como está escrito: "Lembramos os peixes que comíamos de graça no Egito" (Bamidbar 11:5). Finalmente o povo judeu reclamou sobre os relacionamentos interfamiliares que haviam se tornado proibidos quando eles aceitaram a Torá, como está escrito: "Moisés ouviu as pessoas chorando com suas famílias, cada uma na entrada de sua tenda" (Shemot 11:10).
 
Porém, o que leva pessoa a se queixarem tanto da vida? Ainda mais nestas situações trazidas pela Torá, quando as pessoas aparentemente se esforçaram para transformar todas as bondades recebidas em coisas negativas. Por que parece que algumas pessoas ficam felizes por estarem infelizes?

Outra questão surge a partir de uma explicação de Rashi, que afirma que o fogo Celestial que queimou aqueles que estavam reclamando matou também os 70 anciões do povo judeu, pessoas que tinham um papel de liderança. De acordo com Rashi, a morte deles deveria ter acontecido muito tempo antes. No final da Parashat Mishpatim, Moshé, Aharon, Nadav e Avihu (filhos de Aharon) e os 70 anciões tiveram uma incrível Visão Divina. Porém, Nadav, Avihu e os 70 anciões olharam para esta Visão Divina de maneira proibida e receberam um decreto de Morte Celestial. Como isto ocorreu na véspera da entrega da Torá, D'us não quis aplicar as mortes imediatamente, para que a alegria da entrega da Torá não ficasse manchada. Esta reclamação do povo judeu ocorreu sete meses depois da Visão Divina no Monte Sinai. Se já havia passado tanto tempo, por que D'us escolheu justamente este momento da reclamação infundada para aplicar a pena de morte aos 70 anciões?  
 
Explica o Rav Yohanan Zweig que o ser humano tem um lado muito negativo, de não querer se sentir obrigado a retribuir algo bom que recebeu. Para não nos sentirmos endividados, disparamos um mecanismo subconsciente cujo propósito é diminuir ou negar completamente as bondades recebidas. Por exemplo, quando recebemos uma bondade, imediatamente pensamos que a pessoa não fez mais do que sua obrigação ou que ela faria a mesma bondade também para outras pessoas e, portanto, não fez nada de especial para nós. Assim, nos sentimos menos endividados com aquele que nos fez a bondade. Porém, este traço de caráter, que atrapalha nosso relacionamento com as pessoas, também prejudica o nosso relacionamento com D'us. O ser humano também não gosta de nos sentir endividado com D'us e, portanto, muitas vezes preferimos nos sentir miseráveis e reclamar constantemente da nossa má-sorte para não reconhecermos o que recebemos de bom.
 
De acordo com Rashi, as pessoas que reclamaram no deserto queriam, na verdade, se afastar de D'us, e estavam apenas procurando uma desculpa para isso. Porém, como se afastar de um Criador que havia feito por eles tantas bondades sem sentir nenhum peso na consciência? Ao negar as bondades que eles tinham recebido, eles não sentiriam nenhuma responsabilidade de retribuir, ficando mais confortáveis para romper o relacionamento com D'us. As reclamações não eram reais, não havia motivos verdadeiros. Porém, daquela maneira as pessoas ficariam com a consciência tranquila de que não deviam nada para D'us. Foi por isso que D'us ficou tão irritado com o povo e mandou castigos tão duros, pois não foram meramente tropeços motivados por algum desejo físico, foram rebeldias contra D'us, com a intenção de se afastar completamente Dele.
 
D'us nos julga com duas medidas, "Din" e "Cheshbon". "Din" significa "Justiça", é a forma como D'us nos julga em cada situação de acordo com o nosso comportamento naquele momento. Porém, muitas vezes uma situação pode ficar "pendurada", aguardando algum esclarecimento futuro. Isto é o "Cheshbon", que literalmente significa "Cálculo", isto é, a situação é julgada de acordo com outros cálculos que ajudam a esclarecer qual era a real intenção da pessoa em certa atitude. Quando os 70 anciões olharam de forma equivocada para a Visão Divina, eles mereceram a pena de Morte Celestial. Porém, D'us os julgou de maneira positiva, pois o erro deles poderia ter sido uma consequência da vontade de estar perto Dele, conforme ensinam os nossos sábios do Talmud (Sanhedrin 105b): "O amor causa desrespeito ao padrão de conduta digna". Entretanto, quando o povo judeu reclamou sem motivo, e entre eles os anciões, eles demonstraram que não tinham um amor especial por D'us, ao contrário, estavam procurando desculpas para se afastar Dele. Portanto, ficou comprovado que o erro na forma como eles haviam olhado para a Visão Divina não havia sido causado por uma vontade de se aproximar de D'us, e sim por um desvio de comportamento. É por isto que D'us escolheu o momento da reclamação para aplicar o castigo, pois foi somente naquele momento que a atitude dos anciões esclareceu, de forma retroativa, a verdadeira motivação do grave erro cometido no Monte Sinai.
 
Desta Parashat, portanto, aprendemos duas regras importantes. A primeira é que nossos próprios atos acabam demonstrando, de forma retroativa, que os motivos que utilizamos para justificar o não cumprimento da vontade de D'us são apenas desculpas. Por exemplo, quando a pessoa constantemente atrasa na Tefilá, ela justifica com o argumento de que tem dificuldades para acordar e se levantar da cama. Porém, este possível atenuante é eliminado quando a pessoa, por um motivo de viagem, salta da cama como um leão. Isto revela que o verdadeiro motivo não é a falta de força para levantar da cama, e sim a falta de apreciação do verdadeiro valor da Tefilá.
 
A segunda regra é que as pessoas que passam o tempo inteiro reclamando não estão de bem com elas mesmas, e acabam apenas procurando desculpas para extravasar seu próprio desequilíbrio interior. Se tudo ao redor parece ruim e negativo, o problema está nos nossos próprios "óculos". Portanto, ao invés de tentar mudar os outros, devemos mudar a nós mesmos. Assim, de forma "mágica", o mundo inteiro também irá melhorar.


Shabat Shalom

R' Efraim Birbojm

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HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT - PARASHAT BEHAALOTECHÁ 5778:

São Paulo: 17h08  Rio de Janeiro: 16h56  Belo Horizonte: 17h04  Jerusalém: 19h04
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Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Eliahu ben Esther, Moshe ben Feigue, Laila bat Sara.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l, Eliezer ben Arieh z"l; Arieh ben Abraham Itzac z"l, Shmuel ben Moshe z"l, Chaia Mushka bat HaRav Avraham Meir z"l, Dvora Bacha bat Schmil Joseph Rycer z"l, Alberto ben Esther z"l, Malka Betito bat Allegra z"l.
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Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com
 
(Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai).
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