sexta-feira, 8 de abril de 2022

LUTANDO PARA CRESCER - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ METSORÁ 5782

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PARASHÁ METSORÁ



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MENSAGEM DA PARASHÁ METSORÁ
SHIUR COMPLETO DA PARASHÁ METSORÁ
ASSUNTOS DA PARASHÁ METSORÁ
  • Processo de purificação de um Metsorá.
  • Oferenda do Metsorá pobre.
  • Descoloração em casas.
  • Fluxo Masculino.
  • Descargas Seminais.
  • Menstruação.
  • Fluxos Femininos.
BS"D

LUTANDO PARA CRESCER - PARASHÁ METSORÁ 5782 (08/ABR/2022)

 
"O Rav Avraham Zvi Galinsky zt"l era um aluno da Yeshivá do Chafetz Chaim, em Radin. Certo dia, ele observou outro aluno se aproximar do Chafetz Chim e perguntar com muita preocupação:
 
- Rav, o livro do Zohar diz que qualquer Mitzvá que é realizada sem temor e amor à D'us não sobe às alturas. Sendo assim, o que será da nossa geração no Mundo Vindouro? O nosso cumprimento das Mitzvót é vergonhoso! Quem pode dizer que realizamos as Mitzvót com a quantidade requerida de amor, temor e respeito à D'us? Estamos tão distantes do nível das gerações anteriores, o que será de nós?

O Chafetz Chaim acalmou o jovem aluno e respondeu calmamente:
 
- Vou lhe contar algo que aconteceu comigo há pouco tempo. Antes da guerra, encontrei um padeiro que eu conhecia andando na rua. Perguntei como estavam indo seus negócios e ele me respondeu que, apesar de trabalhar durante a noite inteira, preparando mil pães e brioches, os negócios estavam difíceis. O dia todo ele só escutava reclamações. Um cliente dizia que o brioche não estava redondo, outro dizia que o pão estava queimado demais, outro dizia que não havia sido assado o suficiente. Ele conseguia vender somente seiscentas unidades pela manhã, e as outras quatrocentas ele tinha que vender à tarde, como ração para animais, por um preço bem menor. Com isso, acabava perdendo uma boa parcela do seu lucro. O padeiro, após se lamentar, me pediu uma Brachá, e eu o abençoei.

- Algum tempo depois - continuou o Chafetz Chaim - após ter estourado a Primeira Guerra Mundial, nos encontramos novamente. Desta vez o padeiro aparentava estar muito contente. Eu fiquei surpreso, pois todos estavam cabisbaixos naquela época devido à guerra. Eu perguntei a ele como estavam indo os negócios, e ele me respondeu que estava maravilhoso. Questionei como poderia estar maravilhoso em plena guerra, e ele me explicou que justamente pelo mundo estar em guerra os seus negócios estavam indo bem, pois as pessoas levavam quaisquer pães e brioches que pudessem conseguir, sem checar se estavam redondos, queimados ou crus.

- E isto - concluiu o Chafetz Chaim para seu aluno - é o que D'us sente em relação à nossa geração. Estamos todos envolvidos em uma grande guerra contra o Yetzer Hará, nossa má inclinação. As tentações e testes em nossa época são tremendos! E, ainda assim, pessoas cumprem Mitzvót e conseguem estudar Torá. Nestas condições tão difíceis, D'us está pronto a aceitar nossas Mitzvót, mesmo aquelas que não foram feitas com o mais alto nível de amor e temor à Hashem".

Este conceito é ainda mais verdadeiro nos dias de hoje, na nossa geração. As tentações do mundo material e os comportamentos que batem de frente com os valores judaicos são muito fortes. E, ainda assim, há milhares que estão lutando e vencendo esta batalha a cada dia. D'us vê isso, e aceita graciosamente cada Mitzvá, mesmo não estando perfeita. Pois Ele vê o nosso esforço de querer melhorar e crescer a cada dia.

Nesta semana lemos a Parashá Metsorá, que continua descrevendo a terrível doença espiritual chamada Tsaráat, cuja manifestação física acontecia através do aparecimento de manchas na pele. O Metsorá era aquele que havia sido diagnosticado com Tsaráat. A confirmação da contaminação era feita através de um Cohen, que verificava se as condições para que fosse Tzaráat estavam preenchidas, como a presença de pelos de coloração branca na região afetada pelas manchas. Caso o diagnóstico fosse positivo, começava um doloroso processo de quarentena e posterior purificação. A Parashá também traz uma série de formas de contaminação espiritual dos seres humanos.
 
Na realidade, a Parashá desta semana é uma continuação da Parashá da semana passada, Tazria, que já tinha trazido muitos detalhes sobre a Tsaráat. Justamente por isso estas duas Parashiót normalmente são lidas juntas, e apenas são separadas no caso de um "Shaná Meuberet" ("ano bissexto judaico"), no qual mais um mês é acrescentado, como ocorre neste ano. As duas Parashiót descrevem como a Tsaráat afligia a pele, as roupas e as paredes daqueles que tropeçavam em certas transgressões, sendo a mais comum delas o Lashon Hará. Nossos sábios explicam que o próprio nome Metsorá é, na realidade, a contração das palavras "Motsi Shem Rá", que significa difamar e denegrir uma pessoa, o objetivo principal daquele que fala Lashon Hará.
 
O terceiro livro da Torá, Vayikrá, se dedica aos assuntos de santidade, pureza e impureza espiritual. A Torá começa a falar sobre impureza espiritual na Parashá Shemini, quando são descritos quais são os animais puros e quais são os impuros, sendo os impuros proibidos para o nosso consumo, pois nos contaminam. Somente depois, nas Parashiót Tazria e Metsorá, D'us começa a descrever sobre a pureza e a impureza espiritual dos seres humanos.

Rashi explica que, na verdade, esta ordem não é nenhuma novidade, pois ela segue a mesma ordem da criação do mundo, onde primeiro os animais foram criados e somente depois o ser humano. Mas se os seres humanos são o centro da criação, o motivo da existência de todo o universo, por que os animais foram criados antes de nós? A ordem da criação seguiu este critério para mostrar ao ser humano que o mundo foi criado a seu serviço e, por isso, ele foi o último a ser criado, para que ao nascer já estivesse tudo pronto.

Porém, esta explicação faz sentido apenas em relação à ordem da criação do ser humano e dos animais. Mas qual é a conexão desta explicação com as leis de pureza e impureza? Por acaso antecipar os animais impuros mostra que o mundo foi criado para o os seres humanos?

Para responder a esta pergunta, precisamos entender a diferença entre os seres humanos e os animais. Atualmente os valores estão tão distorcidos que existem muitas pessoas que dão mais valor aos animais do que aos seres humanos. Há muitos anos uma pesquisa em uma escola, publicada em uma importante revista científica, chocou o mundo. As crianças foram questionadas sobre o que fariam se vissem seu cachorro e uma pessoa que elas não conheciam se afogando, caso pudessem salvar apenas um dos dois. Um terço das crianças disse que salvaria o ser humano, apesar de ser um estranho. Um terço disse que certamente salvaria seu cachorro, deixando o estranho morrer afogado. E um terço disse que não sabia responder naquele momento, já que a pergunta era complexa demais. E isso não ocorre apenas com as crianças, certamente muitos adultos constroem relacionamentos afetivos com animais de estimação, mas não conseguem viver na companhia de outros seres humanos. Isso tem parecido ser cada vez mais normal. Um grande líder espiritual do mundo chegou até mesmo a definir os animais como sendo "nossos irmãos".
 
Porém, diferente do que pensa este líder religioso, seres humano e animais não são irmãos, nem mesmo parentes. Apesar de que os animais, para poderem ter vida, precisam de uma parcela espiritual, o ser humano possui uma alma, que se manifesta principalmente através da sua fala e de seu raciocínio lógico.
 
Entretanto, algo muito interessante acontece. Quando o ser humano nasce, apesar de já possuir uma alma, ele é fisicamente muito semelhante aos animais, uma vez que ainda não consegue falar e nem tem a capacidade de raciocinar. Este é um dos motivos pelos quais um bebê judeu, ao completar oito dias de vida, já cumpre a Mitzvá de Brit Milá. Esta Mitzvá demonstra principalmente que, da mesma forma que nosso corpo não nasce perfeito e deve passar por um processo de aperfeiçoamento, também esta é a nossa realidade espiritual. O Brit Milá demonstra que este bebê, apesar de ainda não falar e nem raciocinar, não pertence ao mundo animal. Ele já tem obrigações espirituais, que irão acompanhá-lo pelo resto de seu desenvolvimento.

É por isso que, em relação às leis de impureza, os animais vieram antes, para mostrar que o homem deve evoluir desde o seu nascimento, cuidando de suas obrigações espirituais. É justamente desta maneira que ele poderá mostrar seu diferencial perante os animais. Porém, se a pessoa não se desenvolve moralmente e não se preocupa com seu caráter e seus valores, acaba se assemelhando aos animais mesmo depois de adulto.

Estamos passando por uma terrível época de escuridão especial. O homem evoluiu fisicamente e é capaz de ir à lua ou ao fundo do oceano. Porém, e quanto à nossa alma? Quando iremos evoluir nossos valores morais? Devemos despertar, olhar para aonde estamos caminhando. As melhorias do mundo começam com a melhorias em cada um de nós. Ao invés de desejarmos comprar um celular de última geração, devemos almejar também adquirir um caráter de última geração. Ser melhores com o próximo, praticar a caridade, respeitar os pais. Quanto maior a escuridão, maior o brilho das Mitzvót que cumprimos. Desta forma, acrescentaremos um pouco mais de evolução espiritual no mundo, tornando-o melhor para todos.

 

SHABAT SHALOM
 

R' Efraim Birbojm

Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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