sexta-feira, 15 de outubro de 2010

SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ LECH LECHÁ 5771

BS"D
 
MORRER OU VIVER POR D'US – PARASHÁ LECH LECHÁ 5771 (15 de outubro de 2010)
 
"O rabino Israel Meir HaCohen, mais conhecido como Chafetz Chaim, foi um dos maiores rabinos da geração passada. O amor que ele tinha pelas Mitzvót e pelas pessoas era contagiante. Para ele, cada pequeno detalhe das Mitzvót era importante, cada pessoa representava um mundo e merecia uma atenção especial. Ele era muito admirado e querido por todos que o conheciam. Pessoas viajavam de muito longe para conhecê-lo e pedir Brachót (bênçãos). E acima de tudo, as pessoas admiravam sua tremenda simplicidade e humildade. Ele foi um modelo, para todo o mundo, de bondade e devoção.
 
Quando o Chafetz Chaim rezava, as pessoas ficavam deslumbradas com a sua concentração. Todos sentiam que ele realmente dirigia cada palavra da sua reza para D'us, agradecendo, louvando e fazendo pedidos pessoais e por todos os judeus do mundo. Certo dia, um de seus alunos mais próximos ficou curioso. O que será que o Chafetz Chaim pedia durante as suas rezas? Começou então a rezar todos os dias ao lado do rabino para tentar escutar seus pedidos. Para sua surpresa, descobriu que o rabino pedia todos os dias em sua reza que pudesse morrer "Al Kidush Hashem" (santificando o nome de D'us), como morreram grandes Tzadikim (Justos) do povo judeu, como o Rabi Akiva, morto pelos romanos por ter desrespeitado a proibição de ensinar Torá.
 
Alguns anos se passaram e o Chafetz Chaim, que já estava velhinho, faleceu. Porém, diferente dos seus pedidos, ele não morreu "Al Kidush Hashem", e sim na tranquilidade da sua casa, junto com sua querida família. Seu aluno ficou incomodado. Será que D'us não havia escutado os pedidos daquele grande Tzadik? Por que ele não havia morrido "Al Kidush Hashem" como havia pedido? Inconformado, ele explicou suas angústias para um dos grandes sábios da geração. O sábio abriu um grande sorriso e explicou:
 
- Você está enganado, é óbvio que D'us escutou cada pedido do Chafetz Chaim. O Chafetz Chaim pediu para morrer fazendo Kidush Hashem, e D'us permitiu que ele vivesse uma vida inteira de Kidush Hashem. D'us deu a ele mais do que ele pediu"
 
Quando vivemos com santidade, dedicando nossas vidas ao nosso crescimento espiritual e a fazer o bem às outras pessoas, podemos nos tornar modelos de conduta para os outros. Isto é Kidush Hashem.
 
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Nesta semana lemos a Parashá Lech Lechá, que nos descreve como D'us testou Avraham Avinu com 10 testes difíceis. E a Parashá começa a nos descrever um dos testes, quando D'us falou para Avraham "Lech Lechá" (Vá, por você) e pediu para que ele abandonasse sua casa, sua família, seu trabalho e toda a estabilidade que tinha e fosse para uma terra estranha, sem nenhuma perspectiva do que lhe esperava neste novo local. D'us não revelou para Avraham nem mesmo para onde o levaria. Ele queria testar a Emuná (fé) de Avraham, para saber se ele escutaria as palavras de D'us ou encontraria desculpas ou motivos para cumprir a sua própria vontade. Avraham venceu os 10 testes, descobrindo dentro de si um força que até então ele não conhecia e revelando para o mundo o seu verdadeiro potencial.
 
Explica Rashi, comentarista da Torá, que na verdade este não foi o primeiro teste de Avraham. Mas onde está escrito na Torá algum teste anterior? A Parashá desta semana já começa com o teste de "Lech Lechá", e se procurarmos na Parashá da semana passada, Noach, não encontramos nenhum teste. Rashi ensina que o teste anterior não está escrito explicitamente na Torá, há apenas uma pequena "dica" no seguinte versículo: "E morreu Haran na presença de Terach, seu pai, na sua terra nativa, em Ur Kassdim" (Bereshit 11:28). Quem era Haran, por que ele morreu na presença de seu pai e qual foi este teste de Avraham?
 
Terach, o pai de Avraham, era um idólatra convicto. Não apenas acreditava nas suas idolatrias, mas também tinha uma loja para vender estátuas e propagar a sua crença idólatra. Avraham, não suportando mais aquela mentira, quebrou todos os ídolos da loja de seu pai e começou a fazer declarações públicas contra as idolatrias. Terach entregou seu próprio filho nas mãos do rei Nimrod, que tentou inicialmente persuadi-lo com palavras a voltar para as idolatrias. Vendo que era inútil tentar convencer Avraham com argumentos intelectuais, Nimrod ameaçou atirá-lo em uma fornalha caso não negasse sua crença monoteísta, mas Avraham não teve medo. Este foi o teste de Avraham: ele entregou sua vida e estava disposto a morrer "Al Kidush Hashem", isto é, santificando o nome de D'us. Mas um milagre aconteceu e Avraham saiu ileso da fornalha, diante dos olhos de Nimrod e de todo o povo. Haran, o irmão de Avraham, ao ver o milagre aberto que havia ocorrido, também desafiou o rei Nimrod. Mas sua Emuná (fé) não era verdadeira como a de Avraham e ele morreu queimado na fornalha. O nome da cidade de Avraham, Ur Kassdim, significa literalmente "o fogo de Kassdim (Caldéia)", uma indicação do teste ao qual Avraham foi submetido e venceu.
 
Porém, surge uma grande pergunta: aparentemente o teste de Avraham ter sacrificado sua vida por D'us foi muito maior do que o teste de abandonar tudo e ir para uma terra estranha. Então por que a Torá escreve explicitamente o teste de "Lech Lechá", enquanto o teste de "Ur Kassdim" está apenas indicado?
 
Quando uma pessoa está diante de um teste em que sua vida está em jogo, é possível que ela consiga, neste momento, juntar forças e entregar sua vida, como aconteceu muitas vezes durante a história do povo judeu. Durante a Inquisição, por exemplo, milhares de judeus morreram "Al Kidush Hashem", entregando valentemente suas vidas ao invés de se converter a outra religião. Porém, a Torá está nos ensinando que há um teste ainda maior do que morrer por D'us: o teste de viver por D'us, seguindo as Suas leis, por toda a vida. O teste da fornalha foi difícil, Avraham estava disposto a sacrificar sua própria vida. Mas o teste de "Lech Lechá" foi ainda mais difícil, Avraham decidiu viver uma vida inteira santificando o nome de D'us, dia após dia. A sociedade idólatra onde ele vivia ridicularizava suas idéias, mas Avraham lutou sozinho contra o mundo inteiro e venceu. Por sua força e determinação, hoje a maioria do mundo segue o monoteísmo, enquanto as idolatrias são apenas idéias estranhas.
 
Explicam os nossos sábios que cada um de nós também é testado, de alguma maneira, com os 10 testes de Avraham Avinu, e herdamos dele a força extraordinária para vencer todas as dificuldades. Onde encontramos em nossa vida o teste de "Lecha Lechá"?
 
Se voltássemos 200 anos no tempo, veríamos que todos os judeus viviam de acordo com a Torá, cumprindo cada uma das Mitzvót comandadas por D'us. Mas os ideais não judaicos do iluminismo influenciaram muitos judeus, que começaram um processo de "modernização". Apesar das Mitzvót terem sido entregues por D'us para nosso trabalho espiritual, para a nossa alma, alguns judeus começaram a achar que a Torá estava antiquada e decidiram "reformá-la". Muitas Mitzvót começaram a ser abandonadas e a Torá se tornou um artigo de museu. Os judeus perderam sua identidade e começaram a ser engolidos pela assimilação. Após 200 anos, a situação se inverteu. Poucos são aqueles que continuam seguindo os mandamentos da Torá, a grande maioria se afastou completamente.
 
Mas, conforme estava profetizado na Torá, muitos judeus estão iniciando um processo de Teshuvá (retorno ao judaísmo) e valentemente vencem as forças da correnteza. Muitos foram desacreditados e até mesmo ridicularizados pelos amigos e pela família, mas seguiram firme em suas convicções. Esse é o nosso teste de "Lech Lechá". Morrer santificando o nome de D'us dura alguns poucos segundos, mas viver santificando o Seu nome dura uma vida inteira. Também como Avraham, podemos ir contra o mundo inteiro. Em um mundo onde o comum é o roubo, a corrupção e a traição, temos a obrigação de transmitir ao mundo bons valores através dos nossos atos cotidianos. Esse é o nosso papel espiritual de "Luz para as nações". Esse é o nosso "Lech Lechá", a chance de revelar, para nós mesmos e para o mundo, o nosso verdadeiro potencial.
 
"Quando podemos ter certeza de que um peixe está vivo? Quando ele nada contra a correnteza"
 
SHABAT SHALOM
 
Rav Efraim Birbojm
 
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