quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

CONFIANDO APENAS EM D'US - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ VAERÁ 5782


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  • D'us garante novamente a Moshé que o povo será salvo.
  • As 4 expressões de libertação.
  • Genealogia de Moshé e Aharon.
  • O cajado vira uma serpente.
  • Sangue: A 1ª Praga.
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  • Piolho: A 3ª Praga.
  • Hordas de animais selvagens: A 4ª Praga.
  • Epidemia: A 5ª Praga.
  • Sarna: A 6ª Praga.
  • Granizo: A 7ª Praga.
BS"D

CONFIANDO APENAS EM D'US - PARASHÁ VAERÁ 5782 (31/dez/2021)

 
"Há muitos séculos, um homem chamado Charles, após uma juventude cheia de excessos, se arrependeu e resolveu viver uma vida com valores religiosos. Ele virou ferreiro e trabalhava com honestidade, além de praticar caridade. Porém, apesar de toda a sua vontade de mudar, nada parecia dar certo em sua vida. Muito pelo contrário, quanto mais ele se espiritualizava, parecia que seus problemas e dívidas aumentavam. Certa tarde, um amigo veio fazer uma visita. Olhando para as difíceis condições nas quais ele vivia, comentou:

- Depois que você resolveu se tornar um homem temente a D'us, sua vida só piorou! Apesar de todo o seu investimento no mundo espiritual, nada tem melhorado. Será que não é hora de abandonar tudo isso?
 
Charles realmente não entendia o que estava acontecendo em sua vida, mas confiava em D'us. Como não queria deixar o amigo sem uma resposta, começou a refletir. Olhando em volta, começou a ver cada detalhe de sua oficina. De repente, ele teve um incrível momento de inspiração:

- Você conhece um pouco do meu trabalho de ferreiro, não? - perguntou Charles ao seu amigo - Eu recebo o aço bruto e preciso transformá-lo em uma espada. Porém, não é algo simples, é um processo lento e trabalhoso. Primeiro eu aqueço a chapa de aço até que ela fique vermelha. Em seguida, sem piedade, eu pego um martelo e aplico golpes até que a peça adquira a forma desejada. Logo depois ela é mergulhada na água fria e a oficina se enche com o barulho do vapor enquanto a peça estala e "grita" por causa da mudança repentina de temperatura. Tenho que repetir este processo até conseguir a espada perfeita, pois apenas uma vez não é suficiente.

- Porém, às vezes o aço que chega às minhas mãos não consegue aguentar este tratamento - continuou Charles - O calor, as pancadas e a água fria terminam por enchê-lo de rachaduras. Eu sei que este aço jamais se transformará em uma boa lâmina de espada. Então, eu simplesmente o coloco naquele monte de ferro velho.

- Sei que D'us muitas vezes tem me colocado no "fogo", através de dificuldades e aflições - concluiu Charles - Mas tenho aceitado as marteladas que a vida me dá e, às vezes, sinto na cabeça os baldes de água fria que faz o aço gritar. Mas a única coisa que peço é: "D'us, não me deixe fraquejar até que eu consiga alcançar a forma que Você espera de mim. Me molde da maneira que Você achar melhor, pelo tempo que Você entender que é o correto, mas jamais me coloque no monte de ferro velho de almas".
 
O ferreiro compreendeu que os sofrimentos e dificuldades existem somente para o nosso bem. Algumas vezes são experiências penosas e difíceis de serem enfrentadas, mas precisamos nos manter firmes e procurar ver tudo como uma lição da qual extrairemos muitos aprendizados. A dor nos ensina muito, nos faz mais fortes e maduros. Os sofrimentos são as Mãos invisíveis do Escultor, que quer moldar pessoas melhores.

Nesta semana lemos a Parashá Vaerá (literalmente "E apareceu"). Como o Faraó havia se recusado a libertar o povo judeu, questionando "Quem é D'us?", D'us mandou ao Faraó Seu "cartão de visitas": as pragas, que foram destruindo a infraestrutura do Egito e causando muito sofrimento aos egípcios. Além disso, as pragas demonstravam o controle de D'us sobre toda a natureza e a vanidade da crença nas idolatrias.
 
No final da Parashá da semana passada, Shemót, Moshé foi escolhido por D'us para liderar a salvação do povo judeu. Ele foi falar com o Faraó para exigir a libertação do povo. Porém, o Faraó dificultou ainda mais a vida deles, deixando de fornecer tijolos e exigindo a mesma produtividade diária. Agora a situação estava ainda pior do que antes. Irritados, eles foram até Moshé culpá-lo por ter piorado as coisas. Moshé então questionou D'us, e recebeu Dele a garantia de que a salvação do povo judeu estava prestes a começar.
 
Já a Parashá desta semana começa com D'us dizendo: "Eu apareci para Avraham, para Ytzchak e para Yaacov... Eu estabeleci com eles Meu pacto, para dar a eles a Terra de Knaan" (Shemot 6:3,4). O que D'us quis dizer com estas palavras? Explicam os nossos sábios que D'us estava dando uma "bronca" em Moshé, por ele ter questionado Seus caminhos. Apesar de ter testado nossos patriarcas, Avraham, Ytzchak e Yaacov, com testes muito difíceis, eles nunca haviam questionado D'us. Mas Moshé, em seu primeiro teste, foi tirar satisfações com D'us e questionou: "Por que Você fez mal ao Seu povo? Por que me enviou?" (Shemot 5:22).
 
Mas deste ensinamento da Torá surgem algumas perguntas. Em primeiro lugar, Moshé não estava certo em seu questionamento? D'us governa o mundo e têm controle sobre tudo o que acontece. Se Ele queria salvar o povo judeu, por que fez a situação ficar ainda pior do que já estava, antes de salvá-los? Já não estava ruim o suficiente? Se havia enviado Moshé para salvar o povo, por que inicialmente fazer o revés acontecer? Além disso, por que D'us mencionou, em Sua "bronca", que Ele havia dado aos patriarcas a Terra de Israel? Qual é a conexão com o motivo da "bronca" que Ele estava dando, a falta de Emuná de Moshé?
 
Segundo o Rav Shimshon Refael Hirsch zt"l (França, 1808 - Alemanha, 1888), D'us queria mostrar que não seria Moshé que salvaria o povo judeu. Quando Moshé se envolveu, o povo ficou esperançoso que ele conseguiria salvá-los, mas a situação piorou ainda mais. D'us quis fixar no coração do povo judeu a certeza de que podemos confiar somente em D'us e não nas pessoas, como diz o profeta: "Abençoado é aquele que confia em D'us, amaldiçoado é aquele que confia nas pessoas" (Yirmiahu 17:7). É justamente por este motivo que na Hagadá de Pessach o nome de Moshé nem mesmo é mencionado, para não confundirmos que ele foi o salvador do povo judeu. Moshé foi apenas um utensílio nas Mãos de D'us, o verdadeiro Salvador.
 
Há outro motivo pelo qual D'us fez a situação ficar pior antes de melhorar. Infelizmente a natureza humana nos faz confiarmos verdadeiramente em D'us somente quando não há nenhum outro sinal de esperança, como diz o ditado "Não existem ateus em um avião caindo". Somente quando a pessoa vê que, segundo as leis da natureza, já não há mais esperança, então ela entrega suas esperanças nas Mãos de D'us. Na Parashá Shemót está escrito que o povo judeu gritou quando os egípcios começaram a matar os bebês judeus. Logo depois está escrito que D'us ouviu os gritos do povo judeu e viu suas aflições. D'us não sabia o que estava acontecendo o tempo todo? Se o povo judeu não tivesse gritado, D'us não teria escutado? A resposta é que enquanto o povo judeu tinha esperanças de uma salvação natural, D'us ficou "surdo" às súplicas do povo. Somente quando o povo gritou, isto é, colocou toda a sua confiança apenas em D'us, foi que Ele começou a "prestar atenção". O povo judeu não gritou para D'us até que ficou terrivelmente desesperado. Isto significa que, se eles tivessem gritado antes, D'us teria intervindo antes. Foi por isso que D'us dificultou ainda mais a vida do povo judeu, para que eles entendessem que a única e verdadeira salvação vem de D'us, e voltassem seus corações para Ele.
 
Finalmente, D'us também quis mostrar como a lógica humana é limitada. O povo judeu ainda não tinha completado os anos de escravidão que D'us havia profetizado para Avraham. Dos 400 anos previstos, eles haviam cumprido apenas 210 anos. Porém, ao mesmo tempo, eles estavam afundando espiritualmente, não suportariam a escravidão até o final sem se perder espiritualmente para sempre. Então o que D'us fez? Aumentou o "fogo" dos sofrimentos, para acelerar o "cozimento" necessário para preparar o povo judeu. Em outras palavras, D'us aumentou os sofrimentos para reduzir o tempo necessário de escravidão.
 
É por isso que D'us mencionou na "bronca" a promessa da Terra de Israel aos nossos patriarcas. D'us havia feito grandes promessas a eles, como a Terra de Israel, mas não as cumpriu durante a vida deles. D'us estava dizendo a Moshé que, embora Ele tivesse feito grandes promessas aos patriarcas, eles não as viram sendo cumpridas, e mesmo assim nunca questionaram, pois confiaram na grandeza de D'us.
 
Nossa visão limitada não nos permite entender o que está acontecendo. Uma das perguntas que mais afligem a humanidade é "Por que pessoas boas sofrem e pessoas ruins vivem com tranquilidade?". Após o bezerro de ouro, Moshé implorou a D'us que perdoasse o povo. Quando D'us perdoou, apesar da gravidade do erro, Moshé percebeu que aquele era um momento de graça Divina. Ele resolveu aproveitar a oportunidade e pediu: "E agora, caso eu tenha encontrado graça perante Você, ensine-me Seus caminhos, para que eu conheça Você" (Shemot 33:13). Moshé queria entender a conduta de D'us no mundo. O Talmud (Berachót 7a) diz que Moshé pediu que D'us lhe explicasse o motivo de haver no mundo justos que sofrem e perversos que vivem tranquilos.
 
A resposta de D'us a Moshé foi: "E disse: 'você não poderá ver Minha face, pois não há homem que veja Minha face e viva... você Me verá pelas costas" (Shemot 33:20,23). Explica o Rav Moshé Schreiber zt"l (Alemanha, 1762 - Eslováquia, 1839), mais conhecido como Chatam Sofer, que muitas vezes, quando vemos algum tipo de sofrimento, não entendemos o motivo. Isto significa "não poderás ver Minha face". Naquele momento realmente não teremos respostas, pois a lógica humana não pode entender a conduta Divina. Porém, um dia, olhando para trás, a pessoa que aceitou sem questionamentos a conduta Divina terá o mérito de enxergar e entender. Isto significa "você Me verá pelas costas".
 
O mundo tem passado por muitas dificuldades. Pandemia, avanço de grupo radicais, ameaça nuclear. A situação parece cada vez mais sem saída. A parte mais escura da noite é justamente antes do amanhecer. Esta é a hora de gritarmos para D'us, colocando toda a nossa confiança apenas Nele.
 

SHABAT SHALOM
 

R' Efraim Birbojm

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quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

FAZENDO O BEM SEM SEGUNDAS INTENÇÕES - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ SHEMOT 5782

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  • O Crescimento do povo judeu.
  • O "novo" Faraó e a opressão.
  • Bebês jogados no Nilo.
  • Nascimento de Moshé.
  • Moshé sai para ver seus irmãos.
  • Moshé foge para Midian.
  • O arbusto ardente.
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  • Moshé volta ao Egito.
  • Brit Milá do filho de Moshé.
  • Moshé e Aharon pedem ao Faraó a liberação do povo judeu.
  • O Faraó aumenta o trabalho do povo.
  • Os judeus reclamam com Moshé.
  • Moshé reclama com D'us.
BS"D

FAZENDO O BEM SEM SEGUNDAS INTENÇÕES - PARASHÁ SHEMOT 5782 (24/dez/2021)

 
Uma universidade americana decidiu descobrir a "receita" para ser um milionário. Cem milionários foram acompanhados por alunos, que observavam seu dia a dia. Ao final de meses de acompanhamento, os estudantes reuniram seus relatórios para analisá-los. Apenas um destoou completamente, pois a pesquisa apontou que os milionários dedicavam bastante tempo "guerreando" com seus concorrentes, e somente um deles não "lutava" contra ninguém e não tinha inimigos. Este milionário, o proprietário de uma grande rede de farmácias, explicou:

- No início da minha carreira, eu seguia a filosofia do meu falecido pai, que sempre dizia: "Estabeleça objetivos e os alcance a qualquer custo". Porém, tudo mudou há alguns anos, quando me reuni com alguns diretores e decidimos viajar para observar farmácias em diversas partes do mundo. Um dos países que visitei foi Israel. Passeamos por todo o país e aproveitamos bastante. No último dia, o nosso guia disse que iria nos levar a um lugar impressionante. Imaginamos que seria um sítio arqueológico com relíquias de 3.000 anos ou algo parecido. Porém, a van entrou em um bairro antigo em Jerusalém, de ruas estreitas, e parou diante de um prédio grande e movimentado. O guia nos perguntou qual deveria ser o tamanho de um local de estudos para comportar 4 mil alunos, e quantos funcionários deveriam trabalhar por esse local. Começamos a fazer as contas: auditórios, salas de estudos, dormitórios, refeitórios, escritórios. Chegamos à conclusão que seria necessário ao menos 130 mil metros quadrados e cerca de 350 pessoas no staff. Porém, o guia nos apresentou à Yeshivat Mir, onde estudam mais de 4 mil alunos em uma área de somente 3 mil metros quadrados. O staff da Yeshivá é composto por 20 pessoas e um único diretor. Nós ficamos mudos. O guia nos levou para conhecer a Yeshivá. Os salões de estudo estavam lotados. Os estudantes estavam tão concentrados que nem perceberam nossa presença. Fomos de andar em andar, e em cada canto possível havia pessoas sentadas estudando. Era uma visão incrível, que nos deixou sem palavras. De todos os lugares do mundo que havíamos visitado, aquele foi o que mais nos impressionou.
 
- Ao final do tour - continuou o milionário - o guia agendou um encontro com o Rosh Yeshivá, o Rav Natan Tzvi Finkel zt"l (EUA, 1943 - Israel, 2011), Entramos em uma casa muito simples, mobiliada apenas com o estritamente necessário. Ao lado da mesa da sala estava sentado o Rosh Yeshivá. Ele tinha muitos problemas de saúde e muita dificuldade para falar, mas nos recebeu com uma face irradiante. Um dos diretores da minha empresa disse: "Prezado rabino, todos nós aqui administramos grandes negócios, mas não conseguimos entender como uma instituição como a de vocês é dirigida. Qual é o segredo?". O Rosh Yeshivá sorriu e respondeu: "Caros amigos, vocês sabem qual é a diferença entre um homem e um animal? Quando um animal deseja algo, ele faz de tudo para alcançar seu objetivo, mesmo que para isso ele tenha que pisar nos que estiverem no seu caminho. O homem, por sua vez, consegue abdicar de seus desejos e vontades para não causar danos ao seu companheiro. Mais ainda, o homem pode inclusive deixar de ter um proveito em prol de seu companheiro. Aqui na nossa Yeshivá estudam homens, e quando cada um deles se preocupa em como seu companheiro pode viver bem ao seu lado, e o objetivo de cada um é fazer o bem ao próximo, não há problemas para ninguém".

- As palavras do sábio rabino entraram como uma faca no meu coração - concluiu o milionário - pois era exatamente o oposto do que eu expressava até então. Comecei a entender que isto era uma atitude de animais. A partir daquele dia decidi não causar mais sofrimentos a ninguém, pelo contrário, decidi alegrar, a querer o bem e o sucesso dos outros. E, acreditem em mim, não perdi nada com isso. Como vocês podem testemunhar, só lucrei mais, principalmente por ter me tornado mais humano".

Nesta semana começamos o segundo livro da Torá, o Sefer Shemot, que trata principalmente da escravidão egípcia e a posterior redenção do povo judeu. E a Parashá desta semana, Shemot (literalmente "Nomes"), traz justamente o início da escravização do povo judeu e os terríveis sofrimentos que eles passaram.
 
Um exemplo dos sofrimentos foi quando o Faraó decretou que duas parteiras, Shifra e Puá, que na verdade eram Yocheved e Miriam, matassem os bebês homens no momento do parto. Porém, em uma demonstração incrível de temor a D'us, elas se recusaram a obedecer às ordens do Faraó, e foram recompensadas por isso, como está escrito: "D'us beneficiou as parteiras, e as pessoas multiplicaram e ficaram muito fortes. E foi porque as parteiras temeram a D'us que Ele lhes fez casas" (Shemot 1:20,21)". Yocheved e Miriam arriscaram suas vidas para salvar a vida dos bebês. D'us as recompensou fazendo delas "casas". Rashi (França, 1040 - 1105)
 explica que "casas" significa que elas mereceram ser as mães das linhagens dos Cohanim, Leviim e dos reis.
 
Porém, observando com atenção o versículo, surge uma pergunta: se a recompensa principal eram as "casas", então por que as palavras "e as pessoas multiplicaram e ficaram muito fortes" interrompem entre a garantia de recompensa e a recompensa? O versículo deveria ter dito "D'us beneficiou as parteiras e lhes fez casas"!
 
Pode haver uma série de razões diferentes pelas quais uma pessoa faz um ato de bondade. Pode ser porque ela sabe que é uma Mitzvá fazer atos de Chessed, mas também pode ser porque ela deve um favor a essa pessoa, pode ser por honra ou por outras razões. O Rav Moshe Feinstein zt"l (Lituânia, 1895 - EUA, 1986) nos ensina que a principal intenção que devemos ter quando ajudamos alguém, além de obviamente a intenção de cumprir uma Mitzvá, é que os outros se beneficiem da nossa ação. Esta foi a intenção de Yocheved e Miriam.
 
De acordo com o Rav Moshe Feinstein, portanto, a principal recompensa de Yocheved e Miriam não foram as "casas", mas sim o aumento e fortalecimento do povo. Elas não se importavam com a recompensa que receberiam por salvar vidas, elas apenas queriam que vidas fossem salvas. D'us as recompensou permitindo que suas ações tivessem sucesso e que o povo judeu aumentasse e se fortalecesse. Por isso, depois que o versículo diz que D'us as beneficiou, imediatamente é mencionado o crescimento do povo judeu, pois esta era a principal recompensa. As "casas" eram meramente um "bônus secundário" por suas grandes demonstrações de temor a D'us.
 
O filho de Yocheved, Moshé Rabeinu, herdou essa mesma dedicação aos outros. Ele viu o sofrimento do seu povo e arriscou sua vida para ajudá-los. Ele persuadiu o Faraó a dar-lhes um dia de descanso, para que pudessem observar o Shabat. Além disso, mostrou grande preocupação com as ovelhas de seu rebanho. Foi pelo mérito dessas ações que D'us se revelou a ele e o fez líder do povo judeu. Moshé não queria nada além de libertá-los da escravidão, e sua recompensa foi que ele mereceu ser o escolhido para tirá-los de lá.
 
Esta lição é relevante em muitas áreas, mas talvez a mais importante é nas nossas carreiras. Muitas pessoas têm o mérito de trabalhar em atividades que envolvem ajudar os outros. No entanto, é fácil concentrar-se só no dinheiro que recebem pela prestação de serviços. O Rav Avraham Yaacov Pam zt"l (Lituânia, 1913 - EUA, 2001) estava certa vez sendo tratado por um dentista e comentou o quanto ele ajudava as pessoas em sua profissão. O dentista respondeu que era um bom benefício secundário, o que implicava que a principal razão de ele fazer isso era para ganhar a vida. O Rav Pam explicou que ele precisava mudar a forma de ver as coisas: o dinheiro deveria ser o benefício secundário, enquanto o principal objetivo deveria ser ajudar as pessoas a ter dentes saudáveis.
 
Infelizmente, a tendência de enfatizar demais o aspecto financeiro dos nossos bons atos pode até mesmo se infiltrar na mais sagrada das atividades: estudar e ensinar Torá. Nossos sábios nos ensinam o quão indesejável é tal atitude: "Não faça da Torá uma coroa para atingir a grandeza ou uma pá para cavar" (Pirkei Avót 4:5). Muitos comentaristas explicam que a Mishná não está ensinando que é proibido ganhar dinheiro aprendendo ou ensinando Torá, mas todos concordam que este não deve ser a motivação principal.
 
De acordo com o Rav Yehonasan Gefen, a principal recompensa de Yocheved e Miriam foi que elas puderam trazer benefícios para o povo judeu. Mas podemos perceber que mesmo a recompensa secundária, as "casas", também foi "Midá Kenegued Midá" (medida por medida) por seu puro desejo de ajudar o povo judeu. Elas tiveram o mérito que os Cohanim, Leviim e reis descendessem delas. A recompensa não era a satisfação de terem descendentes tão importantes, pois fama e honra não faziam sentido para Yocheved e Miriam. Em vez disso, a recompensa era o próprio fato de que essas famílias fizeram muito Chessed pelo povo judeu. Os Cohanim realizavam o Serviço do Beit HaMikdash, os Leviim ensinavam Torá e os reis lideravam o povo judeu.
 
Há outros exemplos nos quais a recompensa por uma pessoa se esforçar para trazer méritos aos outros é que ela tem descendentes que fazem o mesmo. Por exemplo, Elkaná viveu em uma época em que as pessoas eram muito negligentes com a Mitzvá de ir ao Beit HaMikdash em Pessach, Shavuót e Sucót. Todo ano ele ia para Jerusalém e, durante suas viagens, encorajava outros a se juntarem a ele. A cada ano mais pessoas se juntavam a ele, até que finalmente todos estavam cumprindo essa preciosa Mitzvá. Como resultado de sua dedicação, D'us disse a ele: "Você pretendia trazer méritos a todo o povo judeu. Como recompensa, Eu darei a você um filho que trará muitos méritos a todo o povo judeu". De Elkaná saiu Shmuel HaNavi, um dos maiores profetas e líderes do povo judeu. Os atos de Elkaná foram motivados pelo puro "Ahavat Israel", o amor pelas pessoas, ele apenas desejava ajudar o povo. Como resultado, foi recompensado com um filho que trouxe muitos méritos ao povo judeu.
 
Realizar atos de bondade é uma grande atitude e, portanto, merece uma grande recompensa. Porém, não podemos perder o foco de que nossa intenção deve ser ajudar os outros. Benefícios secundários virão, mas melhorar a vida dos outros é uma grande recompensa por si só.
 

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R' Efraim Birbojm

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