| | ASSUNTOS DA PARASHÁ SHELACH - Explorando a Terra de Israel.
- Moshé reza por Yehoshua, seu Talmid.
- Calev vai para Hevron.
- 10 espiões voltam falando mal da Terra de Israel.
- Histeria e choro do povo.
- Ameaça de Destruição.
- O Decreto dos 40 Anos no deserto.
- Parte do povo tenta entrar "à força"
- Oblações para Sacrifícios.
- A Oferenda da Massa (Chalá).
- Oferendas de Pecado Comunal por Idolatria (não intencional).
- Oferendas de Pecado Individual por Idolatria (não intencional).
- Idolatria intencional.
- Mekoshesh: O homem juntando lenha no Shabat.
- A Penalidade por violação do Shabat.
- Shemá Israel.
- Tzitzit.
| | | PEQUENOS DETALHES QUE FAZEM A DIFERENÇA - PARASHÁ SHELACH 5785 (20/jun/25) Que as estrelas do rock são cheias de manias estranhas, isso é algo sabido. Mas poucas bandas conseguiram carregar essa fama tão bem quanto o Van Halen, uma banda americana que fez muito sucesso nos anos 80. Só em 1984, eles fizeram mais de 100 shows. Foram uma das primeiras bandas de rock a trazer grandes produções de palco para cidades menores. Por trás do sucesso da banda havia um grande desafio de excelência operacional. Eles usavam nove caminhões cheios de equipamentos, enquanto o padrão era três caminhões. Tinham um contrato gigantesco, com todos os itens que a banda exigia para cada show, com páginas e páginas sobre equipamentos, geradores, estruturas e efeitos especiais. Mas havia uma cláusula que beirava o surreal. A cláusula 126 exigia, no camarim, uma tigela cheia de M&Ms, mas com um detalhe incomum: não poderia haver absolutamente nenhum M&M marrom. O mais absurdo era outro detalhe desta cláusula: se alguém da banda encontrasse um único M&M marrom, a banda poderia cancelar o show, receber o cachê integral e ir embora sem se apresentar. A lenda dizia que, quando David Lee Roth, o vocalista, encontrava um M&M marrom, ele surtava. Obviamente, isso parecia um excesso de pessoas mimadas e virou piada entre os produtores. Porém, em uma noite na qual o Van Halen chegou para se apresentar em um ginásio de uma pequena cidade, a piada terminou. Ao entrarem no camarim, lá estava a tigela cheia de M&Ms, mas havia vários M&Ms marrons no meio. David Lee Roth olhou aquilo e, sem pensar duas vezes, começou a berrar de forma histérica: "Parem tudo!". Ele chamou toda a equipe técnica e ordenou uma vistoria completa do palco. O que descobriram foi assustador: a empresa local não havia seguido as especificações técnicas. O palco foi montado sem o reforço adequado e, por isso, a estrutura estava afundando com o peso dos equipamentos. Provavelmente, parte do piso não aguentaria o show. Se a apresentação tivesse acontecido, poderia haver um desabamento, colocando em risco a vida não apenas dos músicos, mas de milhares de pessoas na plateia. O prejuízo naquele dia foi enorme: horas de trabalho extra, remontagem do palco e um enorme atraso. Mas maior que qualquer custo foi a consciência de que, por muito pouco, uma tragédia foi evitada. E então ficou claro para todos que os M&Ms marrons nunca foram um capricho. A cláusula bizarra era, na verdade, um sistema de alerta escondido. No meio de centenas de itens técnicos sobre pesos, voltagens, estruturas e medidas, aquele pedido ridículo servia como um mecanismo de verificação. Se a equipe de produção tivesse lido o contrato até o final e seguido cada detalhe, certamente teria visto a exigência dos M&Ms sem nenhum marrom. Mas, se isso não tivesse sido cumprido, era sinal de que provavelmente ignoraram também alguns detalhes perigosos. A cláusula 126, que parecia uma excentricidade, era, na verdade, uma sacada de gênio de uma banda que buscava excelência em suas apresentações. Naquele dia, os M&Ms marrons salvaram o show do Van Halen e, talvez, muitas vidas. Isso nos ensina que, muitas vezes, pequenos detalhes podem fazer toda a diferença. | | Nesta semana a Parashá Shelach (literalmente "Envie") descreve a terrível transgressão dos espiões que, após terem sido enviados para a Terra de Israel, mesmo que esta não fosse a vontade de D'us, voltaram falando mal da terra. Em um ato de rebeldia, o povo escolheu escutar os espiões e chorou um choro amargo. Aquele ato de rebeldia custou caro, pois aquela geração inteira ficou proibida de entrar em Israel e aquele dia, Tishá be Av, ficou marcado para todas as futuras gerações como um dia de choro e tragédias. No final da Parashá, a Torá traz os versículos do último parágrafo do Shemá Israel, que fala sobre a Mitzvá de Tzitzit. Há na Torá Mitzvót mais fáceis e Mitzvót mais difíceis de serem cumpridas. Esta é aparentemente uma Mitzvá fácil, pois vestimos a roupa de quatro cantos com os Tzitzit quando acordamos e, durante o dia inteiro, cumprimos a Mitzvá sem nenhum tipo de preocupação ou esforço adicional. Porém, a Parashá nos ensina que a Mitzvá de Tzitzit não é uma Mitzvá simples. Sobre ela está escrito algo interessante: "E para que vocês lembrem de todos os Mandamentos de D'us" (Bamidbar 15:39). A Torá está nos ensinando que os nossos Tzitzit devem servir como um lembrete da nossa obrigação de cumprir todas as Mitzvót da Torá. Mas como isso funciona? Rashi (França, 1040 - 1105) explica que o valor numérico da palavra Tzitzit (ציצית) é 600 (Tzadi (צ) = 90, Yud (י) = 10, Tzadi (צ) = 90, Yud (י) = 10 e Taf (ת) = 400). Ao adicionarmos os 8 fios e os 5 nós que colocamos em cada um dos cantos da roupa, chegamos ao total de 613, correspondendo às 613 Mitzvót da Torá. Os Baalei HaTossafot, em seu comentário sobre o Talmud (Menachot 39a), questionam como Rashi chegou ao número 600 para a palavra Tzitzit, se a grafia da palavra na Torá contém apenas um "Yud", o que totalizaria 590. resposta trazida pelos Baalei HaTossafot é que a palavra Tzitzit aparece na Torá três vezes, e em uma dessas ocasiões a palavra é escrita "LeTzitzit", com um "Lamed" a mais, que acrescenta um valor adicional de 30. Ao dividir este valor de 30 pelas três vezes em que a palavra Tzitzit é mencionada, restaura-se a correspondência entre a palavra "Tzitzit" e o número 600. Porém, o que os nossos sábios estão nos transmitindo? Parece altamente improvável que, ao olhar para o Tzitzit, uma pessoa faça esses cálculos tão complexos, levando-a a se lembrar de todas as Mitzvót de D'us. Por que, então, o ato de lembrar os Mitzvót é expresso de forma tão intricada e rebuscada? Além disso, o Ramban zt"l (Espanha, 1194 - Israel, 1270) questiona a explicação de Rashi, que inclui os 5 nós e os 8 fios para alcançar o total de 613, uma vez que o Talmud (Menachót 38b) ensina que a obrigação dos Tzitzit, segundo a Torá, envolve apenas o primeiro nó, enquanto os outros quatro são de origem rabínica. Portanto, como pode Rashi incluir todos os 5 nós no cálculo que visa cumprir a obrigação da Torá de lembrar as Mitzvót? Rashi (Bamidbar 15:41) também ensina que há um elo entre o Tzitzit e outras duas Mitzvót mencionados no final da Parashá: abster-se da idolatria e guardar o Shabat. Rashi explica que a proximidade entre estas Mitzvót nos ensina que as três possuem a qualidade de serem equivalentes a todas as Mitzvót da Torá. Porém, isso faz sentido? É compreensível que praticar idolatria seja equivalente a transgredir toda a Torá, pois nega a supremacia de D'us. Desrespeitar o Shabat também, pois o Shabat é a afirmação de D'us como Criador do universo. Mas qual é a lógica para que a Mitzvá de Tzitzit seja considerada equivalente a todas as outras Mitzvót? Finalmente, de acordo com a Torá, a pessoa não é obrigada a vestir o Tzitzit. A exigência do Tzitzit só se aplica caso a pessoa estiver usando uma vestimenta de quatro pontas. Mesmo que o povo judeu tenha recebido sobre si a obrigação de usar o tempo todo uma roupa de quatro cantos para poder cumprir a Mitzvá de Tzitzit, ainda assim como pode ser que uma Mitzvá que nem sequer é uma obrigação constante da Torá seja tão importante? Responde o Rav Yochanan Zweig shlita que além dos elementos "técnicos" da Mitzvá do Tzitzit, ela contém um conceito ainda mais fundamental. O Sefer HaChinuch explica que o Tzitzit é comparável a um uniforme que identifica um escravo como pertencente ao seu mestre. Consequentemente, não é por acaso que a Mitzvá de Tzitzit esteja incluída na leitura do Shemá Israel, pois vestir o Tzitzit representa uma reafirmação contínua da aceitação do jugo dos Céus. É a extensão desta declaração que é o ponto central do Shemá Israel. Para aumentar a eficácia e a potência do Tzitzit como ferramenta através da qual uma pessoa se lembra e reafirma seu compromisso de cumprir as 613 Mitzvót, ou seja, como expressão de sua aceitação do jugo Celestial, a Torá declara: "E farão para si Tzitzit" (Bamidbar 15:38). Isso significa que o lembrete não provém apenas de olhar para o Tzitzit após vesti-lo. A Torá exige que nossos Sábios criem um lembrete a partir dos próprios Tzitzit. Isso se compara a amarrar um fio no dedo como um sinal, quando queremos lembrar de algo importante. Quando uma pessoa amarra um fio no dedo, não é o fio em si que possui importância primária, mas aquilo que ele é destinado a lembrar. Da mesma forma, a Torá instrui nossos Sábios a encontrar referências simbólicas dentro do Tzitzit, de modo que o próprio ato de colocar o Tzitzit já funcione como um lembrete da aceitação do jugo de D'us. Portanto, se necessário, podemos fazer cálculos elaborados, incluindo até mesmo detalhes de origem rabínica, para atribuir ao Tzitzit a representação simbólica da aceitação de todas as Mitzvót. Funciona muito melhor como lembrete quando somos nós mesmos que criamos esse simbolismo. É por esse motivo que a Torá não obriga o uso do Tzitzit. Se a Torá o tivesse feito, a eficácia do Tzitzit como lembrete teria sido enfraquecida, pois o motivo para vesti-los se reduziria a um ato realizado apenas para cumprir uma obrigação da Torá. Uma criação dos nossos sábios que estabelece a obrigação constante de usar Tzitzit é mais eficaz como lembrete, pois fomos nós que designamos esse simbolismo. E, finalmente, uma vez que a Mitzvá de Tzitzit contém o princípio fundamental da aceitação do jugo de D'us, ela pode ser agrupada com as Mitzvót de abster-se da idolatria e de guardar o Shabat. Nos ensina o Rabi Yochanan ben Zakai: "Seja tão cuidadoso no cumprimento de uma Mitzvá 'leve' como no cumprimento de uma Mitzvá 'pesada', pois não sabemos a recompensa que cada uma merece" (Pirkei Avot 2:1). O Tzitzit é o exemplo de que muitas vezes nos pequenos detalhes está a nossa verdadeira conexão com D'us. É através dos pequenos atos do cotidiano que demonstramos que queremos cumprir de verdade a vontade Dele. As Mitzvót fáceis e cotidianas são os nossos M&Ms, com os quais indicamos para D'us que está tudo bem. SHABAT SHALOM R' Efraim Birbojm | | Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima. --------------------------------------------  Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno. -------------------------------------------  Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l. -------------------------------------------- Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com (Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai). | | | | | | |