sexta-feira, 27 de julho de 2018

MITZVÓT COM INTENÇÃO - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT VAETCHANAN 5778

BS"D
Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, favor entrar em contato através do e-mail efraimbirbojm@gmail.com.
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MITZVÓT COM INTENÇÃO - PARASHAT VAETCHANAN 5778 (27 de julho de 2018)

"Após o final da Amidá de Shacharit (reza da manhã), o rabino Levi Yitzchak de Berdichev zt"l (Polônia, 1740 - Ucrânia, 1810) se aproximou de alguns frequentadores e os cumprimentou, dando uma Brachá (benção) de boas vindas a eles. Todos se olharam, assustados, sem entender o estranho comportamento do rabino. As pessoas para quem ele tinha dado as boas vindas eram frequentadores há muitos anos da sinagoga e não tinham ido viajar. Então por que o rabino tinha ido pessoalmente a cada um deles dar boas vindas? Vendo a expressão de confusão no rosto das pessoas, o rabino explicou:

- Por favor, não estranhem minha atitude. Eu me senti na obrigação de dar boas vindas, pois, afinal, eles acabaram de voltar de viagem. Enquanto eles estavam rezando a Amidá, suas mentes estavam vagando, viajando por outros lugares. Eles estavam ocupados, pensando nos seus negócios e nas mercadorias que serão vendidas nas feiras que ocorrem em outras cidades. Por isso, quando eles terminaram a Amidá, eles saíram das feiras distantes onde eles se encontravam e voltaram para cá. Foi por isso que eu corri e dei boas vindas a eles, pois sempre que uma pessoa volta de viagem, devemos recebê-la com Brachót de boas vindas".


Infelizmente, por causa da pressão do nosso cotidiano, acabamos cumprindo as nossas Mitzvót, em especial a Mitzvá de Tefilá (reza), sem Kavaná (intenção). Por isso é muito importante, antes de cumprirmos cada Mitzvá, pararmos por alguns instantes, concentrados, para nos conscientizarmos do ato que estamos prestes a fazer

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Nesta semana lemos a Parashat Vaetchanan (literalmente "E eu supliquei"), que traz alguns assuntos muito importantes, tais como os parágrafos iniciais do Shemá Israel e a repetição dos 10 Mandamentos. A Parashat termina com as seguintes palavras: "E guardará a Mitzvá, as leis e os decretos que Eu ordeno a vocês hoje, para fazê-los" (Devarim 7:11). O Talmud (Eiruvin  22a) estuda este versículo de uma maneira um pouco diferente. As palavras finais podem ser lidas em um novo contexto: "Hoje é para fazê-los". O Talmud aprende destas palavras que "Hoje é para fazê-los, e não amanhã para fazê-los. Hoje é para fazê-los e amanhã para receber a recompensa". Explica Rashi que a linguagem "hoje" se refere ao Olam Hazé, o mundo material, limitado e passageiro, enquanto a linguagem "amanhã" se refere ao Olam Habá, a vida eterna. Ele explica que depois da morte, mesmo que a pessoa cumpra Mitzvót, elas já não têm mais valor. Porém, o que significa estas palavras de Rashi?

Explica o Rav Yaacov Kanievsky zt"l (Ucrânia, 1899 - Israel, 1985), mais conhecido como Staipler, que o Talmud está nos ensinando que há dois períodos distintos: um é destinado e preparado exclusivamente para o cumprimento das Mitzvót, enquanto o outro é destinado e preparado especialmente para o recebimento da recompensa que virá para cada um de acordo com seus atos. Neste mundo viemos apenas para cumprir o nosso objetivo, através do cumprimento das Mitzvót da Torá. Porém, neste mundo não recebemos nenhuma recompensa pelos nossos atos, tudo fica guardado para o Mundo Vindouro. E, ao contrário, todo o mérito para a nossa eternidade deve ser adquirido aqui, nesta vida, pois não há mais como ganhar méritos com nosso esforço depois da morte.
 
Porém, por que D'us fez dois mundos distintos, um para os atos e outro para a recompensa? No mundo material, quando alguém trabalha, imediatamente recebe a recompensa. Alguém estaria motivado a trabalhar por anos e anos sem receber nenhum centavo, apenas pela promessa de um pagamento futuro? D'us poderia ter criado o mundo da maneira que quisesse. Por que Ele não fez com que a recompensa fosse entregue imediatamente após o bom ato realizado?
 
Explica o Staipler que D'us tinha algumas motivações para isto. Em primeiro lugar, se os bons atos fossem imediatamente recompensados e os maus atos fossem imediatamente castigados, o conceito de livre arbítrio seria praticamente anulado. Quem faria uma transgressão sabendo que imediatamente seria punido? E quem deixaria de cumprir uma Mitzvá sabendo que seria imediatamente recompensado? Ao separar o ato de sua recompensa e colocá-los em mundos distintos, D'us nos deu a possibilidade da escolha. O mérito por cada bom ato vem justamente da possibilidade de escolha que temos.
 
Em segundo lugar, a recompensa do Mundo Vindouro será algo muito maior do que qualquer recompensa que possa ser paga neste mundo, através de prazeres passageiros, como ensinam nossos sábios: "É melhor um pequeno instante de tranquilidade no Olam Habá do que todo o Olam Hazé" (Pirkei Avót 4:17). Também em termos do tempo da recompensa a diferença é marcante. Pelo fato da recompensa estar guardada para o Olam Habá, que é infinito, a recompensa se torna infinita. Porém, se a recompensa fosse paga no Olam Hazé, esta recompensa teria que ser adaptada aos conceitos materiais, levando em consideração a limitação de tempo.
 
O Talmud (Sanhedrin 101a) traz uma história interessante. O Rabi Eliezer era um dos maiores sábios de sua geração, um homem extremamente puro e devoto. Quando ele adoeceu, no final de sua vida, seus alunos vieram visitá-lo. Ao vê-lo imerso em sofrimentos, eles começaram a chorar. Porém, Rabi Akiva começou a dar risada. Os alunos questionaram o motivo de ele estar dando risada em um momento tão doloroso. O Rabi Akiva então respondeu: "Todo o tempo que eu via que o vinho que o Rabi Eliezer produzia nunca azedava e o linho que ele plantava nunca sofria danos, isto é, que havia sucesso em tudo o que ele fazia e ele não passava por sofrimentos, então eu fiquei extremamente preocupado, imaginando que D'us estava pagando para ele por todos os seus bons atos já nesta vida e que ele não teria mais nada para receber na vida eterna. Porém, agora que eu estou vendo que ele está passando por muitos sofrimentos, então eu me alegrei, pois entendi que ele não "gastou" os méritos de suas Mitzvót".
 
O Talmud está nos ensinando que mesmo alguém tão sagrado quanto o Rabi Eliezer, caso ele tivesse recebido sua recompensa através do sucesso no Olam Hazé, teria perdido através disso seu Olam Habá. Isto significa que, se recebêssemos a recompensa pelos nossos bons atos no Olam Hazé, receberíamos prazeres pequenos, em um mundo limitado, e perderíamos um prazer ilimitado por toda a eternidade no Olam Habá. Por uma bondade gigantesca, D'us guarda a nossa recompensa para um mundo onde ela será muito mais significativa e eterna.
 
Também podemos utilizar este conceito para responder o famoso questionamento "por que pessoas boas sofrem enquanto pessoas ruins têm sucesso na vida?". Esta pergunta é baseada em uma ótica limitada, na qual apenas o que acontece no Olam Hazé pode ser enxergado. Os Tzadikim (justos) sofrem neste mundo para que possam apagar suas poucas transgressões cometidas na vida, enquanto os Reshaim (malvados) têm sucesso pois já recebem neste mundo o pagamento por suas poucas boas ações, que são feitas com intenções egoístas. Se basearmos nosso entendimento apenas pelo que nossos olhos enxergam, certamente este mundo parece algo injusto e "sem dono". Porém, nossa Emuná (fé) nos permite ficarmos tranquilos e confiarmos na bondade e justiça de D'us, que está guardando a verdadeira recompensa dos Tzadikim para o Olam Habá.
 
Finalmente, o Staipler ressalta que se D'us pagasse pelas Mitzvót já neste mundo, o cumprimento das Mitzvót se tornaria algo tão egoísta quanto um lojista que se ocupa com os lucros de sua loja ou um trabalhador que se esforça em sua profissão. D'us, em Sua sabedoria ilimitada, entendeu que era obrigatório que a recompensa não fosse entregue no Olam Hazé, pois, caso contrário, as Mitzvót não seriam cumpridas com Kavaná (intenção) e com as motivações corretas, seria algo apenas mecânico e sem emoção. Isto causaria um enorme problema, pois uma das partes mais importantes da Mitzvá é justamente a Kavaná, como ensinam nossos sábios: "D'us exige coração", isto é, as Mitzvót são justamente as ferramentas para nos conectar a D'us e, portanto, elas precisam ser feitas com a Kavaná de servir a D'us, de se conectar a Ele através dos nossos atos. Se o cumprimento das Mitzvót se transformasse em um "negócio", isto teria um resultado desastroso, pois como as pessoas fariam as Mitzvót apenas pela sua recompensa imediata, então elas seriam feitas sem Kavaná e a pessoa não mereceria recompensa por elas, pois estaria cumprindo as Mitzvót de maneira egoísta, pensando no seu próprio benefício, e não para servir a D'us.
 
Deste último ponto trazido pelo Staipler aprendemos algo fundamental para o nosso serviço espiritual: quando fazemos uma Mitzvá, tão importante quanto o ato é a nossa Kavaná. Infelizmente o nosso Yetser Hará (má inclinação) consegue nos enganar e, mesmo quando cumprimos as Mitzvót, fazemos sem as intenções corretas. Estamos sempre correndo, resolvendo problemas do trabalho, e nossas Mitzvót se tornam apenas atos mecânicos. Uma das maiores formas de conexão com D'us é a nossa Tefilá. Porém, nossa Tefilá se transforma em um "serviço da boca", e não um "serviço do coração" como deveria ser. Ao invés de falarmos com D'us na nossa Tefilá, pronunciamos palavras sem nenhum tipo de sentimento. Durante a Tefilá pensamos no trabalho, na programação da viagem das férias e naquele dinheiro que a pessoa está nos devendo e esquecemos de cobrar. Isto destrói completamente a força da Mitzvá. Uma Tefilá sem Kavaná é comparada pelos nossos sábios a um corpo sem alma. Da mesma maneira que um corpo sem alma não tem vida, assim também é a Tefilá de quem não consegue rezar com Kavaná. Portanto, devemos nos acostumar a fazermos as Mitzvót com tranquilidade. É importante sempre refletir antes de cada Mitzvá, para podermos internalizar a importância do que estamos fazendo. Somente assim poderemos utilizar as Mitzvót para o propósito verdadeiro delas: nos conectar a D'us.

Shabat Shalom

R' Efraim Birbojm

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