quarta-feira, 7 de março de 2018

CRÍTICAS DESTRUTIVAS - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHIÓT VAYAKEL E PEKUDEI 5778

BS"D
O E-mail desta semana foi carinhosamente oferecido pela Família Birbojm em Leilui Nishmat de: 

Frade (Fany) bat Efraim z"l
Ite (Ida) bat Efraim z"l


Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, favor entrar em contato através do e-mail efraimbirbojm@gmail.com.
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CRÍTICAS DESTRUTIVAS - PARASHIÓT VAYAKEL E PEKUDEI / PARASHAT PARÁ 5778

David era um jovem pintor que começou a estudar com um famoso mestre para se aperfeiçoar. O mestre se empenhou em ensinar diversas técnicas de pintura e também incentivou o jovem aprendiz a expor seus trabalhos. O jovem progrediu e, com o passar do tempo, foi aperfeiçoando-se cada vez mais, até que, num determinado dia de primavera, decidiu pintar uma paisagem real. Ele viajou para um local montanhoso, onde encontrou a paisagem que sempre desejou pintar. Após dedicar várias horas, conseguiu produzir uma linda tela.
 
Na manhã seguinte, David foi até a praça principal da cidade levando consigo sua obra de arte, juntamente com uma folha de papel e algumas canetas. Colocou a tela no cavalete e escreveu na folha de papel, bem abaixo de sua pintura: "Eu sou um aprendiz de pintor e gostaria de saber sua opinião sobre minha pintura. Por gentileza, se vocês perceberem algum problema na pintura, marquem com um "x" no local a ser consertado".

De noite, ao voltar para o local, tomou um susto. A tela inteira estava preenchida com vários "x" e piadinhas. Dava para perceber que não foram feitos por uma única pessoa, e sim por várias, pois eram de tamanhos e cores diferentes. O jovem pintor foi até a casa de seu mestre e, com os olhos cheios de lágrimas, contou sobre o seu fracasso. Porém, o mestre sorriu e pediu para que ele pintasse novamente uma paisagem idêntica à que havia feito. Dois dias depois, o jovem trouxe a nova pintura. O mestre pegou uma folha grande e uma caixa com várias tintas. Ele pediu ao aluno para acompanhá-lo à mesma praça em que havia deixado a obra anterior. O mestre pôs a pintura no mesmo local e escreveu o seguinte: "Eu sou um aprendiz de pintor e gostaria muito de saber se eu poderia aprimorar algo nesta pintura. Diante de vocês há uma caixa com tintas. Todo aquele que acha que pode melhorar algo na pintura, por favor, que o faça".

Ao retornarem ao local de noite, algo incrível havia ocorrido: não havia nenhuma modificação na pintura! O mesmo se repetiu no dia seguinte. Então o mestre disse ao aluno:
 
- Você sabe a que conclusão chegamos? É fácil fazer críticas ao outro e marcar com "x" em tudo o que ele faz. A resposta que deve ser dada a este tipo de pessoa é: "Tudo bem. Mas vamos ver como você faria melhor".

Muitas vezes nós criticamos os outros. Porém, é fácil simplesmente encontrar defeitos no que os outros fazem. Ao invés de simplesmente criticar, devemos trazer soluções. Uma crítica deve ser sempre construtiva e, portanto, deve vir com preocupação e com sugestões, não com zombarias e menosprezo.

Nesta semana lemos duas Parashiót, Vayakel (literalmente "E reuniu") e Pekudei (literalmente "Contas"). As duas Parashiót descrevem a execução do Mishkan (Templo Movél), com todos os detalhes construtivos que haviam sido anteriormente ordenados por D'us nas Parashiót Terumá e Tetzavê.
 
Há algo que nos chama a atenção logo no começo da Parashá Pekudei. Moshé faz a prestação de contas das doações feitas para a construção do Mishkan, como está escrito: "Estas são as contas do Mishkan, o Mishkan do Testemunho, que foram calculadas segundo a ordem de Moshé" (Shemot 38:1). Mas por que Moshé precisou prestar contas das doações ao Mishkan? Apesar de a construção do Mishkan envolver materiais caros e nobres, como ouro e prata, Moshé era uma pessoa que estava acima de qualquer suspeita, a ponto de até mesmo D'us testemunhar sobre sua honestidade e retidão, como está escrito: "Não é assim com Meu servo Moshé, em toda a Minha casa ele é confiável" (Bamidbar 12:7).
 
Há um Midrash (parte da Torá Oral) que explica porque Moshé sentiu a necessidade de prestar contas do Mishkan. Segundo o Midrash, ele escutou alguns judeus fazendo críticas e falando pelas suas costas: "Veja como o pescoço de Moshé engordou. Mas também, como poderia ser que o responsável pelas obras do Mishkan não iria enriquecer?". Quando Moshé escutou este tipo de comentário, imediatamente decidiu prestar contas de todos os materiais que haviam sido doados, demonstrando publicamente que tudo havia sido utilizado de forma honesta, nada havia sido desviado para seu uso particular. Porém, o que levou pessoas a não apenas pensarem, mas também falarem mal de Moshé, alguém que estava acima de qualquer suspeita? Será que alguém realmente acreditava que ele poderia ter furtado materiais destinados à construção do Mishkan?
 
De acordo com o Rav Yossef Tzvi Salant zt"l (Lituânia, 1786 - Israel, 1866), a pergunta fica ainda mais forte de acordo com um enigmático ensinamento do Talmud (Sanhedrin 81b): "Se alguém furta um utensílio do Beit Hamikdash, um "Kanai" (pessoa zelosa com a honra de D'us) pode matá-lo imediatamente". Este ensinamento do Talmud é difícil de ser entendido, pois furto não é um crime tão grave a ponto de merecer uma punição tão rigorosa como a pena de morte. Por que o Talmud afirma que aquele que furta um objeto do Beit HaMikdash deve ter uma punição tão rigorosa?
 
O Talmud (Baba Kama 79b) ensina, em nome de Rabi Yochanan ben Zakai, que a Torá é mais rigorosa com aquele que furta, isto é, que rouba na calada da noite, quando ninguém está olhando, do que com aquele que rouba à luz do dia, pois aquele que rouba à luz do dia igualou a honra do escravo à honra de seu dono, enquanto aquele que furta na calada da noite não fez nem isto, dando mais honra ao escravo do que ao dono. Ao cometer um furto, a pessoa demonstrou que teme as pessoas, mas não teme D'us. A pessoa que furta se comporta como se os olhos de D'us não enxergassem e os ouvidos de D'us não escutassem. É por isso que aquele que rouba apenas precisa devolver o que roubou, enquanto aquele que furta é castigado e precisa pagar o dobro.
 
O ato de furto fica ainda mais grave quando é cometido com um utensílio do Beit HaMikdash, o local onde repousa a Presença Divina. Esta atitude é uma tremenda profanação da honra de D'us, pois é como se a pessoa estivesse afirmando que nem mesmo no local da moradia de D'us os Seus olhos podem enxergar.  É por isso que o Talmud ensina que o castigo desta pessoa era tão grave, a ponto de um "Kanai" poder matá-lo imediatamente, mesmo sem julgamento do Beit Din (Tribunal Rabínico). Este castigo tão rigoroso não ocorre pelo furto propriamente dito, que não é tão grave, mas pela terrível profanação da honra de D'us.
 
Este ensinamento torna ainda mais difícil entender as suspeitas daqueles judeus que diziam que Moshé havia furtado materiais do Mishkan. Moshé tinha um nível tão elevado de profecia que falava com D'us "face a face", como uma pessoa que está conversando com o seu companheiro. Alguém em um nível tão elevado furtaria materiais doados para a construção do Mishkan, o local da moradia de D'us, como se D'us não estivesse olhando?
 
Explica o Rav Yossef Tzvi Salant que daqui aprendemos a terrível força da zombaria. Através da zombaria, pessoas foram capazes de fazer com que suspeitas recaíssem sobre o maior profeta de todos os tempos, uma pessoa extremamente reta, fazendo com que a verdade fosse invertida de um extremo ao outro. Apesar de sua retidão inquestionável em todos os atos, Moshé foi acusado pelos zombadores de ter furtado dinheiro que pertencia ao Mishkan, tornando-se suspeito de agir como se D'us não enxergasse nem mesmo na Sua casa. Este é o poder que a zombaria tem de manchar a honra até mesmo das pessoas mais retas. Quando alguém zomba de um Tzadik (Justo), mesmo que em um primeiro momento ele não é acreditado, a zombaria injeta no coração das pessoas ideias que têm o poder de inverter a verdade.
 
Este conceito também pode ser observado na história de Korach, o primo de Moshé que liderou uma rebelião contra ele. Korach questionou publicamente Moshé e Aharon com as seguintes palavras: "E por que vocês querem se elevar acima da assembleia de D'us?" (Bamidbar 16:3). Korach, através de zombarias, quis mostrar que Moshé era uma pessoa orgulhosa, motivada apenas pela busca de honra e poder. Uma acusação grave, feita justamente contra um homem sobre quem D'us havia declarado: "Este homem Moshé era extremamente humilde, mais do que qualquer outra pessoa na face da Terra" (Bamidbar 12:3). Então como Korach conseguiu juntar tantos rebeldes dispostos a se levantar contra Moshé por considerarem que ele estava motivado apenas pela sua própria honra? Através da força da zombaria, que tem o poder de injetar veneno no coração das pessoas e manchar até mesmo a reputação dos maiores Tzadikim.
 
A Torá está nos ensinando algo muito importante para nossa vida. Se prestarmos atenção, perceberemos que é muito comum criticarmos o que os outros fazem. Estamos sempre marcando com "x" a vida dos outros. Será que isto é uma atitude saudável? Explicam nossos sábios que, apesar de existir uma Mitzvá de criticarmos uma pessoa quando a vemos fazendo algo errado, como está escrito: "Você certamente irá repreender seus companheiros" (Vayikrá 19:17), precisamos ser cuidadosos com a honra da pessoa, nunca falando as coisas de maneira que podem denegrir e machucar. E uma das formas que mais machucam as pessoas é quando uma crítica é feita com zombaria, manchando a honra da pessoa envolvida. A zombaria tem a força de denegrir até mesmo pessoas corretas e, portanto, deve ser evitada a todo custo.
 
Críticas devem ser feitas de forma construtiva, apenas por amor, nunca para desmotivar e destruir. E uma das formas mais construtivas de fazer uma crítica é trazendo sugestões de soluções. Ao invés de apenas criticar, ofereça ajuda. Pois criticar é fácil, o difícil é se importar de verdade com o outro.  

Shabat Shalom

R' Efraim Birbojm

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HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT - PARASHIÓT VAYAKEL E PEKUDEI / PARASHAT PARÁ 5778:

                   São Paulo: 18h07  Rio de Janeiro: 17h54                    Belo Horizonte: 17h55  Jerusalém: 17h07
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Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Eliahu ben Esther, Moshe ben Feigue, Laila bat Sara.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l, Eliezer ben Arieh z"l; Arieh ben Abraham Itzac z"l, Shmuel ben Moshe z"l, Chaia Mushka bat HaRav Avraham Meir z"l, Dvora Bacha bat Schmil Joseph Rycer z"l, Alberto ben Esther z"l, Malka Betito bat Allegra z"l.
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Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com
 
(Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai).
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