sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

ENCONTRO COM A VERDADE - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT VAYIGASH 5781

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ASSUNTOS DA PARASHAT VAYIGASH
  • Yehudá enfrenta o "vice-rei".
  • Yossef manda todos saírem da sala.
  • Yossef se revela.
  • Irmãos de Yossef voltam para casa, para buscar famílias.
  • Yossef manda presentes a Yaacov.
  • A família de Yaacov prepara-se para ir ao Egito.
  • Genealogia dos filhos de Yaacov.
  • O reencontro de Yaacov e Yossef.
  • O encontro de Yaacov e o Faraó.
  • A fome no Egito fica cada vez mais dura.
  • Yossef compra todo o Egito.
BS"D

ENCONTRO COM A VERDADE - PARASHAT VAYIGASH 5781 (25 de dezembro de 2020)

 
Alfred Korzybski, um cientista e famoso palestrante polonês, estava certa vez discursando para um enorme grupo de estudantes sobre como o mundo não é como nós o percebemos, pois a realidade em que vivemos é a que criamos através da nossa percepção das coisas.
 
Ele decidiu fazer uma demonstração muito prática e engraçada deste efeito em nossas vidas. Em certo momento da palestra, o Sr. Korzybsky interrompeu a apresentação e tirou de sua mala um grande pote de biscoitos, que estava embrulhado em um papel branco. Ele se desculpou com os alunos, dizendo que não tinha tido tempo de comer antes da palestra, e ofereceu biscoitos aos participantes que estavam sentados nas primeiras fileiras do auditório. Depois, os biscoitos também foram oferecidos aos demais estudantes. No final, quase todos no auditório mastigavam calmamente um ou dois biscoitos, saboreando aquele "lanchinho" gostoso.
 
O Sr. Korzybsky então pediu a atenção de todos e rasgou o invólucro branco que cobria o pote de biscoitos, revelando o rótulo original. Surgiram, em letras garrafais, as palavras "Biscoito para cachorro". Ao lerem o rótulo, muitos alunos saíram correndo do auditório, cobrindo a boca com as mãos, em direção ao banheiro. O Sr. Korzybsky, ainda se divertindo com a reação da plateia, disse:
 
- Senhoras e senhores, há poucos segundos estavam todos felizes, saboreando seus biscoitos. Com o simples ato de rasgar o papel branco, o comportamento de todos neste auditório mudou drasticamente. Por que isto aconteceu? Pois repentinamente o entendimento de vocês, a forma como vocês percebem a realidade, mudou.

Com esta brincadeira, o Sr. Korzybsky mostrou que muitos sofrimentos humanos muitas vezes surgem por tentarmos ignorar a realidade, enxergando-a da maneira que desejamos, e não como ela é.

 

Nesta semana lemos a Parashat Vayigash (literalmente "Se aproximou"), que nos conta o desfecho da história de Yossef e seus irmãos. Após revelar seus dois sonhos, nos quais seus irmãos se curvavam para ele, Yossef foi considerado por seus irmãos como sendo uma pessoa perigosa, alguém que tentaria obter a liderança da família à força, tomando o lugar do primogênito. Ele foi julgado por seus irmãos e, após ter sido considerado culpado, foi vendido como escravo. Yossef foi levado ao Egito, onde teve uma vida de muitos altos e baixos, mas que culminou em se tornar vice rei, o responsável por toda a comida durante os anos de fome. Por que os irmãos erraram no julgamento de Yossef e não perceberam que ele era um Tzadik, e que seus sonhos eram proféticos? Pois estavam "subornados" pela inveja que sentiam de Yossef, por ele ser o filho preferido de Yaacov.
 
Mais de vinte anos depois da venda, nos anos de fome, os irmãos de Yossef foram ao Egito comprar comida, mas não reconheceram que o vice rei era seu próprio irmão. Yossef, antes de se revelar, quis testar se seus irmãos estavam arrependidos. Tratou-os de forma muito dura, acusou-os de serem espiões e escondeu seu cálice de prata na sacola de Biniamin, para acusá-lo de roubo, condená-lo a ser escravo e verificar qual seria a reação dos irmãos. Biniamin era o único filho que havia sobrado de Rachel, a esposa preferida de Yaacov, e certamente era o filho preferido naquele momento. Se os irmãos ainda sentissem inveja, ficariam felizes de "se livrar" de Biniamin.
 
Porém, Yehudá demonstrou estar arrependido. Ele levantou-se em defesa de seu irmão. Ele falou muito duro com o malvado vice rei do Egito, que os acusava de roubo, mostrando que estava disposto a matar ou morrer. Somente então Yossef se revelou, como está escrito: "E Yossef disse a seus irmãos: "Eu sou Yossef. Meu pai ainda está vivo?" Mas seus irmãos não puderam responder a ele, pois ficaram desconcertados diante dele" (Bereshit 45:3). Por que Yossef perguntou, logo depois de se revelar, se Yaacov ainda estava vivo, se pouco tempo antes da revelação ele já havia feito esta mesma pergunta aos irmãos e já havia sido informado que o pai estava vivo?
 
Explica o Rav Noach Wainberg zt"l (EUA, 1930 - Israel, 2009) que a resposta está em um interessante questionamento filosófico: se você pudesse agendar um encontro pessoal com D'us, você o faria? Mas qual é a dúvida? D'us é "Emet" (verdade) e, portanto, Ele seria completamente honesto com você, diria exatamente o que você faz certo e o que faz errado. Estaríamos prontos para este choque de realidade? Todos nós fazemos coisas na vida das quais nos orgulhamos e cometemos erros que preferiríamos esquecer. Mas como sabermos quais erros podemos estar cometendo agora, dos quais nem mesmo temos consciência? Estamos verdadeiramente avançando para alcançar nosso potencial ou estamos desperdiçando nossas vidas? Por um lado, queremos saber a verdade, mesmo que a verdade doa. Porém, por outro lado, temos medo da dor.
 
Os irmãos de Yossef eram seres humanos, pessoas com enormes qualidades, mas que também cometiam falhas. Quando começam a surgir dificuldades na vida deles, eles não atribuíram ao acaso, nem procuraram em quem colocar a culpa. Eles começaram a querer encontrar a verdade. Será que havia sido um erro vender seu próprio irmão? D'us os estavam castigando por sua falta de misericórdia? Eles estavam dispostos a enfrentar o erro que haviam cometido ao vender seu próprio irmão. Porém, ao mesmo tempo, eles sentiam medo. Eles não queriam ter a revelação mais dolorosa: descobrir que, nos últimos vinte e dois anos, eles haviam vivido uma mentira.
 
Yossef estava determinado a ajudá-los a perceber seu erro. Somente a verdade poderia reunir novamente os irmãos. Mas Yossef queria que eles percebessem isso por si mesmos, pois uma verdade que uma pessoa entende por si mesma é internalizada em um nível muito mais profundo do que uma verdade dita pelos outros.
 
Yehudá foi colocado na mesma situação que os irmãos estavam imediatamente antes da venda de Yossef. Porém, desta vez Yehudá estava disposto a colocar sua vida em risco para defender seu irmão, embora Biniamin também fosse um irmão favorecido. Além disso, para proteger seu pai de sentir ainda mais dor, ele se mostrou disposto a lutar contra todo o poderoso Império Egípcio. No entanto, ele ainda não havia reconhecido que a pessoa que estava diante dele era seu irmão Yossef. Mesmo enquanto fazia Teshuvá por ter vendido Yossef, ele ainda não estava disposto a perceber que havia julgado mal seu irmão.
 
Os seres humanos são complexos. Podemos ser totalmente honestos e abertos para encontrar a verdade em uma área e, ao mesmo tempo, bloqueá-la em outra área. Enquanto Yehuda continuava falando, sinalizando sua intenção de lutar, se necessário, contra todo o Egito, Yossef não conseguiu mais aguentar seu segredo. Embora ele quisesse que seus irmãos percebessem a verdade por si mesmos, ele se viu forçado a despertá-los. Foi por isso que Yossef, após se revelar, perguntou da vida de seu pai. Da mesma forma que os irmãos estavam preocupados que Yaacov poderia morrer caso Biniamin não voltasse para casa, por que eles não haviam se importado com isso vinte e dois anos atrás, antes de vende-lo? Eles estavam cegos por causa da inveja, por isso erraram no seu julgamento.
 
Por que o versículo diz que os irmãos não puderam responder nada? Pois eles imediatamente entenderam a mensagem. Eles viram que nos últimos vinte e dois anos eles haviam vivido uma ilusão, pensando que estavam certos em considerar seu irmão uma pessoa perigosa e sedenta de poder, quando na verdade estavam diante de alguém em nível de profecia. Eles estavam tão envergonhados que não puderam responder nada a Yossef.
 
Daqui podemos aprender como será nossa "entrevista particular" com D'us após o nosso falecimento. Yossef era apenas um ser humano, e o irmão mais novo. Mas quando ele disse "Eu sou Yossef", os irmãos não puderam responder nada. Então, o que seremos capazes de dizer quando encontrarmos D'us, que disse "Eu sou Hashem, seu D'us" no Monte. Sinai? O quanto vivemos na ilusão, nos enganando sobre o que é verdadeiro e importante?
 
O judaísmo ensina sobre um conceito chamado "Guehinom". Muitas vezes ele é traduzido como "inferno", mas não significa um lugar onde os transgressores vão arder no fogo eterno. O Guehinom é um lugar de sofrimento espiritual, que traz expiação dos nossos erros. E qual é o sofrimento espiritual do Guehinom? A intensa vergonha que a alma sente ao perceber o quanto os desejos do corpo a fizeram ignorar o verdadeiro sentido da vida. Os irmãos de Yossef sentiram essa vergonha, e esta dor purificou o efeito de terem passado vinte e dois anos acobertando seu erro. Da mesma forma, o Guehinom é um processo de limpeza, um passo para a experiência da conexão final com D'us no Mundo Vindouro.
 
Porém, se Yehudá estava fazendo Teshuvá ao demonstrar estar disposto a dar sua vida para proteger seu irmão, o "filho preferido" da vez, porque Yossef sentiu que precisava se revelar e mostrar a verdade para eles, ao invés de deixar que entendessem sozinhos? Pois Yossef percebeu que não era uma Teshuvá completa, o que está implícito nas palavras do versículo "eles não puderam responder a ele". Eles gostariam de ter respondido. Eles gostariam de poder dizer a Yossef: "Você mesmo causou isso. Julgamos você mal, mas não somos totalmente culpados", porém as evidências eram muito fortes e eles não puderam falar nada. Talvez é por isso que, embora os irmãos tenham se reunido com sucesso, a doença do "ódio gratuito", isto é, judeus desconfiando e lutando uns contra os outros, nunca desapareceu totalmente do povo judeu.
 
Sermos honestos conosco e encarar a verdade nem sempre é fácil, às vezes pode ser até mesmo um processo doloroso. Mas será ainda mais doloroso descobrir a verdade quando não for mais possível corrigir nossos atos.
 

SHABAT SHALOM
 

R' Efraim Birbojm

 

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quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

DESENVOLVENDO NOSSA EMPATIA - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT MIKETZ 5781

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ASSUNTOS DA PARASHAT MIKETZ
  • Os dois sonhos do Faraó.
  • Yossef é chamado para interpretar os sonhos.
  • Yossef se torna o vice rei.
  • Yossef se casa com Osnat.
  • A estratégia de Yossef é implantada no Egito.
  • Yossef tem dois filhos: Efraim e Menashé.
  • Começam os anos de fome no Egito.
  • Yaacov manda seus filhos aos Egito.
  • Yossef reconhece seus irmãos, mas eles não o reconhecem.
  • Yossef acusa os irmãos de serem espiões.
  • Os irmãos de Yossef se arrependem.
  • Yossef prende Shimon e exige a vinda de Biniamin.
  • Yaacov se recusa a enviar Biniamin.
  • A fome continua e Yaacov é obrigado a enviar Biniamin.
  • Yossef testa seus irmãos e esconde cálice de prata na sacola de Biniamin.
  • Biniamin é acusado de roubo e condenado a virar escravo.
BS"D

DESENVOLVENDO NOSSA EMPATIA - PARASHAT MIKETZ 5781 (18 de dezembro de 2021)


Rogério estava de férias na Suíça. Havia aproveitado para, além de conhecer um novo país, reencontrar Alberto, um grande amigo de infância que havia se mudado para lá. Em Genebra, eles entraram em uma pequena padaria para tomar um café da manhã. Enquanto aguardavam seu pedido, duas pessoas se aproximam do balcão e pediram:

- Cinco cafés, por favor. Dois para nós e três suspensos.

Eles pagaram, tomaram os dois cafés e foram embora. Rogério ficou surpreso e perguntou a Alberto:

- Escutei errado ou eles pediram cafés suspensos? O que são cafés suspensos? E por que não tomaram os cafés suspensos?

- Espere e você entenderá - respondeu Alberto, se divertindo com a expressão de espanto do amigo.

Pouco tempo depois, outras pessoas entraram na padaria. Duas mulheres pediram 3 cafés, sendo um suspenso. Tomaram, pagaram e foram embora. Os próximos clientes foram três homens de terno e gravata, que pediram sete cafés, três para eles e quatro suspensos. Rogério começou a se incomodar com aquele mistério todo, enquanto seu amigo se divertia com a expressão de perplexidade do amigo, que questionava o significado daqueles cafés suspensos. Alberto pediu mais um pouco de paciência, pois logo o mistério seria desvendado.

De repente, um senhor vestido com roupas velhas e gastas, parecendo um mendigo, entrou na padaria. Ele se aproximou do balcão e perguntou:
 
- Por favor, tem algum um café suspenso?

O garçom, com um sorriso no rosto, serviu-lhe um café. O senhor bebeu, agradeceu e foi embora sem pagar. Somente então Rogério entendeu o que eram os "cafés suspensos". As pessoas pagavam antecipadamente pelo café daqueles que não tinham condições de pagar uma bebida quente, sem que elas precisassem mendigar. Esta tradição começou em Nápoles, na Itália, mas dispersou-se para outros países. Em alguns lugares é possível encomendar não apenas o "café suspenso", mas também um "sanduíche suspenso" e até mesmo uma "refeição completa suspensa". Este é o poder da empatia, de sentir a dor e a dificuldade dos outros.

 

Nesta semana lemos a Parashat Miketz (literalmente "No fim de"), que continua descrevendo a saga de Yossef. Após 12 anos na prisão, finalmente Yossef foi libertado para interpretar os sonhos do Faraó, das sete vacas magras que engoliam as sete vacas gordas e das sete espigas de trigo feias que engoliam as sete espigas bonitas. Yossef explicou que D'us estava avisando ao Faraó que muito em breve viriam sete anos de fartura, seguidos de sete anos terríveis de fome e escassez. Ele aconselhou o Faraó a estocar alimentos nos anos de fartura para utilizar nos anos de fome e escassez.
 
A interpretação dos sonhos levou Yossef a se tornar a segunda pessoa mais poderosa do Egito, com uma vida de luxos e honrarias. Mesmo assim, Yossef nunca se desviou do caminho correto. Ele se manteve uma pessoa humilde e reta em todos os seus atos, completamente conectado com os valores da Torá. Mesmo quando ele se reencontrou com seus irmãos, com a possibilidade de se vingar por todo o mal que eles haviam lhe causado, Yossef foi misericordioso e recebeu de braços abertos sua família, garantindo a continuidade do povo judeu.

Yossef casou-se com uma mulher chamada Osnat, que também era muito justa e correta. E a família cresceu com o nascimento de seus dois filhos, Menashe e Efraim, como está escrito: "E para Yossef nasceram dois filhos antes do início da fome" (Bereshit 41:50). Apesar de serem filhos do vice-rei do Egito e viverem imersos em luxo e honrarias, eles se mantiveram corretos, a ponto de também se tornarem Tribos de Israel.
 
Porém, este versículo que fala do nascimento de Menashe e Efraim nos chama a atenção. Sabemos que nenhuma informação está escrita na Torá de maneira desnecessária. Então por que a Torá quis enfatizar que os dois filhos de Yossef nasceram antes do início da fome? Que diferença faz se o nascimento foi antes ou depois do início da época de escassez e dificuldades?

O Talmud (Taanit 11a) aprende deste versículo que devemos nos abster dos prazeres materiais durante um período de fome e dificuldades. O versículo é uma prova de que Yossef continuava reto. Ele cumpriu esta regra e seus filhos nasceram antes da fome, pois depois da fome ele se absteve dos prazeres materiais.
 
Porém, há uma aparente contradição com outro ensinamento do Talmud (Sotá 12a), que afirma que a filha de Levi, Yocheved, nasceu quando Levi entrou no Egito. Isto ocorreu apenas no final do segundo ano de fome. Portanto, podemos deduzir que Levi se envolveu com prazeres materiais durante os anos de fome. Por que para Yossef era proibido, enquanto para Levi era permitido?

Poderíamos explicar que este comportamento, de se abster dos prazeres materiais durante um período de fome, não é uma obrigação legal, mas sim uma sugestão para aqueles que desejam se comportar "Lifnim Mishurat HaDin" (além do que é esperado, isto é, com uma medida extra de piedade). Porém, o Rav Chaim ben Atar zt"l (Marrocos, 1696 - Israel, 1743), mais conhecido como Or HaChaim Hakadosh, questiona esta explicação, pois como pode ser possível que Yossef estava disposto a se comportar com essa medida extra de piedade, enquanto Levi, que foi descrito por Moshé Rabeinu como a personificação da piedade, não se comportou desta maneira?

Uma forma de responder é nos aprofundando na primeira Mitzvá descrita na Torá, de "Pru Urvu" (procriação, literalmente "crescer e multiplicar"). De acordo com muitas opiniões, a Mitzvá de "Pru Urvu" somente é cumprida quando o homem tem um casal de filhos, isto é, pelo menos um menino e uma menina. Talvez aquele que ainda não cumpriu a Mitzvá de "Pru Urvu" não tem a obrigação de se abster dos prazeres materiais, mesmo durante uma época de fome e sofrimento, pois o cumprimento da Mitzvá de "Pru Urvu" tem preferência. Portanto, Levi não estava sujeito a esta restrição, já que ainda não tinha nenhuma filha.
 
Porém, esta resposta não é satisfatória, pois Yossef também tinha apenas filhos homens, Menashé e Efraim. Como ele ainda não havia cumprido a Mitzvá de "Pru Urvu", seria correto se comportar "Lifnim Mishurat HaDin" e se abster dos prazeres materiais, às custas de não cumprir uma Mitzvá?

Explica o Rav Yohanan Zweig que devemos primeiro entender por que é necessário abster-se de prazeres materiais durante uma época em que há angústia e sofrimento no mundo. Quando vemos pessoas com dificuldades, devemos sentir empatia por elas. A abstinência é a maneira através da qual podemos desenvolver nossa sensibilidade. Não nos entregarmos aos prazeres físicos enquanto os outros estão sofrendo é uma maneira de também sentirmos na pele um pouco das dificuldades que os outros estão sentindo.

Entretanto, esse comportamento é exigido apenas de alguém que não está sujeito aos mesmos sofrimentos dos outros à sua volta, havendo, neste caso, a necessidade de sentir empatia. Porém, para alguém que está sujeito à mesma aflição que os outro, não há necessidade de abstinência. Para essa pessoa, abster-se seria uma medida extra de piedade, um comportamento "Lifnim Mishurat HaDin", mas não uma obrigação.

Yossef não sentiu a pressão e o sofrimento com uma das maiores dificuldades que um ser humano pode passar na vida: a falta de comida. Por causa dos sonhos do Faraó e a profecia que D'us havia revelado, Yossef tomou as atitudes e precauções necessárias para aliviar qualquer desconforto que pudesse ocorrer nos anos de fome. Por isso, ele foi obrigado a sentir empatia com a situação de seus irmãos e se abster de prazeres materiais durante este período. Já Levi e o resto dos irmãos, que não haviam tomado essas precauções por não saberem de antemão que haveria fome, estavam sofrendo junto com todos. Como Levi já estava sujeito ao sofrimento, não estava obrigado a se abster de prazeres, pois a empatia não é exigida de quem já sente o sofrimento da situação. Abster-se, nestas circunstâncias, seria apenas uma medida extra de piedade. No entanto, Levi, apesar de ser a personificação da piedade, não tinha permissão para se comportar desta maneira, pois ainda não havia cumprido a Mitzvá de "Pru Urvu".

Deste ensinamento aprendemos algo fundamental: a importância de sentirmos empatia por aqueles que estão passando por dificuldades e sofrimentos. Escutamos notícias de tragédias, doenças, dificuldades financeiras e problemas familiares. Será que sentimos de verdade a dor dos outros? E mesmo quando pensamos nos sofrimentos dos outros, sentimos isto no coração? Uma das maneiras de sentir a dor dos outros é através de atitudes, como fez Moshé Rabeinu. Apesar de viver no palácio, assim a Torá descreve o comportamento dele: "E foi naqueles dias, Moshé cresceu e saiu para ver seus irmãos, e ele viu o sofrimento deles" (Shemot 2:11). Por que está escrito que Moshé saiu para ver o sofrimento dos irmãos? Ele não sabia que os judeus estavam escravizados e sofrendo? Racionalmente Moshé já sabia, mas para ele não era suficiente apenas saber, ele quis sentir a dor do seu povo no coração. Isto é empatia, e é este sentimento que precisamos tanto desenvolver.
 

SHABAT SHALOM
 

R' Efraim Birbojm

 

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