sexta-feira, 29 de março de 2019

PROBLEMAS SÃO OPORTUNIDADES - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT SHMINI 5779

BS"D
Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, favor entrar em contato através do e-mail efraimbirbojm@gmail.com.
ARQUIVO EM PDF
ARQUIVO EM PDF
BLOG
BLOG
INSCREVA-SE
INSCREVA-SE
VÍDEO DA PARASHAT SHEMINI

PROBLEMAS SÃO OPORTUNIDADES - PARASHAT SHMINI 5779 (29 de março de 2019)

 
Quando Daniela estava no primeiro ano colegial, seu pai mudou de emprego e a família precisou se mudar de cidade. Isto implicou também em uma mudança de escola, o que significava estudar em um lugar onde Daniela não conhecia ninguém. No primeiro dia de aula, a maioria dos alunos falava apenas com as pessoas já conhecidas e Daniela ficou de fora das conversas. Ela voltou para casa chorando, pois se sentiu muito sozinha. Sua mãe perguntou qual tinha sido o pior momento naquele dia e ela disse que foi na hora do almoço, quando ela ficou sentada sozinha na cantina. Então sua mãe, com muito carinho e sabedoria, disse:
 
- Filha, você certamente não foi a única pessoa que se sentiu sozinha naquela escola. Com certeza há outros alunos novos que também se sentiram solitários. Amanhã eu quero que, quando você estiver na cantina, olhe ao redor para ver se encontra outros jovens comendo sozinhos. Eu quero que você vá até um deles e pergunte se você pode se juntar a ele.
 
No dia seguinte, na cantina, Daniela olhou em volta e perguntou à primeira pessoa que estava sentada sozinha se podia sentar-se ao lado dela. A jovem ficou muito feliz de ter uma companhia. Daniela contou um pouco da sua história de vida para a garota e, no dia seguinte, se encontraram novamente para almoçar e continuar a conversa. Decidiram convidar outros jovens para se juntarem a elas. Eram jovens que, até então, estavam sozinhos e também não conheciam ninguém. Em pouco tempo, os alunos novos estavam todos bem integrados, graças aos esforços de Daniela.
 
A lição que Daniela aprendeu com essa experiência ficou com ela por toda a vida. Podemos escolher afundar nos nossos problemas ou podemos usar os problemas como trampolim para subir mais alto.

Nesta semana lemos a Parashat Shemini (literalmente "Oitavo"), que começa descrevendo os Serviços de inauguração do Mishkan, o Templo Móvel. Após o povo ter doado com entusiasmo os materiais e depois do enorme esforço para conseguir construir a estrutura e cada um dos utensílios exatamente da maneira como D'us havia ordenado, foram feitos os serviços iniciais do Mishkan. Então ocorreu o que D'us havia avisado: Sua Presença pairou sobre o Mishkan, causando uma enorme alegria em todo o povo. Era um dia histórico para o povo judeu.
 
Infelizmente esta enorme alegria foi manchada por uma terrível tragédia. No próprio dia da inauguração, os filhos mais velhos de Aharon, Nadav e Avihu, que eram Cohanim, ofereceram um incenso que D'us não havia pedido. Imediatamente um fogo saiu do Céu e os matou. No meio de um momento de incrível felicidade, o povo judeu teve que se deparar com uma perda irreparável.
 
Em relação à morte dos filhos de Aharon, Rashi (França, 1040 - 1105) nos ensina algo muito interessante: o erro dos filhos de Aharon, que causou a morte deles, começou muito tempo antes do dia da inauguração do Mishkan. A Parashat Mishpatim nos relata que, pouco antes da entrega da Torá, D'us se revelou através de uma visão profética a Moshé, Aharon, Nadav, Avihu e os anciãos do povo judeu, como está escrito: "Então Moshé subiu, e Aharon, Nadav , Avihu e setenta dos anciãos de Israel; e eles viram o D'us de Israel" (Shemot 24: 9). Era uma revelação de D'us que poucos do povo tiveram mérito de presenciar. Porém, Nadav e Avihu olharam para esta visão de D'us de uma maneira desrespeitosa e, por isso, receberam um decreto de morte Celestial. Então por que D'us não os matou imediatamente, no momento em que transgrediram e foram condenados à morte? Rashi explica que D'us não queria manchar a alegria do povo judeu na entrega da Torá. D'us aguardou por outro deslize dos filhos de Aharon, que ocorreu justamente no dia da inauguração do Mishkan. Somente naquele momento, com a combinação das duas transgressões, a pena de morte Celestial foi finalmente aplicada.
 
Porém, este ensinamento de Rashi desperta um grande questionamento. Se D'us não quis manchar a alegria da entrega da Torá, e por isso adiou a morte de Nadav e Avihu, então por que Ele também não poupou os filhos de Aharon no dia da inauguração do Mishkan, para não manchar a alegria daquele dia tão especial? Se já não era o momento "certo" da aplicação da pena de morte Celestial, então por que não aguardar mais um pouco?
 
Em primeiro lugar, D'us estava nos ensinando um importante fundamento em relação ao estudo da Torá. Em qualquer outro tipo de conhecimento, não importa as emoções da pessoa no momento em que ela se dedica ao seu estudo. Porém, para que o estudo da Torá nos preencha de verdade, ele deve ser feito sempre com alegria e entusiasmo. Tristeza e estudo da Torá são duas coisas que não combinam. É por isso que D'us não quis misturar a alegria da entrega da Torá com a tristeza da morte dos filhos de Aharon.

Porém, há ainda uma explicação mais profunda, com uma importante aplicação para nossas vidas. Em relação à entrega da Torá, D'us nos ensinou a importância da alegria no seu estudo. Já o Mishkan representa a nossa "Avodat Hashem", isto é, o nosso Serviço a D'us, em especial o cumprimento das Mitzvót. D'us adiou a morte de Nadav e Avihu para não manchar a alegria da Torá, mas não adiou esta tragédia no dia da inauguração do Mishkan, para nos transmitir uma importante lição: precisamos fazer nossa Avodat Hashem, com constância e dedicação, mesmo quando estamos passando por dificuldades ou quando estamos tristes.
 
Algumas pessoas condicionam o cumprimento das Mitzvót a estarem em uma situação boa e confortável na vida. Muitos pensam "Vou cumprir as Mitzvót pois as coisas na minha vida estão indo bem" ou "Vou cumprir as Mitzvót pois me sinto feliz e preenchido". Isto é um grande erro, pois devemos cumprir as Mitzvót por isto ser o correto a se fazer, e por isto ser o que nos conecta a D'us e à nossa espiritualidade, independente do que está acontecendo em nossas vidas.
 
Os cálculos de D'us são muito complexos, envolvem o conhecimento do passado, presente e futuro. Por isto, as dificuldades são bondades de D'us, são oportunidades, e deveríamos até mesmo agradecer por elas. Algumas vezes D'us nos manda dificuldades e sofrimento para limpar nossas almas e nos preparar para a vida eterna no Mundo Vindouro completamente purificados dos nossos erros. Os sofrimentos e dificuldades são uma forma de D'us consertar os estragos que causamos à nossa alma quando fazemos uma transgressão. Isto se assemelha a uma panela na qual é cozida uma comida que não é Kasher. A panela absorve o gosto dos alimentos não Kasher, sendo necessário passar por um processo de "Kasherização" para que possa voltar a ser utilizada. Este processo de Kasherização vai depender de como o gosto dos alimentos proibidos foi absorvido, podendo ser um processo mais simples, que consiste em mergulhar o utensílio em água fervente, ou pode até mesmo envolver um processo de "Libun", que consiste em passar o utensílio pelo fogo de um maçarico. O mesmo se aplica para a nossa alma. Cada erro que cometemos causa uma mancha espiritual em nossas almas. Por isso, em um ato de bondade, D'us nos coloca no "fogo" das dificuldades, para nos purificar e limpar as "manchas" que causamos às nossas almas através das nossas transgressões.
 
Porém, há outra grande importância nos sofrimentos e dificuldades: eles nos fazem crescer e descobrir forças que existem dentro de nós. Ao superarmos os obstáculos da vida, nos tornamos pessoas mais fortes e bem preparadas. Avraham Avinu somente se tornou um gigante espiritual por causa dos testes que foi vencendo na vida. A cada teste ele se tornava uma pessoa maior. A cada dificuldade ele se tornava uma pessoa mais forte. Assim ele conseguiu se tornar um dos patriarcas do povo judeu e uma fonte de luz para toda a humanidade.
 
Mesmo quando não enxergamos neste mundo o benefício dos sofrimentos, devemos ter uma Emuná (fé) completa em D'us, de que tudo o que Ele faz é apenas por bondade. Isto se aplica principalmente para os casos nos quais perdemos pessoas queridas. Podemos entender a bondade de D'us quando Ele manda sofrimentos enquanto estamos neste mundo. Porém, onde está a bondade de D'us quando a pessoa morre, como ocorreu com os filhos de Aharon?
 
Em primeiro lugar, de acordo com a Torá a morte não é o fim de nada, é apenas o início da nossa existência verdadeira e eterna. Se levarmos em consideração apenas a vida neste mundo, realmente a morte não faz sentido. Porém, com a certeza de que a vida espiritual continua após a morte no mundo material, então podemos também enxergar na morte a bondade de D'us. Além disso, há outros benefícios que estão por trás até mesmo de tragédias como a morte de Nadav e Avihu. Nos ensina o Midrash (Torá Oral) que quando Moshé foi consolar Aharon pela perda de seus filhos, ele disse: "D'us já havia me avisado no Monte Sinai que santificaria o Seu nome através da morte de dois grandes Tzadikim". Por que o Nome de D'us foi santificado com a morte dos filhos de Aharon? Pois Nadav e Avihu se tornaram exemplos de como as pessoas devem ser cuidadosas com cada pequeno ato que fazem na vida. Eles ajudaram muitas pessoas a terem mais temor a D'us e mais receio de cometer transgressões. Com isto, eles santificaram o Nome de D'us e suas almas foram elevadas.
 
Há dias em que tudo parece que vai bem, e nestes dias é mais fácil fazer Tefilá com Kavaná e cumprir Mitzvót com vontade. Porém, também há dias em que tudo parece difícil. Nestes dias devemos, através da nossa Emuná, manter a constância e a vontade no nosso cumprimento das Mitzvót. Pois a Emuná nos ensina que todas as dificuldades e problemas são, em última instância, incríveis oportunidades para o nosso crescimento.

 

SHABAT SHALOM          

R' Efraim Birbojm

***********************************************
HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT - PARASHAT SHMINI 5779:

São Paulo: 17h48  Rio de Janeiro: 17h35  Belo Horizonte: 17h38  Jerusalém: 18h20
*****************************************
Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Eliahu ben Esther, Moshe ben Feigue, Laila bat Sara, Chana Mirel bat Feigue, Eliezer ben Shoshana, Mache bat Beile Guice, Feiga Bassi Bat Ania.
 
--------------------------------------------
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
-------------------------------------------
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l, Eliezer ben Arieh z"l; Arieh ben Abraham Itzac z"l, Shmuel ben Moshe z"l, Chaia Mushka bat HaRav Avraham Meir z"l, Dvora Bacha bat Schmil Joseph Rycer z"l, Alberto ben Esther z"l, Malka Betito bat Allegra z"l, Shlomo ben Salha z"l, Yechiel Mendel ben David z"l, Faiga bat Mordechai HaLewy z"l.
--------------------------------------------
Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com
 
(Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai).
Copyright © 2016 All rights reserved.


E-mail para contato:

efraimbirbojm@gmail.com







This email was sent to efraimbirbojm.birbojm@blogger.com
why did I get this?    unsubscribe from this list    update subscription preferences
Shabat Shalom M@il · Rua Dr. Veiga Filho, 404 · Sao Paulo, MA 01229090 · Brazil

Email Marketing Powered by Mailchimp