quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

O FRIO DA ASSIMILAÇÃO - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT BESHALACH 5781

Este E-mail é dedicado ao Leilui Nishmat de Reina Bentolila Zecry bat Messoda Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.



Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, entrar em contato através do e-mail 

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ASSUNTOS DA PARASHAT BESHALACH
  • Desvio da terra dos Plishtim.
  • O Faraó se arrepende e persegue os judeus.
  • A abertura do Mar.
  • A morte dos egípcios.
  • O Cântico do mar.
  • O Cântico das mulheres.
  • As águas amargas.
  • Reclamação por comida.
  • Man.
  • Shabat.
  • Água da Rocha.
  • Amalek e a batalha eterna.
BS"D

O FRIO DA ASSIMILAÇÃO - PARASHAT BESHALACH 5781 (29 de janeiro de 2021)

 
Sérgio frequentava assiduamente a sinagoga que havia perto de sua casa, tanto para as rezas quanto para as aulas. Porém, aos poucos, começou a deixar de ir durante a semana, até que, finalmente, sem comunicar a ninguém o motivo, ele simplesmente deixou de ir à sinagoga.
 
Algumas semanas depois, o rabino da sinagoga, preocupado, decidiu visitá-lo. Era uma noite muito fria, e mesmo dentro de casa o frio era intenso. Quando o rabino entrou, encontrou Sérgio sentado com sua esposa na sala, diante da lareira, onde o fogo estava brilhante e acolhedor. Adivinhando o motivo da visita do rabino, Sérgio deu-lhe boas-vindas e ofereceu-lhe uma cadeira grande em frente à lareira, esperando um sermão. O rabino sentou-se, mas estava receoso que a conversa poderia afastar ainda mais Sérgio da sinagoga. Ele não sabia exatamente como tocar no assunto sem ofendê-lo. Houve um grande silêncio, todos apenas admirando a dança das chamas em volta dos troncos de lenha que queimavam. Até que o rabino teve uma ideia genial. Em silêncio, levantou-se, aproximou-se da lareira, examinou as brasas que se formaram e cuidadosamente escolheu uma delas, a mais incandescente. Utilizando um utensílio de ferro, ele empurrou cuidadosamente aquela brasa para fora do fogo. Depois disso, sentou-se novamente e permaneceu por mais algum tempo em silêncio, completamente imóvel, contemplando a lareira. Sérgio também prestava atenção a tudo em silêncio.

Como estava muito frio, em pouco tempo a chama daquela brasa solitária diminuiu, até que, após um último brilho discreto, seu fogo apagou-se completamente. O que antes era calor e luz agora não passava de um pedaço de carvão frio e apagado, recoberto por uma espessa camada de cinzas. Então o rabino levantou-se mais uma vez, aproximou-se da lareira, pegou aquele pedaço de carvão já apagado e colocou-o novamente no meio do fogo. Quase que imediatamente o carvão voltou a se transformar em uma nova chama, alimentado pelo calor das labaredas ao redor dele. Depois disso, o rabino encaminhou-se para a porta, para ir embora. Quando foi se despedir, Sérgio disse:

- Obrigado pela sua visita e pelo ensinamento maravilhoso, rabino. A partir de amanhã voltarei a frequentar a sinagoga, um lugar que sempre me fez muito bem.

O rabino abriu um enorme sorriso e saiu. Mas a esposa de Sérgio estava confusa com o que havia presenciado. A que ensinamento seu marido se referia? O rabino não havia aberto a boca durante todo o tempo da visita!
 
- Você tem razão - disse Sérgio - ele não falou nada, mas mesmo assim me ensinou uma incrível lição. A Torá é como um fogo, que nos dá luz e calor, que nos motiva. Quando nos afastamos da Torá, começamos a apagar lentamente, como aquela brasa que, antes tão viva, se tornou um pedaço inerte de carvão. Sem a Torá, perdemos nosso brilho. Por isso, decidi que a partir de amanhã voltarei à sinagoga.

Na Parashat desta semana, Beshalach (literalmente "Quando enviou"), finalmente o povo judeu saiu do Egito, terminando um período de 210 anos de escravidão. Após 10 pragas, o Egito estava completamente destruído e os egípcios, arrasados, já não podiam mais evitar a partida do povo judeu.
 
Porém, os castigos de D'us ainda não haviam terminado, pois mesmo as 10 pragas não haviam sido suficientes para retribuir aos egípcios todo o sofrimento que eles haviam causado ao povo judeu. D'us então começou a preparar o grande final. Depois que o povo judeu já estava três dias viajando no deserto, D'us instruiu Moshé a conduzir o povo de volta ao Egito, criando assim a ilusão de que eles estavam perdidos. O objetivo era convencer o Faraó a perseguir o povo judeu e atraí-los para o Mar Vermelho, onde eles seriam afogados, Midá Kenegued Midá (medida por medida) por terem afogado com crueldade os bebês judeus.
 
O versículo afirma que o Faraó "mordeu a isca". Ele havia mandado espiões infiltrados dentro do povo judeu, para observar sua movimentação. Ao escutar os relatos de que eles estavam voltando, chegou à conclusão que eles estavam perdidos no deserto, conforme está escrito: "E o Faraó dirá em relação aos filhos de Israel: 'Eles estão presos na terra. O deserto se fechou sobre eles'" (Shemot 14:3). O plano de D'us havia sido perfeito em todos os detalhes. Durante as 10 pragas, D'us havia destruído todas as idolatrias egípcias, com exceção de uma idolatria chamada "Bal Tsafon". No deserto havia um local de culto desta idolatria, e foi justamente neste local que o povo judeu iniciou sua volta ao Egito, causando no Faraó a sensação de que D'us era poderoso, mas não podia derrotar o Bal Tsafon. Isto encheu o Faraó de coragem e fez com que ele convencesse o povo a ir atrás dos escravos judeus que havia fugido. Sem saber, o Faraó estava levando os egípcios para a sua morte no mar.

Porém, há algo na linguagem do versículo que chamou a atenção de Rashi (França, 1040 - 1105). Ele aponta que a tradução literal do versículo seria "E o Faraó dirá aos filhos de Israel", e não "em relação aos filhos de Israel". Porém, como o Faraó poderia estar falando com o povo judeu se eles estavam no meio do deserto, a três dias de distância? Por isso, Rashi conclui que o versículo não deve ser entendido literalmente, e sim como "sobre os filhos de Israel". Ele menciona outras duas fontes que comprovam a sua opinião de que esta linguagem pode ser entendida de outra maneira.
 
Entretanto, o Rav Yonathan ben Uziel zt"l, um sábio da época da Mishná, traz uma resposta completamente diferente ao afirmar que o versículo deve ser lido de forma literal. Segundo ele, o Faraó estava realmente falando com dois judeus, Datan e Aviram, que haviam permanecido no Egito. O Faraó estava explicando a eles que o povo judeu estava perdido no deserto, pois Bal Tsafon os havia impedido de escapar.
 
Mas esta explicação esbarra em outro problema. Na Parashat Bô, lida na semana passada, Rashi explicou que durante os primeiros três dias da nona praga, a Praga da Escuridão, todos os judeus que se recusavam a sair do Egito morreram. Por que justamente na Praga da Escuridão? Para que os judeus morressem de forma oculta, de forma que os egípcios não pudessem testemunhar suas mortes e não pensassem que as pragas também atingiam o povo judeu como um todo. Se Datan e Aviram haviam permanecido no Egito, significa que também estavam entre os judeus que não queriam sair e, portanto, deveriam ter morrido na Praga da Escuridão. Então por que ainda estavam vivos? E por que permaneceram vivos mesmo depois disso, já que aparecem na Torá durante a rebelião de Korach, que ocorreu no deserto?
 
Explica o Rav Yohanan Zweig que, para responder este questionamento, precisamos entender quem foram os judeus que morreram na Praga da Escuridão. Quando nosso patriarca Yaacov foi morar no Egito, para viver com seu filho Yossef, que era o vice rei do Egito, ele mandou na frente seu filho Yehudá, para construir um Centro de estudo de Torá. Além disso, Yaacov escolheu viver na cidade de Goshen, completamente separado dos egípcios, para evitar a assimilação, já que os egípcios eram idolatras e pessoas sem valores morais. Porém, após a morte de Yaacov e de seus filhos, o povo judeu começou a se assimilar. Eles estavam tão ávidos por fazer parte da sociedade egípcia que acabaram se assimilando, a ponto de se definirem como egípcios, perdendo sua identidade judaica. Muitos já não queriam nem mais sair do Egito e voltar para casa, a Terra de Israel. Foram estes judeus, que infelizmente já se consideravam egípcios, que morreram na Praga da Escuridão.
 
Porém, este não era o caso de Datan e Aviram, apesar de serem pessoas de má índole, que causaram muitos problemas para Moshé. Por qual motivo eles não haviam saído do Egito junto com o resto do povo? Inicialmente Moshé havia solicitado ao Faraó que o povo judeu fosse autorizado a deixar o Egito por três dias, para servir a D'us no deserto. Evidentemente o Faraó esperava que os judeus retornariam, por isso enviou espiões infiltrados para trazer relatos sobre a movimentação deles. Datan e Aviram se recusaram a ir junto com o resto do povo, pois também presumiam que o povo judeu estava partindo apenas para uma curta experiência espiritual, e que depois voltariam. Embora não tivessem interesse em participar daquela experiência de renovação espiritual, eles não se assimilaram a ponto de se definirem como egípcios. A prova disto é que, quando ficou evidente que o povo judeu não voltaria mais, eles se juntaram aos seus irmãos no deserto.
 
Aprendemos desta Parashat que muito judeus haviam se assimilado tanto no Egito que já não se identificavam mais como judeus. Nossos sábios ensinam que apenas 20% do povo deixou o Egito, significando que 80% do povo estava tão assimilado que já não se viam mais como judeus, e sim como egípcios. O povo judeu já viveu muitas vezes a mesma dificuldade durante a história, e novamente estamos passando, em nossa geração, pelo triste fenômeno da perda da identidade judaica. Mesmo com todas as perseguições que sofremos, nada é tão destrutivo para o povo judeu quanto a assimilação. Choramos pelas milhares de perdas de vida que ocorreram no Holocausto, mas quantas vidas judaicas já se perderam através da apatia e da assimilação?
 
Não por coincidência, a Parashat termina falando sobre o ataque de Amalek, o maior inimigo do povo judeu, quando estávamos no deserto. Quando saímos do Egito, havíamos presenciado enormes milagres e, por isso, estávamos empolgados e motivados. Amalek nos atacou para nos esfriar, pois eles representam a apatia, a perda de identidade, como uma brasa que é afastada da sua fonte de calor. A identidade judaica está diretamente ligada ao estudo da Torá, que é representada pelo fogo, que aquece e ilumina. Portanto, a solução é estarmos sempre conectados às nossas raízes e ao estudo da Torá, para que a nossa chama permaneça sempre acesa.
 

SHABAT SHALOM
 

R' Efraim Birbojm

 

Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Eliahu ben Esther, Moshe ben Feigue, Laila bat Sara, Eliezer ben Shoshana, Mache bat Beile Guice, Feiga Bassi Bat Ania, Mara bat Chana Mirel, Dina bat Celde, Celde bat Lea, Rivka Lea bat Nechuma, Mordechai Ben Sara, Simcha bat Shengle.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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