quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

DESENVOLVENDO NOSSA EMPATIA - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT MIKETZ 5781

Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, entrar em contato através do e-mail 
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PARASHAT MIKETZ




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VÍDEO DA PARASHAT MIKETZ
ASSUNTOS DA PARASHAT MIKETZ
  • Os dois sonhos do Faraó.
  • Yossef é chamado para interpretar os sonhos.
  • Yossef se torna o vice rei.
  • Yossef se casa com Osnat.
  • A estratégia de Yossef é implantada no Egito.
  • Yossef tem dois filhos: Efraim e Menashé.
  • Começam os anos de fome no Egito.
  • Yaacov manda seus filhos aos Egito.
  • Yossef reconhece seus irmãos, mas eles não o reconhecem.
  • Yossef acusa os irmãos de serem espiões.
  • Os irmãos de Yossef se arrependem.
  • Yossef prende Shimon e exige a vinda de Biniamin.
  • Yaacov se recusa a enviar Biniamin.
  • A fome continua e Yaacov é obrigado a enviar Biniamin.
  • Yossef testa seus irmãos e esconde cálice de prata na sacola de Biniamin.
  • Biniamin é acusado de roubo e condenado a virar escravo.
BS"D

DESENVOLVENDO NOSSA EMPATIA - PARASHAT MIKETZ 5781 (18 de dezembro de 2021)


Rogério estava de férias na Suíça. Havia aproveitado para, além de conhecer um novo país, reencontrar Alberto, um grande amigo de infância que havia se mudado para lá. Em Genebra, eles entraram em uma pequena padaria para tomar um café da manhã. Enquanto aguardavam seu pedido, duas pessoas se aproximam do balcão e pediram:

- Cinco cafés, por favor. Dois para nós e três suspensos.

Eles pagaram, tomaram os dois cafés e foram embora. Rogério ficou surpreso e perguntou a Alberto:

- Escutei errado ou eles pediram cafés suspensos? O que são cafés suspensos? E por que não tomaram os cafés suspensos?

- Espere e você entenderá - respondeu Alberto, se divertindo com a expressão de espanto do amigo.

Pouco tempo depois, outras pessoas entraram na padaria. Duas mulheres pediram 3 cafés, sendo um suspenso. Tomaram, pagaram e foram embora. Os próximos clientes foram três homens de terno e gravata, que pediram sete cafés, três para eles e quatro suspensos. Rogério começou a se incomodar com aquele mistério todo, enquanto seu amigo se divertia com a expressão de perplexidade do amigo, que questionava o significado daqueles cafés suspensos. Alberto pediu mais um pouco de paciência, pois logo o mistério seria desvendado.

De repente, um senhor vestido com roupas velhas e gastas, parecendo um mendigo, entrou na padaria. Ele se aproximou do balcão e perguntou:
 
- Por favor, tem algum um café suspenso?

O garçom, com um sorriso no rosto, serviu-lhe um café. O senhor bebeu, agradeceu e foi embora sem pagar. Somente então Rogério entendeu o que eram os "cafés suspensos". As pessoas pagavam antecipadamente pelo café daqueles que não tinham condições de pagar uma bebida quente, sem que elas precisassem mendigar. Esta tradição começou em Nápoles, na Itália, mas dispersou-se para outros países. Em alguns lugares é possível encomendar não apenas o "café suspenso", mas também um "sanduíche suspenso" e até mesmo uma "refeição completa suspensa". Este é o poder da empatia, de sentir a dor e a dificuldade dos outros.

 

Nesta semana lemos a Parashat Miketz (literalmente "No fim de"), que continua descrevendo a saga de Yossef. Após 12 anos na prisão, finalmente Yossef foi libertado para interpretar os sonhos do Faraó, das sete vacas magras que engoliam as sete vacas gordas e das sete espigas de trigo feias que engoliam as sete espigas bonitas. Yossef explicou que D'us estava avisando ao Faraó que muito em breve viriam sete anos de fartura, seguidos de sete anos terríveis de fome e escassez. Ele aconselhou o Faraó a estocar alimentos nos anos de fartura para utilizar nos anos de fome e escassez.
 
A interpretação dos sonhos levou Yossef a se tornar a segunda pessoa mais poderosa do Egito, com uma vida de luxos e honrarias. Mesmo assim, Yossef nunca se desviou do caminho correto. Ele se manteve uma pessoa humilde e reta em todos os seus atos, completamente conectado com os valores da Torá. Mesmo quando ele se reencontrou com seus irmãos, com a possibilidade de se vingar por todo o mal que eles haviam lhe causado, Yossef foi misericordioso e recebeu de braços abertos sua família, garantindo a continuidade do povo judeu.

Yossef casou-se com uma mulher chamada Osnat, que também era muito justa e correta. E a família cresceu com o nascimento de seus dois filhos, Menashe e Efraim, como está escrito: "E para Yossef nasceram dois filhos antes do início da fome" (Bereshit 41:50). Apesar de serem filhos do vice-rei do Egito e viverem imersos em luxo e honrarias, eles se mantiveram corretos, a ponto de também se tornarem Tribos de Israel.
 
Porém, este versículo que fala do nascimento de Menashe e Efraim nos chama a atenção. Sabemos que nenhuma informação está escrita na Torá de maneira desnecessária. Então por que a Torá quis enfatizar que os dois filhos de Yossef nasceram antes do início da fome? Que diferença faz se o nascimento foi antes ou depois do início da época de escassez e dificuldades?

O Talmud (Taanit 11a) aprende deste versículo que devemos nos abster dos prazeres materiais durante um período de fome e dificuldades. O versículo é uma prova de que Yossef continuava reto. Ele cumpriu esta regra e seus filhos nasceram antes da fome, pois depois da fome ele se absteve dos prazeres materiais.
 
Porém, há uma aparente contradição com outro ensinamento do Talmud (Sotá 12a), que afirma que a filha de Levi, Yocheved, nasceu quando Levi entrou no Egito. Isto ocorreu apenas no final do segundo ano de fome. Portanto, podemos deduzir que Levi se envolveu com prazeres materiais durante os anos de fome. Por que para Yossef era proibido, enquanto para Levi era permitido?

Poderíamos explicar que este comportamento, de se abster dos prazeres materiais durante um período de fome, não é uma obrigação legal, mas sim uma sugestão para aqueles que desejam se comportar "Lifnim Mishurat HaDin" (além do que é esperado, isto é, com uma medida extra de piedade). Porém, o Rav Chaim ben Atar zt"l (Marrocos, 1696 - Israel, 1743), mais conhecido como Or HaChaim Hakadosh, questiona esta explicação, pois como pode ser possível que Yossef estava disposto a se comportar com essa medida extra de piedade, enquanto Levi, que foi descrito por Moshé Rabeinu como a personificação da piedade, não se comportou desta maneira?

Uma forma de responder é nos aprofundando na primeira Mitzvá descrita na Torá, de "Pru Urvu" (procriação, literalmente "crescer e multiplicar"). De acordo com muitas opiniões, a Mitzvá de "Pru Urvu" somente é cumprida quando o homem tem um casal de filhos, isto é, pelo menos um menino e uma menina. Talvez aquele que ainda não cumpriu a Mitzvá de "Pru Urvu" não tem a obrigação de se abster dos prazeres materiais, mesmo durante uma época de fome e sofrimento, pois o cumprimento da Mitzvá de "Pru Urvu" tem preferência. Portanto, Levi não estava sujeito a esta restrição, já que ainda não tinha nenhuma filha.
 
Porém, esta resposta não é satisfatória, pois Yossef também tinha apenas filhos homens, Menashé e Efraim. Como ele ainda não havia cumprido a Mitzvá de "Pru Urvu", seria correto se comportar "Lifnim Mishurat HaDin" e se abster dos prazeres materiais, às custas de não cumprir uma Mitzvá?

Explica o Rav Yohanan Zweig que devemos primeiro entender por que é necessário abster-se de prazeres materiais durante uma época em que há angústia e sofrimento no mundo. Quando vemos pessoas com dificuldades, devemos sentir empatia por elas. A abstinência é a maneira através da qual podemos desenvolver nossa sensibilidade. Não nos entregarmos aos prazeres físicos enquanto os outros estão sofrendo é uma maneira de também sentirmos na pele um pouco das dificuldades que os outros estão sentindo.

Entretanto, esse comportamento é exigido apenas de alguém que não está sujeito aos mesmos sofrimentos dos outros à sua volta, havendo, neste caso, a necessidade de sentir empatia. Porém, para alguém que está sujeito à mesma aflição que os outro, não há necessidade de abstinência. Para essa pessoa, abster-se seria uma medida extra de piedade, um comportamento "Lifnim Mishurat HaDin", mas não uma obrigação.

Yossef não sentiu a pressão e o sofrimento com uma das maiores dificuldades que um ser humano pode passar na vida: a falta de comida. Por causa dos sonhos do Faraó e a profecia que D'us havia revelado, Yossef tomou as atitudes e precauções necessárias para aliviar qualquer desconforto que pudesse ocorrer nos anos de fome. Por isso, ele foi obrigado a sentir empatia com a situação de seus irmãos e se abster de prazeres materiais durante este período. Já Levi e o resto dos irmãos, que não haviam tomado essas precauções por não saberem de antemão que haveria fome, estavam sofrendo junto com todos. Como Levi já estava sujeito ao sofrimento, não estava obrigado a se abster de prazeres, pois a empatia não é exigida de quem já sente o sofrimento da situação. Abster-se, nestas circunstâncias, seria apenas uma medida extra de piedade. No entanto, Levi, apesar de ser a personificação da piedade, não tinha permissão para se comportar desta maneira, pois ainda não havia cumprido a Mitzvá de "Pru Urvu".

Deste ensinamento aprendemos algo fundamental: a importância de sentirmos empatia por aqueles que estão passando por dificuldades e sofrimentos. Escutamos notícias de tragédias, doenças, dificuldades financeiras e problemas familiares. Será que sentimos de verdade a dor dos outros? E mesmo quando pensamos nos sofrimentos dos outros, sentimos isto no coração? Uma das maneiras de sentir a dor dos outros é através de atitudes, como fez Moshé Rabeinu. Apesar de viver no palácio, assim a Torá descreve o comportamento dele: "E foi naqueles dias, Moshé cresceu e saiu para ver seus irmãos, e ele viu o sofrimento deles" (Shemot 2:11). Por que está escrito que Moshé saiu para ver o sofrimento dos irmãos? Ele não sabia que os judeus estavam escravizados e sofrendo? Racionalmente Moshé já sabia, mas para ele não era suficiente apenas saber, ele quis sentir a dor do seu povo no coração. Isto é empatia, e é este sentimento que precisamos tanto desenvolver.
 

SHABAT SHALOM
 

R' Efraim Birbojm

 

Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Eliahu ben Esther, Moshe ben Feigue, Laila bat Sara, Eliezer ben Shoshana, Mache bat Beile Guice, Feiga Bassi Bat Ania, Mara bat Chana Mirel, Dina bat Celde, Celde bat Lea, Rivka Lea bat Nechuma, Mordechai Ben Sara, Simcha bat Shengle.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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