quinta-feira, 4 de junho de 2020

VENCENDO A SI MESMO - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT NASSÓ 5780

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PARASHAT NASSÓ 5780:

São Paulo: 17h09                   Rio de Janeiro: 16h56
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ASSUNTOS DA PARASHAT
- Funções de Guershon: carregar as coberturas e cortinas.
- Funções de Merari: carregar os pilares, tábuas e bases.
- Contagem de Kehat, Guershon e Merari.
- Purificando o Acampamento.
- Oferendas por transgressões que envolvem falsos juramentos.
- Matanót Kehuná.
- A Suspeita de Adultério (Sotá).
- O Nazir.
- A Brachá dos Cohanim.
- A Oferenda dos Nessiim (Líderes).
- As Oferendas de cada Tribo.
- A Inauguração do Altar.
VENCENDO A SI MESMO - PARASHAT NASSÓ 5780 (05 de maio de 2020)

"Em um reino distante vivia um rei sábio e corajoso. Todos os cavaleiros no reino possuíam um escudo sagrado e, de acordo com suas atitudes e seu heroísmo, o escudo poderia brilhar. O rei era tão bondoso e corajoso que seu escudo brilhava tão forte quanto a luz do sol.

Havia também no reino um jovem impetuoso, que esperava ansiosamente uma oportunidade para mostrar que era corajoso e, assim, fazer seu escudo brilhar. Quando os guerreiros do povoado vizinho atacaram aquele reino, o rei convocou todos os homens para irem à batalha. O jovem se empolgou, pois seria a esperada oportunidade de mostrar sua valentia. O rei determinava a função de cada um dos combatentes e, finalmente, quando chegou a vez do jovem, ele falou:

- Sua missão será muito importante. Você deverá ficar aqui no castelo para protegê-lo.

O jovem não podia acreditar. Queria ir para a frente de batalha, mostrar o quanto era corajoso! Que decepção! Porém, ele se conteve e permaneceu em silêncio. Seu coração doeu quando soaram as trombetas e a majestosa tropa, conduzida pelo rei, saiu em direção aos campos de batalha. Ele ficou sozinho, guardando o castelo.

Chegou então um ancião no portão do castelo e descreveu os difíceis combates no campo de batalha. Aflito, o jovem vestiu seus aparatos de guerra para ajudar seus companheiros. Mas, ao lembrar-se das palavras do rei, retirou os aparatos de guerra e disse para si mesmo: "Devo obedecer às ordens do meu rei. Devo ficar no castelo".

Depois de algum tempo apareceu na porta do castelo uma senhora idosa e admirou-se de encontrá-lo lá, enquanto os soldados estavam no campo de batalha. Ela disse que sua obrigação era proteger o rei, pois a batalha estava difícil. Ao escutar isto, o jovem desembainhou sua espada, pegou seu escudo e preparou-se para sair. Porém, novamente as palavras do rei voltaram em sua cabeça e ele decidiu, mais uma vez, permanecer no castelo.

Pouco tempo depois, um moço surgiu na porta do palácio, gritando que o rei havia sido capturado. A batalha estava difícil e, sem o rei liderando as tropas, provavelmente o exército seria derrotado. A única chance seria algum cavaleiro destemido assumir o comando das tropas. Os olhos do rapaz brilharam, era a chance de sua vida. Ele montou em seu belo cavalo e cavalgou velozmente em direção à saída do castelo. Porém, quando os portões estavam começando a ser baixados, ele deu um forte grito: "Fechem as portas e levantem a ponte levadiça". E pensou consigo mesmo: "Vou cumprir até o fim a palavra que eu dei ao meu rei".

O jovem não percebeu, mas o moço que havia lhe trazido as más notícias, assim que se afastou, tirou seu disfarce e voltou à sua aparência original. As três pessoas que haviam trazido notícias sobre a guerra eram, na verdade, guerreiros inimigos disfarçados, que tentavam entrar no castelo convencendo o jovem a abrir os portões. As notícias das dificuldades na guerra eram falsas e, em pouco tempo, as trombetas anunciavam a volta triunfal dos guerreiros vitoriosos, liderados pelo rei. Se o jovem tivesse saído, o castelo teria caído nas mãos dos inimigos.

O jovem posicionou-se para recepcionar os guerreiros. Segurava seu escudo e sua espada enquanto os cavaleiros entravam. Porém, começou a perceber que todos olhavam fixamente para o seu escudo. Ele não podia imaginar que os guerreiros estavam admirando a beleza daquele escudo que, naquele momento, brilhava como o sol..."

Vencer a si mesmo é a batalha mais difícil de nossas vidas, conforme ensinam os nossos sábios: "Quem é o valente? Aquele que conquista suas más inclinações" (Pirkei Avót 3:1).
Nesta semana lemos a Parashat Nassó (literalmente "Faça o levantamento"), que continua falando sobre a contagem da tribo de Levi e descrevendo os trabalhos sagrados que eles faziam, em especial o transporte das partes do Mishkan (Templo Móvel) quando o povo judeu viajava no deserto. A Parashat também conta sobre outro assunto que envolve santidade e elevação espiritual: o Nazir, pessoa que voluntariamente recebia sobre si um voto de se abster de alguns prazeres do mundo material, como beber vinho ou consumir qualquer derivado de uva, cortar o cabelo e se impurificar através do contato com os mortos pelo menos por 30 dias.

Quando lemos na Torá sobre o Nazir, não é algo que nos chama muito a atenção. Afinal, o que há de tão especial em se abster de alguns poucos prazeres mundanos? Porém, há um Midrash impressionante que mostra que a santidade de um Nazir se equiparava à santidade do Cohen Gadol, a pessoa espiritualmente mais elevada do povo judeu, alguém que no dia de Yom Kipur tinha a permissão de entrar no Kodesh HaKodashim, o local mais sagrado do Templo. Por exemplo, da mesma maneira que o Cohen Gadol não podia se impurificar com os mortos, o Nazir também estava obrigado a cuidar da sua pureza espiritual. E da mesma forma que o Cohen Gadol era chamado de Kadosh (Sagrado), o Nazir também é chamado de Kadosh, como está escrito: "Todos os dias do seu voto de Nazir ele é sagrado diante de D'us" (Bamidbar 6:8). Mas qual é a relação entre a pessoa mais elevada espiritualmente do povo judeu e alguém que se abstém momentaneamente de alguns prazeres materiais?

A pergunta fica ainda mais forte quando percebemos a linguagem utilizada pela Torá para se referir ao Nazir: "Um homem ou uma mulher que fizer um voto de Nazir, para se tornar um Nazir de D'us" (Bamidbar 6:2). A linguagem "fazer um voto" é "Iafli Neder". O Rav Avraham ben Meir zt"l (Espanha, 1092 - 1167), mais conhecido como Ibn Ezra, explica que a linguagem "Iafli" tem dois significados. O primeiro significado é "se separar", pois o voto do Nazir implica em um afastamento momentâneo dos prazeres materiais. Porém, há outro significado, pois "Iafli" (יפליא) vem da mesma raiz da palavra "Pele" (פלא), que significa "algo incrível, magnífico". Isto significa que, de acordo com o Ibn Ezra, o voto feito pelo Nazir é algo incrível e magnífico. Porém, o que há de tão especial? Por que se abster de alguns prazeres elevava o Nazir a um nível tão sublime?

A resposta está na continuação da explicação do Ibn Ezra: "Pois a maioria das pessoas vai atrás dos seus desejos". A natureza do ser humano faz com que ele sempre caminhe de acordo com os seus costumes e os costumes de seus companheiros. Mesmo a elevação espiritual que buscamos na vida são nas áreas em que as outras pessoas também se esforçam para crescer. Porém, nos assuntos nos quais as pessoas negligenciam, para nós estas áreas também são difíceis. Um exemplo é o autocontrole em relação aos desejos por comida. As pessoas se preocupam com a Kashrut, porém não se preocupam com a santidade da alimentação. A santidade envolve as intenções pelas quais comemos, as quantidades, a forma como nos sentamos para comer, as palavras que dizemos diante da comida e a intenção das Brachót que pronunciamos. Comemos pois estamos com fome, não para mantermos nosso corpo saudável e cumprir as Mitzvót da melhor maneira. Comemos caminhando, como fazem os animais. Sentamos na mesa e falamos vanidades, ao invés de falar palavras de Torá e assuntos mais elevados. Fazemos as Brachót sem a intenção verdadeira de agradecer a D'us pelo nosso alimento. Comemos sem limites, apenas porque está gostoso, mesmo sabendo que estamos fazendo mal ao nosso corpo. Certamente isto não é santidade.

O mesmo ocorre em muitas outras áreas na nossa vida. Portanto, a maior dificuldade no nosso Serviço espiritual é nos fortalecemos nas áreas nas quais as pessoas normalmente são negligentes. É por isso que a Torá chamou a atitude do Nazir como "incrível", pois a natureza das pessoas é sempre estar correndo atrás dos seus desejos, sempre querendo realizar todas as suas vontades, sem nenhuma tentativa de se controlar, enquanto o Nazir está indo contra o fluxo natural, controlando suas vontades e freando seus desejos. De acordo com o Rav Yechezkel Levinstein zt"l (Polônia, 1895 - Israel, 1974), do Nazir aprendemos que todos aqueles que se afastam de seus desejos e andam contra o fluxo natural adquirem o mérito para receber uma "Siata Dishmaia" (Ajuda Celestial) especial e um novo nível espiritual que, aos olhos de D'us, tem o mesmo valor do Cohen Gadol.

Há algo ainda mais especial que aprendemos do Nazir. Este nível espiritual elevado, comparado ao do Cohen Gadol, não é atingido quando o Nazir completa o seu voto, e sim no momento em que ele recebe sobre si o voto. Esta vontade de quebrar a natureza, de ir contra o fluxo, que ocorre no momento em que a pessoa faz o seu voto, é o que faz de seu ato algo incrível. Neste momento ela já se tornou uma pessoa com Kedushá, a ponto de até mesmo suas transgressões serem completamente expiadas.

Nos ensina o Gaon MiVilna (Lituânia, 1720 - 1797) que até o último dia de vida devemos trabalhar nosso autocontrole. Não através de jejuns ou atos de autoflagelação, mas sim através de fechar a boca diante dos nossos desejos. Este é o fruto do Olam Habá, como nos ensina Shlomo HaMelech: "O caminho para a Vida são as repreensões que nos disciplinam" (Mishlei 6:23). A cada momento que a pessoa consegue fechar a sua boca, recebe o mérito de uma luz oculta que nem os anjos podem suportar. E através desta atitude a pessoa também pode expiar suas transgressões e se salvar dos sofrimentos espirituais que atingem o ser humano depois da morte, como está escrito: "Aquele que guarda a sua boca e sua língua salva sua alma de sofrimentos (Mishlei 21:23), isto é, aquele que guarda sua boca dos excessos de comida e bebida, e que guardar a sua língua de dizer vanidades.

Do Nazir aprendemos que o ponto central do Serviço espiritual que D'us exige do ser humano neste mundo é que ele consiga superar seus desejos e possa se fortalecer nas áreas nas quais a maioria das pessoas não se cuidam, aprimorando seu autocontrole. Assim, poderemos nos tornar verdadeiros heróis, conforme nos ensinou Shlomo HaMelech: "Aquele que controla seu espírito é maior do que aquele que conquista uma cidade" (Mishlei 16:32).
 
SHABAT SHALOM
 
R' Efraim Birbojm

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