sexta-feira, 11 de abril de 2014

SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ ACHAREI MÓT E PESSACH 5774

BS”D

CONTANDO SOBRE A SAÍDA DO EGITO - PARASHÁ ACHAREI MÓT E PESSACH 5774 (11 de abril de 2014)

“Depois da Segunda Guerra Mundial, a situação econômica dos judeus da Europa ainda era muito difícil. Pessach estava chegando e os judeus não tinham condições nem mesmo de trazer farinha para as Matzót. Com muito esforço, o Skoliner Rebe conseguiu uma quantidade muito limitada de farinha. Ele definiu que, para que todos pudessem cumprir a Mitzvá, somente seria permitido que cada família recebesse 3 Matzót, e esta regra valeria para todos, inclusive para os grandes rabinos que viviam na cidade. Porém, alguns dias antes de Pessach, o filho do Rebe de Vizhnitz veio procurar o Skoliner Rebe e disse:

- Rebe, trago uma mensagem do meu pai. Ele disse que necessita de 6 Matzót para Pessach.

O Skoliner Rebe achou que se tratava de um engano. Ele havia deixado claro para todos que, sem exceção, cada um receberia apenas 3 Matzót. Mas o filho do Rebe de Vizhnit estava irredutível, e disse que tinha ordens do pai de não sair de lá sem levar as 6 Matzót. O Skoliner Rebe, ao ver que não teria alternativa, acabou entregando as 6 Matzót, mas ficou muito incomodado com aquela situação.

Na véspera de Pessach, alguém bateu na porta do Skoliner Rebe. Era novamente o filho do Rebe de Vizhnitz, trazendo na mão 3 Matzót. Ele falou que seu pai havia pedido para que ele devolvesse aquelas 3 Matzót, atitude que deixou o Skoliner Rebe surpreso, sem entender o que estava acontecendo. O filho do Rebe de Vizhnitz abriu um enorme sorriso e explicou:

- Rebe, meu pai conhece a sua extrema bondade e misericórdia. Ele teve medo que você dividiria as poucas Matzót que tinha com todos da cidade e acabaria ficando sem nenhuma. Por isso ele pediu inicialmente 6 Matzót, para ter certeza que sobrariam pelo menos 3 para você”

Há duas incríveis lições nesta história. A primeira é o gigantesco potencial de bondade que tem o ser humano. A segunda é a forma que o Rebe de Vizhnitz fez a Mitzvá. Por que ele não foi pessoalmente pedir as Matzót ao Skoliner Rebe, preferindo mandar seu filho no lugar? Pois ele queria aproveitar a oportunidade de Pessach para ensinar ao filho como se comportar com bondade e com preocupação ao próximo, de maneira que o filho nunca mais esqueceria a lição. Este é um dos principais objetivos de Pessach, e em especial a noite do Seder: transmitir os valores da Torá para as futuras gerações.

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Nesta semana lemos a Parashá Acharei Mót, que ensina os serviços feitos no Mishkan, e futuramente no Beit Hamikdash (Templo Sagrado), durante o dia de Yom Kipur. A Parashá também ensina sobre a grave proibição das relações ilícitas. E na próxima segunda feira de noite (14/04) começa a Festa de Pessach, mais conhecida como “A Festa da nossa liberdade”, na qual revivemos a milagrosa salvação do povo judeu após 210 anos de escravidão pesada no Egito. D’us, com Mão forte e Braço estendido, nos tirou de dentro de outro povo para nos dar a liberdade verdadeira. O Egito era um enorme centro de promiscuidade e relações ilícitas, e parte da salvação espiritual foi D’us ter nos tirado fisicamente de lá, para que não recebêssemos mais nenhum tipo de influência negativa.

Na primeira noite de Pessach (fora de Israel também na segunda noite) fazemos o Seder, que consiste em 15 “passos”, que vão desde o Kidush até um pedido de que no próximo ano possamos comemorar Pessach em Jerusalém, com o nosso Beit-Hamikdash reconstruído. O Seder inclui muitos rituais diferentes do que fazemos durante o ano, justamente para provocar questionamentos, principalmente nas crianças. A parte central do Seder é o “Maguid”, na qual contamos com detalhes a história da saída do Egito, cumprindo uma Mitzvá da Torá, como está escrito: “E lembrem-se deste dia, no qual vocês saíram do Egito, da casa da escravidão” (Shemot 13:3). Mas sabemos que há uma Mitzvá diária de relembrar a saída do Egito, como está escrito “Para que você se lembre do dia em que você saiu do Egito, todos os dias da sua vida” (Devarim 16:3). Por que é necessário mais uma Mitzvá de relembrar a saída do Egito, se já há uma Mitzvá diária? E qual a diferença entre a Mitzvá diária de relembrar a saída do Egito e a Mitzvá que cumprimos na noite do Seder de Pessach?

A pergunta fica ainda mais forte ao observarmos um trecho que aparece no começo da Hagadá: “Disse o Rav Elazar ben Azaria: Eu tenho 70 anos e não meritei mencionar a saída do Egito nas noites, até que Ben Zomá aprendeu do seguinte versículo: ‘Para que você se lembre do dia em que você saiu do Egito, todos os dias da sua vida’. Se tivesse escrito apenas “dias da sua vida”, aprenderíamos que só durante os dias. Mas como está escrito “todos os dias da sua vida”, isto inclui também as noites”. Porém, este trecho que nossos sábios escolheram para fazer parte da Hagadá é, na realidade, uma Mishná (Brachót 12b) que fala sobre a Mitzvá diária de relembrar da saída do Egito, não tendo, portanto, nenhuma conexão com a Mitzvá de relembrar a saída do Egito durante a noite do Seder de Pessach. Então por que nossos sábios decidiram que esta Mishná deveria fazer parte da Hagadá de Pessach?

Responde o Rav Aryeh Pomrantzik que há três diferenças básicas entre a Mitzvá diária de relembrar a saída do Egito e a Mitzvá que cumprimos na noite do Seder. Em primeiro lugar, para cumprir a Mitzvá diária é suficiente apenas mencionar para si mesmo a saída do Egito, enquanto a Mitzvá do Seder somente é cumprida quando contamos a saída do Egito através de perguntas e respostas, cumprindo o que está escrito: “E será, quando seu filho perguntar... e você contará a ele” (Shemot 13:14). No Seder, o filho pergunta “Má Nishtaná” (Qual a diferença desta noite?) e o pai responde “Avadim Hainu” (Fomos escravos). De acordo com a Halachá (Lei Judaica), mesmo uma pessoa que passa o Seder de Pessach sozinho também deve ler a Hagadá na forma de pergunta e resposta.

Uma segunda diferença é que para cumprir a Mitzvá diária é suficiente apenas mencionar o evento da saída do Egito propriamente dito, mas para cumprir a Mitzvá no Seder de Pessach é necessário descrever também alguns eventos anteriores e o encadeamento que levou à salvação do povo judeu, começando sempre pela desonra, como a escravidão e o fato dos nossos antepassados terem sido idólatras, e terminando com os louvores da salvação física e espiritual do povo judeu.

Uma terceira diferença é que durante o Seder de Pessach, além de mencionar a saída do Egito, também é necessário mencionar a motivação das Mitzvót que estamos cumprindo nesta noite, como está escrito na Hagadá: “Diz o Raban Gamliel: todo aquele que não falou estas três coisas em Pessach não cumpriu sua obrigação, e elas são: Pessach (o Korban que era oferecido em Pessach), Matzá (a massa que não teve tempo de fermentar quando o povo judeu saiu do Egito) e Maror (a amargura da escravidão)”.

Por que é tão importante entender quais são as diferenças entre a Mitzvá diária de recordar a saída do Egito e a Mitzvá de contar sobre a Saída do Egito na noite do Seder? Pois para cumprir uma Mitzvá da maneira correta, é necessário ter as Kavanót (intenções) corretas. Portanto, é importante lembrar os três pontos principais da Mitzvá de contar a Saída do Egito na noite do Seder para que possamos cumpri-la da maneira correta. O Rambam (Maimônides), em seu livro de Halachót “Mishne Torá” (Halachót Chametz Umatzá capítulo 7), além de explicitar que estas três diferenças devem ser aplicadas na noite do Seder para que se cumpra a Mitzvá da maneira correta, também acrescenta a importância de cada pai ensinar ao seu filho no Seder de uma forma que ele entenda e consiga internalizar os ensinamentos. Se o filho for pequeno ou tolo, deve ser ensinado de certa maneira, mas se ele for grande ou sábio, deve ser ensinado de outra maneira, cada um de acordo com sua capacidade de entendimento, pois o ponto principal da noite é deixar uma marca nos nossos corações e nos corações dos nossos filhos que dure o ano todo.

Quando nossos sábios fixaram na Hagadá de Pessach a Mishná que traz o ensinamento do Rav Elazar ben Azaria, eles queriam ressaltar que, apesar de termos no ano inteiro a Mitzvá diária de recordar a saída do Egito, na noite do Seder não é suficiente apenas mencionar para si mesmo, devemos acrescentar outros detalhes para o cumprimento da Mitzvá. E a própria Hagadá dá a dica na continuação, como está escrito: “Bendito seja D’us... em relação aos 4 filhos disse a Torá”, para acrescentar que devemos cumprir a Mitzvá de contar a saída do Egito aos filhos através de perguntas e respostas, e para cada filho de acordo com o seu entendimento. Logo depois a Hagadá escreve: “No princípio éramos idólatras”, para acrescentar que devemos cumprir a Mitzvá incluindo também os eventos anteriores que levaram à salvação do povo judeu, começando pela desonra e terminando com o louvor. E um pouco depois vem a citação do Raban Gamiel, “Pessach, Matzá e Maror”, para acrescentar que devemos cumprir a Mitzvá mencionando a motivação das Mitzvót realizadas nesta noite.  

A noite do Seder é o momento reunir nossas família e contar aos nossos filhos a história do nosso povo, desde a assimilação e escravidão até a nossa liberdade, colocando nos corações de cada geração o agradecimento a D’us e a Emuná (fé) de que tudo está sob o controle Dele. Se cumprirmos esta Mitzvá com alegria e de forma minuciosa, cuidando de todos os detalhes da Halachá, certamente levaremos estas certezas gravadas em nosso coração durante o ano todo, e apenas a menção diária já será suficiente para manter as bases que construímos nesta noite tão fundamental para a continuidade do povo judeu.

SHABAT SHALOM e PESSACH KASHER VE SAMEACH

Rav Efraim Birbojm

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