| | MENSAGEM DA PARASHÁ MISHPATIM | | | ASSUNTOS DA PARASHÁ MISHPATIM - O Escravo judeu.
- "Venda" da filha e a escrava judia.
- Assassinato.
- Agressão e injúria aos pais.
- Morte de Escravos.
- Penas por agressão física.
- Morte causada por um animal.
- Autodefesa.
- Danos com animais.
- Danos com fogo.
- Os 4 tipos de Shomrim.
- Sedução.
- Práticas Ocultas.
- Idolatria e Opressão.
- Empréstimo de Dinheiro.
- Aceitação da Autoridade.
- Justiça.
- Animais Perdidos.
- Animal Caído.
- Shalosh Regalim.
- Promessas e Instruções.
- A Terra.
- Selando a Aliança.
- Aceitação da Autoridade (Naasê Ve Nishmá).
- Visão de D'us.
| | | EDUCANDO COM RESPONSABILIDADE - PARASHAT MISHPATIM 5784 (09/fev/24) O Dr. Arun Gandhi, neto de Mahatma Gandhi, em uma palestra na Universidade de Porto Rico, compartilhou a seguinte história como exemplo de educação correta dos jovens: "Eu tinha 16 anos e vivia com meus pais a 18 milhas da cidade de Durban, na África do Sul, em meio a plantações de cana de açúcar. Estávamos bem no interior do país e não tínhamos vizinhos. Assim, eu sempre me entusiasmava quando havia uma possibilidade de ir à cidade visitar amigos ou simplesmente ir ao cinema. Certo dia, meu pai me pediu que o levasse à cidade para assistir a uma conferência que duraria o dia inteiro, e eu me apressei de imediato diante da oportunidade. Como eu iria à cidade, minha mãe me deu uma lista de compras para fazer no supermercado e, como eu iria passar o dia todo na cidade, meu pai me pediu que eu me encarregasse de algumas tarefas pendentes, como levar o carro à oficina mecânica. Quando me despedi do meu pai, ele me disse: "Nos reencontraremos neste local às 17h00 e retornaremos para casa juntos". Após completar com extrema agilidade todas as minhas tarefas, fui ao cinema mais próximo. Estava tão concentrado no filme com o John Wayne que me esqueci do tempo. Eram 17h30 quando me lembrei. Corri à oficina, peguei o carro e voei até o local onde meu pai estava me esperando. Já eram quase 18h00. Ele me perguntou com preocupação: - Por que você chegou tão tarde? Eu me senti mal com meu atraso, mas não podia dizer a ele que estava assistindo um filme de John Wayne. Então, eu lhe disse que o carro não estava pronto e que tive que esperar. Porém, disse isso sem saber que meu pai já havia ligado para a oficina e sabia toda a verdade. Quando ele se deu conta que eu havia mentido, me disse: - Algo não está certo na maneira como te eduquei, que não te proporciona confiança em me dizer a verdade. Vou refletir sobre o que fiz de errado. Vou voltar caminhando até nossa casa enquanto penso sobre isso. Assim, vestido com seu terno e seus sapatos elegantes, começou a caminhar até a nossa casa, por caminhos que não eram asfaltados nem iluminados, em um longo percurso de 18 milhas. Eu não podia deixá-lo sozinho. Assim, dirigi por cinco horas e meia atrás dele, vendo meu pai sofrer por uma mentira estúpida que eu havia dito. Decidi, naquele momento, que nunca mais iria mentir." Este é um exemplo de como deve ser a educação dos nossos filhos. Não devemos ficar passando a mão na cabeça deles a cada erro que cometem. Eles precisam assumir a responsabilidade por suas ações e por seus erros. Somente assim se tornarão adultos saudáveis. | | Nesta semana lemos a Parashá Mishpatim (literalmente "Juízos"), que traz uma imensa lista de Mitzvót, em sua maioria Mitzvót "Bein Adam Lehaveiro", logo após a Parashá Itró, que falou sobre a revelação de D'us diante de todo o povo judeu no Monte Sinai. Isso nos ensina que uma das grandes bases do nosso relacionamento com D'us é o relacionamento com o próximo. Tão importante quanto rezar com Kavaná é tratar as outras pessoas com educação. Tão sagrado quanto jejuar em Yom Kipur é ser honesto nos negócios. Tão admirável quanto cuidar para não estragar objetos sagrados é cuidar para não causar dano ao que pertence aos outros. Há uma diferença muito grande entre as leis civis e as leis da Torá. Apesar de as leis da Torá regularem a nossa vida em sociedade, elas não focam apenas na manutenção da ordem e da harmonia, mas também no crescimento pessoal de cada indivíduo e no refinamento do seu caráter. Por exemplo, há nesta Parashá uma Mitzvá muito interessante. Temos uma tendência natural de não nos importarmos muito com as dificuldades que os outros estão passando, seja pelo nosso egoísmo ou simplesmente pela nossa preguiça. Porém, a Torá nos obriga a fazermos algo que vai totalmente contra a nossa natureza. Temos a obrigação de ajudar uma pessoa que está passando por dificuldades, mesmo quando não gostamos dela, como está escrito: "Se você vir o jumento do seu inimigo caído sob sua carga, você se absterá de ajudá-lo? Você certamente ajudará junto com ele" (Shemot 23:5). O Talmud explica que a intenção desta Mitzvá é "forçar a nossa má inclinação", nos tornando pessoas melhores. Há um detalhe que chama a atenção neste versículo. O termo usado pela Torá é "Azov Taazov Imo", traduzido literalmente como "Você certamente ajudará junto com ele". Porém, o uso do termo "Azov" para descrever a ajuda que somos obrigados a oferecer ao próximo é um pouco intrigante, pois "Azov" normalmente é traduzido como "deixar, abandonar", como no versículo "Ló Telaket, LaAni UlaGuer Taazov" (Não colha, deixe para o pobre e para o estrangeiro) (Vayikra 19:9). Então por que a Torá utilizou a linguagem "Azov" para se referir a ajudar alguém, se o entendimento mais simples da palavra é "deixar, abandonar"? É como se a Torá estivesse dizendo: "Se você encontrar uma pessoa precisando de ajuda, você deve deixá-la"! Por que a Torá não utilizou outro termo? Sabemos que D'us faz tudo com perfeição e precisão. Se Ele utilizou essa linguagem, mesmo contendo sentidos antagônicos, então certamente está nos transmitindo algo. Qual é a mensagem que a Torá quer nos ensinar? A resposta está em um versículo da Torá que explica um importante detalhe em relação ao matrimônio. A Torá utiliza o termo "Azov" ao descrever um homem "deixando" a casa dos seus pais para encontrar uma esposa: "Al Ken Yaazov Ish Et Aviv Veet Imo Vedavak BeIshto" (Portanto, um homem deve "deixar" seu pai e sua mãe e se unir à sua esposa) (Bereshit 2:24). Certamente a Torá não está incentivando um filho a abandonar seus pais ou isentando-o de cumprir a Mitzvá de "Kibud Av Ve Em" (honrar os pais), já que o filho tem obrigação de honrar seus pais a vida toda, até mesmo depois do falecimento deles. Então o que a Torá veio nos ensinar? Explica o Rav Yochanan Zweig que a razão pela qual o casamento é descrito em termos de "deixar a casa dos pais" é para nos ensinar que o casamento exige que o indivíduo adquira independência, pois somente então ele estará pronto para estabelecer um novo lar com sua esposa e assumir suas responsabilidades. O termo "Azov", portanto, não significa apenas "deixar, abandonar", mas também "tornar-se independente". A principal ideia que a Torá quer transmitir é que a pessoa deve assumir as rédeas de sua vida, pois o casamento envolve uma série de desafios que exigem que a pessoa tenha maturidade e iniciativa. Enquanto a pessoa estiver "presa" aos pais, acostumada a receber tudo de mão beijada, não conseguirá construir sua própria casa. Este importante ensinamento pode se aplicar a duas áreas da nossa vida. A primeira delas é na forma como fazemos bondades aos outros. A maior ajuda que podemos oferecer a alguém que está passando por dificuldades ou necessidades é levá-lo a um ponto no qual ele não precise mais da nossa ajuda. Ao fazer isso, estamos proporcionando a ele independência. A Torá nos ensina que, quando ajudamos ao próximo, isso deve ser feito como um ato de "Azov", dando ao beneficiário a capacidade de não depender mais da nossa ajuda. Talvez isso também explique a última palavra do versículo, "Imó", que literalmente significa "com ele". Rashi (França, 1040 - 1105) explica que a obrigação de ajudar a pessoa que está em apuros somente se aplica caso a própria pessoa também esteja se esforçando junto. Porém, se a pessoa em apuros se acomodar e disser: "Vá cumprir a Mitzvá enquanto eu descanso um pouco", não estamos obrigados a ajudá-la. Isso reforça o conceito de não fazer as coisas pelo outro, e sim ajudá-lo a fazer, ensiná-lo, dar uma mão a ele, para que ele aprenda e não precise mais depender dos outros. A segunda área na qual este ensinamento também é muito valioso é em relação à educação dos filhos. Uma das maiores bondades que podemos fazer com nossos filhos é ensiná-los a como se preparar para a vida. Com o intuito de ajudar nossos filhos, acabamos sendo superprotetores e, como consequência, não os preparamos adequadamente para os desafios que enfrentarão. Atualmente há pais que vão junto com seus filhos nas entrevistas de emprego, achando que estão fazendo um bem a eles. Mas, na realidade, estão fazendo com que acabem sofrendo mais no futuro, quando chegarem a situações nas quais terão que resolver sozinhos e não estarão prontos para isso. Podemos observar na natureza como os animais preparam seus filhotes para os desafios da vida. Os passarinhos só aprendem a voar quando seus pais os empurram do ninho. Sem alternativa, os filhotes se veem obrigados a bater as asas se não quiserem se espatifar no chão. Mas os seres humanos parecem desaprender o óbvio. Mesmo com a melhor das intenções, muitos pais têm contribuído para a falta de responsabilidade dos filhos, criando uma dependência muito negativa. Cada vez mais os jovens se consideram muito novos para trabalhar e se esforçar. A nossa juventude acredita merecer tudo só pelo fato de ter vindo ao mundo. Uma geração que tem a palavra "resiliência" na ponta da língua, mas que acha que arrumar a própria cama dá muito trabalho. Uma geração que diz ter mais conhecimento que os pais, mas que não consegue nem sequer pagar suas próprias diversões. Talvez o que está fazendo falta é uma boa dose de "quebrar a cara", que antes servia para educar, mas que agora tornou-se reprovável, e que não é mais utilizado para não "traumatizar" ninguém. Quem educa os filhos desta maneira superprotetora se esquece que a vida continua sendo implacável, e um dia a conta chega. Empurrar nossos filhos do "comodismo do ninho" para ensiná-los a voar pode ser a maior demonstração de amor. SHABAT SHALOM R' Efraim Birbojm | | Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima. -------------------------------------------- Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno. ------------------------------------------- Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l. -------------------------------------------- Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com (Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai). | | | | | | |