sexta-feira, 1 de abril de 2011

SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ TAZRIA 5771

BS"D
 
PALAVRAS SOB MEDIDA - PARASHÁ TAZRIA 5771 (01 de abril de 2011)
 
"O Rabino Israel Meir HaCohen, mais conhecido como Chafetz Chaim, dedicou sua vida a ajudar as pessoas a evitarem o Lashon Hará, a grave transgressão de falar ou escutar informações que denigrem outra pessoa. Ele viajava de cidade em cidade, dando palestras sobre a gravidade desta transgressão e orientando as pessoas a como evitar as terríveis consequências dela.
 
Em uma destas viagens, o Chafetz Chaim havia terminado uma palestra para um grande público e, quando já estava saindo, foi abordado por um dos judeus da comunidade local. O Chafetz Chaim viu que ele parecia estar bastante incomodado e tenso. Então o homem começou a desabafar:
 
- Rabino, você acabou com a minha vida! Depois de tudo o que você explicou nesta palestra, eu nunca mais poderei falar nada!
 
O Chafetz Chaim abriu um sorriso e disse:
 
- Ao contrário, meu senhor, eu salvei sua vida. Até hoje você não podia falar nada, pois não sabia o que era proibido e o que era permitido. A partir de hoje você pode falar à vontade, apenas tomando o cuidado de falar assuntos que são permitidos"  
 
As leis sobre Shmirat Halashon (cuidados com a fala) são muito importantes, pois sem sabê-las podemos estar fazendo transgressões muito graves com terríveis consequências espirituais para todo o mundo.
 
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Nesta semana lemos a Parashá Tazria, que trata principalmente da Tzaraat, uma doença espiritual cuja principal manifestação física se dava através de manchas que apareciam na pele. Se a Tzaraat era uma doença espiritual, qual era a transgressão associada a ela? O Talmud nos ensina que o principal motivo para o aparecimento das manchas era o Lashon Hará, o ato de falar ou escutar coisas negativas sobre outras pessoas, principalmente informações que causam prejuízos financeiros ou psicológicos. Mas por que justamente na transgressão de Lashon Hará apareciam as manchas e não em outros tipos de transgressões? Esta transgressão é mais grave do que as outras?
 
Há um Midrash (parte da Torá Oral) famoso que conta a história de um vendedor ambulante que entrou em uma cidade e começou a anunciar "Quem quer vida longa? Quem quer vida longa?". Havia nesta cidade um rabino chamado Rav Yanai, que se interessou pelo anúncio e, achando que o homem oferecia algum elixir milagroso que alongava a vida, perguntou o que ele estava vendendo. O vendedor ambulante imediatamente retirou do bolso um livro de Tehilim (Salmos) e leu para o Rav Yanai o seguinte versículo: "Quem é o homem que deseja vida?... Guarda sua língua do mal e seus lábios da enganação" (Tehilim 34:13,14). O Rav Yanai ficou encantado com o vendedor ambulante e comentou que nunca havia entendido a interpretação do versículo até aquele momento.
 
Mas deste Midrash fica uma grande dúvida. O Rav Yanai era um grande estudioso de Torá, então o que um simples vendedor ambulante conseguiu ensinar para ele? Será que há, nestes versículos aparentemente simples, algum entendimento mais profundo?
 
Explicam os nossos sábios que o Rav Yanai pensou, durante toda sua vida, que a única forma de não falar Lashon Hará era fazendo voto de silêncio, isto é, falando apenas o mínimo necessário. O ideal seria, portanto, se tornar um eremita e viver isolado em uma caverna. Mas o vendedor ambulante veio lhe ensinar uma importante lição de vida. A palavra "fofoca", em hebraico, é "Rechilut", que vem da mesma raiz de "Rochel", que significa "vendedor ambulante". Qual a conexão entre o vendedor ambulante e a fofoca? Como o vendedor ambulante era uma pessoa que ia de casa em casa oferecer seus produtos, era comum que ele conhecesse a intimidade de todas as pessoas da cidade. Era muito freqüente que o vendedor ambulante levasse, junto com seus produtos, informações de uma casa para outra, causando com que muitos detalhes íntimos das pessoas fossem revelados através desta fofoca. Quando o Rav Yanai viu que até mesmo um vendedor ambulante, pessoa que passa o dia inteiro falando e conversando com as pessoas, estava lendo no livro de Tehilim os versículos sobre guardar a boca e evitar o Lashon Hará, ele entendeu que é possível uma pessoa ser socialmente ativo e, ao mesmo tempo, cuidar de sua boca. Tudo depende do autocontrole e do constante estudo para conhecer as leis da fala permitida e proibida.
 
O Rav Israel Meir HaCohen, mais conhecido como Chafetz Chaim, foi um dos maiores sábios do começo do século passado. Ele dedicou sua vida para ajudar as pessoas a evitarem o Lashon Hará, reunindo as principais leis sobre o Shmirat Halashon (cuidados com a fala) em seus livros. Ele ressaltava as graves consequências espirituais do Lashon Hará para o povo judeu, inclusive a destruição do nosso Segundo Beit-Hamikdash (Templo Sagrado). O primeiro Beit-Hamikdash, que foi destruído por causa de idolatria, assassinato e relações ilícitas, foi reconstruído depois de 70 anos. Já o Segundo Beit-Hamikdash, que foi destruído por causa do ódio gratuito e pelo Lashon Hará, até hoje, mais de 2 mil anos depois, ainda não foi reconstruído.
 
Mas afinal, por que o Lashon Hará é tão grave? Entendemos que D'us abomina transgressões como idolatria, assassinato e relações ilícitas, pois são atos que pervertem o ser humano e nos afastam da nossa espiritualidade. Mas o que pode haver de tão grave em fazer uma pequena fofoca ou um comentário maldoso sobre alguém de que não gostamos?
 
Explica o Chafetz Chaim algo incrível sobre os mundos espirituais. Da forma que nos comportamos aqui embaixo, despertamos forças espirituais equivalentes nos mundos superiores. Por exemplo, quando as pessoas se respeitam e tratam os outros com misericórdia, são despertadas forças espirituais de misericórdia sobre todo o mundo. Já quando as pessoas são muito rigorosas com as outras, não deixando nada passar e não se comportando com misericórdia, são despertadas sobre o mundo forças espirituais de justiça estrita. Da mesma forma, quando a pessoa fala Lashon Hará sobre seu companheiro e começa a acusá-lo por um erro cometido, imediatamente ele desperta forças espirituais de acusação contra o povo judeu, e isso causa com que coisas ruins venham para o mundo.
 
Mas por que o Lashon Hará piora a situação? Se D'us é Onisciente, Ele já sabe quais são os pecados do povo judeu. Então por que os castigos chegam somente depois das pessoas fazerem Lashon Hará?
 
Um pai ama seus filhos acima de tudo. Por isso, mesmo quando ele vê que seu filho cometeu um erro, ele passa por cima e perdoa. E mesmo quando um pai castiga, castiga pouco. Porém, o que acontece quando alguém fica o tempo inteiro contando ao pai sobre os maus atos do filho? Isso causa com que o pai fique de cabeça quente e castigue o filho de maneira muito severa. Mas quando a fúria do pai passa e ele vê o sofrimento do filho pelos pesados castigos que recebeu, o que acontece? A fúria do pai se acende contra aquele que falou mal de seu filho e causou todos aqueles sofrimentos.
 
Da mesma maneira, D'us nos ama mais do que um pai ama seu filho, e mesmo que Ele nos vê fazendo transgressões, por misericórdia Ele passa por cima e não nos castiga, ou castiga de maneira leve. Mas quando surgem forças espirituais de acusação, D'us se vê "forçado" a castigar o povo judeu de maneira mais dura. Mas quando a "fúria" de D'us passa, Ele "sofre" ao ver os sofrimentos causados pelo castigo pesado e Sua Fúria se acende sobre aqueles que, através do Lashon Hará, despertaram as forças espirituais de acusação e que são, portanto, os verdadeiros causadores de todos os sofrimentos. Por isso, do ponto de vista espiritual, o Lashon Hará acaba sendo mais grave do que as piores transgressões.
 
Outro fator que torna o Lashon Hará mais grave do que outras transgressões é justamente o fato de não enxergarmos o quanto ele é prejudicial. Quando uma pessoa faz idolatria ou comete um assassinato, imediatamente ela se arrepende deste ato abominável e faz Teshuvá (volta aos caminhos corretos). Porém, quando alguém fala Lashon Hará, se sente como se não tivesse feito nada de errado. Por isso ensinam os nossos sábios que D'us perdoa todas as transgressões, menos a transgressão de Lashon Hará.
 
Segundo as profecias contidas na Torá, o Terceiro Beit-Hamikdash, que virá ao mundo após a revelação do Mashiach, nunca mais será destruído. Muitos comentaristas explicam que, diferente dos dois primeiros Templos, o Terceiro Beit-Hamikdash não será construído por mãos humanas, ele virá pronto do Céu. Mas será que não teremos nenhuma participação nesta Mitzvá tão grande de construir o nosso Beit-Hamikdash eterno?
 
Explica o Chafetz Chaim que, da mesma forma que o Beit-Hamikdash foi destruído por causa do Lashon Hará, ele será reconstruído pelo mérito daqueles que, apesar de sentirem vontade de falar mal dos outros, conseguirem se controlar e permanecer de boca fechada. Cada vez que passamos pelo teste, colocamos mais um tijolo no Beit-Hamikdash. Da mesma forma que nas sinagogas há placas de agradecimento aos doadores, cada um que evitar o Lashon Hará estará recebendo, para toda eternidade, uma placa de doação no Beit-Hamikdash eterno.
 
SHABAT SHALOM
 
Rav Efraim Birbojm
 
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