| | ASSUNTOS DA PARASHÁ VAERÁ - D'us garante novamente a Moshé que o povo será salvo.
- As 4 expressões de libertação.
- Genealogia de Moshé e Aharon.
- O cajado vira uma serpente.
- Sangue: A 1ª Praga.
- Rãs: A 2ª Praga.
- Piolho: A 3ª Praga.
- Hordas de animais selvagens: A 4ª Praga.
- Epidemia: A 5ª Praga.
- Sarna: A 6ª Praga.
- Granizo: A 7ª Praga.
| | | NEGANDO O QUE É ÓBVIO - PARASHÁ VAERÁ 5785 (17/jan/25) "O burro disse ao tigre que a grama era azul, mas o tigre respondeu que ele estava errado, pois certamente a grama era verde. O burro não quis aceitar e insistiu que a grama era azul, até que a discussão começou a esquentar. Ambos então decidiram buscar um parecer do leão, que era o juiz da floresta. No caminho, o burro apresentava seus argumentos com um tom de voz tão alto que despertou o interesse dos outros animais, que pararam o que estavam fazendo apenas para assistir aquela cena patética. Quando eles chegaram ao palácio do leão, o burro se antecipou e fez a pergunta: - Vossa excelência, não é verdade que a grama é azul? - Certamente, a grama é azul - respondeu o leão, após refletir um pouco e entender o que estava acontecendo. - Porém, vossa excelência, o tigre está discordando de mim, fica me contradizendo na frente de todos e afirma, de forma estúpida, que a grama é verde. Isso está me incomodando. Quero que ele se cale e seja castigado! O leão, após uma nova reflexão, decretou: - O burro tem razão. O tigre será punido com 5 dias de silêncio total, além de pagar uma multa. O burro deu um pulo de alegria e saiu de lá, seguido pelos outros animais, gritando: "A grama é azul, a grama é azul. Eu tinha razão!". O tigre, respeitando a autoridade do rei leão, aceitou a punição. Porém, ele não aguentou e perguntou: - Vossa excelência, agora que todos já foram embora, por favor, me explique por que eu estou sendo castigado. Vossa excelência realmente concorda que a grama é azul? O leão então deu uma resposta que mostrou sua enorme sabedoria: - É óbvio que não! Não tenho dúvida que a grama é verde. Entenda, não estou te punindo pela cor da grama. Mas não é possível que uma criatura inteligente como você esteja perdendo tempo discutindo com um burro e, ainda por cima, me incomodando com essa pergunta estúpida!" Há pessoas que não se importam com a verdade, mas apenas com a vitória de suas falsas crenças e ilusões. Elas não têm a capacidade de compreender, mesmo que muitas evidências e provas lhes sejam apresentadas. Por estarem cegas pelo ego e pelos desejos, a única coisa que querem é ter razão. | | Nesta semana lemos a Parashá Vaerá (literalmente "E Eu apareci"), na qual D'us começa aplicar no Faraó e nos egípcios duros castigos, por todas as maldades que eles fizeram aos judeus e pela obstinação de não os deixarem sair da escravidão. Pouco a pouco as pragas que D'us mandou, todas com caráter milagroso, que quebrava as leis da natureza, foram demolindo a autoconfiança do Faraó, uma pessoa extremamente orgulhosa. As pragas foram divididas em 3 grupos, demonstrado o poder de D'us em todos os níveis. O primeiro grupo de pragas atingia a água e o solo (sangue, sapos e piolhos), o segundo grupo de pragas atingia as coisas que caminhavam sobre o solo (animais ferozes, epidemia, bolhas) e o terceiro grupo de pragas atingia o que estava no céu (granizo, gafanhotos e escuridão e morte dos primogênitos). Outra característica interessante é que as duas primeiras pragas de cada grupo vinham precedidas de uma advertência, enquanto a terceira vinha sem aviso. Na advertência que precedeu a praga de granizo, Moshé afirmou explicitamente que qualquer pessoa ou animal que estivessem no campo e não fossem recolhidos às casas seriam atingidos pelo granizo e morreriam. No entanto, vemos que apenas quem temia a palavra de D'us deu ouvidos à advertência, como está escrito: "Quem temia a palavra de D'us entre os servos de Faraó recolheu seus servos e seu gado para dentro das casas" (Shemot 9:20). Por outro lado, muitos não ouviram e sofreram as consequências, como está escrito: "E quem não prestou atenção à palavra de D'us deixou seus servos e gado no campo... O granizo atingiu toda a terra do Egito, todos os que estavam no campo, tanto os homens quanto os animais" (Shemot 9:21,25). É importante lembrar que isso ocorreu após o Egito já ter sofrido seis pragas, cada uma durando sete dias, e que Moshé havia alertado sobre elas durante três semanas antes da sua ocorrência. Os egípcios testemunharam como as palavras de Moshé se cumpriam com precisão. Além disso, esta praga em particular envolvia a perda de bens e, para salvá-los, não era necessário nenhum esforço significativo, apenas levar as pessoas e os animais para dentro de casa. Como é possível que, mesmo assim, eles não temeram a perda de seus bens e nem consideraram, por precaução, recolher seus servos e gado? A demonstração de força de D'us não tinha sido suficiente? Explica o Rav Yaacov Kanievsky zt"l (Ucrânia, 1899 - Israel, 1985), mais conhecido como Steipler, que é preciso diferenciar entre o endurecimento do coração do Faraó e a obstinação do resto do povo. No caso do Faraó, sua teimosia pode ser entendida, pois ele não queria chegar a uma situação na qual os judeus escapariam da sua terra para sempre, o que resultaria na perda de milhões de escravos. Mesmo depois de ter sido forçado a enviá-los do Egito por medo de morrer, após a praga dos primogênitos, ainda assim ele enviou espiões infiltrados para verificar se os judeus realmente retornariam após três dias. Porém, é difícil entender o comportamento dos egípcios que ignoraram a palavra de D'us e não temeram a advertência de Moshé. Afinal, povos que não são guiados por valores morais são conhecidos por sua ganância, a ponto de matarem e morrerem por valores insignificantes. Como, então, eles não temeram a destruição de seus bens e estavam confiantes que o granizo não devastaria completamente suas propriedades? A pergunta fica ainda mais difícil de acordo com a explicação trazida pelo Targum Yonatan: "'Quem temia a palavra de D'us' se refere a Yov, e 'quem não prestou atenção à palavra de D'us' se refere a Bilaam". Sabemos que Bilaam era o homem mais sábio entre as nações do mundo e, ocasionalmente, alcançava o nível de profecia. Como é possível alguém com um potencial espiritual tão elevado negar, com tamanha tolice, o poder de D'us, e não temer perder toda a sua riqueza? Do comportamento dos egípcios e de Bilaam aprendemos uma lição muito importante. Poderíamos pensar que as pessoas negam a existência ou o poder ilimitado de D'us apenas pela falta de conhecimento e que, caso tivessem um pouco mais de claridade, certamente viveriam de maneira diferente. Porém, vemos que a negação de D'us não é resultado de falta de entendimento, e sim consequência do desejo humano. Tudo o que uma pessoa não quer acreditar, ela descarta em seu coração e decide em sua mente que não há razão para temer ou levá-lo em consideração. Desta maneira, ela imagina que já eliminou todas as preocupações em relação a este assunto. Isso ocorre com todos aqueles que, por causa de seus desejos materiais, preferem negar a existência de um Criador, que tem exigências morais. São pessoas imersas em suas transgressões, que não querem enxergar a verdade. O ponto não é a falta de conhecimento, e sim a falta de vontade de enxergar. Como ensina o ditado: "o pior cego é o que não quer ver". Portanto, negar a verdade não é questão de falta de informações, e sim falta de valores morais. É, na realidade, uma escolha, baseada em querer preencher as vontades e desejos, de querer justificar as escolhas erradas. A realidade demonstra que a negação de D'us não se origina na razão e no intelecto. Por causa de seus desejos, a pessoa consegue negar verdades comprovadas inúmeras vezes, até mesmo o que viu com seus próprios olhos, e está disposta a acreditar em absurdos, como atribuir divindade a criaturas que obviamente não têm nenhum poder. Pessoas testemunham milagres e atribuem à sorte ou ao acaso. Isso prova que a negação de D'us não se baseia no raciocínio, e sim na impureza que corrompe a mente e os atos da pessoa. Por isso, não é surpreendente que pessoas muito talentosas e inteligentes em outras áreas sigam caminhos tortuosos quando se trata de espiritualidade. Grandes cientistas, que se destacaram por sua sabedoria incrível, ao mesmo tempo conseguem ser ateus. Francis Crick, um cientista britânico, foi outorgado com o Prêmio Nobel em 1962 por suas descobertas sobre a "estrutura molecular dos ácidos nucleicos e seu significado para a transferência de informação em material vivo". Este mesmo gênio da biologia defendia a ideia da "panspermia", isto é, que a vida na Terra não veio de um Criador, e sim foi trazida de outros planetas e "semeada" na Terra. Mas quem criou a vida em outros planetas? Isso já não importava para Francis Crick. Bastava não ter Criador na Terra para que ele se isentasse de qualquer tipo de valores morais e cobranças, e pudesse liberar todos os seus desejos e vontades. Como pode ser que alguém com tanta sabedoria acadêmica possa acreditar em tantas tolices quando se trata de espiritualidade? Há um princípio fundamental: "Pelo caminho que a pessoa deseja seguir, ela é conduzida. Aquele que deseja se impurificar, abrem-lhe as portas; e aquele que deseja se purificar, ajudam-no". Nem sempre é fácil aceitar a verdade. Às vezes implica em mudanças na vida. Mas viver como um avestruz, com a cabeça enfiada na terra, não resolve os nossos problemas. Os egípcios tentaram ignorar D'us e perderam tudo o que tinham. Apesar das provas evidentes, eles preferiram viver na mentira, e pagaram caro por isso. Que possamos buscar viver de forma verdadeira, fazendo o que é certo, e não o que é mais cômodo e prazeroso. SHABAT SHALOM R' Efraim Birbojm | | Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima. --------------------------------------------  Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno. -------------------------------------------  Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l. -------------------------------------------- Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com (Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai). | | | | | | |