sexta-feira, 10 de novembro de 2017

QUEM CONTROLA QUEM? - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ CHAIE SARA 5778

BS"D
O E-mail desta semana foi carinhosamente oferecido pela Família Lerner em Leilui Nishmat de: 
Miriam Iocheved bat Mordechai Tzvi z"l


Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, favor entrar em contato através do e-mail efraimbirbojm@gmail.com.
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QUEM CONTROLA QUEM? - PARASHÁ CHAIE SARA 5778 (10 de novembro de 2017)

"O Rav Shlomo Brevda zt"l (EUA, 1931 - 2013) certa vez encaminhou um jovem estudante de Torá dos Estados Unidos, com um enorme potencial, para uma Yeshivá muito forte em Israel, para que ele pudesse continuar seu caminho de crescimento espiritual. Porém, pouco tempo depois, o rapaz voltou desanimado, dizendo que não estava interessado em continuar estudando naquela Yeshivá. O Rav Brevda não entendeu a decisão do rapaz, pois a Yeshivá era muito conhecida por seu estudo de Torá em altíssimo nível. Ele então perguntou ao jovem o que havia de errado e o rapaz explicou:
 
- Rav, quando eu cheguei na Yeshivá, fiquei muito impressionado. Eu entrei no Beit Midrash e vi centenas de alunos completamente absortos em seus estudos, discutindo trechos da Guemará como se estivessem lutando por suas vidas. Foi algo que me deixou extremamente feliz e esperançoso de que aquele seria o lugar onde eu poderia crescer no meu estudo.
 
- Então o que aconteceu para você ter voltado tão desanimado? - perguntou o Rav Brevda.
 
- Da mesma maneira que eu me surpreendi quando eu entrei no Beit Midrash e vi os rapazes estudando, eu me surpreendi quando chegou a hora do almoço. Vi aqueles mesmos jovens que estudavam Torá com tanto vigor enchendo seus estômagos com o mesmo entusiasmo. Pareciam escravos de seus estômagos! Foi uma grande decepção. Não acho que é neste lugar que eu vou conseguir crescer espiritualmente".
 
Ensinam nossos sábios que uma pessoa não consegue viver ao mesmo tempo em dois mundos. Uma pessoa que se entrega aos seus desejos materiais certamente nunca atingirá seu verdadeiro potencial espiritual.

A Parashá desta semana, Chaie Sara (literalmente "A vida de Sara"), nos ensina que, mesmo depois de passar o teste de sacrificar seu próprio filho, as dificuldades na vida de Avraham ainda não haviam terminado. Quando ele voltou para casa, feliz por trazer de volta seu filho, ele encontrou Sara, sua esposa, morta. Começaram então longas negociações com o astuto Efron, um Chitita que habitava na Terra de Israel, para adquirir dele o local para o enterro de Sara. Após Efron inicialmente oferecer a terra gratuitamente para Avraham, no final ele acabou cobrando um valor abusivo de 400 moedas de prata.
 
Se prestarmos atenção nos versículos que descrevem a negociação de Avraham com Efron, perceberemos que sempre o nome Efron é escrito com a letra "vav" (עפרון), mas justamente no trecho que descreve que a transação foi finalmente realizada através da entrega do dinheiro (Bereshit 23:15), seu nome está escrito sem a letra "vav" (עפרן). Por que esta diferença, justamente neste versículo?
 
De acordo com Rashi (França, 1040 - 1105), a falta de uma letra no nome de Efron vem nos ensinar que ele falou muito mas não fez nem mesmo um pouco. Inicialmente ele disse a Avraham que estava disposto a dar gratuitamente a terra, mas no final acabou cobrando um preço injusto, se aproveitando do momento delicado pelo qual passava Avraham.
 
Já o Rav Yaakov ben Asher zt"l (
Alemanha1269 - Espanha, 1343), mais conhecido como Baal HaTurim, explica que a Guemátria (valor numérico) de "Efron" sem a letra "vav" é 400, valor que coincide com a quantidade de moedas de prata que ele recebeu na venda de sua terra. Isto significa que quando Efron recebeu esta quantia enorme de dinheiro, isto deu a ele uma nova sensação de valor. A partir daquele momento ele passou a se enxergar como alguém que "valia" 400 moedas de prata, pois Efron se auto definia através do seu status financeiro. Efron foi vítima de uma das maiores enganações do nosso "Yetser Hará" (má inclinação), que nos faz enfatizarmos o nosso status material, ao invés de enfatizarmos nosso nível espiritual. Esta má inclinação atinge o ser humano desde o erro de Adam Harishon, quando o ser humano passou a ter mais consciência do seu corpo do que de sua alma. Tendemos a nos identificar como sendo um corpo, não uma alma. Por exemplo, quando uma pessoa está doente, ela diz: "Não me sinto bem", enxergando o corpo como sua principal identidade. Uma declaração mais precisa seria "meu corpo não se sente bem", o que implicaria que temos a consciência de que nossa alma é nossa essência. Portanto, uma das partes principais em nosso Serviço Divino é desenvolver uma maior consciência da nossa alma e de suas necessidades.
 
Além disso, através da explicação do Baal HaTurim sobre a "Guemátria" do nome Efron, podemos ganhar um entendimento ainda mais profundo sobre o relacionamento entre o corpo e a alma. Quando Efron recebeu as 400 moedas de prata, certamente ele achou que sua importância no mundo havia aumentado, pois agora ele era um homem rico. Entretanto, a verdade é que ele perdeu uma letra no seu nome, e o nome de uma pessoa representa sua essência. Isto quer dizer que, enquanto Efron achava que havia aumentado seu valor, na realidade ocorreu justamente o contrário, seu valor verdadeiro como ser humano diminuiu. Além disso, a letra "vav" que ele perdeu em seu nome é a letra que representa a conexão. A letra "vav" significa "e", e é utilizada muitas vezes para conectar ideias e frases. O formato da letra "vav" também demonstra sua habilidade de conectar, pois se assemelha a um gancho, através do qual podemos conectar duas coisas. Quando Efron se aprofundou em seu materialismo, ele automaticamente diminuiu sua espiritualidade e perdeu seu "vav", isto é, seu elemento de conexão com D'us. Isto significa que, quando uma pessoa dá mais importância para o seu corpo e seus bens materiais, então automaticamente sua alma perde algo.
 
Ensina o Rav Yehonasan Gefen que esta relação inversa entre o corpo e a alma também pode ser percebida na Parashá da semana que vem, Toldot. Nossa matriarca Rivka engravidou e ficou confusa, pois seu bebê se mexia quando ela passava diante de um Beit Midrash, mas também se mexia quando ela passava diante de um centro de idolatrias. Ela então foi se aconselhar com um dos profetas da época, que revelou que havia dois bebês no seu ventre e que deles sairiam duas nações que viveriam em constante conflito. Além disso, o profeta acrescentou que quando uma nação subisse, a outra automaticamente cairia. A explicação mais simples desta profecia é que, durante a história, as nações de Yaacov (Israel) e de Essav (Edom) se contrabalanceariam, isto é, quando uma subisse, a outra cairia. Porém, alguns comentaristas explicam que esta profecia se refere a outro tipo de batalha. Yaacov representa nossa alma, enquanto Essav representa nosso corpo, e há uma luta constante entre estas duas forças. Quando a alma se eleva, as forças de desejo do corpo consequentemente se enfraquecem, e quando a alma enfraquece, as forças de desejo do corpo dominam.
 
Daqui aprendemos que é impossível a pessoa se dedicar, ao mesmo tempo, ao preenchimento das vontades de seu corpo e ao preenchimento da sua alma. Muitos pensam que não há nenhuma contradição, pois é possível viver uma vida de Torá e Mitzvót e, ao mesmo tempo, passar a vida correndo atrás da satisfação material. Entretanto, em última instância, esta pessoa é apenas escrava do seu corpo. Ela pode até permitir que seu corpo cumpra as Mitzvót, mas o fato dela não conseguir se desvencilhar dos desejos materiais em excesso, como a busca por prazeres gastronômicos e por dinheiro, é um sinal de que seu corpo está no controle, não sua alma. 
 
De acordo com o Rav Brevda, é importante que exista a consciência desta luta entre o corpo e a alma. O corpo é muito poderoso e muitas vezes supera nossa busca por espiritualidade, mas enquanto temos a consciência de que existe uma batalha, podemos nos esforçar para fortalecer nossa alma. O problema começa quando não existe nem mesma a consciência da batalha, e isto pode ocorrer até mesmo entre as pessoas que cumprem Torá e Mitzvót. Por exemplo, muitas pessoas não sentem nenhum tipo de conflito quando comem um bolo de chocolate mesmo quando não estão com fome, simplesmente devoram o bolo sem nem mesmo pensar no porquê estão comendo. Isto é sinal de que a pessoa não percebeu que seu corpo está no controle, não sua alma.
 
O que devemos fazer para pelo menos "nos sentirmos" nesta batalha? David Hamelech nos ensinou que há duas maneiras de lutarmos contra o Yetser Hará: "Se afasta de mal e faça o bem" (Salmos 34:14). "Se afaste do mal" significa tirar um pouco da força do materialismo do nosso corpo. Mas como podemos fazer isso? O Rav Brevda sugere, por exemplo, que a pessoa se sirva com um prato generoso, mas nunca repita o prato, por mais gostosa que esteja a comida. Isto nos ajuda a controlar o impulso de querer pegar mais, o que já nos faz pelo menos sentir que estamos em guerra com as forças do nosso corpo. Além disso, temos que trabalhar o "Faça o bem", investindo no nosso crescimento espiritual, pois ao crescer espiritualmente, automaticamente estaremos enfraquecendo as forças de desejo do corpo e sua conexão com o materialismo.  
 
O Rav Yehuda Loew zt"l (Polônia, 1525 - República Checa, 1609), mais conhecido como Maharal de Praga, ressalta que quando Rashi explica sobre a profecia dos gêmeos na barriga de Rivka, ele apenas menciona que quando Yaacov cai, Essav se levanta, mas não menciona o outro lado. Isto nos ensina que é Yaacov que está no controle de quem vai prevalecer. Essav só pode subir quando Yaacov cai, mas quando Yaacov tem sucesso em seu crescimento, então Essav fica sem opção. O mesmo se aplica em relação à batalha entre o corpo e a alma. É nossa escolha quem vai vencer. Se nos esforçamos para fortalecer nossas almas, então a força do materialismo do nosso corpo automaticamente se enfraquecerá. A batalha entre o corpo e a alma é longa e desafiadora, mas, se se ao menos iniciarmos a batalha, então o sucesso estará em nossas mãos.

Shabat Shalom

R' Efraim Birbojm

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HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT - PARASHÁ CHAIE SARA 5778:

                   São Paulo: 19h05  Rio de Janeiro: 18h51                    Belo Horizonte: 18h49  Jerusalém: 16h07
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Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Eliahu ben Esther, Moshe ben Feigue, Laila bat Sara.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l, Eliezer ben Arieh z"l; Arieh ben Abraham Itzac z"l, Shmuel ben Moshe z"l, Chaia Mushka bat HaRav Avraham Meir z"l, Dvora Bacha bat Schmil Joseph Rycer z"l, Alberto ben Esther z"l, Malka Betito bat Allegra z"l.
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Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com
 
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