quarta-feira, 22 de setembro de 2010

SHABAT SHALOM MAIL - SUCÓT 5771

BS"D
 
ALIMENTANDO O CORPO E A ALMA – SUCÓT 5771 (22 de setembro de 2010)
 
"José era carteiro de um pequeno vilarejo. Ele vivia uma vida muito simples e humilde, e tudo o que ele tinha era um cavalo que o ajudava a entregar diariamente as correspondências. Certo dia sentou-se para fazer as contas e percebeu que gastava muito na alimentação de seu cavalo. Decidiu que daquele dia em diante iria ensiná-lo a não comer, assim sobraria dinheiro no final do mês. Daria para o animal cada vez menos comida, até que um dia ele se acostumaria e não precisaria mais se alimentar. E assim fez, foi alimentando cada vez menos o seu cavalo.
 
Certo dia José apareceu na pracinha da cidade com a cara triste. Tinha más notícias para contar aos seus amigos. Não sabia mais como faria a entrega das correspondências, pois infelizmente seu querido cavalo, companheiro de tantos anos de trabalho, havia morrido. Então José comentou com os amigos:
 
- Que pena, era um bom cavalo. Mas o que me deixa mais triste não é saber que ele morreu. O que mais me chateia é lembrar que, após meses de treinamento, ele tinha acabado de aprender nesta última semana a não comer mais nada. Que azar que eu tive, depois de todo este esforço, justamente agora ele foi morrer!"
 
Muitos pensam que é possível e bom aos olhos de D'us viver uma vida de total abstinência. Fazer voto de castidade, voto de silêncio, jejuns sem fim. Mas se um cavaleiro não alimenta bem o seu cavalo, os dois perdem, pois o cavalo fica fraco e o cavaleiro não consegue fazer seu trabalho. Assim também é a relação entre a nossa alma, comparada a um cavaleiro, e o nosso corpo, comparada a um cavalo. Somente quando os dois trabalham juntos, a alma cuidando do corpo e o corpo respeitando a alma, é que conseguimos cumprir o nosso trabalho neste mundo. Não há sabedoria nenhuma em matar o cavalo de fome, e certamente não foi o que D'us pediu de nós.
 
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O mundo atualmente se divide entre duas filosofias. A primeira filosofia é das pessoas mais voltadas para a "religiosidade", que se opõem totalmente aos prazeres mundanos, preferem se abster deles. O prazer é visto como um grande pecado que nos desvia dos caminhos corretos. No sentido contrário vem a segunda filosofia, a do "Carpe Diem", a idéia de que vivemos pelos prazeres e devemos fazer de tudo para alcançá-los, sem limites. Será que não existe um meio-termo, que nos permite ter prazeres sem exageros e sem nos sentirmos culpados?
 
A resposta está em Sucót, o Chag (festa) que começa nesta quarta-feira de noite (22 de setembro). Apesar de todas as festas judaicas terem um caráter de alegria, esta característica é mais marcante em Sucót, que inclusive recebe o nome de "Zman Simchateinu" (O tempo da nossa alegria). O próprio versículo que descreve a festa de Sucót nos indica o caráter festivo e alegre dela: "Você deve fazer a festa de Sucót por 7 dias... E se alegre na sua festa, você, seu filho e sua filha...  Por 7 dias celebre para Hashem, teu D'us... e esteja completamente feliz" (Devarim 16:13-16). Mas este versículo chama atenção pela ênfase dada à alegria. Por que a Torá precisa ressaltar que devemos estar "completamente felizes" em Sucót?
 
Explica o Talmud (parte da Torá Oral) que na verdade a Torá não está nos cobrando que tenhamos 7 dias de alegria, e sim nos garantindo que a festa de Sucót pode nos trazer um nível muito elevado de alegria, a ponto de durar os 7 dias de festa. Mas será que isto é possível? Sabemos de festas de duram horas, outras que duram até mesmo todo o final de semana, mas será que é possível ficar feliz por 7 dias consecutivos? Imagine uma pessoa que é sorteada para entrar no melhor restaurante da cidade e, por uma semana, comer tudo o que tiver vontade. No primeiro dia ele come como um animal, sai do restaurante feliz da vida, a comida quase saindo pelas orelhas. No segundo dia a comida já não é mais tão especial, mas ele ainda consegue comer bem e sair satisfeito. E assim, cada dia a alegria de comer sem limites vai diminuindo até que, no sétimo dia, já não é mais uma alegria e sim uma tortura. Então como a Torá pode nos garantir que a alegria de Sucót tem o potencial de durar, com toda a sua intensidade, por 7 dias seguidos?
 
Explica o Maguid Mi Duvno que a Simchá (alegria) das festas judaicas é composta por duas partes: por um lado há os prazeres mundanos, de comermos bem, bebermos um bom vinho e vestirmos roupas bonitas, conforme D'us nos comandou. Mas por outro lado há o prazer da espiritualidade, da conexão com o Criador do mundo. Se pensarmos bem isso parece contraditório, pois se a meta desta vida é alcançar altos níveis espirituais, por que fomos comandados a ter também prazeres materiais?
 
Na verdade não há nenhuma contradição, esta é a receita para aproveitarmos os prazeres de maneira verdadeira e intensa. Para atingir prazeres espirituais precisamos dos prazeres materiais como um "foguete propulsor" que nos faz subir. Um corpo faminto e maltratado não consegue sentir alegria. Somente um corpo com energia consegue servir a D'us com alegria. Os prazeres físicos são uma forma de chegar aos prazeres espirituais. Mas devemos ter o cuidado para não deixar que estes desejos e a necessidade de saciar o corpo se transformem apenas em um ato animal. D'us nos criou com um corpo e uma alma, e a alma nunca se sacia com os prazeres materiais. Se todo o foco se torna apenas o material, em pouco tempo já não nos preenche e logo precisamos de um prazer novo. Este tipo de prazer certamente não consegue durar 7 dias. Portanto, não é este tipo de prazer que a Torá nos ensinou e nos garantiu que seria duradouro.
 
A receita da Torá é simples e pode ser resumida em uma palavra: equilíbrio. Esta é a nossa meta neste mundo, aproveitar os prazeres do mundo material com bom senso, com foco. Não vivemos nem de acordo com a filosofia da abstinência nem do "Carpe Diem". Se os prazeres de Sucót forem utilizados como incentivo para a nossa espiritualidade, a cada dia crescemos um pouco mais na nossa alegria, pois não só o corpo vai sendo preenchido, mas também a alma se preenche. Somente desta maneira é possível sentir alegria nos 7 dias de festa. É por isso que a Torá ressalta que em Sucót podemos ser "completamente felizes", pois Sucót é justamente a festa do equilíbrio. Comemos bem, mas nossas paredes são de madeira. Bebemos um bom vinho, mas sob nossas cabeças estão apenas folhas e bambus. Podemos e devemos aproveitar os prazeres materiais, mas sem esquecer que este mundo é passageiro e provisório como a Sucá.
 
A festa de Sucót é um grande presente de D'us, pois se aprendermos a lição nestes 7 dias, podemos levar a felicidade para o ano todo. A felicidade de aproveitar as coisas de maneira moderada e equilibrada, sem nunca esquecer que, deste mundo material, nada levaremos.
 
CHAG SAMEACH
 
Rav Efraim Birbojm
 
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HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DO 1º DIA DE SUCÓT:
São Paulo: 17h44  Rio de Janeiro: 17h29  Belo Horizonte: 17h34  Jerusalém: 16h57
 
HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DO 2º DIA DE SUCÓT (YOM TOV SHENI):
Acender somente depois de: São Paulo: 18h36  Rio de Janeiro: 18h20  Belo Horizonte: 18h24
 
HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT (24 de setembro)
São Paulo: 17h45  Rio de Janeiro: 17h29  Belo Horizonte: 17h34  Jerusalém: 16h55
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