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VÍDEO DA PARASHAT BÔ |
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O PODER DO LIVRE-ARBÍTRIO - PARASHAT BÔ 5779 (11 de janeiro de 2019)
"Havia um rei muito bondoso e dedicado aos seus súditos. Todos os seus atos e leis eram feitos em prol do seu povo. Era um lugar onde reinava a paz e a tranquilidade. O rei era querido e respeitado por todos, e as pessoas se respeitavam e viviam em harmonia. Porém, a tranquilidade foi quebrada quando pessoas de má índole, que queriam tomar o poder, começaram a se rebelar contra o rei. Eles foram chamados para uma conversa no palácio, mas não adiantou nada, eles continuavam juntando seguidores para fazer uma grande rebelião contra o rei. O chefe do exército tentou impor duros castigos aos líderes do grupo rebelde, mas nem mesmo isto funcionou para fazer com que eles se arrependessem de seus maus atos. Porém, apesar dos esforços do ministro do exército, havia algo estranho acontecendo. Quanto mais ele se esforçava para impedir que os rebeldes conseguissem se armar, mais fortes eles ficavam. Sempre apareciam com armas novas e sofisticadas. Era um enorme mistério de onde aquelas armas todas surgiam. Até que certo dia, após decifrar uma mensagem secreta dos rebeldes, ele conseguiu preparar uma emboscada e interceptou um enorme carregamento de armas. Quando viu de onde vinham as armas, quase desmaiou. Descobriu que o fornecedor era... o próprio rei. O selo real nas caixas era inconfundível. Inconformado, ele foi tirar satisfações: - Desculpe, mas Vossa majestade enlouqueceu? Eu estou me esforçando tanto para que os rebeldes não tenham armas e, para minha enorme surpresa, descubro que é o próprio rei que fornece as armas aos rebeldes? Vossa majestade pode, por favor, me explicar o que está acontecendo? - Não se preocupe, eu não enlouqueci, meu caro ministro - respondeu o rei, visivelmente envergonhado por seu plano ter sido descoberto - desde a minha coroação eu tenho tentado, no limite das minhas forças, ser um bom rei e atender todas as necessidades do meu povo. Tudo o que eu faço é para o bem deles. Eu gostaria que eles reconhecessem que tudo o que eu faço é por bondade e se comportassem de acordo com as minhas leis. Quando este grupo de rebeldes surgiu, eu poderia ter facilmente os esmagado com a força do meu exército, mas esta não era esta a minha vontade. Não quero que eles sigam meu caminho por falta de escolha, quero que eles sigam meu caminho por opção. É por isso que eu mando as armas, para testá-los, para dar a eles a chance de abandonar os maus caminhos por escolha própria, por um sentimento de arrependimento, e não por se sentirem forçados a isto, por não terem a força de me enfrentar. - Porém, meu fiel ministro, eu te asseguro - continuou o rei - que se após algum tempo eles não demonstrarem nenhum tipo de arrependimento, caso eles não melhorem o comportamento e continuem com sua rebeldia e seus maus atos, mesmo após verem que eu faço a eles apenas bondades, eu pararei de enviar a eles as armas e, em pouco tempo, eles serão esmagados pelo meu exército, sem nenhum tipo de piedade." Assim funciona o nosso livre-arbítrio. D'us nos deu uma força incrível, a possibilidade da escolha, de utilizarmos nossas forças e nossa inteligência até mesmo contra Ele. D'us nos faz bondades o tempo inteiro, mas Ele quer que sigamos Seus caminhos e Suas leis por escolha, não por nos sentirmos obrigados.
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Na Parashat desta semana, Bô (literalmente "Venha"), a Torá continua descrevendo as pragas que castigaram o Egito e destruíram sua infraestrutura. Nas primeiras cinco pragas, a Torá diz que o Faraó endureceu seu coração e não cedeu às pressões para libertar o povo judeu da escravidão. Porém, a partir da sexta praga, o tom da Torá muda e, ao invés de escrever que o Faraó endureceu seu coração, está escrito que foi D'us que endureceu o coração do Faraó. O que significa esta mudança? Explica o Rav Yaacov Wainberg zt"l que D'us foi testando diversas vezes o Faraó, para saber se ele se arrependeria de seus maus atos. Mas, a partir da sexta praga, D'us retirou completamente o seu livre-arbítrio, não dando mais a ele a escolha de permitir que o povo judeu saísse até que as 10 pragas se completassem. Porém, isto desperta uma pergunta fundamental. Toda a essência da criação do mundo é justamente a possibilidade da pessoa escolher entre o certo e o errado, recebendo recompensas pelas escolhas corretas e castigos pelas escolhas erradas. O Faraó foi duramente castigado com as pragas por causa de suas escolhas equivocadas, por ter deixado sua vontade de fazer maldades e seus desejos pelo mundo material desviarem suas escolhas. Porém, a partir do momento em que D'us retirou dele o livre-arbítrio, então ele não tinha mais a escolha entre o certo e o errado. Entretanto, mesmo sem o poder da escolha, o Faraó continuou recebendo duros castigos de D'us. Como alguém pode ser punido por um ato que foi obrigado a fazer? Por que o Faraó continuou sendo castigado se D'us havia tirado dele a possibilidade de dizer "Sim"? Para responder este questionamento, precisamos antes entender o que é exatamente o livre-arbítrio e porque ele nos foi dado. O conceito de livre-arbítrio é algo muito profundo e de difícil entendimento, mas ao mesmo tempo, fundamental para a existência da nossa vida neste mundo. O livre-arbítrio é o poder do ser humano escolher seus caminhos na vida, é a possibilidade do homem seguir o caminho indicado por D'us ou se rebelar e seguir o caminho contrário. Sem o livre-arbítrio existiria apenas o poder de D'us e, como consequência, todo o universo existiria apenas de forma passiva. Ao dar o livre-arbítrio ao ser humano, D'us o dotou com um poder especial, de forma que duas forças existiriam no universo. Isto possibilitou que se firmasse um pacto entre o Criador e Suas criaturas. Possibilitou também que existissem os Mandamentos e um relacionamento entre o ser humano e D'us, o que seria algo sem sentido se o ser humano não tivesse escolha. Portanto, o livre-arbítrio é um incrível presente que D'us deu ao ser humano. Por outro lado, da mesma forma que D'us dá o livre-arbítrio de presente ao ser humano, Ele pode retirar no caso de uma pessoa não merecê-lo. Explica o Rambam (Maimônides) (Espanha, 1135 - Egito, 1204), nas Halachót de Teshuvá (Leis de Arrependimento), que o livre-arbítrio possibilita que a pessoa faça uma transgressão tão grande, ou uma grande quantidade de transgressões menores, ao ponto de ser rotulado como um "rebelde". Neste momento, é retirado dele a oportunidade de se arrepender e consertar seus atos, o que seria a sua cura espiritual. Quando a pessoa chega ao limite, ela perde o presente do livre-arbítrio. Foi isto o que ocorreu com o Faraó. Quando a Torá diz que D'us endureceu o seu coração, significa que naquele momento ele atingiu seu limite e perdeu o direito ao livre-arbítrio. Ele recebeu diversas oportunidades para se arrepender, através dos avisos e dos duros castigos que recebeu, porém ele usou suas escolhas para oprimir e tentar destruir o povo judeu, fisicamente e psicologicamente. Após demonstrar que não estava utilizando da forma correta o presente do livre-arbítrio que havia recebido, então seu livre-arbítrio e, consequentemente, sua possibilidade de se arrepender, foram retiradas dele. Ele continuou a receber os castigos, mesmo sem livre-arbítrio, pois já havia demonstrado, nos testes anteriores, quem era ele de verdade. Entretanto, se o livre-arbítrio do Faraó já havia sido retirado após a sexta praga, então por que D'us continuou mandando Moshé advertir o Faraó e avisar que, caso ele não se arrependesse de seus maus atos, sofreria as consequências? Explica o Rambam que D'us queria ensinar justamente que temos muitas chances de nos arrepender e de consertar nossos erros, mas a partir do momento em que D'us tira o livre-arbítrio daquele que cometeu atos muito errados, então não há mais forma de consertar seus erros. Qualquer pessoa que estuda sobre as 10 pragas sabe que nenhum ser humano desafiaria D'us neste limite, mesmo sendo continuamente advertido e castigado. Certamente qualquer um nesta situação já teria libertado o povo judeu para terminar com seus sofrimentos. A única forma de entender a obstinação do Faraó, apesar de tanto sofrimento, é ele ter perdido o livre-arbítrio. Após desperdiçar muitas chances de se arrepender, o Faraó ficou gravado para sempre na Torá como um exemplo daquele que, ao abusar, acabou perdendo o seu livre-arbítrio. O livre-arbítrio é, portanto, um dos maiores paradoxos da existência humana. É a independência que D'us dá a uma criatura completamente dependente Dele. Precisamos refletir muito para entender que é uma bondade imensurável D'us dar ao ser humano a força e a inteligência para que possamos nos rebelar contra Ele. O ser humano, sem o potencial de se rebelar, também nunca poderia se aproximar de D'us. Um pacto depende de duas partes, não pode ser algo unilateral. O relacionamento do povo judeu com D'us, que é o maior prazer que podemos alcançar, somente é possível por causa do livre-arbítrio. Portanto, devemos nos questionar muito sobre como estamos utilizando nossas escolhas na vida. A Parashat desta semana nos ensina uma lição muito importante. Muitas vezes tropeçamos em nossos atos e cometemos erros. Muitos desanimam com seus tropeços e acabam caindo ainda mais. Precisamos conhecer a força do nosso livre-arbítrio. Quando D'us nos deu este presente, Ele nos deu a possibilidade de errar e, ao mesmo tempo, também nos deu a chance de consertar os nossos erros, aprender com os nossos tropeços e crescer. Quando erramos, nos afastamos de D'us, mas quando nos arrependemos e consertamos os nossos erros, nos conectamos a D'us em um nível ainda mais forte. Devemos agradecer a D'us todos os dias de nossas vidas por esta enorme bondade. E a melhor forma de agradecer é fazendo um bom uso do nosso presente. SHABAT SHALOM R' Efraim Birbojm
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*********************************************** HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT - PARASHAT BÔ 5779: São Paulo: 19h38 Rio de Janeiro: 19h23 Belo Horizonte: 19h19 Jerusalém: 16h19 *****************************************
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Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Eliahu ben Esther, Moshe ben Feigue, Laila bat Sara, Chana Mirel bat Feigue, Eliezer ben Shoshana, Mache bat Beile Guice, Feiga Bassi Bat Ania.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l, Eliezer ben Arieh z"l; Arieh ben Abraham Itzac z"l, Shmuel ben Moshe z"l, Chaia Mushka bat HaRav Avraham Meir z"l, Dvora Bacha bat Schmil Joseph Rycer z"l, Alberto ben Esther z"l, Malka Betito bat Allegra z"l, Shlomo ben Salha z"l, Yechiel Mendel ben David z"l, Faiga bat Mordechai HaLewy z"l.
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Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com (Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai).
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