sexta-feira, 8 de setembro de 2017

FORÇA DE VONTADE - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ KI TAVÔ 5777 

BS"D
O E-mail desta semana foi carinhosamente oferecido pela Família Lerner em Leilui Nishmat de: 
Miriam Iocheved bat Mordechai Tzvi z"l


Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, favor entrar em contato através do e-mail efraimbirbojm@gmail.com.
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FORÇA DE VONTADE - PARASHÁ KI TAVÔ 5777 (08 de setembro de 2017)

O Sr. Ernesto já estava muito velhinho. Ele vivia sozinho com a esposa em uma pequena cidade do interior. Estava chegando a época do plantio das sementes e o Sr. Ernesto precisava arar seu campo, mas era um trabalho muito pesado para alguém da sua idade. Para dificultar ainda mais a situação, Jorge, seu filho único, que normalmente o ajudava no trabalho pesado do campo, estava na prisão, falsamente acusado de pertencer a uma quadrilha de roubo a bancos, meses à espera de um defensor público para provar sua inocência. O Sr. Ernesto, já sem esperanças, escreveu uma carta ao filho:
 
"Querido filho, estou triste porque, ao que parece, não vamos conseguir plantar nada neste ano e não sei de onde tiraremos o nosso sustento. Estou velho demais para cavar sozinho a terra. Se você estivesse aqui, eu não teria este problema, mas sei que este ano infelizmente você não poderá me ajudar. Não sei mais o que fazer. Com amor, seu querido pai".
 
Poucos dias depois o pai recebeu a seguinte carta de Jorge:
 
"Querido pai, por favor, eu te imploro, não escave o jardim. Foi lá que eu escondi todo o dinheiro..."
 
Às quatro da manhã do dia seguinte, vários agentes da Polícia Federal apareceram e reviraram o campo inteiro à procura do dinheiro, mas como não encontraram nenhum centavo, foram embora. Confuso, o Sr. Ernesto escreveu para o seu filho contando o que havia acontecido. E assim o filho respondeu:
 
"Pai, agora que o terreno já foi completamente arado, você já pode fazer o plantio. Isto é o máximo que eu posso fazer para te ajudar neste momento. Te amo. Seu filho querido".
 
Quando temos a vontade de fazer algo, nada é impossível. Por isso, é importante repensar nas desculpas, os pequenos "não consigo" que normalmente colocamos como obstáculos em nosso crescimento espiritual.

Nesta semana lemos a Parashá Ki Tavô (literalmente "Quando vocês vierem"), que começa descrevendo uma das Mitzvót que o povo judeu deveria cumprir apenas após a conquista da Terra de Israel, chamada "Mitzvá de Bikurim", que consistia em cada proprietário de terras trazer para Jerusalém uma cesta contendo as primícias (primeiros frutos) de sua colheita. Esta cesta era presenteada ao Cohen (sacerdote) e colocada sobre o altar de sacrifícios. Mas uma das partes mais importantes desta Mitzvá de Bikurim era o proprietário da terra recitar uma extensa declaração de agradecimento a D'us, por Sua bondade incessante e constante, que garantiu a improvável sobrevivência do povo judeu durante a história, como dizemos na Hagadá de Pessach: "Pois não apenas um povo se levantou contra nós para nos exterminar, mas, ao contrário, em cada geração e geração se levantam contra nós para nos exterminar. E D'us nos salva das mãos deles".
 
Nesta declaração de agradecimento, cada pessoa recordava as bondades de D'us desde os dias dos nossos antepassados, como está escrito: "Um arameu tentou matar meu antepassado" (Devarim 26:5). A que acontecimento este versículo se refere? De acordo com Rashi (França, 1040 - 1105), Yaacov Avinu trabalhou 20 anos para seu tio Lavan e, apesar de ter sido enganado centenas de vezes, D'us o protegeu e ele conseguiu juntar uma enorme riqueza. Quando Yaacov resolveu que era hora de voltar para casa, para a Terra de Israel, escondeu sua decisão de Lavan, pois sabia que, usando táticas enganosas, Lavan faria de tudo para não permitir sua saída. Yaacov praticamente fugiu da casa de Lavan, mas foi perseguido e alcançado. Lavan perseguiu Yaacov com a intenção de matá-lo, porém D'us apareceu para Lavan e o ameaçou, advertindo-o que ele não poderia fazer nenhum mal a Yaacov. É com esta salvação do nosso patriarca Yaacov das mãos de Lavan, o arameu, que começamos a declaração de agradecimento da Mitzvá de Bikurim. Se Lavan tivesse sido bem sucedido em seu intento de matar Yaacov, certamente teria sido o fim do povo judeu.
 
Porém, se prestarmos atenção, há algo que nos chama a atenção nas palavras deste agradecimento. Apesar de traduzirmos o versículo como "um arameu tentou destruir meu antepassado", não é isto que está literalmente escrito. As palavras "Arami Oved Avi" significam, literalmente, "um arameu destruiu meu antepassado". Se Lavan não teve sucesso em destruir Yaacov e o povo judeu, por que na Torá está escrito de maneira que aparenta que ele sim teve sucesso em completar seu mau ato?
 
Rashi explica que, apesar de Lavan não ter conseguido alcançar seu intento, D'us considerou como se seu ato tivesse realmente sido realizado, para castigá-lo. E assim acontece com todos os Reshaim (malvados), quando eles intencionam fazer um mau ato, mesmo que por algum motivo externo não consigam cumprir seu intento, é considerado como se tivessem completado sua má ação e eles são castigados por isso.
 
Mas esta explicação de Rashi aparentemente não resolve completamente o problema. O tema predominante na declaração de Bikurim é expressar a nossa gratidão a D'us por toda a bondade que Ele nos fez e faz. Uma vez que fomos salvos das tentativas de Lavan de nos destruir, o benefício que recebemos foi devido à falta de sucesso em seus maus intentos. Então por que expressamos nossa gratidão em termos de seu sucesso? Entendemos que a linguagem "um arameu destruiu meu antepassado" serve para nos ensinar que D'us puniu Lavan como se ele tivesse sido bem sucedido em seus maus atos. Porém, por que esta linguagem também é utilizada para expressar nossa gratidão por termos sido salvos?
 
Além disso, há ainda um grande questionamento filosófico. O Talmud (Kidushin 40a) nos ensina que não apenas as más intenções dos Reshaim são julgadas por D'us como se fossem maus atos, o outro lado também é verdadeiro. Segundo o Talmud, a intenção de um Tzadik (justo) de fazer um bom ato é creditada como se ele realmente tivesse feito o bom ato. Por exemplo, um Tzadik queria cumprir a Mitzvá de "Bikur Cholim" (visitar um doente), mas quando chegou ao hospital, o doente estava dormindo e ele não pôde nem mesmo entrar no quarto para dizer uma Brachá de "Refua Shleima" (cura completa). Apesar de ele não ter feito o ato, é creditado como se este Tzadik tivesse efetivamente visitado o doente. Mas qual é a lógica de D'us punir ou recompensar alguém por algo que ela efetivamente não fez?
 
Explica o Rav Yohanan Zweig que a decisão de uma pessoa de fazer certo ato não garante que ela dará continuidade a isto. Porém, se o ato reflete a própria essência da pessoa, então suas intenções já servem como um compromisso e uma garantia de que a pessoa cumprirá o que ela se dispôs a fazer. Uma vez que uma pessoa se comprometeu de todo o coração a empreender certo esforço, praticamente nenhuma força na natureza pode impedir sua determinação. Consequentemente, se a pessoa não tiver sucesso, então podemos atribuir à intervenção Divina.
 
Portanto, por causa da determinação de um Tzadik em fazer apenas bons atos, sua intenção já é a garantia de seu cumprimento. Mesmo que circunstâncias além do seu controle o impeçam de cumprir seu compromisso, D'us considera como se o ato tivesse sido efetivamente cumprido. Da mesma forma, a determinação dos Reshaim para cometer um mau ato é tão forte que é preciso a intervenção Divina para frustrar seus planos. Por isso, os Reshaim são punidos por sua intenção como se tivessem efetivamente realizado o mau ato.
 
Ao expressar nossa gratidão por termos sido salvos de Lavan, estamos também declarando nossa consciência de que, se Lavan havia decidido em seu coração matar Yaacov e destruir o povo judeu, nada além da intervenção Divina poderia impedir seu sucesso. A maneira pela qual indicamos nosso reconhecimento deste fato é referindo-se ao incidente como se ele realmente tivesse ocorrido. Assim estamos enfatizando, em nosso agradecimento, que nos sentimos ainda mais endividados com D'us pelas Suas bondades,
 
Fica da nossa Parashá um ensinamento muito importante para nossas vidas, conforme afirmam os nossos sábios: "Não há nada que pode impedir a força de vontade". Isto é dito principalmente em relação à nossa espiritualidade. Muitas vezes limitamos o nosso verdadeiro potencial quando pensamos "não consigo". Nosso potencial é muito maior do que imaginamos e somos nós que desistimos sem nem mesmo tentar. Quando realmente acreditamos em um objetivo espiritual, nossa vontade pode nos levar ao sucesso. E mesmo se não conseguirmos atingir o nosso objetivo por motivos que apenas D'us entende, Ele nos recompensará como se tivéssemos realizado. Por isso, não podemos desistir sem ter ao menos tentado.
 
Estamos no meio de Elul, o último mês de preparação antes de Rosh Hashaná. Decisões de crescimento espiritual feitas neste momento podem mudar completamente o nosso ano e o nosso julgamento. O mais importante é a vontade sincera de crescer, de mudar, de sair do comodismo espiritual. Esta vontade, junto com o nosso esforço e a ajuda de D'us, certamente nos levarão ao sucesso em nosso crescimento espiritual. 

QUE SEJAMOS INSCRITOS E SELADOS NO LIVRO DA VIDA

Shabat Shalom

R' Efraim Birbojm

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HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT - PARASHÁ KI TAVÔ 5777:

                   São Paulo: 17h38  Rio de Janeiro: 17h25                    Belo Horizonte: 17h28  Jerusalém: 18h18
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Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Eliahu ben Esther, Moshe ben Feigue.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l, Eliezer ben Arieh z"l; Arieh ben Abraham Itzac z"l, Shmuel ben Moshe z"l, Chaia Mushka bat HaRav Avraham Meir z"l, Dvora Bacha bat Schmil Joseph Rycer z"l, Alberto ben Esther z"l, Malka Betito bat Allegra z"l.
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Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com
 
(Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai).
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