quinta-feira, 14 de março de 2019

A LUZ DA TORÁ - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT VAYIKRÁ E PURIM 5779

BS"D
Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, favor entrar em contato através do e-mail efraimbirbojm@gmail.com.
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A LUZ DA TORÁ - PARASHAT VAYIKRÁ E PURIM 5779 (15 de março de 2019)


"O Rav Naftoli Trop zt"l (Bielorrússia, 1871 - 1928), o Rosh Yeshivá de Radin, era uma pessoa amada por todos. Ele era reconhecido como um grande Talmid Chacham (pessoa com vasto conhecimento em todas as áreas da Torá). Ele era tão querido que, quando ficou muito doente, em uma idade relativamente jovem, os alunos da Yeshivá decidiram doar tempo de suas vidas para ele. Alguns dos jovens alunos prometeram dias, outros prometeram semanas. Depois que todas as promessas foram feitas, eles se dirigiram ao grande rabino Chafetz Chaim para pedir a ele que doasse tempo de sua vida ao amado Rosh Yeshivá. O Chafetz Chaim pediu um tempo para refletir. Após alguns minutos, ele disse aos alunos que estava disposto a doar ao Rav Naftoli um minuto da sua vida. Os alunos ficaram arrasados. Um minuto e nada mais? Era tudo o que ele podia doar ao querido Rosh Yeshivá? O Chafetz Chaim, ao perceber a expressão de decepção no rosto dos alunos, explicou:

- Se vocês soubessem o que se pode adquirir em um minuto de estudo de Torá, vocês não seriam tão descuidados com o seu tempo como vocês são.

Naquele dia, os alunos da Yeshivá ganharam uma nova apreciação do incrível valor do tempo. Eles voltaram imediatamente ao Beit Midrash e começaram a estudar. Anos mais tarde, eles disseram que nunca o estudo foi tão intenso como naquele dia em que aprenderam o verdadeiro valor de cada minuto de estudo da Torá".

As pessoas costumam "matar tempo". Realmente a expressão é correta, pois quando uma pessoa joga tempo fora, é como se estivesse se matando naquele momento. O tempo que passa não volta nunca mais.

Nesta semana lemos a Parashat Vayikrá (literalmente "E chamou") que, entre outros assuntos, fala sobre Korbanót, os sacrifícios que eram oferecidos no Mishkan (Templo Móvel). Um dos Korbanót, chamado "Korban Chatat", era oferecido quando uma pessoa fazia certos tipos de transgressão de forma não intencional. Porém, se não era intencional, por que era necessário oferecer um Korban? Pois mesmo quando uma pessoa não tem a intenção de fazer uma transgressão, ainda assim isto causa um afastamento espiritual de D'us. O Korban, que vem da palavra "Karov" (perto), era a maneira do transgressor se conectar novamente a D'us.

E a próxima Festividade do calendário judaico, Purim, que comemoramos a partir da próxima 4ª feira de noite (20 de março), também está muito conectada com o conceito de nos reconectarmos a D'us após um afastamento por causa das nossas transgressões. Durante o exílio, após a destruição do nosso Primeiro Beit Hamikdash (Templo Sagrado), o povo judeu participou de um banquete oferecido pelo rei da Pérsia, Achashverosh, apesar dos insistentes pedidos do líder da comunidade judaica no exílio, Mordechai, para que eles não comparecessem. O comportamento inadequado do povo judeu desagradou a D'us. A consequência foi que um grande odiador do povo judeu, chamado Haman, descendente do povo de Amalek, se tornou extremamente poderoso e influente, a ponto de convencer o Rei Achashverosh a assinar um decreto de extermínio do povo judeu. De uma maneira oculta, D'us fez um grande milagre e "virou o jogo", fazendo com que Haman fosse enforcado e o povo judeu se vingasse dos seus inimigos justamente no dia marcado para o seu extermínio. E assim a Meguilat Esther descreve a reação do povo judeu diante do incrível milagre: "Os judeus tiveram luz, alegria, júbilo e honra" (Esther 8:16). Mas o que significa que os judeus tiveram luz?

Nos ensina o Talmud (Meguilá 16b) que este versículo carrega uma profunda mensagem espiritual. "Luz" simboliza a Torá, e o versículo está nos ensinando que durante a salvação de Purim o povo judeu reafirmou seu compromisso com a Torá. Porém, em nenhum momento a Meguilat Esther descreve que o povo judeu havia abandonado a Torá. Então qual compromisso com a Torá foi reafirmado? Além disso, a Torá normalmente é associada a diferentes elementos da natureza, como a água, o fogo e o ar. Por que neste caso, em que se refere a reafirmar o compromisso do povo judeu, o elemento associado à Torá foi o fogo?

Além disso, a Torá descreve que quando o povo judeu saiu do Egito, eles foram atacados por Amalek, como está escrito: "Amalek veio e lutou com Israel em Refidim" (Shemot 17:8). Há um Midrash que explica que o nome "Refidim" representa o motivo da vulnerabilidade do povo judeu diante do ataque de Amalek. "Refidim" é uma contração de "SheRafu Yedeichem Min HaTorá" (eles enfraqueceram suas mãos da Torá), indicando que o povo judeu havia ficado relaxado no seu estudo da Torá. Porém, pela linguagem do Midrash, parece que foi a Torá que causou o enfraquecimento do povo judeu, pois a expressão "Min HaTorá" significa, literalmente, "como resultado da Torá". O que o Midrash está nos ensinando ao se expressar desta maneira?

Finalmente, há uma diferente passagem da Torá que descreve outro confronto do povo judeu com o povo de Amalek, como está escrito: "Você deve se lembrar do que Amalek fez a você no caminho, quando você saiu do Egito. Ele surgiu no caminho e golpeou os que ficaram para trás, quando você estava fraco e cansado" (Devarim 25:17,18). Diferente da descrição anterior do confronto com Amalek, que atribuiu a vulnerabilidade do povo judeu ao seu desleixo espiritual, desta vez a Torá descreveu o povo judeu fisicamente vulnerável, "fraco e cansado". Como entender esta aparente contradição? Afinal, Amalek conseguiu atacar o povo judeu por um descuido espiritual ou por um descuido físico?

Explica o Rav Yohanan Zweig que todas as nossas ações podem ser classificadas em dois tipos de categoria. A primeira categoria são as ações que não têm nenhum valor intrínseco, isto é, são necessárias apenas como um meio para alcançarmos certos objetivos. Por exemplo, a pessoa precisa chegar ao trabalho e leva quase uma hora no trânsito. O ato de deslocamento até o escritório não tem nenhum valor intrínseco, é apenas necessário para chegar ao objetivo. A segunda categoria são as ações que também podem ser necessárias para atingir um objetivo, mas que têm também seu próprio valor intrínseco. Por exemplo, uma pessoa que está indo passar férias em um hotel e escolhe uma estrada com vários pontos turísticos. Apesar do objetivo final ser o hotel, a viagem também tem seu próprio valor. As ações que não contém valor intrínseco são normalmente um peso e são realizadas com alguma resistência, pois como a pessoa sabe que o ideal seria alcançar diretamente o objetivo, então ela sente como se tivesse desperdiçado seu tempo e esforço. A pessoa só se sente estimulada e energizada quando percebe que seus esforços também têm um valor intrínseco.

O estudo da Torá tem estes dois aspectos. Um é a aquisição de sabedoria, que permite que a pessoa cumpra as Mitzvót da maneira como foram prescritas por D'us. De acordo com este aspecto, o estudo da Torá seria apenas um meio para atingir o objetivo, porém sem nenhum valor intrínseco. Entretanto, o estudo da Torá também tem um valor intrínseco. Quando alguém estuda Torá, está estudando a sabedoria de D'us e, desta maneira, está automaticamente se conectando a Ele.

A essência de Amalek é demonstrar que este mundo é desprovido da Providência Divina e, portanto, é regido pelo acaso. Esta filosofia remove qualquer valor intrínseco dos nossos atos. De acordo com a filosofia de Amalek, como não existe um Plano Divino, toda a existência se transforma apenas em uma busca por autogratificação. Este conceito se reflete até mesmo no nome do povo de Amalek, que também pode ser lido como a contração de "Amal Kof", literalmente "o esforço de um macaco". O macaco é o primata mais próximo do ser humano e pode ser treinado para imitar o comportamento humano. Entretanto, embora os atos de um macaco possam ser muito parecidos aos dos seres humanos, isto ocorre apenas em sua aparência, mas não têm nenhum valor intrínseco. Qual é a consequência desta filosofia de Amalek? A falsa noção de que nossos atos não têm valor, deixando as pessoas insatisfeitas com a vida e, muitas vezes, até mesmo deprimidas. Isto leva a um comportamento autodestrutivo, uma das marcas registradas de Amalek, um povo descrito pelos nossos sábios como sendo suicida.

A Torá identificou a deficiência do povo judeu como sendo o cansaço do estudo da Torá. Qual é a fonte deste cansaço? Se a pessoa enxerga o estudo da Torá apenas como um meio para atingir um objetivo, e não aprecia seu valor intrínseco, então o estudo se torna algo pesado e deixa a pessoa cansada. O cansaço no estudo da Torá é um indicador de que permitimos que a filosofia traiçoeira de Amalek, a sensação de que nossos atos não têm valor, entre no nosso coração. A Torá se refere a Amalek como sendo um povo "frio", que congela a nossa empolgação de viver.

Contra o "frio" espiritual de Amalek, é necessário que o fogo da Torá nos aqueça e nos energize, nos trazendo preenchimento e um sentido de propósito. A falta desta perspectiva correta nos enfraquece, não apenas espiritualmente, mas também fisicamente. Quando permitimos que o nosso "Amalek" interno aflore, nos expomos ao ataque do Amalek externo. Foi isso o que ocorreu diversas vezes com o povo judeu, quando nos enfraquecemos, fisicamente e espiritualmente, com a falta da perspectiva correta no estudo da Torá. Por isso, fomos vítimas dos ataques de Amalek.

É isto que revivemos durante a Festa de Purim. Nos dias de Mordechai e Esther, o povo judeu conseguiu derrotar nossos inimigos externos junto com o nosso Amalek interno, que foi derrotado com o reacendimento do fogo da nossa Torá. Isto vem junto com a consciência do valor intrínseco do estudo da Torá. Cada judeu que reconhece o valor intrínseco da Torá, e que a estuda com constância, amor e fervor, está contribuindo para que a Luz da Torá possa vencer, para sempre, a escuridão de Amalek.

 

SHABAT SHALOM E PURIM KASHER VE SAMEACH                    

R' Efraim Birbojm

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HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT - PARASHAT VAYIKRÁ 5779:

São Paulo: 18h02  Rio de Janeiro: 17h49  Belo Horizonte: 17h50  Jerusalém: 17h11
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Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Eliahu ben Esther, Moshe ben Feigue, Laila bat Sara, Chana Mirel bat Feigue, Eliezer ben Shoshana, Mache bat Beile Guice, Feiga Bassi Bat Ania.
 
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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