sexta-feira, 15 de maio de 2009

SHABAT SHALOM MAIL - PARASHIOT BEHAR E BECHUKOTAI 5769

BS"D

REFINADO COMO A PRATA - PARASHIOT BEHAR E BECHUKOTAI 5769 (15 de maio de 2009)

"Na Inglaterra, um grupo de mulheres judias participava de estudos bíblicos. Quando chegaram a um determinado versículo, não conseguiram entender o que ele significava. Era um versículo do profeta Malachi, que dizia: "Ele (D'us) vai se sentar como um refinador e purificador de prata" (Malachi 3:3). As mulheres ficaram intrigadas, pois o versículo se referia a como D'us se comporta conosco, e elas não conseguiam entender a analogia de D'us com um ourives que purifica a prata. Uma das mulheres se voluntariou para observar o processo de refinamento da prata e tentar entender o que o versículo ensinava. Na mesma semana a mulher ligou para um ourives e marcou um horário para vê-lo trabalhando, sem mencionar nada sobre o motivo de seu interesse sobre o processo de refinamento da prata.

No dia marcado, ela foi e sentou-se em silêncio ao lado do ourives. Ele pegou um pedaço de prata e colocou sobre o fogo, deixando-o aquecer. Ele explicou que no processo de refinação da prata, a prata deve ser mantida sempre no meio do fogo, onde as chamas são mais quentes, para conseguir assim queimar todas as impurezas. A mulher imediatamente pensou em D'us nos segurando em um local quente daqueles, e novamente pensou no versículo: "Ele se senta como um refinador e purificador de prata".

Então ela perguntou ao ourives porque ele ficava o tempo todo sentado ali, na frente do fogo, enquanto a prata estava sendo refinada, e não apenas deixava a prata ali queimando e voltava mais tarde. O homem respondeu que ele precisava manter seus olhos na prata durante todo o tempo em que estivesse no fogo, pois se a prata fosse deixada nas chamas por um tempo mais longo do que o necessário para a purificação, ela queimava e ficava destruída. A mulher ficou em silêncio por alguns momentos, meditando. Então ela fez uma pergunta final ao ourives:

- Se é tão perigoso assim passar do ponto correto, então como saber quando a prata está completamente refinada?

Ele sorriu para ela e respondeu:

- Ah, isso é fácil. Quando a prata está pronta e totalmente purificada, eu consigo ver minha imagem refletida nela"

D'us nos manda muitas dificuldades e desafios na vida, para que possamos crescer com eles. Quando Ele sabe que estamos prontos? Quando Ele olha nossos atos e se vê refletido neles.
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Nesta semana lemos duas Parashiot juntas, Behar e Bechukotai. A Parashá Behar começa com uma das Mitzvót mais interessantes da Torá: a Mitzvá de Shmitá (Ano Sabático). Por seis anos o povo judeu pode trabalhar a terra de Israel, plantando e colhendo seus frutos. Porém, no sétimo ano, a Torá nos ordena não fazer nenhum uso da terra, não colhendo nem plantando nada. Mas uma das coisas mais intrigantes é a introdução que a Torá faz para esta Mitzvá: "E disse D'us para Moshé no Monte Sinai: 'fale com o povo judeu e diga para eles... por seis anos vocês semearão seus campos e por seis anos vocês cortarão seus vinhedos, e vocês juntarão suas colheitas. Mas no sétimo ano vocês devem dar um descanso completo para a terra..." (Vayikrá 25:1-4). Por que está escrito que a Mitzvá de Shemitá foi entregue por D'us para Moshé no Monte Sinai? Não foram todas as Mitzvót entregues no Monte Sinai?

Explica Rashi, comentarista da Torá, que da mesma forma que a Mitzvá de Shmitá foi entregue com todos os seus detalhes no Monte Sinai, o mesmo ocorreu com todas as outras Mitzvót, que também foram entregues por D'us, com todos os seus detalhes, no Monte Sinai. Em outras palavras, Rashi está explicando que a Mitzvá de Shmitá é um exemplo para todas as outras Mitzvót das Torá. Mas por que justamente a Mitzvá de Shmitá? E qual a conexão desta Mitzvá com as outras Mitzvót da Torá?

Para entender, antes é preciso entender o porquê das Mitzvót. Um dos sábios da Guemará (Torá Oral) certa vez fez uma pergunta interessante: "Será que D'us se importa se a Shechitá (abate Kasher) é feito pela frente ou por trás do pescoço?" O que ele quis dizer é que as Mitzvót têm muitos detalhes, será que D'us, que precisa cuidar de todo o universo, se preocupa com este tipo de coisa? A Guemará então nos responde que as Mitzvót não foram criadas para D'us, Ele não ganha nada com elas. As Mitzvót foram dadas para "Letzaref" o povo judeu. A palavra "Letzaref" significa "unir, conectar". Se existe uma Mitzvá, isto é, um mandamento, existe um "Metzavê", isto é, alguém que comandou. Toda vez que cumprimos uma Mitzvá exatamente da maneira como D'us nos ensinou, isso nos conecta com ele. D'us não precisa das Mitzvót, nós precisamos, pois esta é a forma de nos conectarmos com Ele. E mais do que isso, a palavra "Letzaref" também significa "purificar e moldar". É uma palavra utilizada, por exemplo, no processo de fabricação de peças de prata. Mas como ocorre este processo de conexão com D'us, e mais, de purificação e moldagem?

Existem no universo várias formas de energia. Nas últimas décadas se desenvolveu uma maneira de produzir muita energia através da quebra do átomo, mais conhecido como fissão nuclear. Explodir o átomo e liberar energia é a parte mais fácil do processo. A grande dificuldade está em canalizar esta energia para utilizá-la de uma maneira construtiva. Quando a energia é a canalizada, se converte em usinas nucleares, que podem abastecer várias cidades. Mas quando a energia nuclear não é canalizada, ela transforma-se na terrível e mortal bomba atômica.

Segundo o judaísmo, temos várias forças internas, provenientes da nossa alma e do nosso corpo. Quando temos controle, podemos utilizar todas as nossas forças de forma positiva e construtiva. Mas uma pessoa sem autocontrole torna-se um animal e, em alguns segundos, pode destruir sua vida e a de outras pessoas à sua volta. E o que nos ajuda a canalizar todas as nossas energias e o nosso potencial? As Mitzvót.

Vemos isso de forma muito ressaltada na Mitzvá de Shmitá. Imagine o dono das terras passando um ano inteiro olhando suas terras cultiváveis, a sua única fonte de sustento, e não podendo cultivá-la. A cada dia ele desenvolve mais um pouco o seu autocontrole, ele consegue canalizar a sua energia. Nos primeiros dias ele luta consigo mesmo, mas depois de um tempo ele aprende a dominar seus impulsos e instintos. A Mitzvá de Shmita o transforma, de um animal movido apenas pelos instintos, em um ser humano verdadeiro. E apesar de cada Mitzvá ter, por si só, motivações espirituais específicas, o ponto em comum de todas elas é o autocontrole, a disciplina a que elas nos levam. Podemos comer e ter prazer, mas a Brachá (benção) nos faz pensar por alguns segundo no que estamos fazendo, dando um sentido especial para o nosso ato. Podemos ter proveito dos alimentos, mas a Kashrut nos ensina a não comer tudo o que temos vontade ou o que vemos na frente. Aprender a impor limites na vida é a única forma de moldar um ser humano. As Mitzvót ajudam a pessoa, desde pequena, a saber que quem controla é a alma, não o corpo.

E como isso nos conecta a D'us? Nos momentos de desejo, podemos lembrar, através das Mitzvót, quem somos nós de verdade. Nos momentos em que surgem dificuldades, as Mitzvót nos ajudam a lembrar qual é o nosso propósito na vida. E além de tudo, aquele que tem autocontrole aproveita muito mais os prazeres. Não ficar com raiva, não sentir inveja e não sentir orgulho, por exemplo, são coisas que nos levarão ao Mundo Vindouro e, ao mesmo tempo, já transformam nossa vida neste mundo em algo muito melhor.

SHABAT SHALOM

Rav Efraim Birbojm

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