| | MENSAGEM DA PARASHÁ KI TISSÁ | | | ASSUNTOS DA PARASHÁ KI TISSÁ - Instruções Para o Censo
- O Kior (Lavatório)
- O Óleo da Unção
- O Incenso
- Os Arquitetos do Mishkan (Betzalel e Achaliav)
- O Shabat
- O Bezerro de Ouro
- A fúria de D'us
- Moshé Desce e quebra as Tábuas
- O Pedido de Moshé
- Moshé implora pelo perdão
- Visão Divina
- As Segundas Tábuas
- 13 Atributos de Misericórdia
- Primogênitos
- Moshé retorna com o rosto brilhando
| | | BONDADES VOLTAM - PARASHÁ KI TISSÁ 5783 (10/mar/23) "Fernanda vinha de um ano complicado, com problemas na família e uma suspeita de câncer de tiroide que acabou não se confirmando, mas que causou muito estresse. Foi quando ela soube do projeto de uma instituição de caridade que arrecadava cabelos e confeccionava perucas para doar a pessoas que passaram por tratamento contra o câncer. Ela decidiu cortar e doar seu cabelo, como forma de agradecer por tudo ter terminado bem. Fernanda, que era formada em publicidade, gostou tanto do projeto que se interessou em ajudar de outras maneiras. Por exemplo, quando ela soube que seria feita uma campanha em um site de financiamento coletivo, fez questão de contribuir e incentivou outras pessoas a também contribuírem. Algum tempo depois, Fernanda deixou seu emprego, com a intenção de começar a empreender sozinha. Porém, as coisas não saíram como ela havia planejado. Meses se passaram e ela não conseguia clientes. Sua situação financeira começou a apertar e ela já não sabia mais o que fazer. Foi quando teve ideia de oferecer seus serviços à instituição de caridade, e logo foi contratada. Apesar de ser um valor bem abaixo do mercado, já que eles não tinham condições de pagar um bom salário, mesmo assim era o suficiente para dar a Fernanda um respiro até que encontrasse outras oportunidades. Além disso, ela faria este trabalho com amor, com vontade de ajudar o próximo. E assim ela logo começou a ajudar na divulgação da sua primeira campanha na instituição. Sem saber, aquele seria o primeiro cliente na sua carreira de sucesso em assessoria de comunicação. Um mês depois de começar a trabalhar na instituição de caridade, algo incrível já tinha acontecido: Fernanda já tinha assinado contratos com outros três clientes. Ela então decidiu que não receberia mais pagamento da instituição de caridade, e que seu trabalho seria totalmente voluntário, cuidando da divulgação na imprensa e nas redes sociais. Um ano e meio depois, ela já tinha 11 clientes. Apesar de trabalhar muito, ela sempre arrumava tempo para ajudar a instituição de caridade, fazendo ações que ajudassem na comunicação. Após aquela experiência maravilhosa, Fernanda sempre aconselhava as pessoas a também se lançarem ao voluntariado, mas pedia que fizessem isso de coração aberto, abraçando a causa, sem esperar nada em troca. Ela ensinava que mesmo sem receber nada em troca, ao ajudarmos os outros ainda assim saímos ganhando. Ao nos preocuparmos com os problemas dos outros, é como se os nossos próprios problemas desaparecessem. Porém, o principal é lembrar que ajudar o próximo não precisa ser feito dentro de um projeto ou instituição de caridade. Basta ser solidário, dar um sorriso para as pessoas que precisam de atenção, ajudar um amigo desempregado ou conversar com alguém que parece não estar bem naquele dia. E essa bondade acabará voltando, em uma alegria silenciosa, aos nossos próprios corações (História real). | | Nesta semana lemos a Parashá Ki Tissá (literalmente "Quando você fizer a contagem"). Apesar de ser uma Parashá famosa por ensinar sobre um dos maiores tropeços da história do povo judeu, o pecado do Bezerro de ouro, ela também traz vários outros assuntos interessantes, como as regras para a contagem do povo judeu, a fabricação do "Shemen HaMishchá" (óleo de unção) e do "Ketoret" (incenso), ambos utilizando especiarias aromáticas em sua composição, além da construção do "Kior", o lavatório que servia para a purificação espiritual das mãos e dos pés dos Cohanim, e que foi fabricado com o cobre dos espelhos das mulheres. A Parashá começa relatando as instruções que D'us deu a Moshé para a realização da contagem do povo. Para esta contagem, cada homem foi comandado a doar um "Machatzit HaShekel", uma moeda de meio shekel de prata, como está escrito: "Quando fizerem a contagem dos filhos de Israel segundo o seu número, cada um deve dar a D'us uma expiação pela sua alma, quando forem contados; então não haverá praga entre eles quando forem contados" (Shemot 30:12). Há alguns pontos interessantes, e até mesmo enigmáticos, neste versículo. Em primeiro lugar, a linguagem "Tissá", que traduzimos como "contagem", significa literalmente "levantamento". Qual é a relação entre contar e levantar algo? Além disso, por que a contagem deveria ser feita através de uma moeda, e não uma contagem direta? E por que entregar esta moeda traria uma expiação para a pessoa? Finalmente, qual é a relação entre a contagem e uma praga que poderia recair sobre o povo judeu? A Torá nos ensina que o povo judeu não pode ser contado de forma direta. A contagem deveria ser feita sempre através da doação de um "Machatzit HaShekel", pois desta maneira as moedas eram contadas, e não as pessoas. Explica Rashi (França, 1040 - 1105) que o "Ain Hará" (mau olhado) tem poder sobre as coisas que são contadas, e isso pode trazer uma praga sobre elas. Isso aconteceu, por exemplo, na época de David HaMelech, quando ele fez equivocadamente uma contagem direta do povo e eles foram atingidos por uma dura epidemia que dizimou 70 mil pessoas. O versículo também fala sobre uma expiação que é alcançada através da participação nesta doação da moeda de meio Shekel. Qual era a expiação? Há um grande poder na união de uma nação, quando as pessoas se esforçam por um objetivo comum. Quando todos se juntam em uma única causa construtiva, é como se os méritos espirituais de todos os indivíduos se fundissem, de modo que não apenas os méritos individuais são considerados, e sim a união do mérito de todos do grupo, uns ajudando aos outros. Um ser humano isolado raramente consegue passar pelo Julgamento Divino, pois qual pessoa está livre de transgressões e defeitos? Porém, quando a nação se torna uma, ela ascende a um plano superior, pois todos os seus membros fundem suas virtudes entre si. Como resultado, o coletivo é julgado com muito mais benevolência. É também por isso que é tão importante rezar com um Minian, em vez de individualmente, pois os méritos de todos os presentes se fundem, possibilitando despertar a Misericórdia Divina. A Parashá também ressalta que todos deveriam doar exatamente uma moeda de meio Shekel, não importando se a pessoa fosse muito rica ou extremamente pobre. A participação igualitária de todo o povo simboliza que todos os judeus devem participar na busca dos objetivos nacionais, abandonando seus interesses egoístas e pessoais em prol das necessidades da nação. Aquele que faz isso está dando uma incrível contribuição, pois a missão do povo judeu depende principalmente da união dos indivíduos. O que era feito com o dinheiro arrecadado? Ele era utilizado na compra de Korbanot comunitários e outras necessidades do Mishkan. Essa doação era uma forma de cada judeu participar dos Serviços feitos no Mishkan e, através disso, se elevar. Esta é a relação entre "contar" e "levantar", pois quando doamos algo, em especial para os necessitados ou para causas nobres, como manter uma sinagoga ou uma instituição de Torá, então, no final das contas, somos nós que estamos ganhando, através da nossa elevação espiritual. A função da contribuição do Machatzit HaShekel não era apenas facilitar a contagem ou prover verbas para os Serviços do Mishkan, mas também para elevar o nível espiritual dos contribuintes. O Gaon MiVilna (Lituânia, 1720 - 1797) nos ensina que, em relação a donativos, devemos doar assim que formos requeridos, com agilidade e sem demoras. Com relação a isto, ele explica um interessante acontecimento relatado pelo Talmud (Shabat 151b). O Rav Chia certa vez instruiu sua esposa que se uma pessoa lhe viesse pedir pão, ela deveria se apressar em dar, assim como o faria para seus filhos. A esposa dele perguntou se por acaso ele estava amaldiçoando seus próprios filhos, e ele respondeu que não, que apenas estava explicando a ela que a vida é como uma roda que dá voltas. A palavra utilizada no versículo da doação do Machatzit HaShekel é "ונתנו" (e devem dar). Esta palavra também pode ser lida de trás para frente, nos ensinando que a vida dá voltas, às vezes é um que tem condições para doar e o outro recebe, enquanto outras vezes é o outro que pode doar e o que doou anteriormente é o que recebe desta vez. O rico de hoje pode vir a ser o pobre de amanhã e, portanto, devemos nos apressar em doar sempre que formos solicitados. O Talmud, após a história do Rav Chia, conclui: "Quem tem compaixão com as criaturas de D'us receberá compaixão do Céu, mas quem não tem compaixão das criaturas de D'us não receberá compaixão do Céu". Isso se aplica a todas as áreas da nossa vida, não apenas em relação à Tsedaká. O Rav Chaim Kanievsky zt"l (Bielorússia, 1928 - Israel, 2022) diz também que em relação à Mitzvá de honrar os pais, por exemplo, a pessoa deve fazê-la com perfeição, pois da mesma forma que alguém lida com seus pais, assim será como seus próprios filhos o tratarão. Aquele que honra seus pais terá o mérito que seus filhos venham a lhe honrar no futuro. O Rav Chaim Kanievsky explica que há uma "dica" para isso na Torá. Essav, apesar de ser uma pessoa perversa e ter se desviado de todos os caminhos de retidão e moralidade, honrava seu pai de forma completa e exemplar, alimentando-o e até mesmo trocando de roupas para servi-lo. Em relação às comidas que Essav trazia ao seu pai está escrito: "ויבא לאביו" (e trazia para o seu pai) (Bereshit 27:31). Se prestarmos atenção, perceberemos que estas palavras também podem ser lidas de traz para frente, nos ensinando que aquele serve seus pais certamente também receberá de volta no futuro. Na prática, tudo o que fazemos acaba voltando. Nossa vida é como um eco, pois recebemos de volta exatamente o que fazemos aos outros. Por isso, que possamos fazer sempre bondades, para que elas possam um dia voltar a nós mesmos. SHABAT SHALOM R' Efraim Birbojm | | Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima. -------------------------------------------- Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno. ------------------------------------------- Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l. -------------------------------------------- Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com (Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai). | | | | | | |