quinta-feira, 30 de julho de 2020

DOMINANDO A INVEJA - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT VAETCHANAN 5780






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PARASHAT VAETCHANAN 5780:

São Paulo: 17h24                   Rio de Janeiro: 17h13
Belo Horizonte: 17h19                  Jerusalém: 19h01

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VÍDEOS DA PARASHAT VAETCHANAN
VÍDEO DE TISHÁ BE AV - CONSERTANDO O OLHO E A BOCA

BS"D

ASSUNTOS DA PARASHAT

- Moshé implora para entrar na Terra de Israel.
- Fundamentos da Emuná.
- Obediência a D'us.
Exílio e Retorno.
- Cidades de Refúgio.
- Repetição dos Dez Mandamentos.
- Shemá Israel.
- Mitzvá da Mezuzá.
- Perigos da Prosperidade.
- Recordando o Êxodo e transmitindo para as futuras gerações.
- Advertência contra a assimilação quando entrarem na Terra de Israel.

DOMINANDO A INVEJA - PARASHAT VAETCHANAN 5780 (31 de julho de 2020)
                                                              
Um valente guerreiro, cuja fama estava se espalhando pelo mundo inteiro, havia se tornado uma pessoa orgulhosa. Depois de muitos anos, ele decidiu visitar seu mestre. Apesar de suas enormes conquistas e sua crescente fama, quando o guerreiro viu seu mestre, com todo o seu esplendor, rodeado de discípulos, sentiu-se inferior. Isto o incomodou muito, a ponto de ele imediatamente desabafar ao entrar na sala:

- Mestre, o que aconteceu? Há apenas um momento tudo estava bem, mas quando entrei aqui e vi você, imediatamente me senti mal, me senti inferior, como jamais me senti na vida. Encarei a morte muitas vezes, participei de batalhas sangrentas, mas nunca senti medo. Então por que estou tão assustado agora?

- Espere um pouco aqui - disse calmamente o mestre - Quando todos tiverem partido, responderei sua pergunta.

Durante todo o dia, pessoas chegavam para ver o mestre, e o guerreiro foi ficando cada vez mais impaciente. Ao anoitecer, quando a sala do mestre finalmente ficou vazia, o guerreiro perguntou novamente:

- Mestre, agora você pode me responder porque me sinto inferior?

O mestre levou-o para fora. Era uma noite clara e a lua cheia estava surgindo no horizonte. O mestre apontou para duas árvores e disse:

- Olhe para estas duas árvores, a árvore alta e a árvore pequena ao seu lado. Ambas estiveram juntas ao lado da minha janela durante anos e nunca houve problema algum. A árvore menor jamais disse à maior: "Por que me sinto inferior diante de você?". Esta árvore é pequena e a outra é grande, isto é um fato e, mesmo assim, em todos estes anos, eu nunca ouvi reclamação alguma sobre isso.

- Mestre, isto acontece porque elas não ficam o tempo inteiro se comparando! - argumentou o guerreiro.

- Então você não precisa me perguntar nada, você sabe a resposta - disse o mestre, sorrindo - Quando você não se compara com os outros, todo sentimento de inferioridade e superioridade desaparecem. Você é o que é, simples assim. Se você é um pequeno arbusto ou uma grande e alta árvore, não importa. Uma folhinha de grama é tão importante e necessária quanto a maior das estrelas. Simplesmente olhe à sua volta. Tudo é necessário, tudo se encaixa nos planos Divinos. Ninguém é superior ou inferior, cada um é incomparavelmente único.

- Sabe quando você será verdadeiramente um guerreiro? - concluiu o mestre - Não quando conquistar uma cidade, mas quando conquistar suas emoções. Quando você finalmente dominar seu sentimento de inveja, você terá alcançado sua maior vitória na vida.

Nesta semana lemos a Parashat Vaetchanan (literalmente "E eu implorei"), na qual Moshé continuou seus discursos finais, relembrando os eventos mais importantes ocorridos nos 40 anos em que o povo judeu permaneceu no deserto. Entre outras coisas, Moshé recordou a entrega dos 10 Mandamentos no Monte Sinai, um evento único, no qual D'us se revelou diante de todo o povo. Nossos sábios explicam que os 10 Mandamentos são extremamente importantes, pois neles estão contidas as 613 Mitzvót da Torá. Portanto, precisamos estudar e nos aprofundar em cada um deles, para conseguir extrair todos os conhecimentos ali guardados.

Certamente um dos Mandamentos que mais chamam a nossa atenção é aquele que D'us guardou como clímax. Após nos proibir de cometer transgressões hediondas, como assassinato, adultério e sequestro, a Torá "fechou" os 10 Mandamentos com a proibição de cobiçar tudo o que é do nosso companheiro, como está escrito: "Você não deve cobiçar a esposa do seu companheiro, você não deve desejar a casa do seu companheiro, seu campo, seu escravo, sua serva, seu boi, seu burro, ou qualquer coisa que pertença ao seu companheiro" (Devarim 5:18). Por que D'us deixou este Mandamento por último? Pois aquele que sente inveja pode acabar transgredindo os outros nove Mandamentos anteriores. Pode acabar matando para ter o que é do outro, pode acabar cometendo adultério ao desejar a esposa do outro, e pode até mesmo negar a existência de D'us, quando não aceita a vontade Divina, que deu algo ao seu companheiro e não a ele.

De acordo com o Rav Avraham ben Meir zt"l (Espanha, 1092 - 1167), mais conhecido como Ibn Ezra, este talvez seja um dos Mandamentos mais difíceis de serem compreendidos e cumpridos. Podemos entender quando a Torá nos comanda a fazermos certas ações, como colocar Tefilin, vestir roupas com Tsitsiót ou fixar Mezuzót nos nossos batentes. Porém, como a Torá pode nos comandar em relação aos nossos sentimentos? Controlar nossas emoções já não é algo fácil, mas é especialmente difícil controlá-las quando trata-se de um sentimento que surge naturalmente, como a inveja. Todas as vezes que vemos que alguém tem algo que gostaríamos de ter, surge imediatamente um sentimento de cobiça. Por exemplo, quando nosso vizinho reforma a casa, compra um carro novo ou constrói uma linda piscina, gostaríamos de também ter aqueles prazeres. Então como a Torá pode exigir que alguém consiga não cobiçar o que é dos outros, um sentimento tão natural?

A resposta é que D'us, o Criador do universo, que conhece nossos corações, certamente nunca exigiria de nós algo que não conseguiríamos cumprir. A Torá não foi entregue aos anjos, ela foi entregue aos seres humanos, para nos dar méritos e para recebermos recompensas ao cumprirmos as Mitzvót, não para nos causar um tropeço. D'us conhece todas as nossas limitações, Ele sabe o quanto nossas emoções nos influenciam e fazem parte da nossa vida. D'us não criou robôs, criou seres dotados de sentimentos. Portanto, se Ele nos proibiu de sentirmos inveja do nosso companheiro, mesmo quando vemos que nosso vizinho tem algo que nós gostaríamos de ter, então isto significa que existe alguma forma de conseguirmos controlar nossa inveja. Qual é a fórmula para vencermos este difícil teste?

Podemos responder esta pergunta com uma interessante parábola. Imagine que um homem do campo, uma pessoa muito simples, sem estudos, com suas roupas velhas e antiquadas, resolve viajar para a Inglaterra e conhecer o palácio real. Ao observar o magnífico jardim, ele vê a princesa passeando, magnífica em suas vestimentas reais. Apesar de estar fascinado com a beleza dela, por acaso este homem pensa, ao menos por um instante, em se casar com ela? Obviamente que não. Ele sabe que a filha do rei nunca se casaria com uma pessoa tão simples, sem estudo, sem posses e sem ascendência real. É algo que está completamente fora de seus pensamentos e desejos.

Explica o Ibn Ezra que uma pessoa simples não deseja se casar com uma princesa pois sabe que não é uma realidade. As pessoas desejam apenas as coisas que realmente podem conseguir, e não aquelas que consideram estar fora do seu alcance. Portanto, esta é a solução para evitarmos a inveja. Devemos treinar nosso pensamento, de forma a percebermos que, se D'us deu a piscina nova para o nosso vizinho e não para nós, é algo que Ele quer que nosso vizinho tenha e não nós. Se pensarmos desta maneira, se trabalharmos para olhar a vida desta forma, então conseguiremos sempre enxergar que tudo o que é dos outros está automaticamente fora do nosso alcance, como uma princesa para um homem simples. Desta maneira, não sentiremos desejo de nada que não é nosso.

O Rav Simcha Zissel Ziv Broida zt"l (Lituânia, 1824 - 1898), mais conhecido como Alter MiKelem, traz outra fórmula de como podemos controlar nossa cobiça. Um pai ou uma mãe nunca desejam que seus filhos tenham menos do que eles, ou que tenham tão pouco quanto eles tiveram em sua juventude. Ao contrário, os pais ficam emocionados quando seus filhos têm mais do que eles. Nossos sábios explicam que as pessoas não sentem inveja de seus filhos, pois amam seus filhos tanto quanto amam a si mesmos, e às vezes até mais. Portanto, eles ficam felizes quando seus filhos alcançam o que desejam.

O Alter MiKelem está nos ensinando algo impressionante. O amor e a cobiça são duas coisas que não caminham juntas. Se nós realmente cumpríssemos a Mitzvá de amar ao próximo como a nós mesmos, não sentiríamos inveja por alguém possuir algo que nós não temos. Ficaríamos felizes pelas outras pessoas, assim como ficamos felizes quando nós recebemos algo.

Não é um caminho fácil. É mais fácil chorar com as tristezas dos outros do que se alegrar com a alegria dos outros. Certamente não mudaremos nossos sentimentos do dia para a noite. É necessário muito esforço, reflexões e compromisso para mudar traços de caráter. Mas é isto que ensinam nossos sábios: "Quem é o valente? Aquele que conquista suas inclinações" (Pirkei Avót 4:1). Nosso primeiro impulso é sempre dizer "nem vou tentar, pois é impossível". Mas isto é apenas o conselho do nosso Yetser Hará, que não quer nos deixar crescer na vida. Se pudermos aumentar o nosso amor pelas pessoas e trabalhar nossa Emuná, de forma a entendermos que D'us é perfeito e, portanto, se Ele não nos mandou algo, é porque não necessitamos disto para o nosso trabalho espiritual, certamente aceitaremos o que temos com alegria e não cobiçaremos o que é dos outros. Se D'us nos proibiu de sentirmos inveja, isto significa que é possível. Os vencedores são aqueles que, ao invés de procurar cem motivos de porque não é possível conseguir algo, buscam uma única maneira de como fazer dar certo.
                                                                                                                  
SHABAT SHALOM
 
R' Efraim Birbojm


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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.

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