| | ASSUNTOS DA PARASHÁ SHEMOT - O Crescimento do povo judeu.
- O "novo" Faraó e a opressão.
- Bebês jogados no Nilo.
- Nascimento de Moshé.
- Moshé sai para ver seus irmãos.
- Moshé foge para Midian.
- O arbusto ardente.
- Moshé é apontado como salvador do povo judeu.
- Moshé "discute" com D'us.
- Moshé volta ao Egito.
- Brit Milá do filho de Moshé.
- Moshé e Aharon pedem ao Faraó a liberação do povo judeu.
- O Faraó aumenta o trabalho do povo.
- Os judeus reclamam com Moshé.
- Moshé reclama com D'us.
| | | DÊ VALOR À SUA VIDA - PARASHÁ SHEMOT 5785 (17/jan/25) "Lilian é uma enfermeira que vive em Israel. Sábado, às 06h30 da manhã, Lilian estava pronta para sair para o seu trabalho em um hospital. Ela pegou um copo de café e, como é o costume de muitos israelenses, saiu na rua com o café na mão. Foi diretamente para o ponto de ônibus, onde passaria a Van especial com o motorista não judeu que levava os médicos e enfermeiras para seu trabalho no hospital no Shabat. Enquanto Lilian esperava a Van, sentiu que sua mão estava molhada. Ela olhou e, para seu desespero, percebeu que o copo descartável estava furado e o café estava vazando, sujando também sua roupa. Ela ficou extremamente irritada. Com tantos copos no pacote, por que havia pegado justamente o que estava furado? Agora teria que trocar de roupa e preparar outro café! Voltou correndo para casa, com a sensação de que havia acordado naquela manhã com o pé esquerdo. Enquanto preparava outro café, Lilian ouviu fortes estrondos na rua. Ela correu até a janela e viu que, bem na frente da sua casa, no ponto de ônibus onde ela estava poucos minutos atrás, haviam terroristas árabes atirando para todos os lados. Era o fatídico dia 7 de outubro de 2023. Assustada, sem entender o que estava acontecendo, Lilian rapidamente fechou todas as janelas, trancou as portas e toda a família entrou no quarto protegido da casa, e lá ficaram por longas horas, até serem salvos pelo exército. Vamos fazer uma pequena reflexão. Aquele copo, um copo dentre milhares de copos descartáveis produzidos na fábrica de copos, saiu com defeito. Imagine que, hipoteticamente, ele foi guardado em um dos milhares de pacotes, na nona posição. Aquele pacote, dentre muitos outros, foi levado para uma loja específica, onde a família de Lilian o comprou. Eles abriram aquele pacote justamente para aquele Sucót. Oito pessoas usaram copos do pacote, até que chegou o nono copo que estava ali, furado, esperando para que Lilian o pegasse, às 06h30 da manhã, naquele Shabat, que também era Simcha Torá, para salvar a vida dela e de toda a sua família. Isso é incrível! Se qualquer detalhe da história fosse um pouquinho diferente, este copo furado não estaria nas mãos dela naquela manhã e o final da história seria trágico. Enquanto Lilian reclamava da sua má sorte, ela não percebia que D'us estava salvando a vida dela e de sua família. Por isso, da próxima vez que alguma coisa der errado na sua vida, saiba que há uma orquestração gigantesca por trás, diretamente lá de cima. Tudo tem o seu motivo, o seu lugar e o seu momento. Aprenda a agradecer mais e a reclamar menos da vida. | | Nesta semana começamos o segundo Livro da Torá, Shemot, que descreve desde o processo de escravização do povo judeu no Egito até a sua posterior salvação, física e espiritual, feita por D'us através de Moshé Rabeinu, nosso maior líder, com muitos sinais e milagres. D'us demonstrou Sua força e Seu controle sobre toda a natureza. Na Parashá desta semana, Shemot (literalmente "Nomes"), a Torá começa a contar sobre o Faraó que decidiu escravizar os judeus, ignorando o fato de Yossef ter salvado todo o Egito da morte por fome, demonstrando um sentimento extremo de ingratidão, como está escrito "Um novo rei se levantou sobre o Egito, que não conhecia Yossef" (Shemot 1:8). "Não conhecia" significa que ele negou todas as bondades recebidas. O Faraó então começou a convencer seu povo a escravizar os judeus, utilizando falsos argumentos que amedrontaram os egípcios, como está escrito: "Ele disse ao seu povo: "Eis que o povo dos Bnei Israel é mais numeroso e mais forte do que nós. Preparem-se, vamos lidar com eles com astúcia, para que não aumentem, e uma guerra aconteça, e eles se juntem aos nossos inimigos e façam guerra contra nós, e partiremos da terra" (Shemot 1:9,10). O Midrash ensina que a linguagem "vamos lidar com eles com astúcia" (Shemot 1:10) se refere ao plano que o Faraó estava desenvolvendo junto com seus três conselheiros: Bilaam, Yov e Ytró. Bilaam, que apoiou a escravização do povo judeu, foi morto. Yov, que permaneceu em silêncio, foi condenado a terríveis sofrimentos, como a perda de todo o seu dinheiro, de todos os seus filhos e da sua saúde. Ytró, que fugiu, foi recompensado com descendentes que trabalharam no Beit Hamikdash. Mas há algo neste ensinamento do Midrash que desperta um óbvio questionamento. O castigo de Bilaam, que deu um mau conselho contra o povo judeu, deveria ter sido incomparavelmente maior que o de Yov, que apenas ficou em silêncio. Então por que Bilaam apenas foi morto, enquanto Yov foi submetido a sofrimentos amargos e terríveis, que estão além da capacidade humana de suportar? Explica o Rav Chaim Shmulevitz zt"l (Lituânia, 1902 - Israel, 1979) que, na realidade, há uma falha filosófica neste questionamento. A pergunta somente surge por nossa falta de reconhecimento do verdadeiro valor da vida. O profeta Yirmiahu nos ensina: "Por que se queixa o homem enquanto vive?" (Eichá 3:39). Rashi, em seu comentário sobre este versículo trazido no Talmud (Kidushin 80b), diz que quando alguém reclama dos problemas da vida, é como se D'us falasse: "Por que ele se queixa das adversidades que lhe acontecem, após o grande ato de bondade que Eu fiz com ele ao lhe dar a vida?". As palavras de Rashi podem ser explicadas através de uma parábola: um homem ganhou sozinho o maior prêmio da loteria. No momento em que foi informado sobre a grande fortuna que receberia, ficou tão feliz que acabou esbarrando em um copo de vidro, que caiu e se quebrou. Será que esse homem sentiria tristeza por uma perda tão insignificante em meio a tamanha alegria? Certamente a felicidade que ele experimenta anula qualquer sensação de pesar por eventos triviais da vida cotidiana. Da mesma forma, uma pessoa deve sentir uma imensa gratidão pela bondade de D'us ao lhe conceder a vida. Sua alegria e felicidade devem ser tão grandes que ela não sinta ou perceba as dificuldades e sofrimentos, por maiores que sejam. Assim disse David HaMelech: "D'us me castigou severamente, mas não me entregou à morte" (Tehilim 118:18). Em outras palavras, David HaMelech está nos ensinando que, embora D'us tenha lhe afligido com grandes sofrimentos, Ele não o entregou à morte, e por isso ele não sentia as dores e sofrimentos da vida. Concluímos, portanto, que uma pessoa que se queixa e lamenta das suas dificuldades está no nível de "Mas o homem que não descansa na sua honra é comparado ao um animal silenciado" (Tehilim 49:13). A linguagem "que não descansa na sua honra" se refere a uma pessoa que não percebe que o mais precioso dos presentes, a vida, foi concedido a ele. Neste caso, ele é comparado a um animal, criatura irracional que não sabe valorizar as coisas, e sua vida perde o valor. Tudo isso ocorre porque ele não reconhece a grande Brachá que é a vida. Por esse motivo, uma pessoa que não aprecia devidamente a alegria e a preciosidade da vida pode acabar perdendo-a completamente. Sabemos que Yaacov deveria ter vivido 180 anos, mas viveu apenas 147 anos. Por que ele perdeu 33 anos de vida? Por ter dito ao Faraó, após ter sido questionado quantos anos ele tinha: "Poucos e ruins foram os dias dos anos da minha vida" (Bereshit 47:9). D'us então disse: "Eu o salvei de Essav e Lavan, devolvi Diná e Yossef para você, e ainda assim você se queixa de que sua vida foi curta e ruim? Garanto a você que, conforme o número de palavras ditas nesta conversa com o Faraó (incluindo a pergunta do Faraó, totalizando 33 palavras), assim será reduzida a sua vida, para que você não alcance a idade de seu pai, Ytzchak". Apesar de Yaacov realmente ter enfrentado muitas adversidades, e certamente ter intenções elevadas no que disse ao Faraó, ainda assim, por seu elevado nível espiritual, ele foi imediatamente punido por se queixar da vida. Mas por que até mesmo a pergunta do Faraó foi incluída no número de palavras pelas quais Yaacov foi responsabilizado? Os comentaristas explicam que a pergunta do Faraó surgiu apenas porque ele percebeu que Yaacov estava muito envelhecido, com os cabelos e a barba completamente brancos, o que chamou a sua atenção. Yaacov respondeu que parecia assim tão velho devido às muitas dificuldades que havia passado na vida, que lhe trouxeram um envelhecimento precoce. As palavras do Faraó foram incluídas no castigo pois, se Yaacov não tivesse sentido tanto pesar por suas dificuldades, a velhice não teria se manifestado de forma tão intensa e o Faraó não teria perguntado sua idade. Agora, compreendemos que o castigo de Bilaam foi incomparavelmente mais severo que o de Yov. Yov, apesar de todos os sofrimentos, permaneceu vivo. A vida, a maior alegria possível, foi mantida para ele. Por outro lado, o castigo de Bilaam foi terrível, pois ele perdeu completamente essa grande alegria. Por que a vida é tão alegre? Pois é a nossa única forma de alcançarmos o Mundo Vindouro, eterno, como ensinam os nossos sábios: "Rabi Yaacov disse: 'O Olam Hazé (este mundo) é como um corredor diante do Olam Habá (Mundo vindouro); prepare-se no corredor para poder entrar no salão de banquetes'" (Pirkei Avot 4:16). Como nos preparamos neste mundo? Através do cumprimento das Mitzvót, do estudo da Torá e bons atos. Todos temos problemas e dificuldades. Porém, eles são parte da vida, da nossa "lapidação" e amadurecimento. Precisamos saber o valor da vida, quanto vale cada segundo de oportunidades para o nosso crescimento. Cada Mitzvá, cada ato de bondade, cada Tefilá, valem eternidade, como ensina o Zohar Hakadosh: "Vale a pena uma pessoa vir ao mundo e passar 70 anos de sofrimentos de Yov apenas para responder uma única vez 'Amen Yechei Sheme Rabá' na Tefilá". Não somos anjos, é difícil ignorarmos os sofrimentos pelos quais passamos na vida, como fizeram gigantes espirituais como David HaMelech. Mas que possamos ao menos agradecer mais e reclamar menos, lembrando sempre o maravilhoso presente e oportunidade que é a vida. SHABAT SHALOM R' Efraim Birbojm | | Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima. -------------------------------------------- Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno. ------------------------------------------- Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l. -------------------------------------------- Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com (Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai). | | | | | | |