quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

NÃO CONTE PARA NINGUÉM - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHAT VAIECHI 5780

Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, favor entrar em contato através do e-mail efraimbirbojm@gmail.com.
   
HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT

PARASHAT VAIECHI 5780:

São Paulo: 18h40                   Rio de Janeiro: 18h25 
Belo Horizonte: 18h21                  Jerusalém: 16h18
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ASSUNTOS DA PARASHAT VAIECHI

- Doença e os últimos dias de Yaacov.
- Brachá para Efraim e Menashé.
- Brachá (e bronca) aos filhos.
- Último pedido de Yaacov.
- Falecimento e luto por Yaacov.
- Yossef pede permissão para enterrar Yaacov em Israel.
- O enterro de Yaacov.
- Yossef tranquiliza seus irmãos.
- A morte de Yossef.

NÃO CONTE PARA NINGUÉM - PARASHAT VAIECHI 5780 (10 de janeiro de 2020)


Alberto era um homem muito rico. Ele tinha orgulho do império que havia construído, através de muito esforço. Gostava de ver o rosto surpreso das pessoas quando visitavam sua mansão luxuosa ou seu imponente prédio de escritórios. Sua vida girava em torno dos elogios que recebia das pessoas.

Alberto decidiu então tirar umas férias. Escolheu algo que causaria muita inveja em seus amigos quando postasse nas redes sociais: um cruzeiro pelas ilhas gregas, em um navio luxuoso. Para a sua alegria, neste cruzeiro também estava uma famosa atriz de Hollywood, de incomparável beleza. Porém, ao tentar chegar perto dela para pedir um autógrafo, os seguranças não permitiram sua aproximação.

Certa noite, o navio enfrentou uma enorme tempestade. Apesar da luta dos marinheiros e da coragem do capitão, o navio afundou. Alberto conseguiu salvar-se milagrosamente segurando-se em algo que flutuava, e foi levado pelas ondas até uma ilha deserta. Para sua alegria, a bela atriz de Hollywood também havia se salvado nadando até a mesma ilha. Conversaram muito e, aos poucos, foram se conhecendo. Após algum tempo na ilha, decidiram se casar. Afinal, não havia mais ninguém na ilha e eles não sabiam se algum dia seriam resgatados. Alberto não cabia em si de alegria. Quem diria que um dia conseguiria se casar com uma atriz famosa de Hollywood? Nem nos maiores sonhos isto seria possível, e estava acontecendo.

Depois de alguns meses casados, Alberto fez um pedido muito estranho para a sua bela esposa. Pediu para que ela vestisse as roupas dele, prendesse o cabelo sob um boné e pintasse um bigode no rosto. Ela estranhou bastante, mas fez o que o marido pediu. Quando ela estava já vestida, parecendo um homem, ele pediu para que ela desse a volta pela ilha por um lado, enquanto ele daria a volta pelo outro lado. Quando se encontraram no meio do caminho, Alberto abriu um sorriso e disse:
 
- Cara, você não vai acreditar se eu te contar com quem eu me casei..."
 
A piada é engraçada, mas infelizmente há muitas pessoas cuja alegria só é completa quando podem mostrar aos outros o que elas têm, como pavões que abrem as suas penas para que todos possam ver.

Nesta semana lemos a Parashat Vaiechi (literalmente "E viveu"), que fala sobre o falecimento do nosso último patriarca, Yaacov, depois de viver 17 anos no Egito, ao lado de seu filho preferido, Yossef. Foram anos de muita alegria, depois de 22 anos de tristeza, nos quais Yaacov achou que nunca mais veria Yossef.

Quando Yossef foi vendido por seus irmãos, ele era apenas um jovem rapaz de 17 anos. Agora, ele já era um homem casado e pai de dois filhos, Efraim e Menashé, nascidos no Egito. Como Yossef era o governador do Egito, ele vivia na capital do império, mas Yaacov e sua família foram viver separados, na Terra de Goshen, para poderem levar uma vida completamente judaica, mesmo estando no meio de uma cultura idolatra e sem valores morais. Porém, Efraim frequentava muito a casa de seu avô, pois estudava Torá com ele. E foi justamente Efraim que veio avisar a Yossef que seu pai havia adoecido e sentia que seus dias chegavam ao fim.

O Midrash nos revela que Yossef correu com seus filhos para visitar Yaacov, com dois propósitos. O primeiro era para pedir que seus filhos fossem abençoados e elevados ao status de "Tribos de Israel", o que foi prontamente aceito por Yaacov, pois ele enxergou as enormes conquistas espirituais daqueles jovens que, apesar de viverem no Egito, com todo o conforto do mundo material, nunca haviam se desviado de suas convicções espirituais. Mas Yossef ainda tinha outro propósito em sua visita a Yaacov: ele queria protestar pelo fato de sua mãe, Rachel, ter sido enterrada em Beit Lechem, no meio da estrada, de forma indigna, ao invés de ter sido enterrada de uma maneira honrosa na Mearat HaMachpelá, junto com os outros patriarcas e matriarcas. O que mais incomodava Yossef era o fato de Yaacov ter pedido a ele para ser enterrado na Mearat HaMachpelá, um pedido extremamente difícil de ser cumprido, pois Yossef sabia que o Faraó ficaria furioso com esta demonstração de "falta de patriotismo" com o Egito, que os havia recebido de braços abertos. Se seu pai estava tão preocupado em ser enterrado na Mearat Hamachpelá, mesmo com todas as dificuldades que isto envolveria, por que não tinha se preocupado também em enterrar sua mãe lá?

O Midrash afirma que, em um primeiro momento, Yaacov tentou convencer Yossef de que não havia sido um ato de desprezo. Ele disse que a morte prematura de Rachel no meio do caminho, durante o parto de Biniamin, havia sido uma fatalidade, e não tê-la enterrado na Mearat Hamachpelá era algo que também lhe doía muito. Porém, Yossef disse a Yaacov que, se este era o motivo, ele tinha poder suficiente como governante do Egito para ordenar que o corpo de sua mãe fosse desenterrado e levado para a Mearat HaMachpelá, para receber um novo enterro decente e digno, e para isto bastava a aprovação do pai. Naquele momento, percebendo que não conseguiria convencer Yossef, Yaacov decidiu revelar o verdadeiro motivo pelo qual Rachel havia sido enterrada no meio da estrada. Isto havia sido um comando explícito de D'us, que havia profetizado a Yaacov que futuramente, na época da destruição do Primeiro Beit HaMikdash, o povo judeu seria conduzido ao exílio como cativos por Nevuchadnetzach. No caminho, eles passariam pelo túmulo de Rachel, que imploraria pela misericórdia de D'us e seria atendida. Somente então Yossef se tranquilizou, ao saber que o corpo de sua mãe havia sido enterrado no meio da estrada por um decreto de D'us, e não por um desprezo de seu pai.

Porém, este Midrash desperta um enorme questionamento. Era óbvio que se Yaacov tivesse contado a Yossef desde o princípio sobre o comando de D'us em relação ao enterro de Rachel, ele teria aceitado prontamente a atitude do pai. Então por que Yaacov ocultou esta profecia Divina por tantos anos e, mesmo quando foi diretamente questionado por Yossef, tentou inicialmente justificar de outra maneira?

Explica o Rav Noach Weinberg zt"l (EUA, 1930 - Israel, 2009) que uma das marcas registradas do povo judeu é a bondade. De Avraham Avinu aprendemos que é espiritualmente mais elevado fazer bondades ao próximo do que receber a Presença de D'us. Porém, normalmente, quando fazemos algum grande ato de bondade, queremos que todos fiquem sabendo. Orgulhosos do nosso ato, contamos a quem encontramos pelo caminho e, na nossa era digital, divulgamos em todas as redes sociais. Quando sabemos que os outros estão olhando, fazemos as Mitzvót de forma muito mais caprichada, na esperança de recebermos elogios e olhares de aprovação. Quando doamos, queremos placas de agradecimento. Será que há algum problema em fazer as coisas querendo receber o reconhecimento das pessoas? É negativo divulgarmos as boas coisas que fazemos?

De acordo com o Zohar, o livro mais profundo do misticismo judaico, quando uma pessoa revela aos outros suas realizações, elas desaparecem. O que isto significa? A Torá nos ensina que há uma recompensa eterna, que receberemos no Olam Habá (Mundo Vindouro), pelas nossas Mitzvót, bondades e esforços de autoaperfeiçoamento. Porém, algo central e muito precioso se perde para sempre quando contamos aos outros sobre os nossos atos. De acordo com o Rav Chaim Shmulevitz zt"l (Lituânia, 1902 - Israel, 1979), o Cavod (honra) é um prazer espiritual, não um prazer físico e, portanto, já é contado como parte da recompensa de um bom ato. Isto significa que a pessoa que sente prazer ao contar aos outros sobre um bom ato que fez já está recebendo parte da sua recompensa, que seria eterna, aqui neste mundo limitado.

Este conceito também se aplica a todas as nossas conquistas espirituais. O que faríamos se D'us falasse conosco e nos transmitisse uma enorme profecia durante a noite? Certamente na manhã seguinte contaríamos este incrível acontecimento a todas as pessoas que encontrássemos no caminho, felizes por termos sido escolhidos por D'us como veículos para a transmissão desta profecia. Por que agimos desta maneira? Por causa do nosso Cavod. Queremos mostrar aos outros como somos especiais.

Porém, aprendemos de Yaacov qual é o comportamento correto. Apesar de ter recebido uma incrível profecia de D'us, ele não contou isto para ninguém. Apesar de ser uma das poucas pessoas da história com quem D'us falou pessoalmente, ele teria levado este segredo para o túmulo se não houvesse um motivo maior para revelar esta informação. Yaacov tentou convencer Yossef de outras maneiras, e somente contou sobre a profecia quando percebeu que não tinha escolha. Ele foi forçado a divulgar esta informação importante, pois era o momento de entregar as Brachót da liderança ao seu filho Yossef.

De Yaacov aprendemos que nunca devemos revelar aos outros a nossa grandeza e as nossas realizações, seja uma profecia de D'us ou qualquer outra conquista pessoal, a menos que seja para um bem maior, como inspirar outras pessoas a se esforçarem e alcançarem níveis mais elevados. Tudo o que é feito com recato vem com muito mais Brachót de D'us. Uma pequeno ato feito com humildade vale muito mais do que um grande ato feito com orgulho.

Mesmo a menor Mitzvá que fazemos é nossa para sempre. Porém, para que o máximo prazer desta Mitzvá fique guardado para toda a eternidade, precisamos nos esforçar para deixar que nossos bons atos sejam um segredo entre nós e D'us. Isto é um ato de humildade, que nos afasta do orgulho e demonstra, acima de tudo, que fazemos bons atos porque D'us nos pediu, e não porque queremos nos mostrar aos outros.
 

SHABAT SHALOM

 

R' Efraim Birbojm

Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Eliahu ben Esther, Moshe ben Feigue, Laila bat Sara, Eliezer ben Shoshana, Mache bat Beile Guice, Feiga Bassi Bat Ania, Mara bat Chana Mirel, Dina bat Celde, Celde bat Lea, Rivka Lea bat Nechuma.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l, Eliezer ben Arieh z"l; Arieh ben Abraham Itzac z"l, Shmuel ben Moshe z"l, Chaia Mushka bat HaRav Avraham Meir z"l, Dvora Bacha bat Schmil Joseph Rycer z"l, Alberto ben Esther z"l, Malka Betito bat Allegra z"l, Shlomo ben Salha z"l, Yechiel Mendel ben David z"l, Faiga bat Mordechai HaLewy z"l.
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