| | ASSUNTOS DA PARASHÁ NASSÓ - Funções de Guershon: carregar as coberturas e cortinas.
- Funções de Merari: carregar os pilares, tábuas e bases.
- Contagem de Kehat, Guershon e Merari.
- Purificando o Acampamento.
- Oferendas por transgressões que envolvem falsos juramentos.
- Matanót Kehuná.
- A Suspeita de Adultério (Sotá).
- O Nazir.
- A Brachá dos Cohanim.
- Os Nessiim (Líderes) de cada Tribo doam carroças e bois.
- Os Nessiim de cada Tribo trazem oferendas voluntárias.
- A Inauguração do Altar.
| | | COMO UM FILHO ÚNICO - PARASHÁ NASSÓ 5785 (06/jun/25) Israel Meir Lau nasceu em 1937, na cidade de Piotrków Trybunalski, na Polônia. Seu pai, o Rav Moshe Chaim Lau zt"l, era o rabino chefe da cidade e descendente de uma longa linhagem de rabinos. Quando a Alemanha invadiu a Polônia, a comunidade judaica local foi rapidamente forçada a viver no gueto. Infelizmente a família Lau foi separada. O pai foi deportado para Treblinka, onde foi assassinado. A mãe, Chaya, foi enviada para outro campo de concentração, Ravensbrück, de onde nunca mais voltou. Naquela época, Israel Meir, carinhosamente apelidado de "Lulek", tinha apenas cinco anos. Ele sobreviveu graças aos cuidados heroicos de seu irmão mais velho, Naftoli, que, mesmo adolescente, fez de tudo para proteger seu irmão caçula. Eles passaram por vários campos de trabalho e concentração, até serem enviados para Buchenwald, um dos mais brutais campos nazistas em solo alemão. Quando o campo de Buchenwald foi libertado pelos americanos, em abril de 1945, os soldados aliados encontraram mais de 20 mil sobreviventes. Entre eles estava Lulek, o menino de 8 anos que pesava apenas 16 quilos. Ele estava escondido entre corpos de prisioneiros mortos em um dos barracões. Foi o Rav Herschel Schacter, capelão do exército americano, quem o encontrou. Entrando nos alojamentos do campo após a libertação, Schacter viu o menino sair de um canto escuro, coberto de sujeira e assustado. Ele perguntou em ídiche: "Como você se chama, meu filho?". O menino respondeu baixinho: "Lulek". Schacter o abraçou e não o soltou por semanas. Ele o alimentou, vestiu, cuidou de sua saúde e o protegeu. Ele não apenas o salvou fisicamente, mas também começou a reconstruir sua dignidade humana e judaica. Quando alguns generais do exército americano visitaram o campo e perguntaram por que o exército havia se empenhado tanto na libertação daquele lugar, um oficial, profundamente comovido, apontou para Lulek e disse: - Por ele. Se apenas por esse menino nós tivéssemos libertado Buchenwald, teria valido a pena. Poucos meses depois, Lulek e seu irmão chegaram à Eretz Israel, onde foram levados para um orfanato religioso. Mesmo jovem, Lulek já demonstrava uma alma madura e uma ligação profunda com o judaísmo. Ele estudou em Yeshivót, casou-se e tornou-se rabino. Seu caminho continuou ascendendo até que, em 1993, ele foi nomeado Rabino Chefe Ashkenazi de Israel. Ao longo dos anos, ele se tornou uma das vozes mais respeitadas do povo judeu, um símbolo vivo da continuidade após a destruição. Em cerimônias no Yad Vashem, em encontros com líderes mundiais e em discursos para jovens judeus, ele carrega consigo a mensagem de que cada alma conta. Décadas depois, o Rav Israel Meir Lau encontrou o filho de Herschel Schacter, o capelão que o havia salvo. Ele disse, emocionado: "Seu pai salvou minha vida. Ele me fez sentir que, mesmo quando todos me odiavam, alguém ainda me amava". Cada pessoa representa um mundo inteiro. Mesmo diante das dificuldades e tragédias, precisamos saber e lembrar que D'us ama cada judeu como se fosse seu único filho. | | Nesta semana lemos a Parashá Nassó (literalmente "Conte, Faça o censo"), que continua falando sobre as famílias da Tribo de Levi e suas importantes funções dentro do povo judeu. A Parashá também traz outros assuntos importantes, tais como a mulher suspeita de adultério (Sotá), a pessoa que faz o voto voluntário para se tornar um Nazir e a doação de presentes dos Nessiim, os líderes de cada Tribo, para a inauguração do Mishkan. A doação dos Nessiim, que foi voluntária, na realidade se tratava do conserto de uma grande falha anterior. Quando Moshé pediu para que o povo doasse os materiais para a construção do Mishkan, os Nessiim disseram: "Deixe que o povo doe, e o que faltar nós completaremos". D'us viu nesta atitude dos Nessiim duas características muito negativas. A primeira característica foi o orgulho, pois D'us não precisa das pessoas para construir Sua casa, Ele queria dar para elas o mérito de participar. A segunda característica negativa foi a preguiça. Os Nessiim deveriam ter feito inicialmente uma doação qualquer e, se realmente algo faltasse, poderiam completar. Não devemos deixar as oportunidades espirituais para depois, pois podemos perdê-las para sempre. Foi o que aconteceu com os Nessiim. O povo doou os materiais com tanta vontade que Moshé precisou até mesmo pedir para que as doações parassem. O resultado foi que os Nessiim não puderam participar das doações e se arrependeram amargamente. Sentindo o arrependimento e o sofrimento do coração deles, D'us permitiu que eles ao menos doassem as pedras preciosas que compunham as roupas do Cohen Gadol. Desta vez, na inauguração do Mishkan, os Nessiim não cometeram o mesmo erro. Imediatamente trouxeram suas doações, uma Tribo por dia, de forma generosa. Porém, além da agilidade e da generosidade dos Nessiim, o que chama a atenção é que a Torá se estende de maneira incomum, trazendo os detalhes da doação dos 12 Nessiim, apesar de elas serem idênticas. Isso faz com que Nassó seja a maior Parashá da Torá, com 176 versículos, sendo que 72 se referem às doações. Por que a Torá, que é sempre tão concisa, resolveu desta vez se alongar tanto? O Rav Yaacov Naiman zt"l (Bielorússia, 1909 - EUA, 2009) esclarece que a Torá quis nos ensinar, através desta repetição, como é a atitude de D'us em relação ao indivíduo quando ele está inserido dentro do coletivo. Quando muitas pessoas realizam uma Mitzvá, poderíamos pensar que o coletivo é considerado como uma única unidade e que, consequentemente, não há distinção individual entre todos aqueles que participaram da Mitzvá. Com isso, não interessaria nossas intenções e dedicação individual, já que tudo seria medido a partir do grupo como um todo. Porém, a repetição da doação dos Nessiim vem nos ensinar que, nos Céus, não se lida com o povo como um grupo único e indistinto. Há um foco sobre cada indivíduo, como se ele fosse o único no mundo. Em nenhum momento o amor de D'us por um judeu diminui, mesmo que muitos tenham feito a mesma Mitzvá. Assim, da mesma forma que D'us se alegrou com a doação de Nachshon ben Aminadav no primeiro dia, Ele também se alegrou com as doações de todos os outros Nessiim. Essa ideia se expressa claramente através da grande quantidade de detalhes com a qual a Torá descreve as doações, o que revela a alegria e o amor de D'us. Já a repetição minuciosa desse mesmo detalhamento para cada um dos demais Nessiim demonstra o amor por cada indivíduo, um amor que não foi diminuído em nada pelo fato de a Mitzvá ter sido realizada por muitos. Com isso aprendemos que o modo como D'us valoriza cada pessoa não é igual ao modo como os seres humanos fazem isso. Quando uma pessoa tem muitos filhos, seu amor precisa ser dividido entre eles. Na prática, cada um acaba recebendo menos atenção do que teria recebido se fosse filho único. Porém, isso ocorre por causa das nossas limitações. Já o amor de D'us é ilimitado. Jamais haverá diferença para Ele no relacionamento com o indivíduo, seja ele único ou parte do coletivo. E, a partir disso, podemos aprender também sobre os sofrimentos que vêm sobre o coletivo. Por exemplo, quando refletimos sobre o Holocausto, não devemos pensar que D'us julgou apenas o coletivo, como se o destino dos indivíduos fosse determinado com base em uma visão geral do grupo. Esse pensamento é fruto da nossa falta de compreensão do poder de D'us. Tentamos entender D'us dentro de nossas limitações e, por isso, chegamos às conclusões erradas. A verdade é que o julgamento é feito para cada indivíduo e, se há aqueles que não precisam sofrer, eles são poupados. O Talmud (Sanhedrin 46a) ensina que a dor que D'us sente com o sofrimento do povo judeu não é uma dor coletiva sem distinção. Quando o povo está em aflição, D'us sofre com a dor de cada um, e diz sobre cada indivíduo: "Me dói a cabeça! Me dói o braço!". D'us expressa dor como se fosse um pai sentindo as dores dos filhos em cada parte do seu corpo. De fato, somos todos filhos únicos perante D'us. Esse ensinamento traz duas importantes lições que devemos trazer para as nossas vidas. Em primeiro lugar, não devemos nunca entrar em desespero quando estamos passando por uma situação difícil. Há pessoas que entram em depressão, pois sentem que D'us as abandonou. Mas aprendemos que D'us está conosco em cada alegria e em cada dificuldade. Ele se alegra com nosso sucesso e sofre com os nossos tropeços. Ele nos segura no colo quando caímos e nos dá a força necessária para nos levantarmos de novo. Além disso, nosso propósito é nos espelharmos nos atos do Criador do mundo. Devemos tratar cada pessoa como se ela fosse única e especial, pois esta é a realidade, e é assim que D'us trata cada um de nós. Como fazemos isso na prática? Certa vez fui a uma festa de Bar Mitzvá em Israel, do filho do Rav Alexander Arie Mendelboim shlita. Quando entrei no salão, o Rav Mendelboim me recebeu como se eu fosse o convidado mais esperado da noite. Me senti lisonjeado, não sabia que eu era tão especial para ele. Fiquei perto da porta por mais alguns instantes e tive uma enorme surpresa: cada convidado que chegava era tratado pelo rabino como se ele fosse o convidado mais importante da noite. Isso causava nas pessoas uma incrível sensação de acolhimento. Alguns dias depois questionei o rabino sobre aquele comportamento e ele me disse algo incrível. Muitas vezes damos uma festa e as pessoas comparecem para nos alegrar, apesar das dificuldades, da distância, de ter que procurar alguém para cuidar dos filhos pequenos. E quando esta pessoa vem nos cumprimentar na festa, agradecemos de uma forma fria e impessoal. Precisamos dar valor para os esforços que cada pessoa fez para estar na nossa festa e, por isso, o mínimo que devemos fazer é nos esforçarmos para que cada convidado se sinta único e especial, como se a festa tivesse valido a pena apenas pela presença dele. Isso é se comportar como D'us. SHABAT SHALOM R' Efraim Birbojm | | Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima. --------------------------------------------  Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno. -------------------------------------------  Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l. -------------------------------------------- Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com (Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai). | | | | | | |