| | MENSAGEM DA PARASHÁ VAISHLACH | | | ASSUNTOS DA PARASHÁ VAISHLACH - Yaacov envia mensageiros.
- Yaacov teve medo e se prepara para o reencontro com Essav.
- Yaacov fica sozinho.
- A luta com o anjo.
- Yaacov encontra Essav.
- Chegada a Shechem, Diná é sequestrada e desonrada.
- Shimon e Levi vingam a honra da irmã, Yaacov fica furioso.
- Yaacov viaja para Beth El.
- A morte de Rivka e Dvora.
- D'us muda o nome de Yaacov para Israel.
- Rachel tem mais um filho: Biniamin.
- A morte de Rachel e o enterro no caminho, em Beth Lechem.
- Reuven mexe na cama de seu pai.
- A morte de Itzchak.
- A Linhagem de Essav, de Seir e reis de Edom.
| | | VOLTE PARA A REALIDADE - PARASHÁ VAISHLACH 5784 (01/dez/23) "Para Shlomo, a beleza da vida se resumia aos passeios de moto. Ele vivia no Galil, no norte de Israel, e sempre que tinha um tempo livre, montava em sua moto e guiava pelas estradas e ruelas que circundavam as maravilhosas montanhas. Ele conhecia cada cidade e vilarejo da região. Certa tarde, enquanto estava passeando em uma pequena cidade, Shlomo passou por um cruzamento e decidiu virar à direita. Ele estava em alta velocidade e não teve tempo de se desviar de uma garotinha que estava em seu caminho. Ela caiu no chão, inconsciente. Shlomo, sob os histéricos gritos da mãe da menina, correu em direção à criança. Após alguns minutos a ambulância chegou e levou a menina para um hospital na cidade mais próxima. A menina permaneceu em coma por vários dias. A família estava arrasada, assim como Shlomo. Ele estava inconformado, mesmo sabendo que a culpa não era dele, já que testemunhas haviam dito que a menina havia se soltado da mão da mãe e corrido para o meio da rua. Shlomo não conseguia dormir de noite e nem se concentrar. Certa tarde, a menina despertou do coma. Aos poucos, foi se recuperando. Alguns dias depois, o médico disse à mãe que a menina não sofreria danos permanentes e que seria liberada do hospital em breve. No último dia no hospital, apesar da vergonha, Shlomo quis ir visitá-la. Ao aproximar-se do quarto, percebeu que a mãe da menina estava sentada do lado de fora. Ele sabia que ela o reconheceria e, portanto, foi direto ao assunto. - Quero que você saiba - disse Shlomo, quase sussurrando - que sinto muito pelo ocorrido. Apesar de não ter sido minha culpa, gostaria de fazer algo por você e pela sua filha. Não sou uma pessoa rica, mas o que você disser, estou disposto a fazer. - O dia do acidente, no qual você estava dirigindo sua moto, era Shabat - disse a mãe, em um tom de voz muito calmo - Tudo o que eu quero é que você me prometa que nunca mais andará de moto no Shabat. Shlomo ficou atordoado. Era tudo o que queriam dele? A mãe da menina explicou que aquilo significaria muito para ela e para sua filha. Shlomo acenou com a cabeça e então se foi. Ele deixou o hospital confuso. No Shabat seguinte, quando já ia ligar sua moto, lembrou-se da promessa. Mas como ficaria sem andar de moto, o maior prazer da sua vida? Desesperado, bateu na primeira porta em que viu que havia uma Mezuzá. Uma criança abriu a porta e convidou-o a entrar. Ele viu uma família reunida na mesa, no meio da refeição de Shabat. - Eu estava pensando - disse Shlomo, hesitante, dirigindo-se ao homem sentado na cabeceira da mesa - Talvez você saberia me explicar o motivo pelo qual não é permitido guiar uma moto no Shabat? O homem começou a explicar. Iniciou-se um bate papo entre os dois, até que o homem sugeriu a Shlomo que fosse à casa de um rabino que morava naquela rua e que poderia lhe explicar tudo sobre o Shabat. Shlomo gostou da ideia e foi até lá. O rabino o recebeu de braços abertos, convidando-o a participar da refeição de Shabat com sua família. Durante a refeição, conversaram sobre diversos assuntos e o rabino convidou-o a voltar em outra oportunidade. Shlomo começou a visitá-lo regularmente e, em pouco tempo, estavam estudando duas vezes por semana. No entanto, após alguns meses, Shlomo lhe disse que estava saindo de férias. Ele precisava de uma mudança de ares e queria viajar pelo país. O rabino sugeriu que ele passasse um Shabat em Jerusalém. Indicou a Yeshivá Or Sameach, especializada em ensinar jovens afastados da Torá, onde poderia tirar todas as suas dúvidas. Shlomo achou interessante a ideia e acabou ficando lá por duas semanas, o que abriu para ele novos horizontes, um mundo que ele não conhecia. A moto logo deixou de ser o objetivo principal de sua vida, sendo substituída pelo estudo da Torá e o cumprimento das Mitzvót. Shlomo mudou-se definitivamente para a Yeshivá, onde acabou estudando por vários anos, até se tornar um grande estudioso de Torá, mudando o curso de sua vida para sempre. Aquele jovem rapaz pegou uma estrada que nunca havia pego antes: a estrada de volta para casa". | | Nesta semana lemos a Parashá Vaishlach (literalmente "E enviou"), que começa a descrever a volta de Yaacov Avinu para casa, após 34 anos. Preocupado com o reencontro com seu irmão Essav, Yaacov enviou mensageiros, que voltaram com más notícias: Essav vinha ao seu encontro, acompanhado de 400 homens armados. Yaacov fez então três preparativos: rezou, enviou presentes para acalmar Essav e se preparou para a batalha, dividido o acampamento em dois, para que ao menos parte da família sobrevivesse ao ataque de Essav. Porém, na noite anterior ao encontro com Essav, Yaacov teve outra dura batalha, como está escrito: "E Yaacov foi deixado sozinho, e um homem lutou com ele até o amanhecer" (Bereshit 32:25). Rashi explica que este "homem" era, na realidade, o anjo da guarda de Essav, o próprio Satan, o Yetser Hará. Mas apesar dos seus esforços, o anjo não conseguiu vencer Yaacov. Quando começou a amanhecer, o anjo quis escapar. Yaacov então perguntou ao anjo seu nome, e ele respondeu: "Por que você pergunta o meu nome?" (Bereshit 32:30). Este ensinamento levanta alguns questionamentos. Em primeiro lugar, por que Yaacov se interessou em saber o nome do anjo? O que este conhecimento acrescentaria em sua vida? Além disso, por que o anjo não quis responder? E, finalmente, se o anjo não tinha permissão de revelar seu nome, poderia ter simplesmente falado para Yaacov que ele não podia revelar. Então por que ele questionou o motivo de Yaacov ter perguntado? Nossos sábios explicam que, em Lashon HaKodesh, cada nome carrega uma essência. Isso se aplica aos objetos, aos animais, aos seres humanos e também aos anjos. Por exemplo, o nome do anjo "Rafael" vem da raiz "Refua", que significa "cura". Isto significa que a missão do anjo Rafael, isto é, sua essência, é curar pessoas. Yaacov sabia que estava lutando contra o Yetser Hará. Ele conseguiu vencer esta dificílima luta, mas queria transmitir também aos seus descendentes a sabedoria de como vencê-lo. Para isso, Yaacov queria conhecer a essência do Yetser Hará através do seu nome. Mas por que o anjo não quis responder? Explica o Rav Yehuda Leib Chassman zt"l (Lituânia,1869 - Israel, 1935) que, na realidade, o anjo sim respondeu ao questionamento de Yaacov. Isto significa que ao dizer "Por que você pergunta o meu nome?", ele estava respondendo qual era o seu nome. Mas o que isto significa? Que tipo de nome é este? Para responder este questionamento, precisamos entender uma diferença marcante entre os prazeres espirituais e os prazeres materiais. De acordo com o Rav Chassman, a Torá é representado pelo conceito de "Emet", e "Emet" representa a realidade. Tudo o que D'us quer de nós é que "provemos" o gosto da "Emet", pois todo aquele que prova, automaticamente sente a doçura de D'us. Percebemos isso, por exemplo, no estudo da Torá e no serviço espiritual. Quanto mais a pessoa aprende, quanto mais ela se aprofunda, mais ela sente prazer, além da elevação e aperfeiçoamento. E, ao contrário, em relação ao afastamento espiritual está escrito "Se você me abandonar por um dia, eu te abandonarei por dois dias". Isto quer dizer que aquele que começa a se afastar dos prazeres da Torá, no final acabará se afastando completamente, trocando o prazer da doçura pela amargura do vazio espiritual. Já em relação aos prazeres do mundo material, a realidade é exatamente o oposto. Quanto mais alguém se acostuma com os prazeres, aos poucos começa a não sentir nenhum preenchimento. Assim ensinam os nossos sábios: "Os perversos estão sempre cheios de arrependimentos". Os desejos cegam os olhos e entropecem o coração, fazendo com que a pessoa crie em sua imaginação uma enorme expectativa. Mas quando o desejo é saciado, a vida sai da imaginação e volta para a realidade. Neste momento, a pessoa percebe a amarga realidade de que aquele prazer não a preencheu. Esta pessoa então se questiona: "o que eu ganhei com isso?", e se enche de arrependimento. É como alguém que quer fazer regime, mas não resiste ao bolo de chocolate. Após terminar de comer, ela cai na real de que não deveria ter comido. E mesmo quando a pessoa está afundada nos prazeres materiais, no fundo ela sente que realmente não há um proveito real neles, só algo momentâneo. Isso explica o crescente movimento dos "Baalei Teshuvá", aqueles que estavam imersos nos prazeres do mundo material, pessoas muito bem sucedidas em suas profissões, mas que abandonaram tudo para viver uma vida de "Emet". Com este conceito, podemos entender a resposta do anjo. Essav representa justamente o materialismo, uma vida baseada em imaginação e fuga da realidade. Por isso o anjo da guarda de Essav respondeu que seu nome era "Por que você pergunta meu nome?". O nome representa a essência de algo, mas os prazeres mundanos não tem nenhuma "substância", eles são apenas imaginários. Ou seja, o anjo estava dizendo: "Não tente entender e verificar minha essência real, pois a minha arma é justamente a imaginação e a vanidade". A cura para tudo isso é, portanto, vencer o Yetser Hará através do racional. Isso se assemelha a uma pessoa que vê de noite, na parede de sua casa, lindas luzes que brilham como pedras preciosas. Porém, na realidade, os brilhos são apenas o reflexo das luzes da cidade. Quando a pessoa pega uma lanterna e se aproxima da parede, todos os brilhos desaparecem, e ela percebe que não há nada ali além de uma simples parede branca. Esta é a nossa geração, deslumbrada com os prazeres mundanos. Uma geração de pessoas que caminham no escuro para desfrutar prazeres imaginários, que não preenchem de verdade. Apesar de tanta fartura, as pessoas estão cada vez mais vazias. Apenas quando a pessoa acende a luz da sua razão, ela percebe que não há nada real nestes prazeres, era apenas imaginação. Somente assim poderem pegar o caminho de volta para casa, de volta para a "Emet", de volta para os prazeres verdadeiros, que nos preenchem, tanto neste mundo quanto no Mundo Vindouro. SHABAT SHALOM R' Efraim Birbojm | | Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima. -------------------------------------------- Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno. ------------------------------------------- Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l. -------------------------------------------- Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com (Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai). | | | | | | |