| | MENSAGEM DA PARASHÁ VAYERÁ | | | ASSUNTOS DA PARASHÁ VAYERÁ - D'us visita Avraham após o Brit-Milá, aos 99 anos.
- Os 3 Beduínos visitantes.
- Promessa de um filho para Sara.
- Anjos vão para Sdom.
- Destruição de Sdom.
- Nascimento de Amon e Moav.
- Sequestro de Sara porAvimelech.
- Nascimento de Itzchak.
- 9º teste de Avraham: Expulsão de Hagar e Ishmael.
- O Tratado de Beer Sheva.
- 10º teste de Avraham: Akeidat Ytzchak.
- Nascimento de Rivka.
| | | O QUE D'US PENSA DE NÓS? - PARASHÁ VAYERÁ 5785 (15/nov/24) O telefone tocou no escritório do Rav Abouhab, experiente Mohel de Tel Aviv. Uma mulher, que se apresentou como Sra. Golan, perguntou se ele estava disponível para fazer um Brit Milá no dia seguinte, na cidade de Holon, às 7h30. Ele aceitou imediatamente. Anotou o endereço, o horário e o nome da família. No dia seguinte, o Mohel partiu imediatamente após o Shacharit para chegar pontualmente ao seu destino. Para sua surpresa, não era um salão de festas nem uma sinagoga, e sim uma residência em um bairro nobre. Na porta da casa estava escrito "Família Golan". Ele bateu de leve, e logo um homem abriu a porta. Era o Sr. Golan que, com uma maleta na mão, apenas disse: "Desculpe, estou atrasado. Tenho que ir", e saiu. Veio então a Sra. Golan, se apresentou e disse: "Também preciso sair, mas não se preocupe, o Yuval está no berço e a babá logo chegará para cuidar dele". Como o Mohel estranhou que o bebê já tinha nome antes do Brit Milá, a mãe explicou: - A verdade é que nem eu e nem o meu marido queríamos fazer o Brit, pois não somos ligados de forma alguma aos costumes judaicos. Mas decidimos fazer, para que Yuval não sinta vergonha dos amigos quando crescer. Dizendo isso, a mãe se despediu e foi embora. O Mohel estava confuso. Como fazer um Brit Milá assim? Quem seria o Sandak? Onde estava o pai do bebê? E o Minian? Ele entrou no quarto do bebê, preparou os instrumentos necessários em cima do trocador e olhou para o bebê adormecido. Lágrimas correram dos seus olhos. Ele não podia acreditar que era daquela maneira que um menino judeu entraria no Brit de Avraham Avinu! Ele acordou Yuval delicadamente e acomodou-o no seu colo, enquanto servia como Sandak, Mohel e pai. Disse as Brachót do Mohel e do pai. Ainda confirmou o nome "Yuval", que acabava de iniciar sua participação no povo judeu. Deu-lhe uma Brachá para que crescesse com saúde e alegria. Foi assim que aconteceu o Brit Milá daquele bebê. O Mohel sentou-se com Yuval em seus braços e começou a chorar feito um bebê. Chorou pelo bebê, pela dor do exílio, pelo fato de existirem, até mesmo em Israel, judeus tão distantes de suas raízes. Chorou pelo futuro daquele menino. Que tipo de educação judaica receberia? Chorou por entender quão distantes estavam seus irmãos judeus. Alguns minutos depois, a babá apareceu. Ofegante, se desculpou pelo atraso enquanto corria ao encontro de Yuval. Se surpreendeu ao ver aquele senhor religioso sentado, escondendo as lágrimas que insistiam em cair. O Mohel se levantou, entregou o bebê, deixou algumas orientações e foi embora. Naquele dia, o Mohel contou à sua família sobre aquele estranho Brit Milá. Depois de algum tempo, já havia se esquecido daquele episódio. Passados treze anos, certa manhã uma mulher e seu filho entraram no escritório do Mohel. Era a Sra. Golan, de Holon. Ela perguntou se ele se lembrava dela. Em instantes, ele se lembrou de toda a história. Como um Brit Milá daqueles poderia ser esquecido? Yuval já era um menino alto e bonito. A Sra Golan disse que ele estava insistindo que queria conhecer seu Mohel. Yuval pediu para falar com o Mohel a sós. Quando a mãe saiu da sala, ele começou a chorar e disse: "Eu quero colocar Tefilin, quero cumprir Shabat e, acima de tudo, quero estudar Torá, mas tenho medo que meus pais não me permitirão". O Mohel deu um forte abraço nele e o encorajou. Ao conversar com a mãe, para a sua surpresa, ela concordou que ele ensinasse Torá a Yuval. Haviam consultado muitos psicólogos e profissionais, e todos disseram que eles deviam fazer o que era bom para a criança. Naquele dia novamente o Mohel chorou como um bebê. Mas desta vez era um choro de alegria. De repente, ele entendeu que naquele Brit Milá especial ele não havia chorado sozinho. Certamente Eliahu Hanavi também estava chorando junto com ele, e seus pedidos alcançaram o Céu. | | A Parashá desta semana, Vayerá (literalmente "E apareceu") começa com as seguintes palavras: "E D'us apareceu para ele (Avraham) nas planícies de Mamre, enquanto ele estava sentado na entrada da tenda, no calor do dia" (Bereshit 18:1). Rashi (França, 1040 - 1105) explica que era o terceiro dia após o Brit Milá de Avraham, aos 99 anos, e D'us veio visitá-lo para saber sobre o seu bem-estar. A Parashá da semana passada, Lech Lechá, terminou justamente com a Mitzvá de Brit Milá de Avraham. A Parashá descreveu diversos testes pelos quais Avraham passou na vida, e venceu todos com sucesso. De acordo com Rashi, o oitavo teste de Avraham foi justamente o Brit-Milá. Mas por que o Brit Milá foi considerado um teste? A ideia de teste implica em algum nível de dificuldade. Avraham havia saído de sua casa, passado por uma época de fome e pelo sequestro de sua esposa, entre outras adversidades. Avraham cumpria a vontade de D'us sem questionar, e certamente a dor ou o risco de vida de um Brit Milá aos 99 anos não eram motivos para impedi-lo de cumprir a ordem de D'us. Então qual era a dificuldade deste teste? Além disso, há um interessante comentário de Rashi sobre este primeiro versículo da nossa Parashá. Por que a Torá precisou explicitar o local onde D'us apareceu para Avraham após o Brit Milá? Pois Avraham tinha três amigos: Aner, Eshkol e Mamre. Segundo Rashi, quando D'us apareceu para Avraham no território de Mamre, era para dar a Mamre uma homenagem eterna, por ele ter incentivado e apoiado o Brit Milá de Avraham. Porém, se apenas Mamre foi homenageado, significa que os outros amigos de Avraham aconselharam-no contra fazer o Brit Milá naquela idade avançada. Mas, afinal, por que Avraham precisou se aconselhar com seus amigos? Ele estava em dúvida se deveria ou não ouvir a ordem Divina? Avraham estava buscando uma "segunda opinião" sobre o que D'us lhe havia ordenado? E se Mamre também não tivesse concordado, o que teria acontecido? O Rav Yehuda Loew zt"l (Polônia, 1525 - República Checa, 1609), mais conhecido como Maharal de Praga, traz duas respostas. Em primeiro lugar, ele diz que Avraham fez isso para evitar críticas das pessoas de sua geração. Não havia dúvida que ele faria o Brit Milá, independentemente do que seus amigos aconselhassem. No entanto, ele queria evitar a percepção equivocada da sociedade de que ele havia se precipitado em uma ação imprudente. Avraham publicamente procurou pessoas de prestígio com quem se aconselhar, para que ninguém pudesse acusá-lo de tomar essa ação significativa sem passar por um processo racional e ponderado. O Maharal diz que essa é a mesma razão pela qual levou três dias para Avraham chegar ao Har Hamoriá no episódio do sacrifício de Ytzchak. Se ele tivesse respondido ao comando de D'us de sacrificar seu filho imediatamente, fazendo isso no quintal de casa, as pessoas teriam dito: "Ele tomou uma decisão precipitada, em um estado mental perturbado, sem pensar nas implicações e consequências de longo prazo". Como Avraham empreendeu uma jornada de três dias antes de cumprir o comando Divino, ficou claro que ele havia se envolvido em um processo racional. Em segundo lugar, o Maharal diz que Aner, Eshkol e Mamre não eram apenas amigos de Avraham. Eles são chamados de "Baalei Brit", significando que tinham uma aliança com Avraham, e é inapropriado para qualquer membro de uma aliança iniciar uma ação ou atividade importante de forma independente, sem antes consultar os outros membros. Isso não significa que Avraham considerou fazer algo diferente do que D'us havia lhe ordenado. Ele estava apenas cumprindo um protocolo apropriado para uma pessoa que está dentro de uma aliança. Ele entendeu que era correto informar os outros antes de iniciar um ato de grande importância. Já o Rav Yaakov Kamenetsky zt"l (Lituânia, 1891 - EUA, 1986) oferece uma explicação diferente. Quando Avraham estava a caminho de sacrificar seu filho, o Satan apareceu e tentou dissuadi-lo. O Satan sabia que seria inútil dizer a Avraham "Não faça isso". Ao invés disso, o Satan disse: "Avraham, você perdeu o juízo? Aquele que promove o monoteísmo e o Chessed no mundo vai matar seu próprio filho? Você perderá seus seguidores! Todos pensarão: 'Este homem é cruel'". Mas o Talmud (Sanhedrin 89b) diz que Avraham respondeu ao Satan: "Eu andarei em minha inocência" (Tehilim 26:11), isto é, Avraham lhe disse: "Você tem uma boa pergunta, mas estou obedecendo o Criador do Universo. Quando D'us me diz algo, eu não faço perguntas". O mesmo questionamento surgiu no Brit Milá. Avraham não tinha dúvida de que faria o Brit Milá. Sua dúvida, no entanto, era: "Que tipo de impressão isso causará nas pessoas? Pode parecer que D'us é cruel ao pedir a um homem de 99 anos para fazer Brit Milá". Portanto, a questão que Avraham colocou perante seus amigos era: devo fazer este ato publicamente ou em particular? Avraham queria ouvir a opinião deles sobre qual seria a reação esperada da sociedade. Mamre lhe disse: "Se D'us lhe disse para fazer isso, certamente é bom para você. As pessoas sabem como D'us ama você. Elas vão entender. Faça isso publicamente!". Avraham seguiu o conselho de Mamre. Não sobre o Brit Mila em si, pois sobre isso ele não tinha dúvidas, mas sobre fazer isso publicamente. O Rav Yssocher Frand acrescenta ainda outra explicação. Por que Avraham quis ir ao mundo "não-judaico" para solicitar conselhos? Para deixar registrado o fato de que mesmo os não-judeus acreditam que Brit Milá é uma boa ideia. Infelizmente muito judeus afastados procuram a opinião dos não-judeus sobre todos os assuntos, e respeitam as suas opiniões mais do que as opiniões dos rabinos. Se preocupam com "o que as pessoas dirão?", e isso é uma excelente desculpa para o não cumprimento de muitas Mitzvót. No entanto, o Brit Milá é amplamente cumprido, mesmo entre os judeus mais afastados. Por que isso acontece? Talvez Avraham alcançou este impacto duradouro consultando Mamre. Até os não-judeus acreditam que o Brit Milá é uma boa ideia! Como resultado, o argumento "o que dirão os outros povos?" nunca se aplicou a esta Mitzvá. Devemos sempre ser honestos nos nossos relacionamentos para fazer Kidush Hashem. Devemos levar em consideração o que os outros pensam. Porém, não podemos cair na enganação do Satan. O que D'us nos comanda certamente é o melhor para nós. Por isso, o mais importante é sempre pensar: o que D'us pensa de nós? SHABAT SHALOM R' Efraim Birbojm | | Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima. --------------------------------------------  Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno. Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno. -------------------------------------------  Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l. -------------------------------------------- Para inscrever ou retirar nomes da lista, para indicar nomes de pessoas doentes ou Leilui Nishmat (elevação da alma), e para comentar, dar sugestões, fazer críticas ou perguntas sobre o E-mail de Shabat,favor mandar um E-mail para ravefraimbirbojm@gmail.com (Observação: para Refua Shlema deve ser enviado o nome do doente e o nome da mãe. Para Leilui Nishmat, os Sefaradim devem enviar o nome do falecido e o nome da mãe, enquanto os Ashkenazim devem enviar o nome do falecido e o nome do pai). | | | | | | |