quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ VAIGASH 5775




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DANDO BRONCA COM AMOR - PARASHÁ VAIGASH 5775 (26 de dezembro de 2014) 
"O rabino Dovid estava caminhando pela rua e passou por uma lanchonete não kasher. Ele ficou chocado e surpreso ao ver Daniel, um frequentador da sua sinagoga, sentado na lanchonete e comendo um sanduíche. O rabino parou e ficou olhando fixamente para Daniel, para ver até onde chegava a cara de pau dele. E parece que o nível de atrevimento de Daniel havia chegado ao limite, pois mesmo quando percebeu que o rabino estava olhando para ele, não se abalou e continuou comendo tranquilamente.

O rabino Dovid decidiu esperar Daniel na porta da lanchonete, e assim que ele saiu, começou a repreendê-lo com palavras duras:

- Por que você estava comendo neste lugar? Você não sabe que não é não kasher? Você não tem vergonha na cara? Você não percebeu que eu estava olhando para você o tempo todo, e mesmo assim continuou comendo como se nada estivesse acontecendo?

O mais incrível é que Daniel não se abalou. Abrindo um enorme sorriso, ele respondeu ao rabino:

- Ué, eu sempre escutei que a comida, para ser kasher, precisa ser supervisionada. Quando eu vi você me olhando e supervisionando meu sanduíche enquanto eu comia, fiquei mais tranquilo, pois sabia que estava comendo algo supervisionado pelo rabino e que era, portanto, kasher..."

A piada pode ser engraçada, mas o ensinamento que está por trás dela é muito sério. Muitas vezes queremos ajudar as pessoas a consertarem seus erros, e acabando dando uma grande bronca nelas. Mas se esta repreensão for feita da maneira incorreta, então o tiro pode sair pela culatra, e ao invés da pessoa corrigir seu erro, ela pode procurar desculpas para continuar cometendo os mesmos atos equivocados.
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Na Parashá da semana passada, Miketz, após passar 22 anos afastado de sua família, Yossef finalmente reencontrou seus irmãos e percebeu que aquela era a grande oportunidade de testar se eles estavam arrependidos por terem-no vendido, motivados pela inveja que sentiam dele. Yossef, que na época da venda tinha apenas 17 anos, agora era o vice rei do Egito e não foi reconhecido por seus irmãos. Ele convidou seus irmãos para uma refeição e, antes deles saírem, escondeu sua taça de prata na sacola de seu irmão Biniamin, que também era o filho preferido de Yaacov, para posteriormente acusá-lo de roubo e condená-lo a ser escravo no Egito para sempre. A ideia de Yossef era testar se seus irmãos, por inveja, aproveitariam a oportunidade para também se livrar de Biniamin, como tinham feito com ele.

Já a Parashá desta semana, Vaigash, começa com Yehudá arriscando sua própria vida para enfrentar Yossef e exigir a libertação de Biniamin. Entre outros argumentos, Yehudá mencionou que seu pai, já idoso, não suportaria ficar sem seu filho preferido. Ao ver que os irmãos estavam realmente arrependidos, Yossef não aguentou a emoção e se revelou para eles, como está escrito: "Eu sou Yossef. Meu pai ainda está vivo? E seus irmãos não puderam responder para ele, pois estavam em choque diante dele" (Bereshit 45:3). Por que os irmãos ficaram em choque e não puderam dizer nada? Por causa da enorme vergonha que sentiram ao escutar as palavras de Yossef.

Ensina o Midrash (parte da Torá Oral) que através da reação dos irmãos fica claro que Yossef os estava repreendendo por terem-no vendido. Este entendimento é reforçado pelo fato de diversas vezes os irmãos de Yossef terem repetido que Yaacov ainda estava vivo, não havendo nenhum motivo para que Yossef perguntasse isto novamente, deixando claro que as palavras de Yossef tinham certamente outras implicações. Mas como entender que as palavras "meu pai ainda está vivo?" foram uma repreensão? Segundo o Rav Yossef Dov Soloveitchik (Bielorússia, 1820 - 1892), mais conhecido como Beis Halevi, é como se Yossef estivesse dizendo para Yehudá: "Foi muito bonito agora você ter vindo defender o Biniamin, pedindo para que eu tivesse misericórdia de seu pai idoso. Mas por que você mesmo não teve misericórdia de seu pai idoso quando você decidiu me vender como escravo?". Yossef conseguiu demonstrar, de uma maneira lógica e racional, que o ato dos irmãos de terem-no vendido havia sido um grande erro.

O ato de Yossef de repreender seus irmãos foi correto, pois existe inclusive uma Mitzvá na Torá de repreender uma pessoa que está fazendo algo errado, como está escrito: "Advirta seu companheiro, e que a transgressão não recaia sobre você" (Vayikrá 19:17). Mas o propósito de repreender uma pessoa nunca deve ser de envergonhá-la ou diminuí-la, e sim mostrar que ela cometeu um erro e que precisa corrigir seus caminhos. Esta Mitzvá é muito difícil de ser cumprida, pois quando damos uma bronca em alguém, normalmente atacamos diretamente a pessoa que cometeu a transgressão, e há uma grande chance de ela reagir da maneira oposta como desejávamos. Quando a pessoa é confrontada com a acusação de que cometeu uma transgressão, normalmente ela se torna defensiva e pode até mesmo fortalecer seu comportamento errado apenas para justificar para si mesma que é um comportamento correto. E a isto se refere o final do versículo que diz "e que a transgressão não recaia sobre você", pois se não repreendermos a pessoa da maneira correta, e por causa disto ela piorar ainda mais seus atos, seremos cobrados por este "acréscimo". Portanto, precisamos ser sábios no momento de repreender alguém.

Esta foi a grandeza da repreensão de Yossef, que tocou o coração dos seus irmãos e os ajudou a consertar o que eles haviam feito de errado. Há um pequeno detalhe que nos chama a atenção nas palavras de Yossef, que é a chave para a repreensão ter realmente funcionado. Quando Yossef criticou seus irmãos, ele perguntou "meu pai ainda está vivo?". Mas por que ele não falou "nosso pai"? Qual mensagem ele estava transmitindo ao chamar Yaacov somente de "meu pai"?

Explica o Rav Yohanan Zweig que uma possível explicação é que Yossef não quis criticar a atitude errada de seus irmãos de maneira direta, por causa do risco deles se tornarem defensivos e não aceitarem a repreensão. Então ele tentou atingir seu objetivo de outra maneira, focando no dano causado ao invés de focar no ato errado, isto é, mostrando para os irmãos as terríveis consequências que seu ato errado havia causado. Por isso a primeira pergunta de Yossef após ter se revelado aos seus irmãos foi "meu pai ainda está vivo?", pois ele estava deixando claro que, de todos os sofrimentos que havia passado nos últimos 22 anos, o pior de todos havia sido a distância de seu pai. Com esta pergunta, Yossef estava derramando a tristeza que havia se acumulado em seu coração durante todos aqueles anos nos quais ele não conseguiu aproveitar o amor de Yaacov. E a Torá fala que, ao escutar estas palavras, os irmãos de Yossef não conseguiram responder nada, pois estavam completamente envergonhados. Não uma vergonha por terem sido diretamente repreendidos por Yossef, mas pelo resultado de terem entendido a dor e o sofrimento que o erro deles havia causado.

Este é um importante ensinamento para nossas vidas. Muitas vezes queremos criticar uma pessoa por um erro que ela cometeu, mas acabamos fazendo da forma incorreta e pioramos ainda mais a situação. Isto acontece porque normalmente damos uma bronca nos outros apenas preocupados em resolver algo que está nos incomodando, e não com intenção de melhorar algo na outra pessoa. Já Yossef tinha como preocupação principal o crescimento espiritual dos seus irmãos, queria que eles enxergassem o que haviam errado para poderem consertar. Por isso ele fez a crítica de uma maneira que não despertasse desculpas e tentativas de encobrir o ato errado. E a melhor maneira do erro ficar evidente era demonstrando as terríveis consequências do mau ato que eles haviam cometido.

A crítica é uma ferramenta que podemos utilizar para transformar o mundo em um lugar melhor. Mas é uma ferramenta que deve ser utilizada por amor, não por egoísmo. A repreensão é algo que somente deve ser utilizada quando nosso intuito é que o próximo possa consertar seus erros e crescer espiritualmente. Portanto, uma repreensão nunca deve ser feita de forma impensada, quando estamos de "cabeça quente", pois certamente não trará benefícios. Criticar é uma Mitzvá, mas criticar da maneira incorreta, causando dor, sofrimento e tristeza, é uma grande transgressão.

SHABAT SHALOM

Rav Efraim Birbojm
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quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

SHABAT SHALOM M@IL - CHÁNUKA II 5775

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RASO OU PROFUNDO? - CHÁNUKA II 5775 (19 de dezembro de 2014)

"Certa vez um professor de moral e ética de uma escola tradicional foi pego traindo a esposa, um ato completamente imoral. Foi um grande choque saber que justamente aquele que ensinava moral e ética se comportava de maneira tão vergonhosa. O professor foi chamado pelo diretor da escola para dar explicações, mas ao contrário do que era esperado, ele não pediu desculpas e nem se envergonhou do seu comportamento imoral. Ele ainda quis se justificar:
 
- Por acaso o professor de matemática precisa ser um triângulo? Ou o professor de biologia precisa ser uma batata? Então por que eu, só por dar aula de moral e ética, preciso ser uma pessoa moral e ética?"
 
Infelizmente este comportamento é um dos legados da superficialidade da cultura helenista. Quando Aristóteles, o grande filósofo grego, certa vez foi pego cometendo um ato imoral, ele foi questionado por seus alunos se aquilo não era contraditório com seus ensinamentos. Sem se abalar, ele explicou: "Naquele momento em que eu estava fazendo aquele ato, eu não era o Aristóteles".

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Neste Shabat lemos a Parashá Miketz e continuamos comemorando a festa de Chánuka, que relembra a incrível vitória militar do povo judeu sobre o poderoso exército grego e o posterior milagre do óleo, que era suficiente para acender apenas um dia da Menorá que havia no Beit Hamikdash (Templo Sagrado), mas durou oito dias, tempo suficiente para que mais óleo puro fosse produzido. Inicialmente os Yevanim (gregos) vieram a Israel sem intenção de nos atacar militarmente, pois eles acreditavam que poderiam influenciar o povo judeu a abandonar a Torá e as Mitzvót através da ideologia "iluminada" do Helenismo, que eles consideravam como sendo uma forma superior de vida. Porém, como a maioria do povo judeu resistiu às suas tentativas de assimilação, os gregos se tornaram hostis e começaram a obrigar os judeus a abandonarem a Torá. Um pequeno grupo de judeus iniciou uma rebelião e conseguiu expulsar os gregos. A partir daí nossos sábios decidiram estabelecer uma comemoração permanente desta vitória.

Mas sabemos que no judaísmo as festas não são apenas recordações de algo que aconteceu no passado. Por que continuar comemorando um evento que ocorreu há mais de 2 mil anos? Explica o Rav Yehonasan Gefen que para aprender lições atuais do conflito entre os judeus e os gregos, devemos entender com maior profundidade exatamente o que estava em jogo, e para isso precisamos voltar à descrição que a Torá faz dos antepassados que deram origem aos judeus e aos gregos. Noach (Noé) tinha três filhos: Shem, que deu origem ao povo judeu; Yefet, que deu origem aos gregos; e Cham. A Torá descreve um incidente envolvendo os três filhos de Noach que traria consequências importantes para seus descendentes. Logo após o dilúvio, Noach desceu da arca, se embebedou e ficou nu em sua tenda. Cham, o filho mais novo, não queria dividir a herança de seu pai com mais irmãos, então aproveitou para castrar seu pai, evitando que ele tivesse mais filhos. Quando Shem e Yefet escutaram que Noach estava nu na sua tenda, foram imediatamente cobri-lo para diminuir sua vergonha, e ambos foram recompensados por este bom ato. Os descendentes de Shem foram recompensados com a Mitzvá de vestir uma roupa contendo "Tzitzit", enquanto os descendentes de Yefet foram recompensados com um enterro digno dos corpos de seus soldados após as batalhas. Mas por que esta diferença, se aparentemente o ato foi o mesmo? Por que os descendentes de Shem meritaram uma nova Mitzvá, que é uma oportunidade para crescer em espiritualidade, enquanto a recompensa de Yefet foi apenas um benefício para o corpo?

 
Explica Rashi (França, 1040 - 1105), comentarista da Torá, que foi Shem quem iniciou o ato de cobrir seu pai, e somente depois Yefet se juntou a ele. Isto quer dizer que Shem teve uma incrível agilidade e preocupação com a vergonha de se pai, enquanto Yefet apenas seguiu o que seu irmão já tinha começado a fazer. Além disso, há outra enorme diferença entre os dois atos: a Kavaná (intenção) de cada um deles. Quando Shem viu a nudez de seu pai exposta, ele entendeu que aquilo era um enorme problema espiritual, associado à falta de Tzniut (recato), e por isso teve a reação imediata de cobrir seu pai para tirá-lo daquele estado de vergonha. Já Yefet não reagiu imediatamente, pois não considerava a nudez um problema. Ele somente tomou uma atitude quando percebeu que o corpo do seu pai havia sido mutilado, "estragando" sua perfeição natural e necessitando ser coberto por causa da vergonha de seu corpo não estar intacto. Como Shem viu o ato de cobrir seu pai como algo que podia trazer dignidade ao ser humano, então ele foi recompensando com a mais digna forma de vestimenta: o Tzitzit, que carrega o "emblema" de D'us. Já Yefet, que somente viu problemas na exposição de um corpo nu por causa de sua mutilação, meritou que os corpos de seus descendentes não ficariam abandonados ao apodrecimento nos campos de batalha, e sim seriam honrados através de um enterro digno.
 
Imediatamente após este incidente, Noach fez uma importante afirmação: "D'us dará beleza para Yefet, e ele habitará nas tendas de Shem" (Bereshit 9:27). Os comentaristas explicam que Yefet recebeu a Brachá (Benção) do tipo mais superficial de beleza. Mas para que este tipo de beleza seja utilizada da maneira correta, ela deve estar na "tenda de Shem", isto é, deve ser utilizada para aumentar a espiritualidade do ser humano. Há um interessante ensinamento do Talmud (Meguila 9b), baseado no versículo mencionado acima, que ensina que um Sefer Torá somente pode ser escrito em duas línguas: hebraico e grego. O Talmud está dando um exemplo de como a beleza de Yefet, quando utilizada na tenda de Shem, pode produzir uma linda combinação.
 
Por que Noach deu esta Brachá para Shem e Yefet logo depois do incidente ocorrido? Apesar de utilizar uma lógica equivocada, da beleza e perfeição do corpo, Yefet se juntou ao bom ato de seu irmão Shem, que fazia o ato com as intenções espirituais corretas. Apesar de Yefet não ter a intenção correta, junto com Shem ele fez o ato correto, tirando a vergonha de seu pai. E esta foi a Brachá, de que se Yefet estivesse continuamente junto com Shem, aprenderia a fazer os atos corretos e com as intenções corretas. Ele continuaria a apreciar a perfeição do corpo e sua beleza, mas canalizaria isso para o lado espiritual, aprofundando algo que era apenas superficial.
 
Porém, a Brachá de Noach foi bem clara: isto somente se aplica quando Yefet se esforça para se aprofundar na sua apreciação da beleza e conectá-la com a espiritualidade de Shem. Mas quando Yefet rejeita este aprofundamento, o resultado é que a beleza rapidamente se degrada e se transforma em algo apenas físico e superficial. Foi o que ocorreu com os gregos, que enfatizaram apenas a beleza física do ser humano, e acabaram praticando atos grosseiros de indecência e imoralidade.
 
Explica o Rav Chaim Friedlander (1923 - Israel, 1986) que há outro aspecto que ressalta a superficialidade dos gregos. Também na área da sabedoria os gregos eram muito superficiais, isto é, o que eles sabiam não influenciava no que eles eram, como se justificou Aristóteles ao deixar claro que os ensinamentos de sua sabedoria não deveriam obrigatoriamente se refletir em seus atos cotidianos. Por outro lado, o judaísmo representa justamente o contrário desta superficialidade grega. A Torá nos obriga a aplicarmos suas lições à nossa parte mais interior. Uma pessoa que estuda Torá e não a aplica em seus atos cotidianos não é considerado um verdadeiro estudioso de Torá. Estas diferenças entre os gregos e o povo judeu causaram este grande antagonismo entre as duas nações, e ao invés de apreciar a profundidade dos ensinamentos da Torá, os gregos reagiram com inveja e fizeram enormes esforços para destruir esta forma de sabedoria "rival". A superficialidade dos gregos pode ser percebida até mesmo nas letras de seu nome. "Yavan" é escrito com as letras "yud", "vav" e "nun sofit", sendo as três letras finas e retas, sem nenhuma "espessura", demonstrando que Yavan era uma nação superficial.
 
Portanto, esta guerra entre os gregos e o povo judeu não foi apenas uma batalha militar entre duas nações lutando pelo poder, mas sim uma batalha espiritual, um choque entre duas ideologias: a superficialidade de Yavan contra a espiritualidade profunda de Israel. Esta foi a primeira guerra ideológica da história da humanidade, um choque entre duas perspectivas de vida que não podiam coexistir de forma pacífica. Por isso todos os anos recordamos o conflito judaico-helenista, que aconteceu há mais de 2 mil anos atrás, pois apesar de termos sido vitoriosos naquela batalha, a luta continua até os nossos dias.
 
A Cultura Ocidental foi fortemente influenciada pela forma de pensar dos gregos, em especial a superficialidade, a falta de espiritualidade e a busca pela beleza do material sem nenhuma profundidade. Esta guerra existe inclusive dentre aqueles que estão conectados com a Torá. Por exemplo, muitas pessoas julgam os outros mais pelas roupas que usam do que pelos seus traços de caráter, criando rótulos de "kasher" ou "não kasher" sem nem mesmo conhecer as pessoas. Mesmo quando julgamos a nós mesmos, sentimos que usar roupas "religiosas" é um grande indicador do nosso sucesso espiritual, e não fazemos uma real reflexão sobre o nosso comprometimento com a Torá e com as Mitzvót. Muitas vezes nos preocupamos mais em como os outros nos veem rezando do que com a nossa real conexão com D'us no momento da Tefilá. Estes são apenas alguns poucos exemplos que demonstram o enorme risco de que toda a Torá que aprendemos se mantenha apenas em um nível superficial, sem conseguir penetrar em nossos corações e influenciar nossos traços de caráter.
 
Vemos que no mundo não judaico, e também no mundo judaico, ainda é muito forte a influência da ideologia grega. Portanto, a guerra contra os gregos não é algo do passado, é algo do presente, é uma luta que cada um de nós deve lutar. A luta contra a superficialidade, contra os rótulos que criamos em nossas cabeças, contra a exaltação da beleza física sem nenhum tipo de profundidade. Quando acendemos cada uma das velas de Chánuka, é uma nova chance de abrirmos nossos corações, para que todo o nosso conhecimento de Torá possa penetrar e nos preencher, e não permanecer dentro de nós apenas de maneira superficial.
 
Que em Chánuka possamos não apenas vestir roupas "religiosas", mas possamos também meritar um coração "religioso", que não rotula as pessoas e que absorve e transforma em bons atos todos os nossos conhecimentos de Torá.
 
SHABAT SHALOM e CHÁNUKA SAMEACH
 
Rav Efraim Birbojm

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sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ VAIESHEV E CHÁNUKA 5775


BS"D
VALORES VERDADEIROS - PARASHÁ VAIESHEV E CHÁNUKA 5775 (12 de dezembro de 2014)
"Um rei havia presenteado sua filha com um belo colar de diamantes, mas certo dia o colar desapareceu. O rei, desesperado, anunciou uma grande recompensa para quem o encontrasse. Naquela mesma semana Jorge resolveu voltar caminhando para casa. Quando chegou perto de uma área industrial, passou por um rio poluído, sujo e com um cheiro insuportável. Jorge então viu algo brilhando no fundo do rio. Curioso, chegou mais perto e viu que era o colar de diamantes da princesa. Quis pegá-lo para receber a recompensa e enfiou a mão naquela água imunda, mas não conseguiu alcançá-lo. Entrou no rio e sujou toda a roupa, mas ainda assim não alcançou o colar. Estava tão obcecado que decidiu mergulhar no rio imundo, porém não alcançava o colar. Ficou desolado, pois estava imundo e o colar continuava no fundo do rio, tão perto e, ao mesmo tempo, tão longe.

Caminhava cabisbaixo quando encontrou Aharon, um homem muito sábio, que percebeu que havia algo errado. Aharon perguntou qual era o problema, mas Jorge não queria compartilhar o segredo, com medo que Aharon iria pegar o colar escondido. Mas Aharon insistiu e Jorge acabou explicando o mistério do colar que podia ser visto mas não podia ser alcançado. Aharon abriu um sorriso e disse:

- Vou te dar uma dica preciosa. Ao invés de olhar para baixo, para o rio imundo, tente olhar para cima. Assim você vai conseguir pegar o colar valioso.

Jorge não entendeu as palavras de Aharon. O que significava olhar para cima, se ele estava procurando um colar de diamantes no fundo do rio? Porém, como não tinha nada a perder, voltou ao local e olhou para cima. Não acreditou quando viu que sobre o rio se estendiam os galhos de uma árvore, e na ponta de um deles estava pendurado o colar. Entendeu que, até aquele momento, havia apenas tentado pegar o simples reflexo do colar verdadeiro".

Buscar preenchimento completo nos bens materiais é como mergulhar em um rio poluído e imundo, pois é um mero reflexo da felicidade verdadeira que existe no mundo espiritual.
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Nesta semana lemos a Parashá Vaieshev, que fala sobre Yossef, filho de Yaacov, e seus irmãos. A Parashá começa com Yossef descrevendo aos irmãos seus dois sonhos, que causaram um grande desgaste no relacionamento entre eles. Assim ele descreveu seu primeiro sonho: "Nós estávamos atando feixes no meio do campo, e eis que meu feixe se levantava e ficava em pé, e seus feixes se juntavam em volta e se curvaram diante do meu feixe" (Bereshit 37:7). E assim ele descreveu seu segundo sonho: "O sol, a lua e onze estrelas se curvavam diante de mim" (Bereshit 37:9). É interessante perceber que, apesar dos sonhos terem sido muito parecidos, a reação dos irmãos de Yossef foi completamente diferente. Depois do primeiro sonho a Torá diz que os irmãos de Yossef o odiaram ainda mais, porém depois do segundo sonho a Torá diz que os irmãos de Yossef sentiram inveja dele. Por que esta diferença?

Responde o Rav Yossef Dov Soloveitchik (Bielorússia, 1820 - 1892), mais conhecido como Beit Halevi, que os sonhos têm entre si uma diferença sutil, mas que muda completamente o significado deles. No primeiro sonho não foram os irmãos que se curvaram para Yossef, e sim os feixes deles que se curvaram para o feixe de Yossef. Já no segundo sonho os próprios irmãos, representados pelas onze estrelas, se curvaram diante de Yossef. Este pequeno detalhe foi suficiente para fazer uma enorme diferença na reação dos irmãos de Yossef.

Explica o Beit Halevi que os dois sonhos representavam visões proféticas sobre duas áreas nas quais os irmãos de Yossef seriam subordinados e inferiores a ele. Os feixes do campo do primeiro sonho representavam a futura superioridade que Yossef teria sobre seus irmãos em relação ao sucesso no Olam Hazé (mundo material). Os feixes dos irmãos se curvarem diante do feixe de Yossef significava que eles seriam dependentes de Yossef em seu sustento físico. Porém, o sucesso no mundo material não faz com que a pessoa seja intrinsecamente superior às outras, somente significa que ela tem mais posses. Uma pessoa milionária não é melhor e nem está em um nível mais alto do que uma pessoa muito pobre. É por isso que a Torá diz que os feixes se curvaram, isto é, as posses físicas dos irmãos de Yossef estariam subordinadas às posses físicas de Yossef, mas não a essência deles. Já o segundo sonho representava a visão profética da superioridade espiritual que Yossef teria sobre seus irmãos. As estrelas fazem parte das "Mazalot" (constelações), que exercem muita influência sobre as características de cada ser humano. Portanto, neste segundo sonho foram os irmãos mesmos que se curvaram diante de Yossef. O sonho mostrava que Yossef também chegaria a uma realização espiritual maior do que seus irmãos.

Esta explicação nos ajuda a entender a diferente reação dos irmãos de Yossef a cada um dos sonhos. O ódio surge quando alguém se ressente da atitude de outra pessoa, enquanto a inveja surge quando alguém se sente inferior em relação a outra pessoa. Os irmãos de Yossef o odiaram após o primeiro sonho, pois se ressentiram ao entender que dependeriam dele para obter seu sustento e que seriam governados por ele. Porém, eles não sentiram inveja, pois o fato de Yossef ter mais riquezas não os fez se sentirem inferiores. Eles viam as realizações e conquistas materiais como algo externo à pessoa e, portanto, algo que não era digno de inveja. Mas após ouvirem o segundo sonho, a Torá descreve que eles sentiram inveja, pois o sonho revelava que Yossef chegaria a um nível espiritual superior ao nível deles. Como as conquistas espirituais são algo intrínseco da pessoa, isto despertou inveja nos irmãos, pois os fez se sentirem inferiores.

De acordo com o Rav Yehonasan Gefen, dos ensinamentos do Beit Halevi aprendemos duas lições importantes. A primeira lição é que as posses materiais de uma pessoa não definem sua verdadeira grandeza. A Torá nos ensina que uma pessoa que tem muito dinheiro deve ser respeitada, mas não devemos invejar a riqueza de ninguém, pois o dinheiro não é o medidor do valor real de uma pessoa. Somente o nível espiritual determina a verdadeira grandeza de alguém, e isto sim é digno de ser invejado.

Infelizmente vivemos em uma sociedade que dá muita ênfase para as posses materiais. As pessoas não são medidas pelo que elas são, e sim pelo que elas têm. Por exemplo, vemos que as pessoas em geral são muito reservadas em relação à sua situação financeira. Por que? Quando algo é muito importante para uma pessoa, ela não gosta de revelar aos outros, pois considera como sendo parte da sua essência. É por isso que a maioria das pessoas não revela nem mesmo aos amigos seu salário e o valor do seu apartamento. Esta visão equivocada é tão penetrante que "contamina" até mesmo pessoas mais conectadas com a espiritualidade, tornando difícil não dar importância ao status financeiro. Uma solução é aprendermos com os Gdolei HaDor (grandes sábios da nossa geração), como o Rav Chaim Kanievsky e o Rav Aharon Leib Shteinman, rabinos que têm prestígio e poder suficientes para serem pessoas ricas e ostentadoras, mas que preferiram viver vidas simples, sem nenhum tipo de luxo. Sob as mãos deles passam milhares e milhares de dólares, mas tudo é destinado à caridade. E mesmo sendo simples e pobres, eles são os gigantes espirituais da nossa geração, respeitados por todos. Quanto mais claridade tivermos do nosso verdadeiro valor, mais força teremos para lutar contra esta má inclinação.

A verdade é que esta luta já é antiga dentro do povo judeu. Na próxima 3ª feira de noite (16/12) começa a festa de Chánuka, época em que recordamos a milagrosa vitória do povo judeu sobre os gregos, que constituíam o maior e mais poderoso império da época. Porém, maior do que a vitória militar foi a vitória espiritual. Os gregos trouxeram para Israel sua filosofia, baseada na busca de prazeres físicos, na perfeição do corpo e na supervalorização dos nossos bens materiais, contaminando o povo judeu e tentando arrancar nossa espiritualidade através da assimilação. Mas uma parte do povo não se intimidou com a força física nem com a "gloriosa" filosofia grega, e mesmo sendo um pequeno grupo, estes judeus foram valentes e se rebelaram contra o domínio grego. Milagrosamente eles conseguiram infligir ao poderoso exército grego pesadas baixas, até que os gregos desistiram e partiram. Foi a vitória do espiritual sobre o material, da santidade sobre a impureza. É esta vitória que recordamos quando acendemos, durante os 8 dias de Chánuka, não apenas as velas das nossas Chanukiót, mas os nossos próprios corações. Pois apenas uma batalha foi vencida contra os gregos, porém a luta continua. Depende de nós expulsarmos do mundo a escuridão grega. A escuridão que nos cega e não nos deixa perceber que o verdadeiro valor de um ser humano é o que ele é, e não o que ele tem.

SHABAT SHALOM e CHÁNUKA SAMEACH

Rav Efraim Birbojm
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quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ VAISHLACH 5775

BS"D
RESSURREIÇÃO DOS MORTOS - PARASHÁ VAISHLACH 5775  (05 de dezembro de 2014)

O Rav Yitzchak Hutner (Polônia, 1906 - Israel, 1980), o Rosh Yeshivá (líder espiritual) da Yeshivá Pachad Yitzchak, além de ser um grande sábio de Torá, era também uma pessoa extremamente sensível às necessidades das pessoas, em especial de seus alunos.

Certa vez, seu aluno Moshé Cohen (nome fictício), que não era daqueles alunos que mais se destacavam, fez uma pergunta aparentemente simples no meio de uma das aulas. Para o espanto de todos, o Rav Hutner respondeu a pergunta com um entusiasmo fora do normal, como se a pergunta tivesse sido genial. E durante a aula ele repetiu a pergunta várias vezes, com grande admiração. Mas os outros alunos, que não enxergaram nenhuma genialidade naquela pergunta, não conseguiram entender a reação do rabino.

Porém, o Rav Yitzchak Hutner sabia muito bem o que estava fazendo. Moshé Cohen estava passando por um momento muito difícil. Com dificuldades no estudo, ele tinha sérios problemas de autoestima e estava em uma fase de grande queda espiritual, desanimado e com risco de acabar se desviando completamente dos caminhos da Torá. Naquele dia, quando ele escutou os elogios do Rav Hutner, sua vida mudou. Receber aqueles elogios do Rosh Yeshivá deu um enorme impulso na sua autoestima. Ele conseguiu frear aquela queda espiritual e começou uma mudança de marcha na sua vida, melhorando cada vez mais nos estudos e no cumprimento das Mitzvót. Pouco tempo depois ele havia se transformado em uma fonte de vitalidade na Yeshivá. Os pais de Moshé Cohen relataram que o Rav Hutner conseguiu, com um simples ato, realizar uma proeza gigantesca, no mesmo nível de "ressuscitar os mortos".

Quando o Rav Hutner mostrou ao seu aluno que ele era capaz, isso deu a ele um enorme impulso, capaz de salvar até mesmo seu judaísmo. (História Real).

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Nesta semana lemos a Parashá Vaishlach, cujo tema principal é o reencontro de Yaacov com o seu irmão Essav. Yaacov estava preocupado, pois o reencontro poderia terminar em uma sangrenta batalha de vida ou morte, porém tudo terminou bem, com os dois irmãos se abraçando e chorando.

Já no final da Parashá a Torá descreve a genealogia de Essav, algo aparentemente sem importância. Mas olhando com atenção, percebemos um nome que nos chama a atenção: "E Timná era uma concubina de Elifaz, filho de Essav, e ela deu a luz a Amalek" (Bereshit 36:12). Amalek, o neto de Essav, foi quem deu origem ao terrível povo de Amalek, a nação que se empenhou diversas vezes na história em tentar exterminar o povo judeu. Mas por que justamente desta mulher chamada Timná saiu Amalek e toda a sua descendência de pessoas cruéis?

Explica o Talmud (Sanhedrin 99b) que Timná era uma princesa, mas ela estava disposta a largar os luxos do palácio para se converter ao judaísmo. Ela procurou Avraham, Ytzchak e Yaacov, nossos patriarcas, mas eles não a aceitaram. Então ela decidiu se tornar concubina de Elifaz, pensando: "É melhor eu ser uma escrava neste povo do que uma mulher poderosa em outra nação". Em outras palavras, a vontade de Timná de entrar no povo judeu era tão grande que ela tentou inclusive pela "porta dos fundos", se tornando parte da família de Essav. A consequência foi que o povo de Amalek, que causou tanto sofrimento ao povo judeu, saiu justamente dela. O Talmud conclui que Amalek nasceu de Timná após ela ter se tornado a concubina de Elifaz justamente pelos nossos patriarcas terem afastado ela. De acordo com Rashi (França, 1040 - 1105), o correto teria sido eles aceitarem Timná e permitirem a sua conversão.

Mas este ensinamento do Talmud desperta um enorme questionamento. Sabemos que os nossos patriarcas dedicaram suas vidas para aproximar pessoas de D'us. Portanto, se eles decidiram não aceitar Timná é porque tinham suficientes razões para isso. Eles sabiam que havia algo muito ruim na natureza dela, e por isso se recusaram a permitir sua entrada no povo judeu. Então, se eles tinham motivos que justificavam a decisão deles, por que foram punidos de forma tão dura, com sofrimentos para todas as gerações?

Explica o Rav Chaim Shmulevitz (Lituânia, 1902 - Israel, 1979) que deste episódio de Timná aprendemos que não importa o quanto uma pessoa possa ser ruim, ela não deve ser completamente rejeitada. Isto quer dizer que, enquanto houver ainda alguma esperança da pessoa melhorar, é proibido afastá-la, pois isto terminaria com suas chances de voltar ao caminho correto. Portanto, se os patriarcas e seus descendentes foram castigados, fica óbvio que apesar das más características de Timná, certamente ela tinha dentro de si algum potencial oculto que justificaria permiti-la entrar no povo judeu.

A mesma lição aprendemos em relação à Lót, o sobrinho de Avraham, uma pessoa instável e rebelde. Após uma briga entre os pastores de Avraham e os pastores de Lót, Avraham percebeu que seu relacionamento com Lót estava começando a se deteriorar e poderia se tornar insustentável, e por isso decidiu que era hora deles se separarem. Porém, o que parecia uma decisão correta e racional de Avraham foi duramente criticada pela Torá. Diz o Midrash (parte da Torá Oral) que houve uma "raiva Divina" contra Avraham Avinu no dia em que ele se separou de Lót, como se D'us estivesse questionando: "Avraham se conecta com todas as pessoas, mas justamente com seu próprio sobrinho ele não se conecta?". Este Midrash está nos ensinando algo incrível, pois Avraham havia feito esforços sobre-humanos para estar perto de Lót e tentar influenciá-lo para o bem. Rashi explica que Avraham esteve disposto a abrir mão do dom da profecia por muito tempo, pois D'us não falou com ele durante todo o tempo em que ele estava perto de Lót, e apesar disso Avraham só se afastou de Lót quando sentiu que o relacionamento estava se estremecendo. Mesmo assim a Torá critica Avraham por ter mandado Lót embora, pois apesar de todas as más qualidades que Lót tinha, ainda havia alguma esperança de trazê-lo de volta aos caminhos corretos.

O Rav Avraham Yeshaya Karelitz (Bielorússia, 1878 - Israel, 1953), mais conhecido como Chazon Ish, explica que existe um limite até quando devemos manter perto de nós uma pessoa com problemas espirituais. Segundo ele, uma pessoa que precisa de cuidados espirituais se assemelha a um doente no hospital. Por um lado, afastá-la é comparado a mandar um doente embora do hospital no meio do tratamento, colocando sua vida em risco. Por outro lado, se este doente tiver uma doença extremamente contagiosa e ameaçar a saúde dos outros em volta, então o afastamento é justificável. É por isso que quando Sara pediu para que Avraham expulsasse seu filho Ishmael de casa, ela teve o apoio total de D'us, pois a má índole de Ishmael certamente influenciaria de forma negativa o outro filho de Avraham, Yitzchak, colocando em risco todo o futuro do povo judeu. Mas enquanto houver esperança e isto não prejudicar ninguém em volta, temos que fazer de tudo para não afastar nenhuma pessoa, por pior que ela seja.

Então qual é a maneira correta de lidar com este problema? A verdade é que incomoda estar perto de uma pessoa que não está bem ou que está caindo espiritualmente, e por isso muitas vezes nos afastamos, principalmente por não sabermos como ajudar. O que podemos fazer na prática? Explica o Rav Chaim ben Atar (Marrocos, 1696 - Israel, 1743), mais conhecido como Or HaChaim HaKadosh, que há um grande ensinamento sobre este assunto na forma como Ytzchak lidou com seu filho Essav "HaRashá" (o malvado). Apesar de Ytzchak estar totalmente ciente de que Essav estava em um nível espiritual muito baixo e Yaacov estava em um nível espiritual muito alto, ainda assim ele preferiu dar a Brachá (benção) de primogenitura para Essav. Por que? Pois como qualquer outro pai, lhe doía muito ver seu filho em um caminho de maldades e transgressões. Ele acreditava que, ao receber a Brachá, Essav começaria a reagir à sua queda espiritual e melhoraria seu comportamento. E, de acordo com o Or HaChaim, pode ser que isto realmente teria funcionado.

Mas como a Brachá teria ajudado Essav a corrigir seus caminhos? Segundo o Rav Yehonasan Guefen, um dos principais motivos das quedas espirituais é a falta de autoestima, que pode levar a pessoa à depressão e às suas consequências negativas. Ao dar a Brachá para Essav, Ytzchak estaria encorajando-o e mostrando que acreditava no seu potencial como parte da cadeia de transmissão do legado dos patriarcas. Esta demonstração de confiança poderia ser o catalisador que causaria as mudanças necessárias na vida de Essav. Portanto, da atitude de Ytzchak aprendemos que encorajar e mostrar que acreditamos em uma pessoa, apesar dela ser rebelde, desobediente e teimosa, é uma poderosa ferramenta para fazer com que a pessoa acredite nela mesma e consiga encontrar dentro de si a força necessária para mudar seu caminho.

Aprendemos de Timná que rejeitar uma pessoa como se fosse uma causa perdida é algo muito grave. Se a Torá nos ensina que até mesmo Timná, a pessoa que produziu Amalek, merecia uma chance para conseguir se reerguer, muito maior é a nossa responsabilidade com as pessoas que estão caindo espiritualmente e que precisam da nossa ajuda para se reerguerem. E uma das melhores maneiras de ajudar alguém a mudar e melhorar é mostrando que confiamos nele.

Este princípio não se aplica apenas em relação às pessoas que estão caindo espiritualmente, mas pode também ser aplicado no nosso comportamento geral em relação aos filhos, alunos e pessoas que estão à nossa volta. Ensina o Talmud (Sotá 47a): "Sempre a mão esquerda deve afastar e a mão direita deve aproximar". A mão direita é a mão forte, enquanto a mão esquerda é a mão fraca. Uma das explicações desta afirmação do Talmud é que sempre devemos dar prioridade ao reforço positivo e aos elogios, ao invés de fazer críticas. Mostrar o que cada um tem de bom é muito mais efetivo para ajudar no crescimento das pessoas do que ficar o tempo todo lembrando suas falhas e defeitos. Da mesma forma que gostamos de procurar somente nossas próprias qualidades e ignorar nossos defeitos, assim devemos nos comportar com os outros. A verdadeira "ressurreição dos mortos" está apenas nas mãos de D'us, mas Ele nos deu o dom de, através de palavras e atitudes de incentivo, darmos vida para outras pessoas.

SHABAT SHALOM

Rav Efraim Birbojm

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