sexta-feira, 13 de maio de 2011

SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ BEHAR 5771

BS"D

           

ANTES UMA MULETA DO QUE UMA MACA – PARASHÁ BEHAR 5771 (13 de maio de 2011)

 

"Certa vez o Rabino Yossef Dov Soloveitchik, mais conhecido como Beit Halevi, estava dando um discurso na noite de Shabat em uma sinagoga completamente lotada. Ao falar sobre o nosso trabalho de aprimoramento das Midót (características pessoais), ele explicou que a palavra "Midót" significa tanto "características" quanto "medidas". Qual a conexão entre as duas coisas? As nossas características são como o sal, que na medida correta dá um excelente sabor, mas em excesso estraga o gosto da comida. Explicou o Beit Halevi que todas as nossas características, mesmo as que parecem mais negativas, podem ser utilizadas para o bem. Por exemplo, a raiva pode destruir o ser humano, mas também pode ser canalizada para lutarmos contra injustiças.

 

No meio do discurso um homem levantou-se no fundo da sinagoga e, em tom de zombaria, perguntou:

 

- Ei, rabino. Se todas as nossas características podem ser utilizadas para o bem, como pode ser positivo utilizar a característica de negar D'us?

 

Houve um grande silêncio na sinagoga. Será que o rabino teria resposta para aquela pergunta? Mas o Beit Halevi, sem demonstrar nenhuma preocupação, abriu um largo sorriso e disse:

 

- Sim, há uma maneira de utilizar para o bem a característica de negar D'us. Da próxima vez em que um pobre vier pedir sua ajuda, não diga para ele "D'us te ajudará". Assuma para si mesmo a responsabilidade e o ajude em tudo o que ele precisar".

 

Tudo o que temos é D'us quem nos dá. Mas de nós deve partir a iniciativa de ajudar a todos aqueles que têm qualquer tipo de necessidade.

 

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A Parashá desta semana, Behar, traz muitas Mitsvót importantes, como a Shemitá (descanso sabático das terras em Israel) e o Yovel (Jubileu, ano em que se completa o ciclo de 7 Shemitót), além de algumas Mitsvót "Bein Adam Lehaveiró" (entre o homem e seu semelhante). Entre elas, há uma Mitzvá interessante: "Se seu irmão se empobrecer e em sua proximidade suas forças decaírem, você deve fortalecê-lo" (Vayikrá 25:35). O entendimento mais simples deste versículo é que devemos ajudar a todos aqueles que são necessitados. Mas por que a Torá utiliza a linguagem "você deve fortalecê-lo", ao invés de simplesmente utilizar "você deve ajudá-lo"? Explica Rashi que da linguagem "você deve fortalecê-lo" aprendemos que é mais importante ajudar alguém que está caindo do que aquele que já caiu. Mas o que a Torá veio nos ensinar? Será que não é melhor ajudar aquele que não tem mais nada do que aquele que está perdendo o que tem?

 

Diariamente encontramos nas ruas pessoas necessitadas. No meio do trânsito surgem em nossas janelas pessoas sujas e esfarrapadas, implorando por uma moeda para que possam comer algo. Não agüentamos ver aquelas pessoas necessitadas e acabamos ajudando com algum trocado, e assim nos sentimos melhor. Mas se refletirmos um pouco, este ato de doação foi um ato motivado pelo amor ou pelo egoísmo? A natureza do ser humano é sentir pena daquele que perdeu tudo, e isto nos incomoda. Por isso, quando damos o trocado para o pobre, fazemos pelo nosso próprio bem estar, para nos sentirmos mais confortáveis, não por amor ao outro. Explica o Rav Meir Rubman que, por outro lado, quando vemos uma pessoa que ainda está caindo, não há este sentimento natural de misericórdia. Portanto, ao ajudá-lo, estamos fazendo um ato de amor verdadeiro, não de amor próprio. É por isso que a Torá louva mais aquele que ajuda quem ainda está caindo, pois o ato acaba sendo mais verdadeiro e sincero.

 

Rashi traz ainda outra explicação. Se um burro com uma carga muito pesada nas costas começa a cair por causa do grande peso que carrega, uma única pessoa é capaz de ajudá-lo a se reerguer. Porém, se o burro chegar a cair no chão, são necessárias cinco pessoas para levantá-lo novamente. Da mesma maneira, quando uma pessoa está caindo é mais fácil ajudá-la a se reerguer e, com menos esforço, é possível dar-lhe novamente uma vida digna. Porém, quando a pessoa já perdeu tudo, torna-se cada vez mais difícil ajudá-la. Por isso o versículo ressalta a importância de ajudar alguém enquanto ele ainda está caindo, ao invés de esperar até que ele perca tudo para começar a ajudar.

 

Um terceiro ponto pelo qual é mais louvável ajudar alguém que ainda está caindo está relacionado com a nossa sensibilidade. A Torá exige que nos preocupemos com os outros ao ponto de entender suas necessidades sem que eles tenham que nos pedir. Os maiores líderes do povo judeu eram pastores, entre eles Moshé e David Hamelech (Rei David). Por que? Pois já que os animais não falam, os pastores precisam desenvolver sua sensibilidade para perceber sozinhos o que os animais necessitam. Por isso eles se tornaram grandes líderes do povo judeu, pois conseguiam perceber o que o povo necessitava. Todos enxergam quando uma pessoa perdeu tudo, qualquer um consegue ver quando alguém está na sarjeta. Mas poucos conseguem desenvolver a sensibilidade de perceber quando alguém está caindo de forma silenciosa. A Torá valoriza aquele que se trabalhou e percebe, antes do outro cair, que ele precisa de ajuda.

 

Finalmente, um último motivo para ajudar uma pessoa enquanto ela ainda está caindo é que para o ser humano pedir ajuda aos outros é uma grande humilhação. Por isso o versículo não fala de ajudar alguém que nos pediu ajuda, o versículo nos ensina a ajudar antes mesmo da pessoa vir pedir. Enquanto a pessoa ainda está caindo é possível ajudá-la sem que ela se sinta humilhada. Mas depois que ela já caiu, ela é obrigada a pedir ajuda aos outros, e qualquer coisa que ela recebe torna-se uma grande vergonha.

 

A Torá exige de nós um nível grande de preocupação com o próximo. Neste mesmo versículo, ao escrever "seu irmão" e não "seu companheiro", a Torá está nos ensinando que é este o nível de amor e preocupação com o próximo que temos que alcançar. Da mesma forma que ninguém deixaria um irmão passando necessidade, assim temos que olhar como se cada um fosse o nosso próprio irmão.

 

Explica o Talmud que o versículo não se refere somente a uma queda financeira, mas também a uma queda espiritual. Se existe a obrigação de ajudar alguém que perdeu suas posses materiais, muito maior é a nossa obrigação de ajudar alguém que sofreu uma queda espiritual. Atualmente a doença que mais ataca as pessoas é a depressão. Qual é a causa? As pessoas vivem vidas sem sentido. Acordam, vão ao trabalho, almoçam, voltam para casa, assistem à televisão e vão dormir. Segunda, terça, quarta, quinta, sexta, sábado. Não há metas, não há sentido no que fazem. Portanto uma das maiores bondades que podemos fazer é ajudar as pessoas a encontrarem um sentido para suas vidas. E nesta área a nossa sensibilidade precisa ser ainda maior, pois quando falta dinheiro a pessoa sabe que precisa de ajuda, mas quando falta espiritualidade muitas vezes nem a própria pessoa percebe.

 

O versículo ensina ainda algo para as nossas próprias vidas. Com cada transgressão que cometemos sofremos uma queda espiritual. Esta queda se assemelha a uma picada de cobra, na qual uma pequena quantidade de venenos é injetada em nosso próprio corpo. Quanto mais tempo demorarmos para consertar nossos erros, maior a chance de que hajam complicações. Temos que nos fortalecer antes de cairmos, pois depois fica cada vez mais difícil. Para alguém que está caindo uma muleta volta a dar equilíbrio, mas para alguém que já caiu, é necessária uma maca com várias pessoas para ajudar.

 

SHABAT SHALOM

 

Rav Efraim Birbojm

 

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