sexta-feira, 9 de junho de 2017

RECLAMANDO DE BARRIGA CHEIA - SHABAT SHALOM M@IL - PARASHÁ BEHAALOTECHÁ 5777

BS"D
Para dedicar uma edição do Shabat Shalom M@il, em comemoração de uma data festiva, no aniversário de falecimento de um parente, pela cura de um doente ou apenas por Chessed, favor entrar em contato através do e-mail efraimbirbojm@gmail.com.
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RECLAMANDO DE BARRIGA CHEIA - PARASHÁ BEHAALOTECHÁ 5777 (09 de junho de 2017)

"Havia uma pequena cidade no Oriente Médio que era muito famosa por sua deliciosa carne de cervo. De várias partes do mundo as pessoas viajavam para lá somente para poder provar aquele sabor tão delicioso e especial. O povo judeu, ao sair do Egito, estava acampando no deserto não muito longe daquele lugar. Os judeus também escutaram sobre aquela carne gostosa e tiveram desejo de saboreá-la. Alguns judeus pensaram que seria uma boa ideia desviar-se um pouco da rota para poder ir àquele lugar e desfrutar da famosa carne de cervo. Porém, necessitavam da aprovação de Moshé Rabeinu, já que o povo judeu não fazia nada sem seu consentimento. Quando alguém por fim tomou coragem de pedir a Moshé permissão para ir àquele lugar, ele negou. Por mais que tentassem convencê-lo de que valeria a pena, não conseguiram. Até que um deles pediu a Moshé:
 
- Por favor, Moshé, nos explique por que não! O que há de errado?
 
Moshé, com enorme paciência, respondeu:
 
- Vou explicar o que acontece. Todos os dias de manhã cai no nosso acampamento o Mán, um "pão do céu". Mesmo que já estamos acostumados, é um alimento milagroso em várias aspectos. Por exemplo, conforme os raios do sol começam a brilhar, o Mán que não foi recolhido pelo povo se derrete e forma um pequeno riacho, que flui para um rio. Então os cervos daquele lugar bebem a água desse rio e, consequentemente, parte do Mán derretido, diluído na água, entra em seus corpos. Por isso as pessoas desfrutam tanto do sabor desta carne. Por que vocês, que têm aqui todos os dias o Mán fresco, querem ir até lá comer resíduos?"

Esta história, adaptada de um Midrash, nos ensina que muitas vezes buscamos a felicidade e o propósito de nossas vidas em lugares distantes do judaísmo. Sacrificamos muitas coisas para isso, sem nos dar conta que dentro da Torá podemos encontrar a verdadeira felicidade. Então por que se contentar com os resíduos dela?

Nesta semana lemos a Parashá Behaalotechá (literalmente "quando você acender"), que começa com o comando de D'us para que Aharon HaCohen fizesse o acendimento diário da Menorá. Depois disso a Parashá traz um versículo de louvor para Aharon, afirmando que "E assim fez Aharon... conforme D'us ordenou a Moshé" (Bamidbar 8:3). Mas o que este louvor tem de especial? Não era o esperado de Aharon, uma pessoa tão elevada espiritualmente, que ele cumprisse exatamente o que D'us ordenou? A resposta está na continuação da Parashá, que começa a descrever muitos atos de rebeldia do povo judeu. Por exemplo, a Parashá traz uma das reclamações que o povo judeu fez no deserto, por causa de comida, como está escrito: "E a multidão que estava entre eles sentiu um enorme desejo e mais uma vez também choraram os Filhos de Israel. E eles disseram: 'Quem nos alimentará com carne?'" (Bamidbar 11:4).

Quem era esta "multidão"? De acordo com Rashi (França, 1040 - 1105), comentarista da Torá, tratava-se dos "Erev Rav", egípcios que se misturaram com o povo judeu durante a saída do Egito. Eles estavam em um nível espiritual muito baixo, por isso começaram a reclamar e a chorar por causa do desejo de comer carne. Infelizmente o povo judeu acabou se unindo a eles no choro e foram duramente castigados.
 
Mas como entender este comportamento do povo judeu? Imagine um grupo de banqueiros, vestidos com os ternos mais finos, saindo de uma importante reunião de negócios na qual fizeram transações de bilhões de dólares. Os banqueiros então olham para um grupo de crianças brincando na areia e subitamente desejam brincar junto com elas. Os banqueiros tiram seus ternos caros, arregaçam as mangas de suas camisas importadas e se sentam para brincar na areia. Porém, quando uma das crianças percebe que havia pouca areia para brincar, começa a chorar. Ao escutar o choro da criança, os banqueiros também ficaram tristes pela falta de areia e também começam a chorar. É difícil imaginar que um quadro destes possa realmente acontecer, a não ser que o grupo de banqueiros enlouqueça completamente.
 
Da mesma forma, como podemos entender o comportamento do povo judeu, que se uniu aos "Erev Rav" para chorar por carne? Os judeus estavam em um nível muito elevado, haviam presenciado no Egito enormes milagres e tinham recebido a Torá diretamente de D'us no Monte Sinai. Além disso, não faltava nada de alimento para eles. Recebiam diariamente o Mán, um alimento que literalmente caía do céu para alimentá-los. Nem mesmo o prazer da gastronomia faltava ao povo judeu, pois além de o Mán conter todos os nutrientes necessários para manter o povo judeu saudável, ele também podia ter o gosto que as pessoas desejassem. Então qual era o problema do povo judeu? O que faltava para eles?
 
A pergunta fica ainda mais forte quando lemos a continuação da reclamação do povo judeu: "Nos lembramos do peixe que nós comíamos de graça no Egito" (Bamidbar 11:5). Como pode ser que o povo judeu preferia a comida do Egito, que vinha misturada com lágrimas e com o sangue de suas feridas, ao invés do Mán, que era comido com gosto e com tranquilidade? Além disso, o que quer dizer que o peixe era "de graça"? A Torá nos ensina que nem mesmo a palha era dada de graça para que eles fabricassem os tijolos!
 
Explica Rashi algo impressionante: a expressão "de graça" significa "sem Mitzvót". A comida que eles comiam no Egito não era gratuita, mas era sem Mitzvót, isto é, eles comiam sem obrigações. Podiam comer o que quisessem e da maneira que quisessem, não havia regras. Isto demonstra a força que o materialismo exerce sobre o ser humano. Mesmo que eles estavam em um nível espiritual elevado, mesmo que eles tinham tudo de bom, o materialismo os puxava para baixo, a ponto de reclamarem sobre a falta de carne mesmo tendo tudo de bom na vida. Pelo prazer de viver uma vida sem regras e sem leis, sentiram saudades dos dias de escravidão.
 
Qual foi a resposta de D'us para a reclamação do povo judeu? O próximo versículo da Torá diz: "E o Mán era como a semente do coentro e sua cor era como a cor do cristal" (Bamidbar 11:6). Segundo Rashi, é como se D'us estivesse dizendo: "Vejam, seres humanos, sobre o que os Meus filhos estão reclamando!". D'us quis ressaltar como era uma reclamação sem cabimento, o famoso "reclamar de barriga cheia".
 
O terrível efeito do materialismo e da busca por prazeres foi ressaltado na Parashá da semana passada, Nassó, com a justaposição de dois assuntos: a mulher "Sotá" e a pessoa que recebia sobre si o voto de "Nazir". A Sotá era uma mulher que, por causa de seus desejos materiais desenfreados, se colocou em uma situação de suspeita de infidelidade. Ela então precisava passar por uma degradante cerimônia pública para demonstrar sua inocência. Logo depois a Torá fala sobre o voto de Nazir, quando alguém voluntariamente recebia sobre si algumas proibições, como se abster do prazer de beber vinho. Por que a Torá juntou estes dois assuntos? De acordo com o Talmud (Sotá 2a), isto nos ensina que todo aquele que assistia uma mulher Sotá passando por aquela cerimônia degradante deveria imediatamente receber sobre si um voto de Nazir e se afastar do prazer do vinho, para diminuir sobre si o impacto do materialismo.
 
É interessante perceber que, de acordo com a linguagem do Talmud, todas as pessoas que tivessem assistido a cerimônia de Sotá deveriam receber sobre si o voto de Nazir, inclusive se fossem pessoas muito elevadas espiritualmente, pessoas de comportamento impecável. Apesar de estarmos falando de uma mulher baixa e corrompida, que naturalmente não era um modelo de vida para ninguém, mesmo assim o Talmud ressalta que todos precisavam fazer o voto de Nazir. Isto nos ensina que a força do materialismo é tão intensa sobre o ser humano que mesmo uma pessoa elevada espiritualmente não está a salvo de se desviar e de sofrer um enorme tropeço. A Torá traz exemplos de gigantes espirituais, como Korach e os líderes das tribos que foram espionar a Terra de Israel, que após viverem uma vida inteira de santidade e retidão, acabaram em um instante se desviando e caindo em um abismo espiritual. Por isso nossos sábios ensinaram: "Não confie em você mesmo até o dia da sua morte" (Pirkei Avót 2:4).
 
Se isto se aplica até mesmo a gigantes espirituais, certamente nós, pessoas comuns, devemos ser ainda mais cuidadosos com os tropeços do mundo material. Se o povo judeu caiu por influência dos Erev Rav, e se mesmo essoas grandes precisavam tomar uma atitude drástica após assistir uma cerimônia de Sotá, também devemos estar muito atentos com as influencias que recebemos. Acabamos nos expondo a notícias que banalizam a desonestidade, a traição e a promiscuidade. E o maior perigo vem do fato de vivermos em uma sociedade que justifica comportamentos distorcidos e os transformam em "corretos". Grandes transgressões se transformam em "parte da vida cultural e seus progressos".
 
Aharon foi elogiado pela Torá pois, apesar de toda a pressão social, ele conseguiu se manter íntegro e cumpriu a vontade de D'us. É nossa obrigação se afastar das influências negativas. Devemos blindar nossas casas, não apenas pelas nossas crianças, mas também por nós mesmos, pois todos estamos expostos às forças do materialismo. Temos a nossa Torá, a fonte de toda a sabedoria. Não precisamos nos expor em busca de felicidade e prazer, procurando fontes duvidosas, sendo que temos a principal fonte de felicidade nas nossas mãos. Muitas vezes abandonamos a Torá em busca de novos prazeres, mas acabamos ficando apenas com os resíduos.

Shabat Shalom

R' Efraim Birbojm

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HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT - PARASHÁ BEHAALOTECHÁ 5777:

                   São Paulo: 17h07  Rio de Janeiro: 16h56                    Belo Horizonte: 17h04  Jerusalém: 19h08
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Este E-mail é dedicado à Refua Shlema (pronta recuperação) de: Chana bat Rachel, Pessach ben Sima, Rachel bat Luna, Eliahu ben Esther, Moshe ben Feigue.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Ben Tzion (Benjamin) ben Shie Z"L e Frade (Fany) bat Efraim Z"L, que lutaram toda a vida para manter acesa a luz do judaísmo, principalmente na comunidade judaica de Santos. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) dos meus queridos e saudosos avós, Meir ben Eliezer Baruch Z"L e Shandla bat Hersh Mendel Z"L, que nos inspiraram a manter e a amar o judaísmo, não apenas como uma idéia bonita, mas como algo para ser vivido no dia-a-dia. Que possam ter um merecido descanso eterno.
 
Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de minha querida e saudosa tia, Léa bat Meir Z"L. Que possa ter um merecido descanso eterno.
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Este E-mail é dedicado à Leilui Nishmat (elevação da alma) de: Moussa HaCohen ben Gamilla z"l, Renée bat Pauline z"l, Eliezer ben Arieh z"l; Arieh ben Abraham Itzac z"l, Shmuel ben Moshe z"l, Chaia Mushka bat HaRav Avraham Meir z"l, Dvora Bacha bat Schmil Joseph Rycer z"l, Alberto ben Esther z"l, Malka Betito bat Allegra z"l.
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